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| Reproduzido do X |
por Niko Bolontrin
O Inter, de Miami, atualmente em campanha pífia no campeonato norte-americano, pode emprestar Lionel Messi a um clube europeu em janeiro. Não se sabe se o contrato permite que Messi seja tratado como uma peça intinerante ou se o time pode fazer leasing do jogador mesmo contra a vontade dele. Ao aceitar jogar nos Estados Unidos Messi fez uma opção pessoal que nada tem a ver com futebol, que ele sabia não existir em nível aceitável na MSL, a liga que promove o medíocre campeonato estadunidense. O público do futebol - soccer, como eles chamam - nos Estados Unidos e formado por mexicanos, gualtemaltecos, venezuelanos, hondurenhos, brasileiros, costarriquenhos etc. No caso do Messi somam-se estadunidenses que querem ver a celebridade Messi, o "animal raro", não o futebol do qual eles não entendem xongas. Messi foi para Miami por dois motivos: dinheiro, claro, e não deve ser julgado por isso, e para proporcionar à família uma experiência no way of life local. Voltar à Europa mesmo que por empréstimo pode não ser seu sonho de consumo atual. Ele já anunciou que não renovará em2025 o contrato com o Inter de Miami e vai encerrar a carreira na Argentina. No Newell's que o revelou para o mundo.
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| Reprodução X |
Talvez com exceção dos Congressos da ditadura, o atual Senado e Câmara são os piores da história do Brasil. Nem a República Velha que fraudava votos para entupir o parlamento de picaretas diplomados foi tão medíocre e intelectualmente desonesta. O Senado despeja com velocidade impressionante pacotes inomináveis nas vidas dos brasileiros. Geralmente tais medidas atendem a lobbies poderosos ou a interesses particulares dos digníssimos.
Pois após investir contra o STF o Senado levará a votação a lei que que transforma o sangue humano em mercadoria. Sabe as placas que vemos nas ruas do tipo "compro ouro"? Ou o "carro do ovo" que passa na sua rua? Pois é, será a vez do sangue estar em promoção. Surgirão lojas populares do tipo"Sangue Bom Atacadão". Claro aparecerão lojas chiques na Faria Limer, Blood Top, El Sangre Libre, Paris Rouge. Mas a coisa não será tão bucólica, digamos. O comércio de plasma envolverá grandes corporações. A expressão "dou o meu sangue" vai sumir no momento em que a hemoglobina virar commoditie.
A permissão para a venda de sangue é apenas o começo. Os senadores pensam na frente. Não demora muito será aprovada a franquia para venda de rim, fígado e coração.
É isso, amigo, o Senado vai privatizar suas tripas e seus miúdos. O problema é a rapaziada começar a sequestrar você para revender nos shoppings que os senadores vão liberar os novos objetos de valor. Claro, deputados e senadores que por acaso precisarem de transfusões e transplantes terão or órgãos pagos por verbas públicas.
| Geraldo Matheus Torloni. Foto/Reprodução Instagram |
Em uma mensagem sobre o falecimento do seu pai na tarde de sexta-feira, 29, a atriz Christiane Torloni escreveu no Instagram:
- Despeço-me do meu amado pai, Geraldo Matheus, grata pela linda jornada que trilhamos juntos. Grata pela Arte, Ética e Amor com que ele me abençoou. E como diz Oscar Wilde: 'O mistério do Amor é maior do que o mistério da Morte'”.
Geraldo Maheus Torloni tinha 93 anos e, de fato, dedicou sua vida à arte. Foi autor, ator, diretor, produtor e administrador teatral.
Pode-se dizer que foi um roteiro casual e não escrito que o levou à Manchete. Em meados dos anos 1970, Adolpho Bloch foi nomeado diretor da Fundação de Teatros do Estado do Rio de Janeiro. Assumiu o cargo disposto a não fazer figuração. Ao fim da administração, entre outras realizações, havia reformado o Theatro Municipal, instalado uma moderna Central Técnica de Produções Teatrais em apoio aos espetáculos e construído o Teatro Villa-Lobos. No campo artístico, montou uma programação intensa, Foram 23 óperas e balés clássicos. Um destaque histórico foi a encenação da Traviata, sob direção do cineasta italiano e Franco Zefirelli.
Geraldo Matheus assumiu esse desafio ao lado do Bloch que, no seu livro biográfico O Pilão, fez um registro à competência e dedicação do amigo. Ao fim do seu mandato à frente da Funterj, Adolpho o convidou para dirigir o teatro da Manchete instalado na sede da empresa, na Rua do Russell. Em pouco tempo, Geraldo também assumiu funções administrativas na Bloch e idealizou mudanças para agilizar o fluxo de trabalho nos vários setores da editora. É dessa fase que muitos colegas guardarão lembranças da convivência com ele. Era conciliador, educado e objetivo na execução das mais diversas missões exigidas por duas dezenas de revistas. Quando a Bloch instalou a Rede Manchete, Geraldo Matheus foi chmado a colaborar, mais uma vez, em um projeto desafiador. Entre outras ações, coordenou uma linha de shows onde somou sua experiência artística e talento de administrador à teledramaturgia da nova rede. A partir do começo dos anos 1990, o Grupo Bloch entrou em crise, os problemas se agravaram e um turbilhão financeiro abateu a Rede Manchete, que foi vendida em 1999. No ano seguinte, em agosto, a Bloch Editores pediu falência. E aí começou a longa e dramática luta dos ex-empregados para receber seus direitos. Nessa hora difícil, Geraldo Matheus não se omitiu, ao contrário, uniu-se à Comissão do Ex-Empregados da Bloch Editores e participou até recentemente das reivindicações trabalhistas junto à Massa Falida da Bloch Editores.
Geraldo Matheus formou-se na primeira turma da Escola de Arte Dramática de São Paulo. Ele deixa a mulher, a atriz Monah Delacy, dois filhos, Christiane Torloni e Márcio Torloni, um neto, Leonardo Carvalho, e um bisneto, Lucca Carvalho. Nossos pêsames à família.
Para os antigos colegas da Bloch, permanecem a admiração, as lembranças da convivência e a saudade do amigo.
Se o Globo cobrisse a crucificação de Jesus entrevistaria Pôncio Pilatos, o Augusto Aras da época, que o indiciou, daria espaço a Barrabás e faria o perfil do soldado romano que varou o Nazareno com uma espada. O Globo prática um jornalismo superado, o de ouvir "os dois lados", quando lhe convém. Seja qual for o "outro lado", pode ser o Marcola, pode ser o João de Deus, o Chico Picadinho. Se você consultar a coleção do New York Times verá que eles não promoveram o "viking" que invadiu o Capitólio e nem deram espaço laudatório para deputados e senadores republicanos-trumpistas que "justificaram" o ataque. Aqui, O Globo destaca com espantosa frequência o pessoal que atacou a democracia. Mourão, Braga Neto, Flávio Bolsonaro, Arthur Maia, Moro e Dallagnol têm camarotes vip no jornalão. Dallagnol ganhou página nobre coincidentemente no mesmo dia em que vieram a público denúncias sobre notórios jornalistas do Grupo Globo que atuavam sobre ordens e pautas da Lava Jato, onde os procuradores funcionavam como chefes de reportagens de falsos profissionais. No bunker da Lava Jato, uma quadrilha pegava o celular e decidia a primeira página do jornal e a matéria de destaque no Jornal Nacional.
O NYTimes, ao cobrir o fato e as repercussões da tentativa de golpe em Washington, deu-se ao direito e ética de não ouvir canalhas antidemocráticos. O Globo prefere adorar o " doisladismo", supõe que assim se isenta e finge defender a democracia enquanto trata golpistas e a ultra direita a caviar com pão na chapa.
por Niko Bolontrin
Tite sonhava em treinar um time da Champions. Não deu. Ao longo de um ano sabático ele teria sido sondado apenas por poderosos esquadrões da Arábia Saudita e supostamente por uma extraordinária equipe da Flórida. A oportunidade de voltar à área técnica surgiu aqui mesmo no patropi. O Flamengo quer resgatá-lo um ano depois do Catarazzo. Tite pode levar o Flamengo a empilhar taças, mas divertido será voltar a observar seu estilo. O treinador é um voraz leitor de livros de auto-ajuda e, com base nessa inspiração, desenvolveu uma linguagem peculiar para explicar suas táticas futebolísticas. Nas coletivas Tite costuma mostrar seu lado coach e de influencer. Não funcionou nas copas mas dará para o gasto na Gávea, que está precisando de "motivação", "foco", "impulso", "redirecão"... Amigos do treinador falam que ele tem propostas dos Estados Unidos. Curiosamente, essas "proposta" apareceu junto com vaga aberta no Flamengo. Acho que dá para cravar que nada disso existe, Tite vai fechar com o time carioca
Um designer que frequenta este blog notou uma coincidência visual entre os logos da novela Elas por Elas e o título da extinta revista EleEla. Ele informa que não vê plágio - há diferenças nas fontes - mas sem dúvida um sugere o outro como as reproduções que enviou demonstram. "A memória me remeteu a uma espécie de revista irremediavelmente extinta", diz ele.
| Xuxa, aos 15 anos, fotografada por Nilton Ricardo. Para ela, posar era ainda um aprendizado. |
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| Aos 16 anos, fez sua prmeira capa, também com foto de Nilton Ricardo. É visível sua rápida evolução como modelo. |
"Depois" - ele conta - "fiz a primeira capa da Xuxa, aos 16 anos, para a Carinho". Lançada no final da década de 1970, essa revista destinava-se ao público adolescente e fez grande sucesso até os anos 1990, obtendo números expressivos de circulação.
Nilton comandou durante muitos anos o estúdio de fotografia da Bloch onde realizou centenas de ensaios. Na opinião dos principais editores da casa, ele dominava linguagem apropriada ao estilo de cada revista. Assim, tornou-se recordista de capas: foram cerca de 800 em Manchete, Fatos&Fotos, Amiga, Carinho, Mulher de Hoje, Desfile, Tendência, entre outras. Muitas delas protagonizadas por Xuxa Meneghel. Com longa trajetória na extinta Bloch, Nilton conta que não se limitou ao estúdio e se especializou em reportagens de ação: pulou de paraquedas, voou em jatos da FAB e escalou o Pico da Neblina, entre outras matérias do tipo experiências reais.
Por mais de 20 anos, Nilton Ricardo assumiu uma tarefa gigantesca: reunir depoimentos de centenas de fotógrafos que atuaram nos meios de comunicação do Brasil de 1950 a 2000. O objetivo foi traçar um painel do fotojornalismo. "Eu quis recuperar as histórias e a História segundo quem as viu passar diante e atrás das câmeras", define ele, que cumpriu a missão. O livro está pronto e Nilton agora enfrenta um desafio igualmente árduo: encontrar uma editora que torne o livro uma realidade ou um patrocinador que viabilize o projeto e ajude a levar às novas gerações a evolução do fotojornalismo segundo seus protagonistas.
Leia a matéria publicada no Splash AQUI
por Niko Bolontrin
Todo respeito ao Messi, um dos maiores jogadores de todos os tempos. O argentino para efeito da história do futebol encerrou a carreira de verdade ao ganhar a Copa do Catar. Ao decidir ir para Miami jogar em um obscuro Internacional ele tomou uma decisão pessoal em interesse da família. Futebol não contou.
É patético ver um jogo de futebol em Miami.Tudo parece falso, a torcida organizada, a plateia e o jogo de baixo nível técnico. Em torno da estrela Argentina há um deserto técnico, com exceção, em monentos, de Jordy Alba e Busquet.
Ver Messi em campo virou uma atração turística como os golfinhos amestrados, como o Pateta e Mickey. Os promotores dos jogos levam artistas de Hollywood para badalar o evento. Alguns vão embora depois da foto sem entender xongas do que vêem em campo. Messi sofre para dar algum coletividade ao soccer, como o nome diz, mas é difícil. Nas arquibancadas, brancos americanos até tentam entender o jogo mas ao chegar logo querem saber quem é o quarter back. O estádio não tem mais do que 20 mil lugares não totalmente ocupados. A maioria "latinos", como segrega a receita racista dos Estados Unidos, um balaio onde cabem todos os não brancos, mexicanos, colombianos, venezuelanos, brasileiros etc. Nas arquibancadas aparecem uns animadores de torcida que ganham por hora cujo entusiasmo parece mais falso do que nota de três dólares. Eles gritam na hora errada e comemoram até quando a bola sai na linha de fundo. Vai ver pensam que é um touch down. Há suspeitas de que os organizadores incluem na TV e nos estádios um play back da torcida vibrando e enlouquecida. O som não combina com a imagem da galera parada como se estivesse em um velório. A maioria não parece concentrada, nem vibra diante de um chute perigoso ao gol como faz o torcedor brasileiro, inglês, espanhol, italiano, alemão ou argentino.
Repito: todo respeito ao Messi, que faça bom uso dos dólares, mas é triste vê-lo no meio de mais essa tentativa de tornar o soccer esporte de massa no país do football jogado com as mãos, do baseball, do basquete e do hockey. Nos anos 1970, levaram Pelé e Beckenbauer para o Cosmos. Deu em nada. Depois, o inglês Beckham tentou impulsionar o Los Angeles. Mixou. Agora sobrou para o Messi.
Para sair do vexame de Miami, o argentino tem uma saída: jogar a Copa de 2026 sediada por Estados Unidos, México e Canadá e encerrar sua carreira em grande estilo.
Lembrando que dos três países-sede apenas o México tem o futebol originário como esporte nacional. E a próxima Copa recebera 48 seleções. Isso, 48. Prepare-se para ver peladas monumentais.
Por fim, um teste: cite agora, sem consultar o Google, um meio campo norte- americano talentoso, nomeie um grande atacante canadense.
Pois é.
O Globo de hoje publica uma entrevista com Hamilton Mourão. Deve ser a milésima desde que saiu do anonimato alçado à patente de bobo da corte da extrema direita. O culpa não é dele. É da velha fórmula jornalística que consiste em "repercutir" um fato. A delação premiada do Cid do B, o cambono de Bolsonaro, apontou para a participação de militares graduados em uma reunião em que se discutiu impedir a posse de Lula? "Corre lá, repórter, repercute". Na pressa, o jornalista, coitado, não consegue ninguém mais sério e apela para o Mourão que está em casa, no sofá, pijama com validade vencida, apenas esperando que um jornalista o procure. Sei lá por que, nunca falh, sempre um escriba do Globo, Folha, Estadão, CNN, Globo News liga para ouvir o ex-general falar qualquer bobagem. Ele se acha espirituoso e, pelo jeito, os jornalistas também gostam do estilo "praça da alegria" do pilar da direita bolsonarista. Dessa vez, classifica a preparação para um ataque à democracia - onde até tentativa de atentado a bomba ocorreu - como "blá- blá-blá".
Mourão é um entrevistado de vida fácil. É desfrutável. Está sempre de prontidão para falar e tirar um jornalista do sufoco quando for urgente "repercutir" um assunto. Vai acabar nomeado padroeiro dos repórteres desesperados.
Até há alguns anos, a Globo não virava suas câmeras para o chamado universo evangélico nem seus microfones captavam a música sertaneja. No quesito costumes, o grupo Globo se posicionava como progressista, como demonstravam as cenas ousadas e os temas de gênero incluídos em novelas.
Esse tempo passou.
E o executor da nova estratégia global seria o diretor Amauri Soares, que assumiu o posto em março de 2023.
No campo religioso, séries bíblicas, concursos de música gospel já despontam na programação; na música, além de série ficcional sobre uma jovem que luta pelo sucesso como cantora, documentários lamuriosos contam a trajetória de ídolos sertanejos.
O que move a Globo não é a fé nem o gosto musical. É a busca pela audiência. A TV aberta, principalmente tem que matar um boi por dia para segurar os números em quedas na última década. A Globo Play é máquina voraz de consumo de conteúdo. O música sertaneja dar una força nisso. E séries biblicas, concursos de música gospel e introdução de personagens carolas em novelas cumprem a mesma missão mercadológica.
Obviamente, a estratégia implica em custos, um deles é a censura. A tesoura tem cortado cenas gravadas de beijos gays e cortado trechos de roteiros antes mesmos de serem gravados.
A propósito, aparentemente o último reduto ainda imune à música sertaneja é o Rock'n Rio, do qual a Globo é parceira. Como dizia o jargão dos colunistas de antigamente, "não será surpresa" se Gustavo Lima, Luan Santana e outros subirem no Palco Agro Pop.