por deBarros
É incrível. Contando ninguém vai acreditar. Jamais poderia passar pela cabeça de alguém que um órgão da cinematografia fosse capaz de voltar seus esforços para acabar com um filme inglês premiado pela Academia de Cinema de Hollywood. Não só acabou com o filme mas acabou – o que foi o pior na minha opinião – com a arte de representar do artista. O filme de que se está falando é "O discurso do Rei " em tradução brasileira, porque na verdade o título deveria ser : "A fala do Rei ".Um jogo de palavras para dizer que o Rei da Inglaterra era gago. Além de não saberem traduzir a intenção do título ainda por cima dublam a fala do filme. Ora, além de intervir na essência da história desse filme, que é criado em cima da língua inglesa falada na Inglaterra, interveem tragicamente na criação do artista, que trabalhou exaustivamente o personagem que iria representar, estudou os seus movimentos e o seu falar, a sua maneira de andar, enfim tudo aquilo que viesse ajudar a ser o Rei Jorge VI, para esse órgão resolver o que? Resolver dublar o filme em língua portuguesa. Nunca houve na história da cinematografia um ridículo tamanho, que um filme premiado, um artista laureado com o maior prêmio do cinema mundial, o "Oscar", fosse ridicularizado e, talvez por isso, telespectadores tenham mudado de canal por não suportarem tanta bobagem. O filme é sobre o som da língua inglesa. Em cima da língua inglesa falada e sua influência no comportamento do povo inglês. Quem não sabe que o inglês, por si só já ser esnobe, se torna mais esnobe e afetado no seu falar. Esse é o jeito do inglês. A grande expectativa do povo inglês não era do conteúdo em si do discurso do seu Rei mas sim de como seria a fala dele se todos no reino Inglês sabiam da sua gagueira. O pior é que em nenhum momento a dublagem idiota conseguiu transmitir a gagueira do Rei.
Um comentário:
Sei que a dublagem é uma tentativa de preservação da Língua Pátria, atualmente adotada em vários países.
Por aqui, algumas pessoas a defendem em virtude do grande número de analfabetos (totais ou funcionais), desta forma nivelando por baixo a audiência.
Recuso-me a assistir qualquer filme que não tenha áudio original, por mais incompreensível que ele possa ser. Recentemente cancelei o pacote de filmes da minha assinatura de TV. Estava me sentindo culpada por saber ler.
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