sexta-feira, 30 de janeiro de 2015

Rede social é do cacete? Só que não: também enche o saco


Rede social é coisa que tem origens, causas e consequências positivas, certo? Oferece um canal a quem quer falar, é um bom atalho para a comunicação privada ao dar um by pass no intermediário - a mídia comercial - mas vamos reconhecer que, às vezes, enche o saco. A Newsweek fez uma reportagem denunciando o sexismo no Vale do Silício. Teoricamente, em apoio ao combate ao assédio moral e à desvalorização profissional que prejudica as mulheres. O editor bolou uma capa curiosa, com algum apelo, provocativa, mas nada excepcional, graficamente até sofrível. Mas foi o que bastou para a revista, cuja edição está nas bancas, ser acusada de... sexismo. Feministas, pastoras, sociólogas etc engrossaram a campanha contra a tal capa. Não há notícia de que tenham invadido a redação. Por enquanto.
É preciso também não supervalorizar a força censória das redes sociais como uma "inquisição" hi tech. Recentemente, os velhinhos "aiatolás" de um conselho que regula publicidade tiraram do ar um comercial - onde o "Cumpadi" Washington chama uma mulher de "ordinária" com bem-humorada entonação - convencidos por apenas 50 pessoas que enviaram reclamações. O comercial era nacional e foi visto, certamente, por mais milhões de brasileiros que entenderam a piada e continuaram a jantar o filé-com-fritas servido política e incorretamente pela "patroa" "danada" e cheia de "abundância, mermão", como diz o "cumpadi". Dias depois, caiu a ficha do vexame do "board" regulatório, que liberou o tal comercial. Resumindo: liberdade de expressão não pode ser relativizada, censura prévia é algo inadmissível e a justiça existe para acolher, ou não, eventuais ações por parte de quem sentir atingido.  Data vênia: rede social não é tribunal.

2 comentários:

Bebeto disse...

Não faz piada, não pode ter personagem em novela que seja, dando exemplo, um advogado ou uma aeromoça ou enfermeira vilã que vem oab e sindicatos em cima. Chato demais essa patrulha do politicamente correto

J.A.Barros disse...

Gostei do "data vênia", termo só usado por magistrados e adverados nas cortes judiciais e nas interpelações testemunhais. Muito bem: agora dê a tradução desse termo latino tão copiosamente usado pelos nossos juristas de plantão.