por Gonça
Tá feia a coisa. Mimada pela mídia e exaltada pelos comentaristas durante décadas, a oposição ficou sem o seu GPS, que era Lula on line e em banda larga. Sem rumo, tenta identificar em Dilma, que tem todos os dedos e não é obviamante o operário, os sinais anti-Lula. É o que resta. E, pelo menos por enquanto, parece ter perdido alguns articulistas irados: Jabor, de Paris, escreve hoje sobre Monet; Mainardi, de Veneza, virou água, prefere falar sobre Tintoretto e o Grande Canal. Outro comentarista elogia Dilma; mais um celebra as estatísticas positivas deixadas por Lula e recentemente divulgadas. Assim não dá. Internamente, a oposição é um saco de gargalhadas nervosas: o novo lider da bancada tucana é um velho ex-governador mais preocupado em receber os atrasados da sua pensão-maravilha; o lider do aliado demo não passa de uma sigla baiana acrescida de um "neto", que deve organizar a próxima convenção do partido provavelmente dentro de uma kombi, já que os remanescentes e herdeiros da Arena da ditadura estão em adiantado estado de extinção. Tucanos se bicam e perdem penas em vários estados. Resumindo: vai sobrar pra quem não faz parte dessa "elite", vigiar Dilma mesmo tendo votado na búlgara. Hoje, deputados e senadores serão empossados. Que a oposição dê uma de "zumbi" e volte a existir. De preferência, como uma oposição democrática, não aquela preconceituosa, raivosa e ressentida diante de um governo que priviligiou as classes mais desprotegidas e saiu reconhecido pelas estatísticas mais isentas e pela aprovação recorde da imensa maioria dos brasileiros. Foi esse descompasso com o país que levou os eleitores a aposentar a cartola e as luvas dos principais líderes oposicionistas. José "até-breve-a-luta-continua" Serra, aparentemente, não aprendeu a lição. Resta saber se um outro representante de uma velha dinastia política, o neto de Tancredo, que assume hoje e é o nome desde já apoiado pela mídia para as eleições de 2014, faz esse dever de casa.
