O Charlie Hebdo vai ser publicado normalmente na semana que vem. É a melhor resposta ao terrorismo religioso. Segundo Patrick Pelloux, que é médico, trabalha em hospitais de emergência e é um dos colunistas do semanário, a redação decidiu seguir em frente. Jornalistas e chargistas trabalharão em casa, já que as instalações do CH estão isoladas para a investigação policial em andamento. “É muito duro, estamos todos com a nossa dor, os nossos medos, mas vamos fazê-lo porque não é a estupidez que vai ganhar. Charb (diretor da publicação, morto no atentado) dizia sempre que o jornal deveria sair custasse o que custasse”, disse Pelloux. Ironicamente, o terrorismo vai dar um sobrevida ao veículo que queria destruir. O Charlie Hebdo estava em crise, deficitário, ainda afetado pelo ataque e incêndio das suas instalações em 2011, vendendo apenas 30 mil exemplares e, obviamente, fora do foco dos anunciantes. Perde de longe para o que seria seu concorrente mais próximo, Le Canard Enchainé, que roda mais de 400 mil cópias, vai para as bancas também na quarta-feira, é satírico, mas segue uma linha baseada em fatos, faz jornalismo investigativo e já revelou vários escândalos intramuros do Palácio do Eliseu. O conteúdo da edição do Charlie Hebdo pós-atentado não está ainda elaborado, mas sabe-se que, por simbolizar a resposta aos assassinos, deverá alcançar a tiragem de um milhão de exemplares. Os editores do Libération anunciam que apoiar Charlie é uma questão fundamental. Enquanto a polícia francesa caça os terroristas, jornais de vários países reproduzem as capas mais satíricas do semanário, multiplicando sua mensagem.
EM ALGUNS JORNAIS, HOJE, A SOLIDARIEDADE EM FORMA DE CHARGE
3 comentários:
Que tragédia. E o sofrimento vai continuar, terroristas e fanáticos de um lado, radicais de outro querendo vingança e pessoas inocentes que vão ser vítimas de preconceito e intolerância no meio desses conflitos que se espalham no mundo. Em nome da religião não deveria ser. Que religião é essa que quer sangue e mais sangue/
Quase não dá para ler o número de última edição, parece que é 1177. Que venham outras 1177 edições no mesmo tom de crítica e humor.
É uma luta religiosa sim. Entendo que esse covarde atentado matando 12 pessoas é uma expressão político religiosa. Haja visto o que vem ocorrendo no Iraque com essa nova facção guerreira que se chama de Estado Islâmico, EI, Degolando e decapitando homens sob as câmeras de TV transmitindo ao mundo a sua barbárie. Sabemos como isso terminará.
A história nos contou as guerras religiosas que se desenvolveram durante os séculos que passaram.
As Cruzadas ainda estão bem vivas em nossas memórias.
Postar um comentário