domingo, 18 de janeiro de 2015

Direto de Paris, o repórter Jean Paul Lagarride comenta a edição histórica do Charlie Hebdo...

A charge de capa é de Luz,
o cartunista
 que sobreviveu à chacina
por ter se atrasado para
a reunião de pauta. 
por Jean Paul Lagarride
Depois da tragédia, a polêmica. E o recorde de vendas. A edição da revista satírica Charlie Hebdo pós-atentado já alcança uma tiragem de 7 milhões de exemplares, segundo informa a France Press. Inicialmente, foram rodados 1 milhão, em seguida as filas nas bancas levaram a 3 milhões de cópias, que também se mostraram insuficientes. O lucro, segundo a TV francesa, já ultrapassa os 10 milhões de euros, o suficiente para garantir sobrevida ao antes financeiramente combalido CH. Nos países islâmicos explode um onda de manifestações contra as charges anti-jihadistas. No Ocidente, discute-se o limite da sátira. O CH especial mostra que continuará defendendo o humor livre. Em editorial do número histórico, o chefe de redação Gérard Biard escreveu que "em uma semana, Charlie realizou mais milagres do que todos os santos e profetas juntos". Biard diz que a revista tem novos amigos: "Alguns anônimos, algumas celebridades globais. Alguns humildes e alguns influentes. Alguns meliantes e alguns líderes religiosos. Alguns que estarão conosco para o resto de nossas vidas e alguns que estão apenas de passagem. Nós levamos todos a bordo. Não temos tempo nem coração para separá-los". O editorialista diz a todos os chefes de Estado e de governo, todos os políticos, instituições, intelectuais e celebridades da mídia e a todos os dignitários religiosos que o "Je Suis Charlie", que todos proclamaram, significa também "Eu sou secularista". E pede que seja defendida a separação entre Estados e religiões. Para ler o editorial completo, clique AQUI.


Nesta página, no alto, a nova conferência de Yalta para dividir o mundo em 'zonas religiosas'. 

Jihadistas em busca de emprego: a charge na parte inferior da página, de Cabu, morto no atentado, pergunta "qual o futuro para os jihadistas"; "segurança no Carrefour", diz a atendente. No centro da página, charge de Wolinski sobre os 100 anos da Lei secularista de 1905: "Nem Deus, nem dono".


Na margem direita da página, Wolinski brinca com as lésbicas: "Elas não precisam mais da gente". No último balão, o desabafo do marido: "Mamãe, eu só queria te dizer um coisa, minha mulher está te traindo".

No centro da página, charge de Riss, sobrevivente do atentado: "Desenhista do Charlie Hebdo, 25 anos de trabalho"; "Terrorista, 25 segundos de trabalho"; e "terrorista, profissão de punheteiro e vagabundo".

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