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| 1967: Edifício Manchete quase pronto |
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| 1967: Edifício Manchete quase pronto |
Sabe a pregação neoliberal de acabar com impostos. Não tem erro. Quando o governo - qualquer governo - elimina um imposto de algum produto o valor da isenção não é passado para o consumidor. O tributo é apenas privatizado. Você continua pagando, apenas o destinatário deixa de ser o governo e a grana vai para o bolso do empresário do setor Com isso, some também da mídia qualquer "reclamação" neoliberal sobre impostos. As empresas apontam uma infinidade de motivos, mas mesmo quando não há algum, menos de 20% do valor do imposto extinto ou suspenso chega ao consumidos, e por pouco tempo.
Você que visita esse blog já deve ter percebido que o termo sociopata é às vezes utilizado para definir o modo de ser do elemento nocivo que o Brasil elegeu. Claro que isso provoca reações de seguidores do sujeito armados de xingamentos e palavrões.
Entre outros, o Manual de Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais editado pela Associação Americana de Psiquiatria pode ajudar a identificar esse transtorno. O guia dá 15 dicas para você identificar um sociopata. Anote, no mínimo, vai ensinar os brasilinos a votarem melhor.
Atenção, este é apenas um texto irônico-político. Se você tiver nas suas relações alguém que se encaixe no mapa abaixo, indique um especialista, busque ajuda para ele. Se o prefeito, o deputado, o governador, o vereador, o senador, o presidente em quem você pretende votar nas próximas eleições combinam com o "diagnóstico" e mesmo assim você sufraga o indigitado, então sinto dizer que quem precisa de tratamento é você.
O sociopata...
1 - Detesta leis, acha que legislação atrapalha
| Reprodução Twitter |
por José Bálsamo
Um especialista amigo explica. Os vírus são diferentes. O da Espanhola, que surgiu nos Estados Unidos, era o mortal H1N1. O da Covid-19 é o SARS-Cov2, que apareceu na China e é igualmente devastador.
Em 1918-1920, a população mundial era de cerca de 2 bilhões de pessoas. Uma quarto disso foi contaminado. Hoje, o planeta tem quase 8 bilhões de habitantes e o vírus contaminou até agora cerca de 115 milhões de pessoas. Para igualar percentualmente o número da Espanhola, a cifra global de infectados pela Covid-19 teria que chegar a cerca de 2 bilhões de pessoas para alcançar um quarto da população atual.
A Espanhola matou oficialmente 17 milhões de pessoas, mas a subnotificação ou nenhuma notificação foram a regra. Estima-se que morreram em torno de 100 milhões de pessoas. A Covid vitimou 2 milhões e meio de pessoas oficialmente, até agora. Também há subnotificação. Algumas pesquisas indicam o número de mortos pode ser 50% maior.
Biologicamente, a Espanhola2 seria a epidemia de 2009, essa sim transmitida pelo mesmo H1N1, para o qual foi desenvolvida vacina eficiente.
Em termos de impacto na saúde mundial, a Covid-19 está mais para Espanhola 2, mas, além dos vírus, os contextos sociais são bem diferentes. A Espanhola 1 foi impulsionada pelo ambiente. A Europa, o vetor principal, estava devastada pela guerra, havia fome, má nutrição, deficiência de comunicação com as populações e pouca higiene. Já o SARS-Cov2 se espalha mais rápido em um mundo onde as pessoas circulam intensamente e tem potencial para produzir mais mutações, mas a ciência e a comunicação estão mais avançadas, a necessidade de seguir protocolos chega ao público - embora muitos não cumpram as normas - e as vacinas foram desenvolvidas em tempo recorde.
A maioria do países, apesar de dificuldades pontuais, consegue controlar a pandemia com medidas duras. Os Estados Unidos e o Brasil se apresentam como exemplos negativos, a terra de Joe Biden conseguiu se livrar do negativista Trump, a vacinação avançou e os números entraram em queda. Resta o Brasil fora de controle, estabelecendo-se como um perigoso vetor que ameaça o mundo e ainda submetido ao comportamento de sociopata do perverso Jair Bolsonaro, que ri dos mortos e os despreza.
Vivemos a maior tragédia da história do Brasil.
A indignação de mais uma derrota pífia me acordou. Resolvi lembrar aquela quarta-feira à noite no Maraca, com minha filha Natasha, em que vibrei como nunca com o futebol do meu time, que enfiou 4 x 1 no Flamengo. Era uma semifinal do Campeonato Brasileiro de 1997, no qual o Vasco seria tricampeão. Naquele jogo, cito da internet, “Edmundo acabou com a molambada, marcando três golaços e fazendo suas comemorações que ficariam na memória dos vascaínos por toda a eternidade.” Cruzmaltinos, vejam aí e acordem o gigante adormecido da colina, refém da cartolagem maligna. Quatro rebaixamentos é dose! Daqui a pouco caímos para a terceirona... Vascaínos do (Ed)mundo, uni-vos!
RELEMBRE UM JOGO HISTÓRICO AQUI
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| Foto; Divulgação/EMI |
O diretor do filme é Lee Daniels, que em 2001 se tornou o primeiro afroamericano a produzir sozinho um filme vencedor do Oscar. A história se baseou no livro do jornalista Johann Hari Chasing the Scream: The First and Last Days of the War on Drugs e mostra a perseguição movida pelo Departamento de Narcóticos contra a cantora por causa do sucesso de sua canção-de-protesto Strange Fruit, sobre o linchamento de negros nos estados sulinos. Agentes infiltrados chegam a mover uma operação de caça à cantora, chefiada por um afrodescendente com o qual ela tem um tumultuado caso amoroso. A estreia do filme no Brasil está marcada para 18 de março.
Veja o trailer AQUI
O programa Minha Casa, Minha Vida completará 12 anos no próximo dia 25. Mas já é falecido. O governo Bolsonaro não contratou mais nenhuma casa para os mais pobres.
Mais de 5 milhões de casas foram entregues até hoje. O Globo publica um editorial confuso sobre o programa. Na ânsia de criticar - o jornal sempre condenou a iniciativa desde o governo Lula - consegue ser negativo até quando esboça algo que se aproxima de um elogio. Como quando diz que o programa entregou milhões de casas, mas o Brasil ainda aponta um déficit de 6 milhões de residências. O passivo não parece ser culpa do programa, ao contrário, aponta sua necessidade e o quanto é grave a interrupção. Desde o golpe que derrubou Dilma, e que o jornal apoiou, a construção de casas pelo MCMV entrou em marcha lenta e, desde 2019, em coma.
Transferir a população para zonas periféricas é outra crítica que O Globo faz. Significa uma mudança para o jornal que nos anos 1960 apoiou a remoção das populações das favelas da Zona Sul do Rio para a Zona Oeste distante e, na época, longínqua e sem transportes coletivos.
O editorialista destaca um estudo de uma economista da FGV para constatar que os pobres sorteados com uma oportunidade de morar melhor (o MCMV seleciona os interessados em sorteios) são, na verdade, "perdedores". Aponta que, para os pobres, é mais barato morar em barracos.
A economista, apesar disso, concede identificar que a maior contribuição do programa é o fato de famílias morarem em casas com acesso a água e esgoto. E mostra que, comparando com aqueles que vivem em barracos, registra-se aumento de peso nos recém-nascidos, além de redução na mortalidade infantil. Diria que essa é uma das consequência mais elogiáveis do programa para os "perdedores", que é como o editorial rotula os contemplados com casas. E não vale dizer que essa foi uma conclusão da pesquisador. O editoria não usa a rubrica "opinião" à toa. O selo está ali para dizer que o jornal assina embaixo de tudo o que está escrito na seção. Sobre esse fato, o Globo produziu uma frase ímpar. Alguém decifra? Alguém decifre essa frase de quem tem plano de saúde five stars: "Habitação melhor resulta em melhoria de saúde, mas não é uma política ótima".
Por fim, a especialista que forneceu os dados para o editorial admite que "é preciso estudar mais", o Minha Casa, Minha Vida. Ou seja, suas conclusões são baseadas em uma obra ainda em progresso.
É possível que, para "comemorar" o aniversário, o Globo escale equipes para visitar os conjuntos e mostrar como os mais de 5 milhões que receberam casa própria são "perdedores". E talvez até reúna uma multidão de pobres que abandonaram suas casas do Minha Casa, Minha Vida para voltar a morar em barracos "mais baratos".
| 1971: Roberto Barreira, de terno escuro, localiza e entrevista para a Manchete o irmão do embaixador Giovanni Bucher, então sequestrado no Brasil. Reprodução Manchete |
Em 7 de dezembro de 1970, a Vanguarda Popular Revolucionária (VPR), organização que combatia a ditadura, sequestrou o embaixador suíço Giovanni Bucher. Foi o assunto da mídia nas semanas seguintes.
Roberto Barreira, então chefe da Sucursal da Manchete em Milão, viajou para a região do Lago Como, no Alpes Italianos e ali localizou o hoteleiro Rodolpho Bucher, irmão do diplomata suíço. Depois de quebrar uma resistência natural - os Bucher até então não haviam sido procurados pela mídia - Roberto foi recebido na residência da família e conversou com o apreensivo Rodolpho. Um feito do saudoso Roberto que, poucos anos depois, voltou ao Brasil para dirigir a revista Desfile e a transformou em um dos sucessos editoriais e comerciais da Bloch.
Giovanni Bucher foi liberado pelos guerrilheiros em 16 de janeiro de 1971 em troca de 70 prisioneiros políticos. Na mesma ocasião, com outra dupla - o repórter Carlos Freire e o fotógrafo Alécio de Andrade - Manchete ouviu, em Luxemburgo, Anne Marie Mailet, irmã do embaixador sequestrado,
Bolsonaro tem muitas semelhanças com Collor.
Ambos foram eleitos por um partido pequeno, os dois evitavam debates (no caso do Collor, no primeiro turno), os dois apregoaram a "honestidade" antes de se envolverem em operações suspeitas, Collor se encrencou com o cheque do Fiat Elba, o outro com o cheque do Queiroz, os dois usaram verde-amarelo na propaganda eleitoral e os dois detonaram a Cultura.
Deu no que deu.
Segundo os jornais, Collor é o mais novo conselheiro de Bolsonaro. Deve ter dado a dica.
A galera de camisa amarela que foi para as ruas, com a ajuda da mídia de direita, e apoiou o golpe contra Dilma Rousseff, presidente eleita democraticamente, pode comemorar, hoje, a PEC da Impunidade. A instituição do regime do vale tudo. O AI-5 Legislativo.
É possível saber como um golpe começa, mas não é previsível saber como termina nem quando termina.
O Brasil paga, mais uma vez, o preço cobrado pelas elites que investem no atraso em proveito próprio.