sábado, 9 de janeiro de 2010

Futebol ou telecatch?

por JJcomunic
Você se lembra do telecatch? Eram lutas combinadas, engraçadas mas com enredo de começo, meio, fim. Os golpes pareciam reais, o público se divertia, torcia, o mocinho apanhava por um tempo, mas a platéia já sabia que, no final, o vilão levava porrada e o vencedor era um cara do bem. Tem uma nota na coluna Panorama Esportivo, no Globo de hoje, que é preocupante. Os colunistas Jorge Luiz Rodrigues e Mauricio Fonseca revelam que a empresa Traffic já manda em três clubes brasileiros - o Avaí, o Palmeiras e o Flamengo - e "aumentou sua influência" no Fluminense. O Flamengo, aliás, está nesse momento treinando em pré temporada no centro de treinamento montado pela empresa, o CT Lobo Mau, no interior de São Paulo. Há alguns anos, dirigentes do futebol protestaram porque a Parmalat patrocinava o Palmeiras e o Juventude, ambos na Série A do Brasileirão. Ensaiou-se, na época, um regulamento para impedir que um mesmo grupo influenciasse dois ou mais times em um mesmo torneio. Haveria o risco de que, em determinado momento, o patrocinador ou o empresário controlasse um resultado ou "amolecesse" um jogo dependendo do seu interesse no placar, levando em conta, por exemplo, a vitória da equipe que mais favorecesse seu projeto de marketing ou de exposição da sua marca. A tal tentativa de regulamentar isso não vingou. Suponha que, na reta final de um campeonato, Flamengo, Fluminense, Avaí ou Palmeiras se cruzem ou um desses clubes tenha interesse no resultado do jogo de um dos outros três. De quem será a torcida? Perguntar não ofende. Os colunistas lembram que em qualquer país, o "sinal de alerta já estaria ligado" diante desse tetra... patrocínio.

3 comentários:

debarrros disse...

Todos esses clubes já são grandes devedores inclusive desta "Trafic", grande negociadora de jogadores ao mesmo tempo empresária desses jogadores.
Entendo que para os clubes seja bom negócio, como por exemplo usar o seu campo técnico de treinamento, como o Flamengo está usando. Para os times acho que não seja mal negócio ter alguma empresa que faça essse serviço para eles.
Na verdade não sei se é bom ou se é ruim. Esse mercado envolve milhares de dólares e muitas comissões rolam para todos os lados.

gonça disse...

também tenho dúvidas. os clubes precisam de patrocinadores mas devem se valorizar mais. os empresários comercializam os jogadores mas eles também precisam dos clubes tradicionais para valorizá-los. se os cartolas administrassem bem por que clubes como Flamengo,Vasco, Palmeiras,Botafogo, São Paulo, Corinthians precisariam de empresários e atravessadores de jogadores?

debarrros disse...

Por falar em Telecatch não posso deixar de me lembrar do Ted Boy Marino, o argentino, estiloso e cheio de técnica, que dava show de bola nos horários da Telecatch. Além dele, que marcou também esse programa era, se não me engano, um cara enorme com uma fantasia, parecida com a do Fantasma Voador, que ao andar puxava de uma perna. Seu nome se me lembro era: "Verdugo". Ele apanhava, apanhava e no fim dava um golpe qualquer e vencia a luta, ou por nocaute ou por desistência do adversário. "É mentira, Terta?"