terça-feira, 24 de abril de 2012

...É PRECISO PARECER MINISTRO

deBarros
O que pensam que são os Ministros do Supremo?  Não posso imaginar, sem correr o risco de um prejulgamento, do que se passa na cabeça desses Ministros. A história romana nos deixou muitos exemplos de imperadores que investidos de tantos poderes – afinal eram os senhores do mundo – passaram a se julgar deuses. Não bastavam os deuses da sua religião na longa lista de seres poderosos que regiam as suas vidas. Os seus nomes precisavam ser acrescentados a ela. Assim pensou Nero, imperador romano, a quem não bastou assassinar a sua mãe, mas precisava  matar, nas arenas romanas, milhares e milhares de criaturas humanas pelo fato de seguirem outros caminhos religiosos. O que pensa esse Ministro do Supremo que ao deixar a sua presidência se comporta como um deus?  Vestindo Armani e gravata Hermé, desfila no seu palco preferido, entre as paredes de mármore do Tribunal, sentindo–se, ovacionado pelos presentes que gritavam “Ave Cesar”, “Ave Cesar”, ao mesmo tempo que os seus pares lhe viravam as costas demonstrando o desprezo que sentiam por tanta vaidade exposta ao público. Ah!, senhor Ministro, “não basta ser Ministro. É preciso parecer Ministro”. Afinal, depois de tantas honrarias e glórias porque seguir esse pensamento de um Cesar assassinado?
Por que ter ao seu lado pares inseguros, populistas e temperamentais? Por que não acusar o mandatário maior por desrespeitar a Carta Magna?  Afinal ele, Ministro do Supremo, tem o poder em suas mãos. E o Poder é para ser usado. O Poder é tudo.
Que o chamem de “ridículo”, “brega”, “caipira”,  “corporativo”, “desleal “, “tirano”, “pequeno”, “imperial”, que importa, Ministro do Supremo, carrega em seus ombros a Toga Sagrada que lhe dá todos os poderes do mundo e impávido, arrogante, desafia a sociedade a enfrentá-lo
Pobre Ministro. Se revela um péssimo conhecedor da História da Humanidade. Cesar é apunhalado sob a estátua do grande Pompeu, no próprio Senado Romano às vésperas de ser aclamado Rei.
Nero se mata, com o punhal da sua escrava, como um simples mortal. Calígula, morre pelas lanças da guarda Pretoriana.
Os Césares romanos não são reconhecidos, pelo povo, como deuses. Morrem como mortais que sempre foram.
Cuidado Ministro, a glória presunçosa é a véspera do ostracismo

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