sábado, 5 de fevereiro de 2022

Olimpíadas de Inverno: Brasil tem chance na modalidade "esqui na farofa"

 

Foto COI. Pequim 2022

por O.V.Pochê

Os Jogos Olímpicos de Inverno 2022 estão bombando em Pequim. Bonito de ver. Uns poucos atletas brasileiros, a maioria residente no exterior, estão na China. O Brasil tem tanta vontade de participar desses jogos quanto de entrar para a OCDE. Coisa de novo rico, diria um desalmado. 

A verdade é que a China recorreu a geradores de neve para garantir pistas melhores, embora a temperatura hoje em Pequim esteja em torno de -3 graus Celsius. Não é vexame apelar para a tecnologia. Nas últimaas edições, países que sediaram os Jogos respeitaram o aquecimento global e derem um gás extra de neve artificial na neve de raiz. Não está fácil para ninguém. 

Se é assim o Brasil tem chances de no futuro sediar as olimpíadas mais sofisticadas do mundo. Por enquanto foi privilégio de apenas 10 países e Pequim é a primeira cidade a sediar os jogos de verão e de inverno. 

Aqui temos geadas e às vezes neve. Em São Joaquim, em dia de nevasca, há até que arrisque deslizar nos barrancos. Dura pouco. Em Gramado há instalações artificiais para esqui. Acho que em São Paulo e no Rio de Janeiro (Teresópolis) também há pistas artificiais. No mais, brasileiros ricos vão esquiar em Aspen, e na Europa. Os menos ricos mas ainda abonados vão para Chillán, no sul do Chile, e Valle Nevado, em Santiago. Mas tem que checar antes. Às vezes há dias seguidos de temperaturas mais altas e a neve vai embora.

Independentemente de ter neve, o Brasil terá outro impedimento. Como se diz na internet, o Bananão ( alô Ivan Lessa) não tem roupa para participar de jogos de inverno. Viu os uniformes, roupas, casacos, luvas, gorros, complementos térmicos? Aquilo tudo custa vários auxílios emergenciais. Um atleta olímpico de inverno vai ver precisa de mais calorias do que Piauí, Alagoas, Bahia, Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Ceará, e Pernambuco e Amazonas juntos. Relaxa, amigo, capacete de skeleton, sapatilha de bobsleigh, ombreira, cotoveleira, joelheira e trenó, por exemplo, custam mais do que casa própria.  

No Rio, hoje, a média da temperatura é de 31 graus centigradões. Claro que ver a provas em Pequim faz muitos "viajarem" quase no sentido lisérgico. A elite sonha com OCDE e Jogos de Inverno. Mas só saberemos se chegaremos lá quando Paulo Guedes calçar esquis e deslizar na neve até Copacabana. Ou até os salões do OCDE. Ou quando Damares descer uma montanha em esqui e reencontrar Jesus na tundra de tomando vodca para segurar a onda. 

Um adendo: se surgir a modalidade de esqui na farofa, Brasil vai se dar bem.


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