terça-feira, 1 de fevereiro de 2022

A máquina de fazer guerra (e dólares)

por Flávio Sépia

Fazer guerra é o oxigênio dos Estados Unidos. Não vive sem. Uma postura que já custou milhões de mortos, a maioria civis, desde a Segunda Guerra.  Um livro lançado em 1971 - "O complexo industrial-militar americano", de Claude Mossy - desvendou a conexão entre a política externa dos Estados Unidos e a guerra. O salto do país para potência global foi dado em uma guerra na Europa: a luta contra a Alemanha nazista. Desde então, guerras abertas, crises e tensões entre países, passaram a ser um fator crucial para a economia doméstica. Não por acaso, não houve um só dia, desde o fim da Segunda Guerra que tropas estadunidenses não estivessem envolvidas em guerras. É uma necessidade. Se o país fosse tomado de uma hora para outra pelo espírito de um Gandhi e se tornasse um defensor da paz mundial experimentaria uma onda de desemprego. A indústria militar, sustentada pelo contribuinte (que tem outras prioridades mas o que importa?) não pode parar, precisa gerar consumo e renda para os senhores da guerra. Por isso, brigas são construídas até com quem não parece interessado em brigar. China e Rússia não têm tradição em atacar o Ocidente. Nos últimos séculos, ambos os países, ao contrário, sofreram muitas invasões por parte do Ocidente. Ambos gastam muito menos com a Defesa e têm grandes problemas internos a resolver. Mas não importa. Aparentemente, o Departamento de Estado faz reuniões anuais para identificar regiões com potencial para crises e, em consequência, venda de armas. Pode crer, mesmo que não seja disparado um tiro na Ucrânia, o complexo industrial militar já está abrindo champanhe tal o lucro. Se a guerra vier, aí será a festa completa. 

Um comentário:

J.A.Barros disse...

A história do EUA, está criada em cima de guerras. A sua independência da Inglaterra, ficou marcada pela guerra contra esse seu colonizador. Em seguida teve a guerra civil, entre o norte do país ou da União contra os estados do sul, que lutaram pela Confederação. Vencido os Confederados, partiu numa guerra de extermínio contra as nações equestres indígenas, que habitavam as planícies do oeste americano. Conquistado o Oeste, incorporou a Califórnia e em seguida em luta contra o México anexou o imenso Texas às suas terras. Em seguida invadiu Cuba e a América Central ficou sob o seu domínio. Talvez seja o único país que tem toda uma Indústria voltada para a construção de armas bélicas, que são vendidas para muitos países do mundo.
Não é um Império Romano, mas dele se aproxima com as conquistas armadas de outros territórios, ou provocação de guerras localizadas, que mantem vendendo suas armas. A guerra para os EUA é um grande negócio.