quarta-feira, 25 de abril de 2012

UMA CENSURA IMPOSTA EM NOME DA JUSTIÇA


por Eli Halfoun
O jornal “Folha de São Paulo” publicou recentemente que um “comentário malicioso” pode fazer com que a apresentadora Ana Hickman recorra a Justiça para proibir que a também apresentadora Adriane Galisteu cite seu nome no programa “Muito +” ou em qualquer outro da Rede Bandeirantes. A notícia não teria a menor importância (seria apenas mais um fofoca) se esse tipo de proibição judicial não significasse também uma forma de censura. Se vier mesmo a buscar judicialmente o seu desejo Ana Hickman não será a primeira a tentar exercer mais um tipo de “cala boca” na televisão: Carolina Dickman fez isso com o “Pânico” quando ainda era da Rede TV e recentemente Xuxa também conseguiu proibir a Bandeirantes de citar seu nome por qualquer motivo. Tudo bem que alguns artistas tentem preservar a intimidade, mas a Justiça não me parece ser o melhor caminho: diálogo existe para resolver esse tipo de questão sem que seja necessário utilizar a arbitrária censura de expressão. Essa é, como qualquer outra, uma maneira de fazer a censura ganhar força novamente no país que tanto sofreu com ela e der uma vez mais calar profissionais e de mostrar que sempre estaremos nas mãos da censura, principalmente a autocensura que também aprendemos a exercer e que é sem dúvida a pior de todas porque grampeia nossa sua bocas e nossos pensamentos. (Eli Halfoun)

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