quarta-feira, 27 de novembro de 2024
Ministro de Israel quer expulsar um milhão de palestinos da Faixa de Gaza.
Segundo a AFP, o ministro das Finanças de Israel, Bezalel Smotrich, um aliado desvairado do tresloucado Netanyahu, defende a redução pela metade da população de Gaza. Smotrich não detalhou qual seria o método de deslocamento, se expulsão, eliminação, abdução ou um gentil convite para irem embora mais de um milhão de palestinos. Antes da guerra, a Palestina tinha pouco mais de 2 milhões de habitantes. O ministro também não explica como a população forçada a emigrar será selecionada pelo seu plano a ser apresentado ao governo.
"Kids pretos" causídicos...
Também existem advogados "kids pretos". Uma obscura organização, que se intitula Lexum, foi formada recentemente para "atuar na defesa da contenção judicial". Contenção quer dizer controle, limitação, restrição. Pois é, eles querem a Justiça relativa. Na verdade, a Lexum ficou nervosa com a abertura do sigilo do inquérito sobre os golpistas e abriu campanha contra Alexandre de Moraes para derrubá-lo da condução do processo.
terça-feira, 26 de novembro de 2024
A Folha publicou ontem uma matéria sobre os 100 anos da Coluna Prestes, que começou sua epopeia em 28 de outubro de 1924. Em 1995, Manchete fez uma série épica por ocasião dos 70 anos da jornada revolucionária do Cavaleiro da Esperança. Durante nove meses Luiz Carlos Prestes Filho cruzou o Brasil do Sul ao Nordeste recolhendo memórias históricas dos passos do pai
Folha de São Paulo
por José Esmeraldo Gonçalves
A revista Manchete publicou uma série de 10 reportagens em uma monumental e exclusiva revisita à trajetória da Coluna no Sul, Centro Oeste e Nordeste do Brasil. Ao longo de nove meses, Luiz Carlos Prestes Filho percorreu 25 mil quilômetros. Ele não apenas reencontrou as memórias revolucionárias, como ouviu testenunhos, localizou antigas armas e apetrechos, comparou os tempos, as perdas ecológicas, relatou espécies animais desaparecidas e rios que perderam a pujança desde meados do século passado aos anos 1990.
| Na foto de Gustavo Stephan, Luiz Carlos Prestes Filho à frente de cavaleiros gaúchos e... |
| Luiz Carlos Prestes em imagem de arquivo da época no comando da tropa revolucionária |
Como repórter, cumpriu sozinho o desafio de compor a série "Nas Trilhas da Coluna Prestes, em 1995, quando dos 70 anos da Coluna, mas a produção de imagens exigiu o revezamento de uma equipe de fotojornalistas. Prestes Filho foi acompanhado Gustavo Sthepan, Marcos Corazza, João Mário Nunes, J.Egberto e Izan Peterle. Juntos os cinco profissionais operaram cerca de 10 mil fotos. Esse material original integra ou integrava o arquivo fotográfico da Manchete leiloado após a falência da Bloch e que até hoje encontra-se em paradeiro e condições de preservação desconhecidos.
A série, contudo, pode ser lida e vista na coleção da revista digitalizada pela Biblioteca Nacional.
segunda-feira, 25 de novembro de 2024
Racista sai das trevas
por Ed Sá
A internet lembra um filme de zumbis ou mortos vivos. A toda hora emergem anormais. Vários veículos - e não apenas de fofoca - repercutem um ataque racista da apresentadora de um programa de rádio da Band e musa da escola de samba Gaviões da Fiel contra uma cantora negra. Não vou reproduzir as ofensas. A racista em questão atende pelo nome de Ana Paula Minerato. A vítima é a cantora Ananda. Diante da repercussão do crime, Band e Gaviões demitiram a Minerato. Curiosa é a justificativa que ela deu: diz que estava "sob efeitos de remédios". Essa justificativa substitui a já batida "minha fala foi tirada de contexto". Em tempo: a agressora crítica o cabelo da cantora do Melanina Carioca. Fala com desprezo. Só que a Ananda é muitas vezes mais bonita do que a racista. Confiram no Google.
Economia da Argentina despenca em quase 4%. Chegou a hora do pesadelo
por Flávio Sépia
Mercado é de extrema direita. Alguem dúvida ? Não há nada de técnico na maioria das projeções. No Brasil erra sempre pra pior mesmo quando é bom o desempenho da economia. Na Argentina, também erra, mas sempre a favor de Milei. Enche a bola do liberticida e agora se "surpreende" com a queda da economia argentina em quase 4%.
domingo, 24 de novembro de 2024
Na capa da IstoÉ: o balão de ensaio
por O.V.Pochê
sábado, 23 de novembro de 2024
Lava e passa?
Sob suspeita. Camboriú (SC) é hoje um dos mais intensos pontos de lavagem de dinheiro do Brasil. Região não por acaso bolsonarista. Duvida? Basta dar um Google associando Camboriú+Lavagem de dinheiro. São muitos andares de transações.
sexta-feira, 22 de novembro de 2024
A operação Punhal Verde Amarelo não foi piada
Comentário do blog- A capa da Carta Capital dá ao fato a dramaticidade verdadeira. Bolsonaristas têm adotado a estratégia de minimizar a tentativa de atentado, foi apenas um protesto, um ensaio simbólico, dizem. Um dos boys da família Bolsonaro diz que pensar em matar não é crime. Um colunista do Globo descreve a tentativa como tosca. E afirma que Bolsonaro analisou o risco e abortou a operação. E assim ele livra a cara do indiciado. Eu, hein?
quinta-feira, 21 de novembro de 2024
Mídia - Precisamos falar sobre o jornalismo kid preto
por Flávio Sépia
O jornalismo kid preto está disseminado nas redes sociais e em sites, principalmente. Cada um desses canais tem seus "analistas" adestrados nas forças especiais da manipulação neoliberal. Metrópoles, Jovem Pan, Globo News, CNN, Globo, Folha, Estadão têm kids pretos de estimação. Vários deles fazem artigos e editoriais que um Braga Neto assinaria. Não é difícil identificar o pelotão que faz a linha auxiliar do punhal verde amarelo. São rancorosos, detestam o politicamente correto, a diversidade, as cotas, condenam campanhas contra o racismo, formulam teses para supostamente provar que o Brasil é uma "democracia racial", protestam contra o "cancelamento" de racistas e assediadores. Dizem que isso é "censura" e agride a "liberdade de expressão". Um colunista de um grande jornal costuma ficar nervoso contra quem defende o banimento de conceitos e gírias de conotação preconceituosa. A Câmara dos Deputados tem seus kids pretos. O Senado idem. O mercado cultiva seus kids pretos. As igrejas estão lotadas de kids pretos. As redes sociais estão roxas de kid pretos. Até o ministério de Lula tem kid preto. As urnas apontaram prefeitos kids pretos e vereadores kids pretos. O futebol tem kid preto. A música sertaneja tem kid preto.
Não sei porque tanta surpresa com a mais recente revelação de ameaça golpista planejada por kids pretos.
Lula e Xi na capa do Washington Post. Um aperto de mãos que Trump abomina
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| The Washington Post. Reprodução |
Brasil e China assinaram um amplo pacote de acordos. A China se prepara para a tempestade protecionista que Trump provocará na forma de taxação de importações. A ofensiva de Trump atingirá vários países. O Brasil é um deles. São esperadas, por exemplo, medidas fiscais sobre vendas de aço para os Estados Unidos. O slogan de Trump, que promete a "América" grande de novo, vai levar a arrogância estadunidense às trocas comerciais. O porto chinês no Peru, os caças Gripen suecos do Brasil, os investimentos de Pequim na África, qualquer afirmação de autodeterminação que a Casa Branca interpretar como hostil vai virar alvo do autoritarismo do magnata. No caso do Brasil, a extrema direita bolsonarista deverá ser interlocutora de Trump. Cenas explícitas de subserviência vão compor a agenda entre um "I love you Trump" e visitas de serviçais da extrema direita brasileira à área de serviço de Mar-a-Lago.
quarta-feira, 20 de novembro de 2024
Descubra as palavras em inglês que marcaram as últimas nove décadas. Muitas delas você incorporou ao seu vocabulário
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| The Times. Reprodução |
Para celebrar 90 anos, o British Council elaborou uma lista de palavras em inglês para mostrar como a linguagem registra as mudanças sociais que ocorreram nas últimos decadas. The Times, na edição de hoje, publica uma matéria sobre essa linha do tempo dos vocábulos. Muitas dessas palavras foram incorporadas ao dia a dia do Brasil.
Confira alguns termos selecionados:
1930 - Babysitter, Nylon, Jukebox, Video, Multicultural.
1940 - Bikini, Blockbuster, Buzzword, Cool, Deli (abreviatura de Delicatessen), Diskjockey, Nuclear.
1950- Artificial Inteligence, Disco, Graffiti, Rock'n'roll, Sitcom.
1960 - Baby boomer, Bollywood, Gentrification, Hippie, Homophobia. Multiverse, Reggae, Supermodel, Vibes.
1970 - Punk, Hip hop, Karaoke, Curry.
1980 - Avatar, Biodiversity, Cell phone, E-book, Sustainability, Virtual.
1990 - Blog, Carbon fooprint, Cloud, Emoji, Spam, Google, Web
2000 -Cringe, Crowfunding, Hashtag, Podcast, Selfie.
2010 - Deepfake, Woke, Ghosting.
2020 - Barbiecore, Bubble.
Veja mais palavras e as justificativas do British Council. Acesse o link
Charlie Hebdo resume a crise: franceses não querem acordo com o Mercosul porque temem ter que comer carne humana da Amazônia...
* Pelo menos uma empresa francesa, o Carrefour, informou que não mais comprará carne de países do Mercosul. Alegam que o produto não obedece às normas européias. Já os exportadores brasileiros acusam a medida de protecionista.
O terror parece terrir, mas, cuidado, um dia eles aprendem
por José Esmeraldo Gonçalves
A operação terrorista Punhal Verde Amarelo foi coisa séria, foi uma grave ameaça à democracia. Não deu certo, mas o risco continua presente. A vitória de Donald Trump nos Estados Unidos, ele mesmo protótipo de autoritário, é um incentivo aos golpistas brasileiros.
Despreze os editoriais dos jornalões que até recentemente, sem nenhuma consistência jornalística, apenas sustentados pelo "achismo" ideológico, garantiam aos seus prezados leitores que "o perigo passou", "é hora da conciliação", "vamos dar as mãos" etc.
Esse tipo de postura é linha auxiliar das ameaças à democracia.
O Brasil não está imerso apenas um confronto de opiniões, a extrema direita representada pelo bolsonarismo já demonstrou várias vezes que quer implantar no país um regime autoritário e usa a violência para alcançar o objetivo.
Uma das cenas mais inacreditáveis que a TV mostrou em dezembro de 2022, no dia da diplomação do presidente eleito Lula da Silva, foi um grupo de terroristas aglomerados em um viaduto tentando empurrar um ônibus sobre o trânsito engarrafado no horário do rush em Brasília. A ideia era atingir os carros e seus condutores e conduzidos. Outros terrorristas colocaram uma bomba em uma caminhão tanque nas imediações do aeroporto da capital. Tudo isso, além do 8 de Janeiro e do bolsonarista que agora se imolou em frente ao STF, demonstra com sobras que essa facção antidemocrática não está brincando e não desistiu.
Não é surpresa a descoberta do plano Punhal Verde Amarelo cujo objetivo era assassinar Alexandre de Moraes, Lula, Geraldo Alkmin e quem mais resistisse aos golpistas.
A sorte é que até aqui abusaram da incompetência. São figuras patéticas acostumadas a usufruir do dinheiro público, como um filho inviável que vive de mesada até os 60 anos. Só reaparecem a todo momento porque se beneficiam da impunidade e dos trâmites vagarosos da justiça.
Essa tal Punhal Verde Amarelo é uma tragicomédia. Daria um filme ou um livro como Roberto Muggiati cita no post "Atentados Simbólicos" publicado neste blog, ontem.
Um dos acusados de terrorismo perdeu a oportunidade porque não conseguiu chamar um uber que o levasse à posição determinada pelo chefes da operação. Outro esqueceu uma motocicleta na rua ao saber que o crime havia sido abortado porque uma das vítimas, Alexandre de Moraes, não estava em Brasília. Um general suspeito de terrorismo estava tão confiante que imprimiu todo o plano em uma impressora do Palácio do Planalto. Deve ter mostrado para a sogra, levou para a igreja, exibiu-se na mesa do carteado, vangloriou-se na sauna. Deixou pistas certamente porque se orgulhava da obra feita: queria passar à posteridade, talvez até ser entrevistado pela Jovem Pan, Pânico, Antagonista e Folha de São Paulo.
Outro general suspeito recebeu em casa a célula criminosa, com direito a salgadinhos e drinques, sem show de Jojô Todinho e Gustavo Lima mas com despesas pagas por verba pública (claro, os terroristas tinham cargos altamente remunerados, estavam com o boi na sombra, como dizem os cariocas).
Um dos itens do plano levou os acusados de terrorismo a vistarem a quadra do condomínio onde morava Alexandre de Moraes. Devem ter checado também a churrasqueira, piscina, o salão de festas, indagado se o ministro jogava vôlei, perguntado se havia apartamento vago para hospedar um cúmplice e deixado cartão para contato.
Outro terrorista, com a ajuda de um funcionário da equipe de Bolsonaro no Palácio do Planalto, se encarregou de levantar a rota que Moraes seguiria para ir à diplomação do Lula. Bom, Moraes foi, discursou e voltou vivo. Talvez o tal funcionário tenha perdido a conexão com o Waze.
Aparentemente, como a situação estava confusa, os elementos "altamente treinados" das forças especiais, fizeram uma pausa para relaxar em um restaurante conhecido em Brasília, frequentado por burocratas do poder. A conta? Paga pelo tesouro nacional, evidentemente. Se bobear, pediram recibo superfaturado e apresentaram ao RH do Palácio do Planalto para reembolso.
Se a democracia brasileira tem a quem agradecer é às instituições militares e policiais que construíram a incompetência desses aloprados.
Em todo caso, segue um aviso aos editorialistas dos jornalões que defendem a "conciliação" e aos simpatizantes que articulam uma "anistia" no Congresso. Cuidado, eles acabam aprendendo.
terça-feira, 19 de novembro de 2024
Atentados simbólicos, ou, A vida imita a arte • Por Roberto Muggiati
• Em 1907, Joseph Conrad publicou O agente secreto, romance em que um grupo anarquista pratica um atentado contra o Observatório de Greenwich, em Londres – marco zero do fuso horário e símbolo supremo do Tempo e do “Império em que o sol nunca se punha”. A história se passa em 1886 e o agente encarregado do ato, Verloc – proprietário de uma lojinha de bricabraque e material pornográfico – acovarda-se e repassa a tarefa para seu cunhado Stevie, jovem irmão de sua mulher. Retardado mental, Stevie tropeça antes de chegar ao objetivo e cai sobre o artefato, que explode, destroçando seu corpo. Em vingança, sua irmã, Winnie, mata o marido com uma faca de cozinha.
Em 1936, Alfred Hitchcock filmou o romance de Conrad com o título de Sabotage (no Brasil com o título lusitano de O marido era o culpado; em Portugal o título foi À 1 e 45). O Verloc de Hitch é, sugestivamente, dono de uma sala de cinema e os explosivos são rolos de filme. Em 1996, o britânico Christopher Hampton fez a sua versão, O agente secreto, com um elenco estelar: Bob Hoskins, Patricia Arquette, Robin Williams, Gérard Dépardieu e Christian Bale. Além disso, o livro de Conrad teve várias adaptações para o rádio e a TV e inspirou nada menos do que três óperas.
O agente secreto era o livro de cabeceira de Ted Kaczynski, o Unamomber, que matou três pessoas e feriu 23, entre 1978 e 1995, enviando cartas-bomba para pessoas que, segundo ele, estavam promovendo avanços tecnológicos que destruíam o meio ambiente.
Nas duas semanas que se seguiram aos atentados de 11 de setembro de 2001 em Nova York, foi uma das três obras literárias mais citadas pela mídia norte-americana.
• Em Leviatã, romance publicado em 1992, Paul Auster narra a história de um intelectual nova-iorquino que um dia larga tudo e, intitulando-se “Fantasma da Liberdade”, sai pelos Estados Unidos explodindo réplicas da Estátua da Liberdade. Tempos depois, numa remota beira de estrada, enquanto fabricava mais uma bomba artesanal, ele morre – ou se mata – numa explosão. A história de Benjamin] Sachs é contada pelo melhor amigo, Peter Aron. Conheceram-se num bar do Greenwich Village em 1975, escritores iniciantes. Pete resume o martírio do amigo:
“Em 15 anos, Sachs viajou de uma extremidade de si mesmo à outra e, quando chegou àquele último lugar, duvido que soubesse mais quem era. Tanta distância tinha sido percorrida àquela altura que não lhe seria possível lembrar de onde havia começado”.
quarta-feira, 13 de novembro de 2024
O ogro leva tudo
terça-feira, 12 de novembro de 2024
You Tube exuma polêmica que envolveu Clodovil e a revista Amiga
O You Tube é tão voraz que costuma exumar antigas polêmicas em troca de cliques. Agora faz circular um short (link abaixo) que tenta provar que Clodovil foi alvo de fake news antes da mentira ganhar esse rótulo em inglês. O apresentador, que morreu em 2009, conta que foi vítima de uma fake news veiculada em uma edição da revista Manchete."Pra falar de uma doença que eu não tive, ela botou na capa para vender", disse ele. No vídeo, o falecido Clodô cometeu sua própria fake news, em parte. No anos 1980, a revista Amiga, também da Bloch Editores, publicou uma reportagem sobre celebridades e a aids. Na época, o vírus devastador atingia muitos nomes do meio artístico.
A chamada de capa da Amiga de fato era especulativa. Pelo menos um cantor processou tanto a revista quanto a Rede Manchete (esta por haver veiculado um anúncio promocional daquela edição equivocada na qual o locutor anunciava "a aids de", seguindo-se uma série de nomes de celebridades.
Em tempo: o cantor em questão ganhou o processo em todas as instâncias. E Clodovil, em entrevista anterior publicada no site Terra, atribuiu à Amiga, corretamente, a polêmica matéria.
Veja o vídeo
sábado, 9 de novembro de 2024
sexta-feira, 8 de novembro de 2024
Eu choro por ti, Huelva • Por Roberto Muggiati
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| Huelva. Foto Booking.com |
Em outubro de 1960, antes de chegar a Paris para a bolsa de estudos, passei uma semana em Portugal e Espanha. Não era só turismo, eu tinha uma missão específica a cumprir: comprar em Sevilha uma mantilha para o casamento de minha irmã Regina. Depois de uns bordejos por Lisboa – e de uma corrida de touros em Santarém – parti para a Espanha. Tomei uma barca até a gare do outro lado do Tejo, onde embarquei num comboio (trem em bom lusitanês) para a fronteira com a Andaluzia. Lá trocamos o trem por um ônibus e sua primeira parada – para esticarmos as pernas e comer um sanduiche – foi na cidade Huelva, com população de menos de cem mil habitantes, caberiam todos no Maracanã. Era por volta das dez da noite e a praça principal, com uma iluminação exuberante que competia com a luz do dia, vibrava numa feliz celebração da vida. Huelva, minha primeira cidade espanhola, foi para mim, uma verdadeira epifania. Com imensa tristeza, vi agora na TV que ela figurava entre as cidades mais atingidas pelo desastre das chuvas. Uma desgraça a mais no noticiário nosso de cada dia e – para mim – com um tom particular de tragédia.










