sexta-feira, 17 de abril de 2020

Humor, por favor. No Charlie Hebdo, a volta ao trabalho...


Velho Oeste: quando a cloroquina não existia

O charlatão Merriweather (Martin Balsam) no filme "Pequeno Grande Homem".. 

por Ed Sá

A figura do charlatão era recorrente nos westerns clássicos. Geralmente envergando cartola e casaca, o sujeito percorria as trilhas empoeiradas do Oeste e parava nas pequenas cidades para vender suas poções.

A cloroquina que Bolsonaro propagandeia não existia, mas o curandeiro andarilho vendia "remédios" para curar impotência, vermes, infestação de carrapatos, piolhos, veneno de cobra, disenteria e um pozinho para acelerar cicatrização de buracos de balas.

Claro que as meizinhas eram pura enganação. Mas isso não era problema para o charlatão. Como um nômade, ele vendia seus produtos em uma cidade e logo partia para outra.

Na vastidão do Oeste, o charlatão encontrava muitos outros otários sem precisar repetir a praça.

Eles também são contra o isolamento...

Segundo a Tupi FM, em áreas dominadas pelas milícias, o comércio agora vem sendo obrigado a funcionar. Simples: assim como o governo federal quer o povo na rua por temer perder dinheiro dos impostos, a milicia reclama por ver diminuir o caixa da extorsão que pratica junto aos comerciantes. Os criminosos não se preocupam com o número crescente de mortes. São contra o isolamento social e querem o comércio aberto porque não se pode curar o doente e matar a galinha dos ovos de ouro dos paramilitares que subjugam milhares de cariocas.
Um discurso já ouvido em algum lugar... 

"Espírito Santo de orelha" baixa em Bolsonaro

Bolsonaro usou um ponto eletrônico para sustentar seus pronunciamentos tanto na apresentação do novo ministro da saúde, ontem, quanto na posse, hoje. A fala é pausada e, entre uma frase e outra, aguarda a "cola" que vem dos bastidores. Ontem, o discurso foi tão lento que as redes sociais indagaram se o capitão inativo tinha tomado calmantes ou um litro de chá de maracujá..
Trata-se de uma inovação na comunicação do Planalto. Já foi usado antes o telempronter, mas Bolsonaro se atrapalha com o sistema.
O Planalto não informa a razão da mudança, nem se foi uma sugestão de Regina Duarte. A atriz tinha dificuldade para decorar falas nas novelas e a produção lhe pendurava o micro-equipamento na orelha. Na linguagem popular, Bolsonaro e Regina Duarte são amparados pela versão tecnológica do "espírito santo de orelha" que, segundo o dicionário, é "o indivíduo que procura auxiliar outrem murmurando-lhe respostas".

CNN americana: a vinheta que oferece calma...

Reprodução 

A CNN americana está, é óbvio, com um massiva programação sobre a Covid-19 no país que soma mais contaminados e mais vítimas fatais. A própria CNN exibe na tela o relógio fatal que conta a devastação que o coronavírus causa. O noticiário é geralmente assustador. Por isso, a rede americana criou uma vinheta que faz todo o sentido: são 30 segundos de calma sugeridos por uma série de imagens em câmara lenta. Uma janela para descontrair. Nem que seja para "viajar" por alguns segundos.  O conceito deve agradar ao pessoal da marijuana. 
A CNN propõe 30 segundos de cachimbo da paz.  

quinta-feira, 16 de abril de 2020

Dias estranhos... O rock profético de Jim Morrison e The Doors


Em 1967, The Doors (Jim Morrison nos vocais, Ray Manzarek (teclados), Robbie Krieger (guitarra) e John Densmore (bateria) lançaram Strange Days. Não sabiam que escreviam um hino dramático para ser ouvido neste 2020. É a metáfora do coronavírus...


Strange Days  (Clique AQUI)

Os dias estranhos nos encontraram
Os dias estranhos nos rastrearam
Eles vão destruir
Nossas alegrias casuais
Nós temos que seguir em frente ou encontrar outra cidade

Sim!

Olhos estranhos ocupam salas estranhas
Vozes anunciarão o cansado fim
A anfitriã está sorrindo
Seus hóspedes dormem em pecado
Me ouça falar sobre o pecado e você sabe que isso é um

Sim!

Os dias estranhos nos encontraram
E através de suas estranhas horas, ficamos sozinhos à espera
Corpos confusos
Memórias mal usadas
Enquanto trocamos o dia pela estranha noite de pedra

Viraliza na web: a liga dos heróis contra a milícia do vírus


quarta-feira, 15 de abril de 2020

Fato em foto: o vírus é abstêmio

Foto; Prefeitura de Paris
A ocupação alemã durante a Segunda Guerra Mundial não foi capaz de fechar cafés e restaurantes de Paris. Durante a onda de ataques terroristas, em 2015, o Estado Islâmico selecionou alvos que simbolizavam o estilo de vida dos parisienses, como a casa de shows Bataclan, bares e restaurantes. Paris não se rendeu e manteve abertos os lugares. Como o Cafe Panis, xará deste blog,  mas não sinônimo, com vista para a Notre Dame.
                                                     
A guerra e o terrorismo religioso não conseguiram, o vírus, sim.

Cadeiras empilhadas, copos e taça vazios...

Playboy, a original, se despede sem choro, nem vela

Em março, a Playboy americana anunciou que estava suspendendo a edição impressa até o fim do ano.

Os editores atribuíram a decisão ao coronavírus. Parece improvável que volte ás bancas. Ou, pelo menos, o mercado editorial dos Estados Unidos não acredita em reversão.

Sem surpresas; a circulação da revistas despenca há alguns anos. Nos anos 1970, atingiu um recorde ao vender 5,6 milhões de exemplares por mês, mas se tornou insustentável desde 2010. Fez uma tentativa de reposicionamento ao eliminar os nus. Não deu certo e o full-frontal voltou. Antes do anúncio da interrupção da versão impressa, a periodicidade era trimestral. Com a capa da última edição (na foto), com certeza uma das piores das história da revista, não havia mesmo muita esperança.

Poucos países ainda levam a Playboy às bancas. Entre estes, estão Portugal e Espanha.


Para o Washington Post, entre os líderes que minimizam a pandemia, Bolsonaro é "o pior" do mundo

Reprodução The Washington Post 14/4/2020

Um "julgamento de Nuremberg" ao fim da Covid-19

Spencer Tracy é o  juiz Dan Haywood. 
Em dias de isolamento social, uma boa reflexão é ver "Os Julgamentos de Nuremberg". A direção é de Stanley Kramer. No elenco: Spencer Tracy, Burt Lancaster, Richard Widmark, Marlene Dietrich, Maximilian Schell, Judy Garland e Montgomery Clift. O filme aborda um desdobramento das ações do Tribunal Militar Internacional, que era o nome oficial da instituição.

Os principais líderes nazistas já haviam sido condenados três anos antes. Cabia ao juiz aposentado Dan Haywood, papel de Spencer Tracy, tentar punir membros da estrutura administrativa nazista que usaram seus cargos para sustentar as ações dos carrascos. Eram burocratas, diretores de empresas, políticos, integrantes do partido etc, que não abriram pessoalmente os manetes de gás mas contribuíram para tal.

O filme descreve o processo e julgamento de quatro juízes que "legalizaram" o terror nazista. Não é fácil a tarefa de Haywood. A Guerra Fria se instala e os governo aliados já não têm tanto interesse em Nuremberg. Na época em que se desenrola a trama, os formuladores da política externa dos principais países se esforçam para esquecer o passado. Os holofotes estão praticamente desligados no ambiente do tribunal e, nos bastidores, cresce a pressão política para jogar um tapete sobre a Alemanha, que já insere na geopolítica da Guerra Fria. Da sua cadeira, o juiz Dan Haywood luta para cumprir seu papel, punir os culpados, impor a lei e os princípios da sua consciência.

O mundo está no meio de uma nova guerra. Dessa vez, o coronavírus é o inimigo invisível que deixa visíveis as ações de alguns governos que desprezaram e até lutaram contra protocolos para salvar vidas, como no caso do isolamento social. Em países como Estados Unidos, Itália, Brasil, Espanha, Equador, autoridades relutaram em seguir as medidas recomendadas da Organização Mundial da Saúde. A China levou mais de um mês para revelar a existência do novo coronavírus.Alguns dirigentes fizeram discursos agressivos e injetaram conteúdo político, ideológico e mercantilista na pandemia. Em consequência, perderam tempo e produziram cadáveres. Estes deixam suas digitais em milhares de sepulturas.

Cientistas, políticos e economistas sérios começam a discutir o que será o mundo após a pandemia. Serão graves as consequências e, para superar a crise, democracia, solidariedade, justiça social e melhor distribuição de renda para as populações serão remédios valiosos.

Será um recomeço.

Para isso, também será necessário apurar responsabilidades e identificar as decisões de governos que resultaram em mortes que poderiam ter sido evitadas.

Até que a ciência desenvolva uma vacina os números vão chocar. Que esse choque resulte na indignação que exigirá a apuração de responsabilidades.

Basta acompanhar os fatos: há crimes em andamento. Crimes contra a humanidade. A palavra genocídio será usada ao fim dessa tragédia global.

Um tribunal internacional poderá ser uma boa resposta legal e moral em respeito aos milhões de mortos.

terça-feira, 14 de abril de 2020

Tecnologia vai mostrar no seu celular se você "deu match" com alguém que já testou positivo para o coronavírus...

Google e Apple estão desenvolvendo juntas uma tecnologia de rastreamento de contatos. Na prática, o sistema poderá mostrar, através de troca de informação de celulares, via bluetooth, se há alguém  que testou positivo nas imediações. As empresas avisam, contudo, que a tecnologia estará disponível em maio, mas caberá aos governos incorporarem ou não como ferramentas de combate à disseminação do vírus. O sistema estará operacional em maio. O Canaltech tem matéria sobre o assunto. AQUI

DataPanis acrescenta mais palavras e expressões do vocabulário do coronavírus

* Coronafest - Evento realizado em Rondônia. Espécie de festejo dedicado ao vírus. No salão teriam ecoado gritos de "mito", "mito". O governo de Rondônia informa que vários participantes da festa já foram testado positivos para o vírus. Não se sabe se organizarão outro regabofe nos hospitais ou nas funerárias.

* Coronamártir - As milicias que lutam pelo fim do isolamento já elegeram nas redes sociais pelo menos duas heroínas. São as mulheres que em São Paulo e no Rio desafiaram as restrições. Uma delas foi à praia e outra a uma praça interditadas. Aos berros, resistiram aos guardas civis, agrediram moralmente os funcionários, deram mordidas e bradaram que o vírus é um complô comunista. Se um dia houver um panteão em Brasília para homenagear as covidettes, outro neologismo, elas serão lembradas.

* Influencers do vírus - São os cantores sertanejos que nas suas páginas exaltam a postura de Bolsonaro contra o isolamento e defendem o #vaiprarua. Não se pronunciam sobre os milhares de brasileiros que já fazem explodir as estatísticas de morte.

* Piratas do vírus - São os países ou empresas que interceptam em aeroportos carregamentos de máscaras, luvas e testes destinados a outro país. Estados Unidos, Inglaterra, França teriam feitos ações do tipo. Em outras ocasiões, empresas privadas ofereceram mais dinheiro para exportadores chineses e também se apoderam dos carregamentos. O Brasil já foi vítima dessa pirataria em pelo menos três grandes remessas.

* Cloroquináticos - São os fanáticos da cloroquina. A maioria não sabe do que se trata, mas carrega faixas pregando o uso em massa do medicamento, que virou uma espécie de poção sagrada dos milicianos fundamentalistas.

* Cloroquiners - os ativistas do remédio propagandeado por Bolsonaro.

* Quarenteners - os cidadãos que se isolam, protegendo a si próprios e aos outros.


Fotomemória da redação: Moraes Moreira (1947-2020) encontra Bob Marley (1945-1981)

1980: Moraes Moreira e Bob Marley em dia de pelada no Politheama. Foto de Frederico Mendes/Reproduão Manchete

por Niko Bolontrin

Moraes Moreira, que morreu ontem, no Rio, fará muita falta no atual panorama musical. Sua obra traduziu muitos aspectos do Brasil. O futebol, por exemplo. O baiano de Ituaçu era um apaixonado pelo Flamengo. Por várias vezes uniu seu talento musical à bola. Era também um peladeiro ou gostava de "bater um baba", como se diz na Bahia.

Em 1980, Bob Marley veio ao Brasil para a inauguração da gravadora Ariola.

Manchete cobriu os passos do astro jamaicano do reggae e do movimento rastafári. Fora da agenda oficial, o fotógrafo Frederico Mendes registrou uma pelada no campo do compositor Chico Buarque, o Politheama, que contou, entre outros astros, com Marley, Junior Marvin (do The Wailers), Paulo César Caju, Toquinho, Chico Buarque, Alceu Valença e Moraes Moreira.

O jogo não acabou para Moraes Moreira. Seu talento é eterno.

Dois anos depois daquela pelada do Politheama, Moraes Moreira lançou 'Sangue, Suingue e Cintura", música que homenageava Zico e uma das maiores seleções que o Brasil já montou, a da Copa de 1982. Sim, aquele time fabuloso, que não foi campeão mas virou lenda do futebol mundial, ganhou do baiano genial uma trilha sonora à altura. Ouça a música AQUI

Acabou a cerveja!


Dona Olive Veronesi sabe das coisas. Em isolamento social, ela viu que o estoque de um produto de primeira necessidade estava acabando. Foi à janela e fez um apelo. O fabricante viu a cena na TV e mandou para a casa dela, na Pensilvânia, 150 latinhas. A informação é do Extra AQUI

De um lado, o genocida. Do outro o respeito à vida

Em entrevista ao Globo, hoje, o economista Pierre Salama, professor da Universidade de Paris, ex-aluno de Celso Furtado - o ilustre brasileiro, um intelectual do tempo em que muitos economistas tinham visão social da renda nacional, ao contrario dos "guedes" de hoje que são meros corretores a serviço do mercado financeiro - diz que Bolsonaro já pode ser considerado "um criminoso de guerra".
Bolsonaro não está sozinho, todo um gabinete genocida impulsiona a postura do Planalto que minimiza a pandemia e despreza políticas de saúde à custa de vidas que se vão a cada hora.

Para que a tragédia não seja maior, o Brasil conta com a consciência de muitas pessoas, aquelas que resistem às patrulhas de idiotas das passeatas que percorrem as ruas pregando contra o isolamento e resistem à sociopatia do governo federal.

Uma matéria do G1, hoje, é bem simbólica. Revela a estratégia dos filhos para proteger a mãe.

Bem-humorada, Dona Maria das Mercedes, mostra que o tempo é de isolamento social. É mesmo.
E deve ser a rara ocasião em que um corrente não é símbolo de opressão, mas de carinho. #fiqueemcasa
Veja a matéria no G1 AQUI

segunda-feira, 13 de abril de 2020

50 anos depois do fim, sites apontam as piores músicas dos Beatles

Os Beatles se separaram em 17 de abril de 1970. Há 50 anos. Matérias "comemorativas" da data foram publicadas em zilhões de veículos. Na contramão, dois sites listam as piores músicas da banda. Em comum, as duas fontes apontam Revolution 9 como a pior das piores.

Veja  a lista do Badger on Line, em ordem decrescente até a pior. 

10) Ob-La-Di, Ob-La-Da
9) Run For Your Life
8) Birthday
7) Don’t Pass Me By
6) Within You Without You
5) Yesterday
4) Octopus’s Garden
3) Wild Honey Pie
2) Maxwell’s Silver Hammer
1) Revolution 9

A lista das cinco piores segundo o Ultimate Classic Rock (publicada no Brasil pela Rolling Stone/UOL

5) Boys
4) Komm, Gib Mir Deine Hand (versão em alemão de I Wanna Hold Your Hand.
3) Wild Honey Pie
2) Flying
1) “Revolution 9” - The Beatles

Regina Duarte era fake. Só parte da mídia não sabia...

O cineasta, o colunista, o compositor, o antropólogo, o comentarista político, a atriz, o editorialista, a âncora, a comentarista cultural, o diretor de teatro, o produtor... devem ter passado os últimos anos em um spa marciano. Só assim, por estar em outro planeta, essa turma acreditou, e escreveu, que Regina Duarte na Secretaria da Cultura era uma boa notícia não apenas para o setor como para a democracia brasileira atualmente combalida.

Vai ver foram vítimas da Síndrome de Estocolmo - o estado psicológico que transforma a intimidação em afeto - ou não teriam perdido o senso crítico diante da chegada da atriz ao governo Bolsonaro. Chegada formal, porque Regina há muito é do gabinete informal do capitão inativo. Mais do que isso: pela quantidade de fake news que retuíta deve aspirar um lugar à mesa do gabinete do ódio palaciano. Há anos ela despeja a baba do seu estilo pitbull nas redes sociais.

Ao paparicar Regina, aqueles homens de mulheres de boa vontade fizeram a mídia embarcar ingenuamente em uma furada colossal. Mais uma entre tantas que levaram o Brasil ao poço em que se encontra hoje.

Do ponto de vista administrativo, Regina virou mingau. Não há notícias da sua "administração", mas demonstra alguma atividade nas redes sociais. 

Com o objetivo de defender as atitudes de Bolsonaro contra o isolamento social, Regina Duarte postou neste Domingo da Páscoa mais uma mensagem odienta. Dessa vez agrediu a falecida Marisa Letícia a propósito de valores de suposta aplicação em debêntures. Fake news já desmentida pela própria Justiça. De quebra, e isso se destaca na ilustração, ela debocha da mídia que a exaltou.

O ator Paulo Betti repudiou a agressividade militante da agente política de Bolsonaro junto á Cultura, uma espécie de sargenta às ordens do capitão inativo. Ou, para usar a linguagem casamenteira adotada por ocasião da nomeação da atriz, a Justina Szilágyi de um certo Vlad.



Reproduções Twitter

domingo, 12 de abril de 2020

Jornalistas do SBT repudiam apresentador, vulgo "Marcão do Povo", que sugere campos de concentração para pessoas com coronavírus

O repórter Gabriel Vaquer obteve com exclusividade para o UOL carta escrita por jornalistas do SBT e enviada à direção do canal em repúdio às declarações do apresentador "Marcão do Povo", do programa "Primeiro Impacto", que sugeriu a instalação de "campos de concentração" para pessoas que estivessem com o coronavírus.
Os jornalistas querem que "Marcão" seja dispensado da emissora após os 15 dias de suspensão que foram impostos a ele.
Esse "Marcão" é o mesmo que é alvo de processo por racismo movido pela cantora Ludmila, a quem chamou de "macaca". Na época, o apresentador era da Record, que após a repercussão da ofensa o demitiu.
Não se conhece a reação de Silvio Santos, que está ausente. E não se sabe se dará importância ao fato.
Além de achar que um instrumento nazista é adequado para o combate á pandemia, o tal Marcão parece ser do time que minimiza o coronavírus. Os colegas o acusam de por a redação em perigo por não seguir as recomendações de higiene recomendadas pela Organização Mundial da Saúde.
Leia no UOL a carta na íntegra AQUI

Covidético, o neologismo da pandemia

Ontem, em texto sobre o vocabulário da pandemia, este blog lançou o neologismo covidético para nomear os portadores do coronavírus que desenvolvem a doença. Trata-se, como se vê, do radical covid (da sigla Covid-19) e o sufixo ético, à grega.

É uma nova palavra, mas não plenamente original.

Certamente surgiu por desdobramento da linguagem médica, casos, por exemplo, de diabético, aidético.

Como o paciente zero da Aids foi um canadense residente nos Estados Unidos, os primeiros informes médicos e as primeiras matérias jornalísticas difundiram a sigla em inglês (de Acquired Immunodeficiency Syndrome). Portugal, fiel à Flor do Lácio, preferiu adotar o sidoso (derivado de Sida, de Síndrome da Imunodeficiência Adquirida).

O termo aidético, que se popularizou no Brasil, nasceu na redação da Manchete, nos anos 1980, e foi amplamente absorvido pela língua. Foi criado por sugestão do jornalista Celso Arnaldo Araújo, que assim resolveu o problema da falta de um substantivo para as vítimas do então novo vírus.

O paciente zero da Aids, no Brasil, surgiu em São Paulo em 1982. Entre outras tarefas, como a chefia da redação em São Paulo, Celso era o editor de Ciência da revista, pela qual conquistou por duas vezes o Prêmio Esso de Informação Científica.