sexta-feira, 4 de novembro de 2016

Quem bate? É a crise... Versão impressa do The Wall Street Journal faz lipoaspiração jornalística para se tornar mais "digestível".

por Niko Bolontrin

O Wall Street Journal muda de formato na edição impressa. Com a queda das vendas, os jornais tentam medidas desesperadas para sobreviver.

Essa é mais uma.

Não está fácil. Mudar formato equivale ao caso do folclórico corno que surpreende a mulher com o Ricardão no sofá e e parte para um completo reposicionamento: tira o sofá da sala.

Tanto que a reforma, a julgar pelas declarações do editor do WSJ, claramente vai tornar o produto bem pior: seções serão fundidas, diminui o número de páginas, será reduzida a cobertura de cultura, notícias locais etc.

Ou seja: menos conteúdo.

Quando reformas são impostas por falta de dinheiro e não pela busca da excelência jornalística, o leitor sai perdendo.

O mais incrível nessa crise de identidade é que os anunciantes ainda parecem apostar mais no meio impresso do que as próprias editoras de jornais e revistas. Muitos jornais estão investindo em eventos como maneira de faturar verbas privadas e públicas. Só que a contrapartida é a publicação de páginas e páginas sobre o tal evento, que nem sempre será de interesse do leitor. O branded content, uma espécie de nova e pernóstica vestimenta da matéria paga, o jabá, também contamina o editorial.

Muitas marcas não abrem mão de ver suas mensagens em páginas duplas vistosas em vez de circular apenas no "mercado persa" da internet. É o que está sustentando ainda o impresso, mais do que as trôpegas soluções editoriais. É o caso de perguntar: a crise é do meio impresso? Do modelo? Do jornalismo? A indefinição e a busca enlouquecida de alternativas que levam a situações equivocadas como essa do WSJ, a de piorar para sobreviver, estão acelerando ainda mais a fuga dos anunciantes para o mundo digital.

Diz o editor do WSJ que o leitor quer hoje jornais mais "digestíveis".

Se é para fazer "digestível", melhor engarrafar limoncello amalfitano.

Quando o impresso de torna igual ao site, melhor eliminar o intermediário e ir de vez para o digital.

Ou para o limoncello.


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quinta-feira, 3 de novembro de 2016

Corporações da mídia brasileira vão contra a Constituição e o Marco Civil da Internet e ameaçam tirar do ar versões nacionais de sites jornalísticos estrangeiros. É o AI-5 ressuscitado como um zumbi do monopólio...

O baronato da mídia conservadora gosta de falar em globalização e livre mercado, mas pratica uma absurda concentração de meios e parece detestar concorrência. E não hesita em usar todas as suas armas, especialmente após o golpe que patrocinou, para tentar barrar qualquer obstáculo ao monopólio jornalístico que impõe ao Brasil.

A notícia abaixo é simplesmente espantosa. É o AI-5 ressuscitado como um zumbi a atacar de uma só vez a liberdade de imprensa, o direito à informação, o Marco Civil da Internet e a própria Constituição.

Como se fosse um regime autoritário - do tipo que a Turquia põe em prática para controlar a Internet ou à maneira das ditaduras islâmicas, incluindo o intolerante e violento Estado Islâmico que amordaça a comunicação - grandes corporações da mídia querem tirar do ar versões nacionais de sites jornalísticos que atuam livremente em todos os países democráticos.
Imaginem se a ação que a ANJ (Associação Nacional de Jornais) patrocina fosse assinada pelo governo Maduro, da Venezuela, diariamente combatido pela rede de publicações representadas? Nem mesmo Maduro, em meio ao clima de conflagração no seu país, ousou tanto.

A ANJ e a mídia dominante vão acabar pedindo a volta da lei que vigorou até a ditadura militar e que obrigava todas as publicações a obterem um registro no DPF (Departamento da Polícia Federal) e DCDP (Divisão de Censura e Diversões Públicas). Era isso ou não podia ir para as bancas.

Leia a matéria abaixo publicada no site Pragmatismo Político 





(do site Pragmatismo Político)

Com medo de perder a hegemonia, mídia brasileira vai à Justiça para tirar do ar versões nacionais de sites estrangeiros como a BBC Brasil, o El País, o DW e o The Intercept

Sites estrangeiros com conteúdo nacional estão ameaçados

 O Supremo Tribunal Federal (STF) divulgou na última quinta-feira (27) que a Associação Nacional de Jornais (ANJ), representante das empresas do setor, entrou com a Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) 5.613, reivindicando que portais de notícias tenham de respeitar a mesma regra de limite de participação do capital estrangeiro – de até 30% – aplicada a jornais, revistas, rádios e televisões.

A medida pode colocar na ilegalidade a atuação de portais estrangeiros que atuam com equipes brasileiras produzindo conteúdo sobre o país, como a BBC Brasil, o El País, o DW e o The Intercept.

A Lei Federal 10.610, de 2002, define que “a participação de estrangeiros ou de brasileiros naturalizados há menos de dez anos no capital social de empresas jornalísticas e de radiodifusão não poderá exceder a trinta por cento do capital total” e só poderá ser realizada por “intermédio de pessoa jurídica constituída sob as leis brasileiras e que tenha sede no país”.

A ANJ quer que o STF considere que a expressão “empresas jornalísticas” inclua os veículos de comunicação constituídos unicamente na internet.

“A internet tem um potencial multiplicador de informação muito maior do que os tradicionais meios de comunicação, porque todo conteúdo pode ser imediatamente compartilhado e replicado em blogs, redes sociais etc. e ser repercutido por dias ou meses, por meio de comentários, novos compartilhamentos e afins. Essa realidade justifica, com ainda maior razão, a preocupação de que as notícias dirigidas ao público brasileiro preservem os valores e a cultura nacional, respeitem a soberania nacional e possam ensejar a responsabilização da empresa e de seus responsáveis, nos casos de violação a direitos subjetivos”, argumentou a associação.

A entidade defende que o modelo de negócios de veículos de comunicação estrangeiros deve seguir o exemplo da parceria entre os jornais Valor Econômico, brasileiro, e The Wall Street Journal, dos Estados Unidos.

“O jornal brasileiro possui em seu portal eletrônico uma seção exclusiva com notícias do jornal estrangeiro, traduzidas para o Português e disponibilizadas para o público brasileiro. As notícias produzidas pelo jornal americano, disponibilizadas por meio da referida parceria, passam pelo crivo editorial da empresa jornalística brasileira, que decide se elas são relevantes, ou não, para o público brasileiro, sem interferir em seu conteúdo”, defendeu.

No entanto, o parágrafo 3º do artigo 222 da Constituição Federal, originado pela Emenda Constitucional 36/2002, definiu que os meios eletrônicos de comunicação social, independentemente da tecnologia utilizada para a prestação do serviço, devem ser regidos por lei específica, que observe os princípios enunciados no artigo 221 da Carta Magna.

Esse entendimento já foi reafirmado pelo Conselho Institucional Ministério Público Federal, em inquérito civil sobre o mesmo tema proposta pela ANJ na ação de inconstitucionalidade. O conselho decidiu que os portais de notícias não estariam sujeitos às regras do artigo 222 do texto constitucional.

A ADI ainda está em fase de instrução e tem como relator o ministro Celso de Mello.

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Do Observatório da Imprensa: "Publicidade em forma de jornalismo de serviço"


por Franthiesco Ballerini (para o Observatório da Imprensa)

“Jornalismo é publicar aquilo que alguém não quer que se publique. Todo o resto é publicidade.” A frase de George Orwell parece não envelhecer nunca e deveria se tornar um mantra para os jornalistas culturais brasileiros. A escravidão da agenda cultural tomou conta de todos os grandes veículos de imprensa. Basta fazer uma ronda para se constatar não só matérias culturais muito semelhantes, como quase todas pautadas por algum press-release recebido das centenas de assessorias de imprensa existentes.

Tome-se como exemplo um jornal, uma revista e um grande portal visitados no mesmo dia. Na Folha, por exemplo, o destaque é um filme da 40ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo, seguido por uma resenha sobre uma peça inspirada em Tchékhov, duas críticas de outros filmes da Mostra, a coluna social e algumas notas de agenda. Nenhuma reportagem. Na Veja, três páginas para a nova temporada de Black Mirror, uma crítica para Nada Será como Antes (TV Globo), uma crítica para o novo filme de Ben Affleck e outro hollywoodiano de menor peso e a biografia de Rogéria. Nenhuma reportagem. No G1, os destaques eram os ingressos à venda do Rock in Rio, o novo membro da Academia Brasileira de Letras, a nova séria da Disney e o novo show do The Kooks. Nenhuma reportagem.

Lembro-me do colega Fabio Cypriano me dizer como foi criticado pela curadoria da 28ª Bienal de São Paulo por ter focado sua cobertura nos bastidores do evento, que à época eram mais notícia do que as obras. “O trabalho da Folha não foi por desmerecer o trabalho da curadoria, mas para exercer jornalismo. Se funcionários e artista não são pagos, isso é um fato jornalístico. A Fundação Bienal de São Paulo é uma instituição pública e muitos dos escândalos que envolveram são só conhecidos porque o jornalismo foi de fato exercido”, disse-me Cypriano.

A tecnologia atual oferece uma facilidade imensa de acesso a obras de arte do mundo inteiro, trechos de filmes do outro lado do planeta, histórico teatral do dramaturgo em cartaz ou todas as músicas do cantor que agora lança o novo disco. No entanto, uma parte dos novos jornalistas culturais acha que isso é o suficiente para exercer jornalismo cultural, acomodando-se dentro da redação, debaixo do ar condicionado, à mercê das centenas de sugestões de pautas recebidas por e-mail.

Coberturas fora da agenda das assessorias

Que fundamental seria lermos semanalmente assuntos que “alguém não quer que se publique”. Uma reportagem de fôlego sobre a produção de filmes e séries brasileiras para o Netflix e seu necessário processo de regulamentação, como ocorreu com a TV paga. Uma reportagem sobre a situação das casas de teatro fora das capitais e seus meios de subsistência. Uma reportagem sobre os novos artistas plásticos brasileiros e as estratégias dos marchands para internacionalizá-los. Uma reportagem sobre a necessidade de agenda cheia de shows após o fim da era dos CD’s. Uma reportagem sobre quanto se paga para seu livro ter o espaço nobre de uma livraria de shopping center. Enfim, apenas alguns exemplos de assuntos que fogem da agenda, que certamente incomodariam alguns agentes culturais ou assessorias, mas que, certamente, seriam um serviço jornalístico de maior qualidade para o leitor, sem falar na reflexão cultural que os mesmos proporcionam.

O problema é que reportagem custa caro. Exige carro, viagens (que não sejam jabás), tempo de execução etc. E com a crise financeira do jornalismo tradicional e a pressa de leitura do jornalismo online, fica mais cômodo ficar na agenda cultural recebida no conforto do e-mail. Pois ele também é serviço, e pode ser feito dignamente, mas que não seja a totalidade do jornalismo cultural disponível.

É preciso, portanto, termos leitores culturais mais exigentes. Por que os leitores esperam uma investigação jornalística de peso sobre o novo alvo da Lava Jato, ou detalhes aprofundados sobre o novo pacote de estímulos econômicos e se contenta com tão pouco quando o assunto é jornalismo cultural? Não percebem que estão consumindo jornalismo político, jornalismo econômico, mas, em vez de jornalismo cultural, consomem publicidade em forma de jornalismo de serviço?

Subir o nível das reflexões culturais nas páginas de jornais e revistas, bem como nos grandes portais, é tirar a cultura do mero utensílio de consumo para um agente intelectual transformador do dia a dia, elevando também, pouco a pouco, nossas exigências de consumo de arte e entretenimento. É preciso publicar o que não querem que publiquemos.

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Franthiesco Ballerini é jornalista, autor dos livros ‘Diário de Bollywood’, ‘Cinema Brasileiro no Século 21’ e ‘Jornalismo Cultural no Século 21’.

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Da FENAJ: trabalho decente é um direito de todos

(do site da Federação Nacional dos Jornalistas - FENAJ)

No Dia Internacional do Trabalho Decente, a Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ) manifesta-se publicamente em defesa do trabalho e dos trabalhadores brasileiros, em especial, da categoria que representa. No Brasil, depois do registro de pequenos avanços na agenda de implementação do trabalho decente, registra-se atualmente uma real ameaça aos princípios e direitos fundamentais do trabalho.

A Organização Internacional do Trabalho (OIT), agência das Nações Unidas, define o trabalho decente como aquele “adequadamente remunerado, exercido em condições de liberdade, equidade e segurança, capaz de garantir uma vida digna”. A OIT também afirma que trabalho decente é condição fundamental para a superação da pobreza, a redução das desigualdades sociais, a garantia de governabilidade democrática e o desenvolvimento sustentável.

Na contramão da implementação da agenda do trabalho decente, o Brasil está caminhando para o desmonte da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), com a retirada de direitos trabalhistas, e das leis de proteção social. Também estão ameaçados os serviços públicos essenciais, como a educação e a saúde, assim como a previdência social.  Todas as ameaças, se concretizadas, vão penalizar os trabalhadores e aumentar as desigualdades sociais.

Um verdadeiro mantra anunciando uma crise econômica sem precedentes foi recitado diariamente nos meios de comunicação para influenciar a opinião pública e naturalizar as violentas medidas que estão sendo propostas pelo governo. Apresentados como necessários, o chamado ajuste fiscal (PEC 241, que congela os gastos públicos pelos próximos 20 anos) e demais reformas vão promover desemprego e pobreza.

É a consolidação do golpe contra a classe trabalhadora, que atinge também os jornalistas. É preciso lembrar que o incipiente sistema público de comunicação brasileiro também está sendo desmantelado. O que até pouco tempo era expectativa de mais diversidade e pluralidade na comunicação e de mais empregos, tornou-se ameaça de nova concentração e de desemprego para os trabalhadores do setor.

A FENAJ afirma sua indignação e seu inconformismo com os retrocessos históricos que estão ocorrendo no Brasil e reafirma sua disposição de resistir e lutar pelos direitos dos trabalhadores, em especial dos jornalistas, ao trabalho digno.

Não aos retrocessos!

Nenhum direito a menos!

Em defesa do trabalho digno!

Diretoria da FENAJ.

Jornalismo: gourmetizando a ralação...

Tempos mais incertos para os jovens jornalistas. O mercado mudou, nos últimos anos mais de 3 mil postos de trabalho foram extintos na mídia em todo o país, novos paradigmas e menos oportunidades para os profissionais dos meios impressos. Os veículos digitais crescem muito lentamente, ainda têm problemas de autossuficiência e de geração de recursos e, por suas características, criam menos empregos.

Ao mesmo tempo, o governa fala em "flexibilizar" a CLT, eliminando direitos trabalhistas.

Uma importante editora, em São Paulo, que aguarda com ansiedade o desmonte da lei, prega que só precisaria de dois dias úteis por semana para fazer determinadas revistas e, no entanto, diz um editor, a empresa é obrigada a remunerar os jornalistas por cinco dias úteis, pagando por cinco horas+duas horas extras contratuais diárias, e ainda dar folga à equipe caso a obrigue a trabalhar aos sábados, domingos e feriados. Sem falar nas férias anuais, no décimo-terceiro, etc.

Não por acaso, os patrões defendem com entusiasmo a terceirização. Aí será o paraíso. Já não se exige diploma de jornalista. A partir da terceirização cairá o contrato de trabalho

Ao lado da expectativa patronal por uma legislação mais favorável ao empregador, parece estar em curso uma certa gourmetização da atividade.

Depois de uma revista publicar os "dez mandamentos" ensinando às futuras repórteres que devem ficar felizes e privilegiadas por ralarem em um ambiente glamouroso  sem hora pra comer e dormir, um jornal, a propósito da equipe que cobrirá um evento gastronômico, diz que a rotina dos jornalistas no local será de pura festa. "Vai ser até difícil convencer os outros de que é trabalho", afirma o jornal.

Se bem que depois de destacar a parte "gostosa" da badalação jornalística, o texto lembra discreta e de passagem que a "turma vai ter trabalho".

Oi? E poderia ser diferente? Qualquer bom repórter sabe que cobertura de eventos exige apuração, entrevistas, texto, edição, checagem, fechamento, prazos e uma certa tensão para cumprir bem tudo isso. Para profissionais não deslumbrados nem tudo é "delícia" como diz o título que lembra o jogo do contente da clássica Pollyana da literatura cor-de-rosa.

O problema da "gourmetização" da função é induzir ao raciocínio de que é tão deliciosa a profissão, tão privilegiados os que a exercem, tudo é tão fofo, que se justifica uma dúvida: essa "delícia" precisa mesmo ser remunerada?

Houve uma época, bem lá atrás, em que escritores se ofereciam para trabalhar em jornais e alguns até dispensavam remuneração em troca de assinar textos, ganhar algum prestígio e virar assunto nos cafés cariocas da primeira metade do século passado.

Ou seja, a "gourmetização" não é novidade.

A terceirização também não é: já houve um tempo em que a maioria dos jornalistas recebia por "vales" ao fim de cada semana. Com um papelucho na mão, o sujeito entrava na fila do caixa e recolhia o tutu, erva, a gaita, como se dizia na época nem tão distante assim. E fazendo cara de feliz.


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México, em sexto, e Brasil, em nono, estão na relação de países com maior impunidade em crimes contra jornalistas, segundo o Comitê para proteção dos Jornalistas (CPJ). Grupos radicais islâmicos da Somália, Iraque, Síria, Filipinas e Sudão lideram a lista

Capa do informe sobre o índice Global de Impunidade

por Silvia Higuera/ME (para o blog Jornalismo nas Américas)

Pelo segundo ano consecutivo, México e Brasil são os únicos países da América Latina que fazem parte do Índice Global de Impunidade do Comitê para Proteção dos Jornalistas (CPJ), cuja edição de 2016 foi publicada em 27 de outubro.

Esse índice, que classifica os países onde os jornalistas são assassinados e “os responsáveis pelos crimes ficam impunes”, é publicado pelo CPJ todo ano no Dia Internacional pelo Fim da Impunidade dos Crimes contra Jornalistas que se celebra no dia 2 de novembro.

Para o índice, o CPJ conta o número de assassinatos não solucionados de jornalistas, em um período de dez anos, como uma porcentagem em relação à população do país.

Dos 13 países que fazem parte do índice este ano, o México ocupa o sexto lugar e o Brasil, o nono. Ambos os países subiram duas posições no índice, isto é, a situação nesses locais piorou.

“A violência que o crime organizado e funcionários locais perpetraram contra os jornalistas permitiu que a impunidade aumentasse na América Latina, e Brasil e México subiram duas posições no índice deste ano”, disse Carlos Lauría, coordenador sênior do programa das Américas do CPJ, ao Centro Knight. “Mas algumas das mais elevadas taxas de impunidade do assassinato de jornalistas [no mundo] podem ser atribuídas aos assassinatos perpetrados por grupos radicais islâmicos”.

Assim como explica Lauría, ainda que neste ano o CPJ tenha concluído que os índices mais altos de impunidade são de assassinatos cometidos por grupos radicais islâmicos, também descobriu que “funcionários e grupos criminosos locais assassinam com frequência os jornalistas, como represália por seu trabalho de informação, sem ter que enfrentar a justiça”, como ocorre no México, Brasil, Filipinas e Rússia.

A impunidade nos assassinatos de jornalistas incentiva potenciais assassinos e obriga os meios de comunicação a trabalharem em um clima de medo, que por sua vez restringe as informações disponíveis para o público", disse Elisabeth Witchel, autora do relatório e consultora do CPJ para a Campanha Global contra a Impunidade, em comunicado da organização. "Os Estados precisam resolver urgentemente esta situação com mecanismos robustos para proteger, investigar e reprimir quando jornalistas são ameaçados ou atacados."

De acordo com o CPJ, 21 jornalistas foram assassinados com “total impunidade” no México na última década. As vítimas eram jornalistas locais que cobriam temas relacionados com o crime organizado e a corrupção em estados dominados por grupos de narcotraficantes. Os responsáveis por esses crimes, segundo o CPJ, são os próprios grupos de criminosos.

O caso emblemático do México, para o CPJ, é o do fotógrafo Rubén Espinosa assassinado em agosto de 2015 na Cidade do México. Espinosa havia chegado à cidade fugindo do Estado de Veracruz após ter recebido ameaças. O fotógrafo foi encontrado morto em seu apartamento com outras quatro mulheres. Todos tinham um disparo na cabeça e marcas de tortura.

Ainda que o CPJ destaque como um avanço a prisão de três pessoas envolvidas no crime, também lembra que vários jornalistas questionaram a forma que a investigação foi realizada.

Além disso, considera como um retrocesso no México o fato de que, apesar das autoridades terem adotado em 2013 uma lei que dá maior jurisdição a autoridades federais para investigar crimes cometidos contra a liberdade de expressão, "ninguém foi processado por este mecanismo e pelo menos oito jornalistas foram assassinados por seu trabalho desde então”.

O México, assim como outros sete países do índice, estiveram presentes na lista todos os anos desde 2008, quando foi lançada, “o que indica quão arraigada está a impunidade em alguns países”.

No caso do Brasil,15 jornalistas foram assassinados na última década "com total impunidade”. Os responsáveis são funcionários dos governos e grupos criminosos, segundo o CPJ. As vítimas cobriam política e corrupção em cidades no interior do país.

No entanto, o CPJ cita como avanço que o Brasil condenou suspeitos em seis casos de homicídios de jornalistas nos últimos três anos, “mais do que nenhum outro país onde o CPJ tenha documentado” esses assassinatos. Acrescenta, no entanto, que somente em um deles foi alcançada a justiça plena.

Editor João Miranda do Carmo assassinado em Goiás: ele
denunciava tráfico de drogas e envolvimento de políticos
em esquemas de corrupção.
Reprodução Facebook 
O assassinato do editor João Miranda do Carmo, nos arredores da sua casa, em julho de 2016 foi escolhido como caso emblemático pelo CPJ. Carmo era conhecido pelas suas críticas a funcionários locais e tinha sido ameaçado em pelo menos em duas ocasiões – em uma delas, seu carro foi queimado. As ameaças foram denunciadas na polícia.

O CPJ afirmou que em mais da metade dos homicídios analisados no Brasil as vítimas tinham denunciado anteriormente ameaças que receberam.

Como um ponto positivo em geral, o CPJ ressalta que os países que aparecem no índice, com a exceção de três, participaram do mecanismo de prestação de contas sobre a impunidade da Unesco “que solicita informação sobre o estado das investigações dos assassinatos a jornalistas para o relatório bienal sobre segurança dos jornalistas da agência da ONU”.

Para a análise deste ano foram levados em conta os homicídios de jornalistas ocorridos entre 1 de setembro de 2006 e 31 de agosto de 2016. O relatório também inclui uma tabela com estatísticas e as classificações de cada país que faz parte do índice.


VEJA A MATÉRIA E O RELATÓRIO NO SITE DO KNIGHT CENTER, CLIQUE AQUI

quarta-feira, 2 de novembro de 2016

Memórias da redação: quando Manchete quis adiantar o relógio da vida...

De "Aconteceu na Manchete, as histórias que ninguém contou"- 2  (versão virtual)

Lá pelo começo dos anos 80 ter mais de 70 ou 80 anos e estar na ativa ainda era algo raro, bem mais do que hoje. De lá pra cá, a expectativa de vida aumentou e os velhinhos estão aí, firmes, mesmo injustamente acusados de implodir as contas da Previdência.

Pois bem, impressionado com a longevidade de Sobral Pinto, Austregésilo de Athayde, Oscar Niemeyer, Barbosa Lima Sobrinho e outros que não vêm à memória, talvez o historiador Hélio Silva fizesse parte do grupo, um repórter da Manchete propôs em reunião de pauta uma matéria com esses bravos da época.

Justino Martins sugeriu que a foto de abertura da matéria fosse feita no portão do cemitério São João Batista.

Talvez fosse mero sarcasmo, sabe-se lá, Justino tinha no humor uma das suas características. Só que a reunião chegou ao fim com a matéria aprovada e a foto de abertura valendo.

O repórter foi a campo ligar para os personagens da reportagem.

Tudo ia bem até que um deles, que tinha acesso a Adolpho Bloch, comentou que a Manchete estava querendo vê-lo morto já que lhe fizera um bizarro convite para posar para uma foto no cemitério.

Aí quem morreu foi a pauta.

O repórter ficou frustrado, ainda mais porque três dos citados entraram no clima da matéria e toparam posar para a foto. Austragésilo, que não estava com pressa (morreu em 1993 aos 95 anos) declinou do convite. Sobral Pinto morreu muito depois, com 98 anos. Niemeyer e Barbosa Lima Sobrinho ultrapassaram a barreira dos 100 anos.

O repórter está vivo e, se quiser, pode se acusar ao ler essas linhas.

Alta ansiedade: quando a notícia não corresponde aos fatos

A New York chegou às bancas com a capa de Trump "Perdedor" no dia em que o republicano passou Hillary nas pesquisas de intenção de votos. 

Em 1948, o Chicago Tribune se precipitou ao anunciar a vitória de Thomas Dewey. Deu Harry Truman, que tirou um sarro do jornal. As circunstâncias são diferentes mas não impedem que 
Trump se prepare para reeditar a cena.  


Ironia midiática - Fofoca, você venceu! Quando conduzem talk shows ou entrevistas, celebridades aposentam o famoso "não falo da vida pessoal!"

por Ed Sá

A mídia de celebridades costumavam ter uma relação de amor e ódio com... as celebridades. Útil para divulgar shows, peças, eventos e exaltar as figuras do entretenimento em entrevistas, capas e perfis, tal mídia especializada era execrada ao expor a vida pessoal dos chamados famosos.

Essa equação mudou. 

Com a proliferação de talk shows, geralmente pilotados por celebridades e onde os entrevistados são igualmente famosos, o que não falta é pergunta sobre" vida pessoal". Mais comumente conhecida como "fofoca". Não parece haver constrangimento de ambas as partes, especialmente quando entrevistador e entrevistado fazem parte do cast da mesma emissora.

A fofoca, que dá audiência, está devidamente incorporada pelo mundo que a alimenta.

Fátima Bernardes: "Foi na minha frente o beijo, que não foi técnico, posso garantir"

Tatá Werneck: "É bom namorar, Fátima?"

Dê uma olhada no vídeo abaixo, do programa "Encontro com Fátima Bernardes", de ontem, e sinta o clima de um pequeno duelo de fofocas. De pergunta sobre namoro - Fátima, como se sabe, se separou recentemente de William Bonner - a testemunho de beijão que Tatá Werneck, a entrevistada, deu no cantor Tiago Iorc, durante o prêmio Multishow - e que foi divulgado como fake mas que teria sido real - , houve um bate-e-rebate do que pareceu uma gentil troca de farpas. 

As celebridades se rendem à mídia de fofoca, a audiência deve estar adorando e querendo mais. 

VEJA O VÍDEO, CLIQUE AQUI

  

Como dizia o robô de "Perdidos no Espaço", perigo, perigo... Polícia federal, a deles, dá o impulso que faltava à candidatura Trump. Vazamento já ganhou o nome de FBIleaks...

por Niko Bolontrin

Guardadas as devidas proporções e sem querer comparar pangaré com quarto-de-milha, com Crivella no Rio, Dória em São Paulo, Trump nos Estados Unidos, Macri na Argentina, Michele Bachelet na corda-bamba, Maduro idem, Mariano Rajoy na Espanha, Marine Le Pen crescendo na França, a xenofobia e o racismo avançando no Leste Europeu, uma tempestade perfeita se forma na margem direita da história.

"Não saiam de casa sem guarda-chuva", como se dizia no tempo da ditadura para alertar contra operações dos órgãos de segurança em sindicatos e universidades.

Nos Estados Unidos, segundo as últimas pesquisas, Donald Trump virou o jogo sobre Hillary Clinton.

Melhor não sair de casa sem capa e capuz, além do guarda-chuva.

Nenhum analista define o que isso vai significar para o mundo, exatamente. Só que o reality show internacional nunca mais será o mesmo.

A Casa Branca já teve como inquilino um ator medíocre: Ronald Reagan. No set, ele ganhou fama mais como delator de colegas na ofensiva do macartismo fascista do que por seus filmes; na política, não foi menos pernicioso: apoiou o apartheid; "desregulamentou" o mercado financeiro como pretexto para injetar dinheiro público em bancos; armou e financiou os talibãs em guerra contra a então União Soviética e, como consequência, financiou e pariu o organograma inicial do atual terrorismo islâmico;  vendeu armas ilegais ao Irã e com o lucro não declarado financiou os Contras na América do Sul; com o mesmo objetivo de financiar o terrorismo de direita usou o tráfico de cocaína para gerar verbas secretas.

Esses escândalos, como se sabe, vieram à tona, geraram investigações, livros, filmes e algumas prisões de altos escalões do governo Reagan.

Depois do ator, pode vir aí o apresentador de reality show Donald Trump.

Há oito anos, a campanha de Barack Obama foi elogiada como a primeira a fazer uso inteligente da Internet para pesquisas, arrecadação de fundos, envio de mensagens para grupos específicos de eleitores, presença maciça nas redes sociais não apenas para divulgar seu programa como para desmentir falsas notícias plantadas na mídia ou na web. Tal estratégia foi considerada um marco na comunicação eleitoral.

Na atual campanha americana a internet também vai fazer diferença. Para pior. A rede social virou arma de guerra para divulgar incertezas, medo, dúvidas.

Emails hackeados, disseminação de mensagens sobre a intimidade do candidatos, Trump acusado de ter acesso a informações de servidores invadidos, Hillary às voltas com o vazamento de emails.

O caso dos emails de Hillary é o mais surpreendente. A antiga denúncia sobre o uso que a então Secretária de Defesa fez de um servidor pessoal para enviar emails oficiais já havia sido arquivada.

Hillary foi inocentada, nada havia feito de ilegal, não havia mensagens comprometedoras nem ela vazou informações oficiais. No máximo, ter usado um servidor pessoal teoricamente mais vulnerável foi visto como imprudência.

Na reta final da campanha, estranhamente, o FBI reabre o caso sob a alegação de que um ex-auxiliar de Hillary teve seus emails investigados por suposto envolvimento em um caso de pedofilia. Com esse pretexto, a policia federal americana repôs os emails na panela de pressão da campanha. Qual o objetivo? Parece claro. A reabertura, mesmo por caminho torto, já causou dano à campanha da democrata. Hillary pediu ao FBI que esclareça o mais rápido possível o que ela tem a ver com o suposto conteúdo do suposto email do suposto pedófilo. O FBI calou-se. Hillary ficou no prejuízo e mais ainda ficará se a polícia não for mais transparente a tempo de recolocar a verdade antes das urnas.

Há um odor de fraude no ar. Não seria a primeira mutreta das eleições americanas. É conhecida a fraude que beneficiou Bush, em 2000. Al Gore teve maior número de votos populares no país. Na Flórida, estado governado por seu irmão, Jeb Bush, George W. Bush obteve 500 votos populares a mais. Como houve denúncias de manipulação do sistema eleitoral e irregularidades em assinaturas, Gore pediu recontagem, como previsto na Constituição. A Corte Suprema, com maioria republicana, não permitiu a revisão dos votos. Bush tornou-se presidente no tapetão mesmo sem ter os votos da maioria do eleitorado.

Ao deixar claro que não interfere em investigações, o presidente Obama não deixou de criticar o que chamou de FBIleaks. Ele condena o fato de a polícia fazer insinuações e não esclarecer a motivação da investigação. "A norma" - disse o presidente ao USA Today - "é não operar informações incompletas e não fazer vazamentos".

No final das contas, a poucos dias das eleições, a interferência do FBI no processo político pode levar Trump ao poder.

Tudo indica que o futuro não vai deixar saudades.

terça-feira, 1 de novembro de 2016

Deu no Le Monde: O alemão Klose, o maior artilheiro das Copas, anuncia aposentadoria. Sim, ele deixou o seu gol no fatídico 7 X 1...



Klose se despede da carreira e...



da taça que conquistou no Brasil.


por Jean-Paul Lagarride

Autor de 16 gols em quatro Copas do Mundo, superando em 2014 o até então artilheiro Ronaldo, o alemão Miroslav Klose, 38, pendura as chuteiras para se tornar assistente técnico da seleção alemã.

Seu último clube foi o Lázio, até junho, quando ele já sinalizando sua decisão optou por não renovar contrato.

Como auxiliar do treinador Joachim Löw, Klose vai estrear já no dia 11 de novembro contra San Marino em jogo pelas Eliminatórias da Copa da Rússia 2018.

Klose esteve em campo em 2002, quando a Alemanha perdeu para o Brasil na Copa Japão-Coréia do Sul.

E deu o troco em 2014 na tragédia do Mineirão. Ele fez o segundo gol da sua seleção após o goleiro Julio Cesar rebater uma bola. Foi precisamente aquele o seu 16° em Copas.

E foi após aquele gol que a seleção brasileira entrou em  estado de catatonia aguda e tomou a mais vergonhosa e humilhante goleada da história das Copas. E talvez da história do futebol desde que os chineses inventaram o jogo usando cabeças de inimigos como bola e portões da Grande Muralha como trave.

VEJA UM VÍDEO DE KLOSE EM ÚLTIMA VISITA AO MUSEU DA FIFA. CLIQUE AQUI

Viu isso? Dr. Cuca Beludo dá uma trolada em Maria Beltrão, da Globo News, ao vivo, sem depilação...


VEJA O VÍDEO, CLIQUE AQUI

Bombando na web. A âncora Maria Beltrão foi depilada, no sentido figurado, na Globo News. A interação com os telespectadores envolve riscos. Ao ler mensagens dos telespectadores, ao vivo, ela acabou levando uma trolada antológica. O autor? Dr. Cuca Beludo. E a mensagem é válida: até o doutor desprovido de cabelo mas com bom senso recomenda não misturar política com religião.

Atualização 1 - 2/11- Aparentemente por questões de direitos autorais, o vídeo da Globo News foi retirado da rede. Permanece no You Tube outro vídeo com matéria informativa sobre o assunto. Clique AQUI

Atualização 2 - Veja o anúncio abaixo. Mandou bem! O Dr. Cuca virou garoto-propaganda...


Sebastião Salgado: "“A fotografia está acabando porque o que vemos no celular não é a fotografia. A fotografia precisa se materializar, precisa ser impressa, vista, tocada..."



(do site Uai) 

Sebastião Salgado apareceu mancando e de muletas. O fotógrafo brasileiro rompeu o menisco em sua última viagem à Amazônia, onde retrata comunidades indígenas há três anos. Mas, vestido de gala para receber um prêmio, senta-se e dispara: “A fotografia está acabando”.

Aos 72 anos, um dos melhores fotógrafos dos séculos 20 e 21 se sente tão desconectado da tecnologia, dos celulares e aplicativos tipo Instagram quanto as tribos que está imortalizando nos últimos meses. “Eu não sei nem ligar um computador”, confessa, com um sorriso.

O homem que imortalizou a pobreza e a natureza selvagem em todo o mundo continua trabalhando como fazia antes: com negativos e impressões, que revê e toca. Mas agora produz suas fotos com uma câmera digital. “Eu me adaptei um pouco, como os dinossauros antes de morrer”, brinca, diante de um pequeno grupo de jornalistas na entrega do Prêmio Personalidade da Câmara de Comércio França-Brasil, no Rio de Janeiro.

Mas Sebastião Salgado não tem Instagram nem “nada” disso. “Eu não gosto. Sei que os jovens gostam, mas eu não consigo”, confessa. Às vezes, explica ele com sua voz arrastada, olha o celular de seus sobrinhos e fica horrorizado ao ver como os aplicativos para compartilhar fotos acabam servindo para “exibir toda a sua vida, para que todos a vejam”.

“Olha, às vezes tem fotos interessantes, mas para fotografar você tem que ter uma boa câmera com uma lente adaptada, tem que ter uma série de condições, a luz... não pode ser um processo automatizado”, explica.

Autor de livros antológicos, como Trabalhadores (1996), Outras Américas (1999), Êxodos (2000) ou Gênesis (2013), Salgado acredita que a fotografia tem que passar pelo papel. “A fotografia está acabamos porque o que vemos no celular não é a fotografia. A fotografia precisa se materializar, precisa ser impressa, vista, tocada, como quando os pais faziam antes com os álbuns de fotos de seus filhos”, afirma. “Estamos em um processo de eliminação da fotografia. Hoje temos imagens, mas não fotografias”, insiste.


LEIA A MATÉRIA COMPLETA NO SITE UAI, CLIQUE AQUI

Mais sexy da VIP: Marina Ruy Barbosa vence eleição sem votos nulos ou abstenções...



Fotos de Yuri Sardenberg e Aninha Monteiro/ VIP/Instagram/Divulgação
por Clara S. Britto

Segundo a VIP, Marina Ruy Barbosa foi eleita em primeiro lugar na lista das mulheres mais deslumbrantes do mundo, com 217.612 votos. Mais do que os votos válidos obtidos por muitos prefeitos nesse ano em que o Brasil preferiu dizer não e abster-se nas urnas.

A jovem ruiva Marina, 21 anos, desbancou Juliana Paes, Paolla Oliveira, Bruna Marquezine, entre outras rivais.

E não apenas pela beleza: a atriz se destacou na TV ao viver a personagem Isabela, da minissérie "Justiça", quando superou o desafio de interpretar cenas fortes e inéditas na sua carreira. Antes, brilhou como a protagonista Eliza da novela "Totalmente Demais".

O ensaio da VIP é assinado por Yuri Sardenberg e Aninha Monteiro

Com 15 milhões de seguidores nas redes sociais, Marina Ruy Barbosa lidera neste 2016 outro importante ranking: é a garota-propaganda com maior número de aparições na TV aberta.

Apenas no primeiro semestre apareceu em quase cinco mil inserções em campanhas da Pantene, Asepxia e Globo Play. Os números do segundo semestre ainda não foram divulgados mas sua performance deverá se manter.

Nessa lista dos dez mais da publicidade na TV, ela bateu, na sequência, do segundo ao décimo lugares, Claudia Leitte, Aline Riscado, Marília Gabriela, Gisele Bundchen, Ivete Sangalo, Neymar, Fátima Bernardes, Zezé di Camargo & Luciano, e Marcos Veras (Casas Bahia).

segunda-feira, 31 de outubro de 2016

Capa do Extra: o Rio que não quer ser intolerante...

por Flávio Sépia 
O jornal Extra provoca o bispo licenciado Crivela agora prefeito do Rio. 

A cidade espera que os "dogmas" da igreja que o bispo representa não contaminem a administração pública e as leis, nem a cidadania. 

Entre as palavras que o subtítulo da página do Extra destaca em cores estão alguns dos termos demonizados pela corporação religiosa a que pertence o eleito. Diversidade, Umbanda, Gays, Tolerância... Campanha perigosa.

A veemência contra tais conceitos leva ao incentivo à guerra propalando por muitos. Ações práticas infelizmente costumam resultar dessa pregação. Destruição de terreiros de umbanda e candomblé, agressão a homossexuais, vandalização de imagens de santos católicos, há registros nos jornais de muitos e lamentáveis casos. 

Como o Extra registra, o que se espera é que o prefeito eleito - que diz que vai "cuidar das pessoas" - respeite as diferenças, entenda que o Estado é laico, e conviva civilizadamente com as liberdades pessoais. 

Igreja é coisa para quatro paredes: em casa, nos templos e igrejas. E só.   

A atriz Tippi Hedren revela em livro de memórias que Hitchcock a atacava sexualmente sem fazer suspense...

"Tippi": biografia reveladora
por Jean-Paul Lagarride

Não é segredo que o diretor Alfred Hitchcock assediou sexualmente a atriz Tippi Hedren, estrela dos seus filmes "Os Pássaros" e "Marnie, as confissões de uma ladra".

A novidade é que em sua biografia  "Tippi", lançada essa semana nos Estados Unidos, a atriz faz mais revelações.

Durante os seis meses de filmagens de "Os Pássaros", a loura não foi deixada em paz. No filme seguinte, "Marnie", a obssessão de Hitchcock tornou-se tão explícita que até porta secreta ele mandou instalar nos camarins da atriz para facilitar seu acesso não-autorizado a qualquer hora.

No livro, Tippi, hoje com 86 anos, conta que o diretor a apalpava o tempo todo. E quanto mais ela lutava contra os ataques mais violento ele ficava.

Hitchcock a beijava à força, principalmente quando a levava na sua limusine.

Tippi diz que não havia muito a fazer, embora tivesse 33 anos à época das filmagens de "Os Pássaros". Afirma que o diretor era poderoso em Hollywood e assédio sexual e perseguição eram termos que não existiam na época. Além disso, ela sabia que o estúdio sempre consideraria Hitchcock mais importante do que ela.

Tippi Hedren e Hitchcock na limusine do diretor.
Segundo o livro, ele a atacava o loura quando lhe
dava carona, Reprodução 
Hitchcock gostava de escalar louras autênticas para os pepeis principais dos seus filmes. Ingrid Bergman, de "Interlúdio" o rejeitou com determinação, o que teria amedrontado o diretor.

Por Kim Novak ("Um corpo que cai") , surpreendentemente, ele não teria se interessado.

Assediou Grace Kelly, mas a futura princesa de Mônaco, que fazia fila de amantes entre os principais galãs de Hollywood, não deixou o roliço diretor ir muito além.

Grace mais o teria seduzido - estabelecendo limites - do que foi seduzida.

Já no caso de Tippi Hedren, Hitchcock não conseguiu conter a paixão tão avassaladora quando mórbida. Se beijava a atriz no camarim, ele constantemente a tratava mal no set.

Na famosa cena de "Os Pássaros", quando a atriz é violentamente atacada, ele a surprendeu ao usar aves verdadeiras e impediu a equipe de ajudar a estrela mesmo quando ela sofria bicadas nada cinematográficas.

Racismo: Facebook inaugura o apartheid digital


O Facebook permite que os anunciantes possam excluir negros, hispânicos e outras "afinidades étnicas" da audiência de determinadas mensagens comerciais na rede social.

Matéria do site ProPublica expõe o controverso recurso do FB.

Bom lembrar que, em 1955, Rosa Parks entrou em um ônibus e se recusou a sentar em um dos assentos do fundo destinados obrigatoriamente aos negros. O seu ato de resistência tornou-se um exemplo e um símbolo da luta dos negros americanos pelos seus direitos civis.

Mais recentemente, a África do Sul recebeu um condenação internacional à sua criminosa política do apartheid.

O que o Facebook faz é reinstaurar a segregação, agora em campo digital. Isso apesar de qualquer exclusão de pessoas com base em critérios como raça e sexo ser proibida pela lei americana.

Segundo jurista ouvido pelo ProPublica, o Fair Housing Act, de 1968, torna ilegal "criar, imprimir ou publicar, ou fazer com que sejam feitos, impressos ou publicações de avisos, instrução ou publicidade, no que diz respeito à venda ou arrendamento de uma habitação, que indicar qualquer preferência, limitação ou discriminação baseada em raça, cor, religião, sexo, deficiência física, status familiar ou origem nacional.

A Lei dos Direitos Civis, de 1964, proíbe também a "impressão ou publicação de anúncios ou propagandas que indicam proibição, preferência, limitação, especificação ou discriminação no recrutamento de emprego.

O Facebook, com uma boa dose de cinismo, diz que começou a oferecer a categoria "afinidade étnica" como parte de um esforço de "publicidade multicultural".

Hitler gostaria de ter usado essa expressão para definir suas odiosas políticas "multiculturais".


domingo, 30 de outubro de 2016

Freixo ganha a praça: ato na Cinelândia é o começo da luta





Cinelândia: Freixo ganha a praça. Fotos Gonça

O clima não era de derrota, mas de recomeço. A Cinelândia, ponto histórico do Rio de Janeiro, viveu hoje, pouco depois de fechada as urnas, mais um momento de referência da história política do Brasil, e não apenas do Rio de Janeiro. Com a apuração apontando o "bispo licenciado" Crivela prefeito, milhares de cariocas marcaram posição contra o fundamentalismo religioso que contamina a política e tenta se afirmar na cidade e no país.
Para a multidão que aplaudiu a fala de Marcelo Freixo, a luta começa agora. Um projeto político preconceituoso e agressivo, de direita, discriminatório, com doses de intolerância e fanatismo prepara-se para transformar o Rio em sua cidadela, segundo intenções publicamente confessadas em vídeos, sermões e livros. Contra isso a Cinelândia se manifestou hoje. A circunstância eleitoral - Crivela, o candidato da corporação-igreja Universal, que propaga ação de hegemonia religiosa e política, venceu - não anula a legitimidade da batalha e da oposição a partir de agora. Ao contrário. Na praça, milhares de pessoas - jovens, em maioria - não se omitiram e deixaram claro que não dá para relaxar. A liberdade e a cidadania estão em jogo.
No Rio, talibã não pode dar samba.
Um dos recados mais expressivos das urnas foram os números de votos nulos e de abstenções, que superaram os votos válidos. Um trabalho que estará no horizonte da oposição a projetos de hegemonia político-religiosa é expor ao indecisos que embora seja legítimo afirmar o não-voto, a omissão também ajuda a eleger o rejeitado especialmente se este tem acesso a rebanhos previamente reunidos e muitas vezes imunes ao ato de pensar a livre escolha.


sábado, 29 de outubro de 2016

Fotografia: Exposição de Helmut Newton percorre o mundo há cinco anos. Agora está em Gênova. Virá ao Brasil? Chi lo sa...

Bergstrom sobre Paris, da serie Sleepless Nights 1976 © Helmut Newton Estate

Saddle I, da serie Sleepless Nights Paris 1976 © Helmut Newton Estate


Rue Aubriot: da serie White Women Paris 1975 © Helmut Newton Estate

por Clara S. Britto
A exposição 'White Women / Sleepless Nights / Big Nudes' do fotógrafo Helmut Newton, que desde 2011 passa pelos principais museus do mundo, chega na Sottoporticato de Palazzo
Ducale, em Gênova, onde permanecerá até 22 de Janeiro de 2017. São 200 imagens do fotógrafo reunidas pela sua viúva, June Newton , através da Helmut Newton Foundation.

O material foi extraído dos primeiros três livros de Helmut Newton publicados nos anos 70 e começo dos 80.

Segundo os críticos, a exposição é fundamental para se compreender o trabalho de um visionário artístico e um mestre artesão da fotografia que introduziu a nudez radical e o erotismo no mundo da moda.

Helmut Newton nasceu na Alemanha, era judeu e emigrou para a Austrália para fugir da perseguição nazista. Morreu em 2004, em Los Angeles, aos 83 anos, quando perdeu a direção do carro e bateu em um muro. Apenas pouco antes de morrer foi apresentado a uma câmera digital. Não gostou. "É coisa para amadores", disse.

Em 2000, o Rio recebeu uma exposição de fotos que Helmut Newton fez para a Vogue.

Não há previsão da vinda da mostra 'White Women / Sleepless Nights / Big Nudes' ao Brasil.