quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

Vândalos estão destruindo nossa cultura

por Eli Halfoun
Uma passagem está marcada na memória de meus muitos anos de jornalismo: eu era ainda um “foca” (repórter em início de carreira) quando fui escalado pela Última Hora para a cobertura da viagem que o então ministro dos Transportes faria da Central até a última estação para devolver ao público os trens reformados, quase novos. Eu sabia que o ministro iria de trem, mas voltaria de carro. Decidi retornar no mesmo trem para colher mais informações, especialmente sobre o comportamento dos usuários que estavam ganhando mais conforto na condução que utilizavam diariamente. Quando na volta o trem parou na estação Central do Brasil fiquei perplexo: a composição que mal acabara de entrar em circulação novinha em folha, já estava riscada, suja e com algumas portas e janelas quebradas. Não entendi, aliás, não entendo até hoje como o usuário tem prazer em destruir o que é, no caso o trem, para seu próprio uso e conforto. Essa passagem me vem à memória quando leio no Jornal do Brasil que a estátua de Dorival Caymmi, uma merecida homenagem plantada ali no Posto 6 de Copacabana, está sendo destruída, como aconteceu também com a de Carlos Drumond de Andrade e com muitas outras que deveriam enfeitar as nossas praças. Que tipo de prazer mórbido alguém pode ter ao destruir uma estátua que faz parte de seu próprio patrimônio cultural? O Rio que tem “cariocas” de todos os estados brasileiros não merece e nem precisa conviver com esse tipo de vândalos. Entendo que é praticamente impossível colocar um vigia 24 horas para tomar conta de cada um de nossos históricos monumentos. Portanto, cabe ao cariocas consciente da importância da presertvação cultural ser o próprio vigia de seu patromônio. antes que ele seja completamente destruído.

Um comentário:

deBarros disse...

O que aconteceu com os trens da Central do Brasil, pixados como foram, não aconteceu com os trens do Metrô. Os usuários, na sua maioria classe média, souberam respeitar esse patrimônio, que no fim das contas pertence a eles. O mesmo aconteceu com os trens do Metrô de S.Paulo, que se mantem limpos e conservados. Gostaria de saber o nome do Ministro de Transporte que foi a inauguraçào dos trens na Central.