segunda-feira, 3 de outubro de 2016

Folha: delação contra jornalistas

por Luis Nassif  (do GGN)

Passo 1 - a matéria sem gancho da Folha

Na quinta-feira, a Folha de S Paulo publicou uma não-matéria.

A não-notícia é que o governo Temer resolveu proibir toda publicidade de empresas públicas nos blogs críticos a ele. Ora, esse fato ocorreu no primeiro dia em que Temer assumiu o cargo. Qual a novidade para justificar a matéria? Nenhuma.

O gancho da matéria é o não-fato de que, desde que Temer anunciou a proibição de publicidade de empresas públicas nos blogs, nenhum órgão público anunciou mais nos blogs. Cadê a notícia?

A reportagem usou a não-notícia como álibi para falar dos valores aplicados nos blogs no ano passado, recusando-se a comparar com os valores investidos na velha mídia, tanto antes como depois dos vetos políticos aos blogs.

Tem lógica? Do ponto de vista jornalístico, não. Do ponto de vista político, sim.

Entende-se a reportagem juntando outras peças do jogo:

1. A PGR (Procuradoria Geral da República) insiste na tese da organização criminosa nacional, infiltrada em todos os poros da República, submetida a um comando central. A Lava Jato reitera essa versão.

2. O TRF4 (Tribunal Regional Eleitoral da 4a Região) autoriza o Estado de Exceção e consequentemente a aplicação do direito penal do inimigo.

Com base nesses dois pontos, qualquer crítica à Lava Jato pode ser enquadrada como articulação da organização criminosa.

Todos os sinais são  de que se arma  uma ofensiva contra todos os pontos críticos à Lava Jato e ao golpe. O próximo passo será investir contra os blogs, que a Folha trata como se fosse uma organização vinculada ao comando central.

Até agora, esse estímulo à barbárie se dava de forma diluída, com colunistas endossando as arbitrariedades, colocando lenha na fogueira, mas sem nominar os "inimigos" a serem alvejados.

Com Otávio Frias Filho, a Folha abre mão dos pruridos e torna-se o primeiro veículo a partir para a delação explícita, sendo secundada por blogueiros especializados em deduragem.

O que está por trás disso?

Passo 2 - a incompatibilidade do golpe com a liberdade de expressão

Como alertei em vários capítulos da série Xadrez, os passos iniciais do golpe permitiam o exercício da hipocrisia. Para Fulano A apoiar o golpe, sem afetar sua imagem, as pessoas têm que acreditar que ele acredita que o golpe foi feito para combater a corrupção. Para Fulano B apoiar, as pessoas precisam crer que ele acredita que a Lava Jato é politicamente isenta. Para apoiar o governo Temer, o Fulano C tem que esquecer as denúncias que já saíram contra Eliseu Padilha, Geddel Vieira Lima e o próprio Michel Temer e fingir que acredita que eles sào verdadeiros varões de Plutarco.

Por mais que seja difícil acreditar, a sociedade brasileira ainda está submetida a algumas formas de restrição de consciência, mesmo com a velha mídia tratando-a como fraqueza moral em sua linha editorial. Grandes atos de canalhice, falta de isonomia, delação, posições arbitrárias, injustiças ainda têm o condão de despertar sentimentos de indignação.

Ainda há algumas linhas morais que não podem ser ultrapassadas, sob risco de manchar indelevelmente a reputação de quem o fizer.

Com a liberdade de expressão da Internet e das redes sociais, esse jogo da hipocrisia, de fingir que não se sabe, torna-se inviável.

Dia desses, um post sobre a delação de Eike Baptista -mostrando como os procuradores da Lava Jato fugiam de qualquer menção ao PSDB - rendeu mais de 420 mil visualizações apenas no GGN, sem contar a reprodução em vários outros sites independentes e blogs. A série do Xadrez tem conseguido de 60 a 100 mil visualizações únicas no GGN, também sem contar a republicação por outros sítios. O mesmo acontece com artigos de outros blogs.

Com o avanço do Estado de Exceção, esse jogo de delações praticado pela Folha cria a possibilidade concreta de mandar blogueiros para a cadeia, submetê-los a processos, ou intimidá-los ante o risco de serem alvo de arbitrariedades. Vivem-se tempos de exceção.

Mesmo sabendo disso, a Folha não vacilou. Aparentemente, Otávio decidiu atravessar a tal linha moral.

Hoje em dia, os blogs independentes são a última cidadela contra a escalada do arbítrio. É nesses blogs que as consciências individuais, nas diversas áreas profissionais, vêm buscar ânimo para romper com a cultura do medo que se instalou no seu meio e no país

Se conseguirem nos calar - como pretende Otavinho - os próximos alvos serão os próprios jornais, assim que ousarem se colocar minimamente no caminho do arbítrio. Não existe arbitrariedade que se esgote em si. Cada ato desses cria jurisprudência, abrindo espaço para sua reiteração.

Passo 3 - a bolsa mídia e o pacto com Temer

A segunda razão dessa armação contra os blogs tem a ver com a bolsa-mídia, em preparação no governo Temer. Seu preparo já foi suficiente para segurar as denúncias contra o Ministro-Chefe da Casa Civil Eliseu Padilha. De uma das grandes capivaras do meio político, Padilha tornou-se um douto senhor, pontificando sobre temas complexos e sendo tratado com respeito reverencial.

Como expliquei em outros lances do Xadrez, provavelmente a bolsa-mídia consistirá nas seguintes etapas:

1. Financiamento do BNDES.

2. Publicidade oficial maciça, com campanhas e cadernos especiais bancados pelos Ministérios.

3. Operação fisco. Na crise, a primeira conta a não ser paga é com o fisco. Em outros tempos, grupos de mídia conseguiram se safar de multas bilionárias através de diversos expedientes, como advogados da União perdendo prazo, redução retroativa de alíquotas de impostos, desaparecimento de processos na Receita.

Com liberdade de expressão, esses caminhos tornam-se complexos. Por isso mesmo, a agressão contra os blogs não irá parar na reportagem de hoje.

Lembro que foi uma firme posição moral que, nos idos dos 80 e 90 transformou a Folha no maior jornal do país.

Nos tempos em que havia um comercial lembrando:

“É possível contar um monte de mentiras, dizendo só a verdade. Cuidado com a informação do jornal que você recebe. Folha de São Paulo: o jornal que mais se compra. E que nunca se vende”.

Agora, uma frouxidão moral inesculpável poderá ser o seu epitáfio.

PS – Meus respeitos ao repórter desconhecido, que se recusou a assinar a matéria na Folha, sabendo que seria utilizada como instrumento de delação de colegas.

A demissão de Trajano da ESPN é um prenúncio da caça às bruxas nas grandes corporações jornalísticas brasileiras

por Paulo Nogueira Batista (do DCM).

Esquerdistas como Trajano estão sob a mira da plutocracia.

Me veio à cabeça um episódio narrado num documento por Armando Falcão, ministro de Geisel, no começo do fim da ditadura.

O Jornal do Brasil, então o diário mais influente do país, contratara como colunista Carlos Lacerda, então já um inimigo mortal do regime.

Falcão marcou uma conversa com o dono do jornal. Disse a ele que caso Lacerda fosse mesmo efetivado como colunista acabariam as mamatas: dinheiro fácil de publicidade, perdões fiscais, financiamentos em bancos públicos a juros maternais, isenção de impostos na compra do papel.

Temos muitas armas para controlar a imprensa, disse Falcão a Geisel.

Bem, Lacerda sumiu do JB.

Imagine a ESPN pleiteando anúncio no governo Temer. É fácil pensar em algum burocrata que diz: “Sim, mas sem o Trajano”.

Quanto tempo vão durar os raros jornalistas de esquerda que sobreviveram na mídia plutocrática?

Trajano, arrisco dizer, é o primeiro de uma série.

A diferença hoje, em relação aos tempos de Geisel e seu ministro Falcão, é que há um refúgio para os perseguidos: os sites de esquerda.

Seria uma honra enorme para o DCM, por exemplo, ter Trajano em seus quadros.

Quem sabe?

A internet cresce a despeito das corporações plutocráticas. Se elas pudessem, liquidavam não apenas os sites de esquerda mas a internet como um todo, que acabou com seu monopólio de opinião e de escolha do que é ou não notícia.

Mas não podem.

Isso é um grande avanço para a sociedade.

Em breve, Trajano veiculará seus vídeos na internet — onde audência, e isso ele tem de sobra, significa também dinheiro.

Há uma coisa chamada “publicidade programática” que cresce explosivamente no mundo. Nela, os anunciantes vão em busca simplesmente de público. Na Inglaterra, metade da propaganda digital é programática.

É péssimo para as agências tradicionais e para as empresas de midia tradicionais — mas uma beleza para a democracia.

O DCM já se sustenta virtualmente com a publicidade programática.

Para Trajano, com a marca que construiu, vai ser, como ele gosta de dizer, mamão com açúcar.

sábado, 1 de outubro de 2016

Em crise...

(do site do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Município do Rio de Janeiro)

"Companheiros jornalistas,

A grave situação financeira do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Município do Rio de Janeiro foi motivo de debate durante a campanha eleitoral deste ano. Todos já sabiam, com base em informações da própria gestão que encerrava seu mandato, que nossa entidade sindical estava literalmente quebrada. Mas o quadro enfrentado pela nova Diretoria em seu primeiro mês de atuação mostrou-se bem mais sério – dramático mesmo.

Assumimos a direção do Sindicato em 26 de agosto. Nesse mesmo dia foram pagos, ainda pela gestão que terminava o mandato, os salários dos funcionários referentes à segunda quinzena do mês – algo em torno de R$ 9.200,00. A partir desse pagamento começamos a viver o drama de uma entidade em situação pré-falimentar, pois as contas bancárias ficaram praticamente zeradas.

A situação é tão crítica, que não houve recursos em caixa para o envio, pelo Correio, dos boletos das mensalidades com vencimento em 15 de setembro. A entidade solicitou – e permanece solicitando – que os colegas jornalistas fizessem um esforço para que esse pagamento seja realizado nas dependências do Sindicato, através de depósito em caixa eletrônico ou por meio de transferência entre contas."
LEIA NO SITE DO SJPMRJ, CLIQUE AQUI

Livros condenados?

(do jornal Floripa) 
Se o anúncio do fechamento da Cosac Naify, no fim do ano passado, pegou os autores da casa de surpresa, a notícia de que as sobras de seu estoque podem ser destruídas até 31 de dezembro trouxe um sentimento geral de desolação — mas também uma pressa redobrada. , diretor financeiro da editora, a informação fez os escritores acelerarem a busca para reaver os últimos exemplares de suas obras e salvá-los da “fogueira”. Paralelamente à venda pela Amazon de todo o estoque da Cosac a preços reduzidos — a partir de um acordo fechado recentemente —, alguns escritores aproveitam os descontos previstos em seus contratos (que chegam a 70%) para comprar seus próprios títulos com a editora. Outros esperam dela uma proposta de doação. Há, ainda, os que se dizem perdidos, sem saber como proceder, já que não foram procurados pela empresa editorial. — Estou, no momento, tentando um contato na Cosac para ver se eles terão algum esquema para os autores — conta Vanessa Barbara, que nos últimos dias vem divulgando nas redes sociais o seu “O livro amarelo do terminal” (2008), para “salvá-lo do esquartejamento”. — É uma pena isso tudo, dá vontade de ir ao estoque, se acorrentar aos livros e depois levar todos pra casa. Desde que Charles Cosac encerrou bruscamente as atividades de sua empresa, as dúvidas sobre o futuro das obras atormentam os autores. Gerente-geral para livros impressos da Amazon, Daniel Mazini informa que a varejista comprou 1.350 títulos — destes, porém, apenas 250 já se esgotaram tanto no estoque dela quanto no da Cosac. Entre os mais vendidos não estão os autores nacionais, mas os clássicos estrangeiros, como “Guerra e paz” e “Os miseráveis”. Os estrangeiros também dominam a lista dos esgotados, como “O clube do suicídio e outras histórias”, de Robert L. Stevenson; “Onde vivem os monstros”, de Maurice Sendak; e “O que é o cinema?”, de André Bazin. Em março, a Cosac confirmou a transferência de 300 títulos para as editoras do Sesi e do Senai. Parte do catálogo também foi vendida para a Companhia das Letras.

LEIA A MATÉRIA COMPLETA DO JORNAL FLORIPA, CLIQUE AQUI

Perdeu, censura... Deu no Portal Imprensa

 (do Portal Imprensa) 

O apresentador e candidato do PRB à prefeitura de São Paulo, Celso Russomanno, entrou com uma ação na Justiça Eleitoral para tentar tirar do ar a reportagem "Caixa de supermercado diz: "Celso Russomanno me humilhou…", escrita por Gustavo Aranda e Vinícius Segalla, do grupo independente Jornalistas Livres.

Crédito:Agência Câmara

Russomanno havia argumentado que a reportagem prejudica sua candidatura

A reportagem do grupo conversou com a ex-caixa do supermercado “Dia %” Cleide Cruz, que aparece no polêmico vídeo, gravado há dez anos, em que o candidato aparece ameaçando conduzir a balconista para a delegacia.

Segundo os Jornalistas Livres, o processo, movido por 11 advogados contratados por Russomanno, foi rejeitado pelo juiz Sidney da Silva Braga, da 1ª zona eleitoral de São Paulo. O magistrado concluiu que não há motivos que justifiquem a retirada do texto do ar, muito menos sem antes procurar a rede para apresentar sua defesa.

Russomanno havia argumentado que a reportagem prejudica sua candidatura e, por isso, seria uma espécie de campanha negativa contra ele, o que não é permitido por lei. A Justiça, no entendo, não considerou os argumentos.

Os Jornalistas Livres defenderam que têm o direito à liberdade de imprensa e expressão em reportagens e que a imparcialidade é clara já que os leitores tiveram acesso ao ponto de vista de todos os envolvidos no episódio e podem formar sua opinião sobre os fatos.

"A matéria incluiu até mesmo um 'outro lado' de Celso Russomano no caso . Aliás, foi por isso mesmo que o candidato sequer pediu "direito de resposta" no processo. Há litigância de má-fé de Russomanno contra os Jornalistas Livres", acrescentaram.

Agora, o defensor da rede de coletivos responderá aos 1 causídicos de Russomanno. Nos próximos dias, a Justiça deve decidir se a reportagem publicada se trata de propaganda ou de material noticioso.

Paris, fotocrônica...








Fotos J.Esmeraldo Gonçalves

domingo, 25 de setembro de 2016

Instituto Moreira Salles adquire arquivos de fotos do "O Jornal", "Diário da Noite" e "Jornal do Commercio"



Ao longo da sua travessia jornalística muitas vezes polêmica mas sempre profícua, os Diários Associados produziram boa parte da memória fotojornalística brasileira.

Não apenas a geração de imagens que formam o espetacular acervo da revista "O Cruzeiro', que permanece ativo e preservado em poder do jornal Estado de Minas, mas o de dezenas de jornais de Assis Chateaubriand que registravam os fatos, especialmente do Rio de Janeiro, a antiga capital do país.

Segundo a coluna Ancelmo Gois, no Globo de hoje, o Instituto Moreira Salles, que mantém uma elogiável política de valorização do fotojornalismo, acaba de adquirir os arquivos do "Diário da Noite", do "O Jornal" e do "Jornal do Commercio".

Uma ótima notícia.

Impossível deixar de lembrar aqui, a propósito, o misterioso destino de um acervo igualmente importante.

Desde que foi leiloado, há alguns anos, o arquivo fotográfico das revistas da antiga Bloch (Manchete, Fatos & Fotos, Amiga, Desfile, Fatos, ElaEla, Sétimo Céu, Carinho, Tendência, Manchete Rural, Mulher de Hoje, Pais & Filhos, Enciclopédia Bloch, Domingo Ilustrado, Geográfica, entre outras publicações) permanece inalcançável.

Os maiores profissionais do país passaram pela Manchete. Inúmeros outros jovens fotógrafos, hoje consagrados, lá iniciaram suas carreiras.

Não se sabe, na verdade, onde estão e em que condições estão guardados milhões de negativos, cromos e ampliações produzidos ao longo de 48 anos, além de coleções particulares e jornalísticas anteriores a 1952, data de lançamento da Manchete, adquiridas por Adolpho Bloch. É tão frequente quanto inútil a busca, por parte de escritores, pesquisadores e documentaristas, de imagens icônicas do acervo sumido.

O Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Rio de Janeiro já procurou informações via Justiça, há poucos anos.

Em vão.

Com o sumiço, rumores não confirmados, digamos, "lendas urbanas", correm entre alguns fotógrafos: um grupo de mídia teria adquirido secretamente o acervo; o arquivo não seria mais digno desse nome por ter sido desmembrado; o material já estaria deteriorado. Até uma versão mais hilária já foi considerada: Bill Gates comprou o arquivo, digitalizou tudo, e guardou os originais em uma antiga mina de sal.

Lamentavelmente, entre surrealidades e fantasias, o fato é que o acervo da Bloch não encontrou um IMS no meio do caminho.

Um IMS ou outra instituição pública ou privada capaz de um gesto de cidadania: o de recolher valiosa memória jornalística hoje à deriva.

sexta-feira, 23 de setembro de 2016

O preso que trolou a República...

Reprodução

por Omelete 

Matéria do Globo de hoje na editoria Comédia. 

Um presidiário manda uma carta para o STF, encaminhada ao ministro Lewandovski. 

Nas mal traçadas linhas - a missiva era manuscrita - o detento afirma que trabalhou no sitio em Atibaia, aquele que segundo convicções pertenceria a Lula, onde roubou um computador do ex-presidente. 

Coisas do arco da velha o HD da máquina guardava, segundo o preso, que também testemunhou canalhices mil no tempo em que trabalhou no sítio. E mais: o denunciante garantia que poderia indicar mansão de Lula em outro sítio, em Minas Gerais. 

As autoridades exultaram: o homem era praticamente o deep throat do Watergate que afogaria de vez o ex-presidente Lula. De banho tomado e cueca limpa o preso foi preparado para o grande momento. Moro designou dois procuradores para ouvir a denúncia do sujeito. Alta ansiedade no posto avançado da Lava Jato, em Marília, Paraná. Câmeras e gravadores ligados, escrivão a postos, taquigrafia idem, o esquema para vazamento do dossiê já acionado. Mas o "depoimento" foi apenas hilário. Era um golpe. 
O detento tentava, quem sabe, se encaixar em uma delação premiada. 

Deve ter raciocinado: "se todo mundo pode porque não eu"?.

Segundo o Globo, o MPF nada comenta sobre o caso.

O preso voltou para sua cela com uma bela história para contar.

Por alguns dias, ele foi um dos homens mais importantes da República.
Dizem que Lula deve passar o Natal na cadeia. Há rumores de que estão esperando apenas passar as eleições. 

Mas o tal preso que quase virou ídolo do STF da Lava Jato teria antecipado o processo. O depoimento cômico foi colhido, segundo o Globo, há poucos dias. 

Atenção: os personagens do enredo acima não são mera coincidência. 

Qualquer semelhança com fatos reais é mera realidade. 



quinta-feira, 22 de setembro de 2016

"David Zingg no Notícias Populares": MIS de São Paulo expõe imagens do fotógrafo americano que adotou o Brasil e, nos anos 60, trabalhou na revista Manchete

Caetano Veloso segura foto de João Gilberto, em 1986.
Foto de David Zingg/Divulgação MIS
por Ed Sá 
Será aberta dia 27 de setembro no MIS (Museu da Imagem e do Som, Av. Europa, 158, São Paulo) uma exposição de fotos de David Drew Zingg.

O tema são as imagens que Zingg fez no período em que trabalhou no Noticias Populares, da capital paulista.

Em 1986, ele se ofereceu para fazer um "estágio" no jornal. O rico universo da publicação de foco popular muito interessou ao fotógrafo.

Periferia, mulheres e personagens populares da cidade compuseram as cenas urbanas que atravessaram as lentes de Zingg na fase NP. Ao "sensacionalismo", marca da publicação, ele impôs uma nuance intimista e reveladora de tipos e figuras da periferia da metrópole.

Mas sua obra, claro, vai muito além e já foi objeto de exposições de espectro angularmente maior, reunindo fotos representativas de toda a obra

Zingg documentou, por exemplo, o Brasil dos anos 1960, de Brasília à Bossa Nova, fez capas de disco memoráveis, registrou o universo rural brasileiro, capturou belas mulheres, esportistas, monumentos arquitetônicos e líderes mundiais.

Em 1959, veio ao Brasil, enviado pela Life. Também trabalhou em outra ilustrada, a Look. O que era para ser uma pauta - a regata oceânica Buenos Aires-Rio - transformou-se em uma vida. Zingg descobriu o Brasil - morou aqui por mais de 40 anos -, onde realizou muitas reportagens, incluindo a construção de Brasília, tema que fascinou os editores da Life, ensaios, retratos, cartazes e campanhas publicitárias.

Ao se fixar no Rio procurou, por óbvia afinidade com veículos de fotojornalismo, a revista Manchete, onde atuou por cerca de três anos nos anos 1960.

João Gilberto, Vinicius de Moraes, JK, Leila Diniz, o carnaval, a festa móvel da Ipanema de então foram espelhados pelas suas lentes.
Leila Diniz em capa da Realidade
fotografada
por David Zingg. Reprodução

Pouco depois, na reta final da década, engajou-se no projeto da revista Realidade, em São Paulo. Na Abril ainda trabalhou para a Playboy, Cláudia e Veja.

Zingg costumava dizer que só o tempo confere a uma foto o valor que ela realmente tem.

O fotógrafo, que morreu em 2000 aos 77 anos, viveu para ver sua obra - hoje no acervo do Instituto Moreira Salles
-, reconhecida e admirada.

A mostra "David Zingg no Notícias Populares" ficará em cartaz no MIS de SP até o dia 4 de novembro.

Eu, hein? Serra está precisando de um power point para entender as letrinhas dos Brics...


A inacreditável performance de José Serra em entrevista viralizou na internet. Parece cena de um filme de Mel Brooks. Clique AQUI

Terroristas islâmicos proibem uso de camisas de times de futebol nas áreas ocupadas da Síria.

Reprodução Internet
por Niko Bolontrin 
Quando religião se torna ideologia e politiza seus dogmas o resultado, que a história demonstra, é um ritual de violência, guerras, opressão, torturas, escravidão, terrorismo e o consequente sacrifício da liberdade em altares, templos, mesquitas e igrejas.

O Brasil assiste a um processo já mais do que embrionário da politização de uma corrente religiosa e já registra episódios de violência e imposição de leis que impactam nos direitos individuais. Está literalmente brincando com fogo.

Alguns sinais dessa forma de opressão em alta no mundo têm sido definidos por sociólogos e assemelhados como "culturais". Bobagem, ingenuidade ou má fé. Um exemplo recente está no centro da polêmica sobre o uso do burkini nas praias da França. Proibida, liberada, criticada ou defendida, a veste islâmica que surgiu no verão europeu sinaliza exemplarmente o sufocamento da mulher pela religião totalitária. De "cultural" nada tem.

O Estado Islâmico na sua escalada irracional acaba de dar mais um exemplo de perigosa insanidade. A organização islâmica terrorista emitiu uma ordem de punição com 50 chibatadas para quem for flagrado usando uniforme de uma seleção ou clube europeu na Síria.

Camisas e símbolos de times como Barcelona, Real Madrid e Milan, seleções da Alemanha, França e Estados Unidos, entre outras, e marcas globais do tipo Adidas, Umbro e Nike estão banidos dos territórios ocupados pelos terroristas. O Daesh já havia declaradoo futebol como prática anti-islâmica.

Não se sabe de onde os terroristas tiram tais fundamentos certamente não previstos no Alcorão, já que nem Barcelona, nem Nike, nem sequer o futebol existiam nos tempos do profeta.

Imaginem o que não fariam os terroristas se encontrassem um vascaíno.

Além de ter como símbolo a Cruz de Malta (historiadores dizem que, na verdade, é a Cruz Pátea que enfeitava as caravelas), o Vasco usa uniformes da Umbro inglesa. Um torcedor assim vestido, ainda mais ostentando o logotipo das Cruzadas, seria duplamente decapitado

segunda-feira, 19 de setembro de 2016

Revistas americanas registram as últimas semanas do casal Obama-Michelle na Casa Branca






Reprosução Facebook/Essence























por Clara S. Britto
Depois de oito anos na Casa Branca, Barack e Michele Obama se preparam para voltar ao mundo real. Na reta final, com Obama envolvido na campanha de Hillary Clinton à sua sucessão, Michelle tem estado mais disponível para as revistas e posado para várias capas. As mais recentes são a In Style e a Essence, edições de outubro.

Nas matérias, a primeira-dama fala sobre o que fará após deixar Washington.

Ela diz que se envolverá em projetos de educação, pretende estar presente nas redes sociais. E afirma se orgulhar de ter possibilitado, junto com o presidente, a toda uma geração de crianças negras crescerem venho na Casa Branca alguém que se parece com eles.

A Essence contou com o casal para um ensaio de despedida. Entre um palanque e outro, Obama topou fazer um ensaio fotográfico e deu uma entrevista mais pessoal.

Indagado sobre qual será o seu legado, ele foi modesto e declarou que a vida segue e o seu legado ainda será construídos. Mas ambos demonstraram estar ansiosos para deixar a Casa Branca. Recentemente.

Michelle compartilhou a opinião de que oito anos são mais do que suficientes, está na hora da família ir cuidar da vida.

Ligadas à moda, as duas revistas queriam há tempos o casal nas suas páginas. Explica-se: os editores avaliam que Obama e, principalmente, Michelle, pelo seu estilo all american, serão lembrados com carinho pela industria da moda dos Estados Unidos pelo apoio ao setor e a divulgação que deram aos estilistas locais. Obama já afirmou que a moda é item importante na diplomacia cultural.

Rio 2016-Tóquio 2020: o último ato e a próxima parada

Festa de encerramento dos Jogos Paralímpicos: Tóquio convida...


A bandeira paralímpica se despede

No Maracanã, o agradecimento dos atletas



Yuriko Koiko, governadora de Tóquio, a próxima Cidade Paralímpica, recebe a bandeira do prefeito do Rio, Eduardo Paes.
Fotos de Fernando Frazão/Agência Brasil

domingo, 18 de setembro de 2016

O Brasil é agora o país da convicção... Mas isso é só uma ligeira impressão... sem provas

por Flávio Sépia
A tal inovação judicial de convicção sem provas levou a palavrinha para os trend topics da semana.
E a convicção foi parar na capa da Época.
Juristas renomados avaliam que abre-se uma nova era no Brasil. Já há muitos exemplos por aí. Um cronista conceituado escreveu que o protesto do elenco do filme "Aquarius", em Cannes, foi jogada de marketing. Ele não tem provas mas tem convicção. O Corinthias perdeu do Palmeiras, ontem, e demitiu o técnico Christovão Borge. O time anda jogando uma bolinha safada mas a diretoria tinha a convicção de que o treinador era o culpado. Os Estados Unidos bombardearam soldados da Síria que lutavam contra o Estado Islâmico e com isso deram uma ajudinha aos terroristas. Os americanos não tinham provas, mas tinham convicção de que jogavam bombas em tropas do EI. Eduardo Cunha continua solto: procuradores têm provas mas não tem convicção de que ele é culpado. A ONU não tem provas mas tem a convicção de que Temer é presidente. Jornalista português diz que Paralimpíada é um "circo". Ele não tem provas mas nós temos a convicção de que o sujeito é um idiota. Presidente do TSE diz que julgamento da ação contra chapa de Dilma e Temer fica pra 2017. Nós temos a convicção de que vai ficar para depois de 2018. Tenho a ligeira impressão mas não tenho provas de que o Código Penal vai mudar o nome para Código das Convicções...

Veja copia capa da Time. A culpa é do estagiário que fez Ctrl-C e Crtl-V...



No alto, a capa da Time que foi para as bancas em fins de agosto.
Acima, a edição atual da Veja.
Entre o "meltdow" de Donald Trump e o "derretimento" de Lula faltou imaginação e sobrou Ctrl-C e Ctrl-V.
A Abril demitiu tanta gente nos últimos anos que provavelmente sobrou para o estagiário a missão de bolar as capas.
Desde o lançamento da edição da Time e a chegada da Veja às bancas, o trainee ralou por 21 dias para contribuir com a sua "criatividade": mudar o fundo para vermelho e tirar o louro da cabeleira tingida de Trump.
Fez o que pode, o pobre rapaz.
A Time pôs chamada de capa; a Veja provavelmente viria sem títulos. A morte do ator Domingos Montagner deve ter obrigado a inclusão da faixa vermelha.
Como contribuição para o banco de ideias semi-originais para a Veja, seguem, abaixo, algumas sugestões para anabolizar a mente do artista na hora de copiar capas das próximas semanas.
Alô, trainee, não esquece de trocar as fotos.

TEMER NA CAPA

Temer, garoto nacional: a nova imagem do Brasil

Temer: um Constitucionalista no poder

Temer rejeita rótulo de golpista e quer conquistar os jovens.

Temer brilha em discurso na ONU 

Temer alcança 90% de popularidade nas pesquisas.


Brasil acredita: Governo Temer já decolou 


LULA NA CAPA

Exclusivo. Veja denuncia que Lula tem todos os dedos da mãos. Amputação
era golpe de marketing eleitoral
Documentos secretos mostram que o PT queria ficar 1000 anos no poder

Lula é o novo rico do ranking da Forbes

Lula perde fortuna jogando truco

Veja tem convicção de que Lula manipula o STF
Lula quer calar a Justiça

sexta-feira, 16 de setembro de 2016

Ivanka Trump na comissão de frente da campanha do pai, Donald Trump, se desentende com repórter da Cosmopolitan

Reprodução Pinterest


por Clara S. Britto

Ivanka Trump tem participado ativamente da campanha do pai, Donald Trump.

Os marqueteiros a consideram um trunfo para atrair mulheres conservadores e jovens idem. Ela sobe no palanque, capricha no visual e na sensualidade. Um providencial e vistoso implante nos seios ampliou seu já considerável poder de sedução.

Antes e depois do reforço nos seios para a corrida presendencial. Reprodução
O problema é que ela tenta ser simpática à distância mas acaba demonstrando a mesma impaciência do pai em entrevistas.

Não gosta de falar das cirurgias que fez: nariz, bchechas e mais recentemente os seios.

Na última a quarta-feira, o motivo da irritação com um jornalista foi outro. Ivanka interrompeu bruscamente uma entrevista à revista Cosmopolitan porque o repórter indagou sobre o que ela achava ou teria a contribuir para a política de Trump de apoio às mães que trabalham. Ocorre que o candidato já disse que "a gravidez é um coisa maravilhosa para a mulher, mas é um inconveniente para os negócios". E Ivanka não gostou que ele introduzisse a frase na entrevista. "Eu não vejo como gastar tempo com você se você faz um comentário como esse", reagiu.

Ela acusou o entrevistador Prachi Gupta de ser "negativo". Gupta respondeu que sentia muito que ela classificasse a pergunta de "negativa" mas era relevante comentar uma declaração desse teor feita por um candidato a presidente. A pergunta também se justificava porque, apesar da frase emblemática, Ivanka teria convencido o pai a incluir no seu programa a concessão de licença-maternidade (os Estados Unidos são o único país industrializado do mundo a não ter um lei federal de licença remunerada para mães de recém-nascidos).
O repórter queria saber sobre a significativa mudança de opinião de Donald Trump em relação ao assunto. Normalmente, os republicanos condenam tal tipo de política social dos governos.

Apesar disso, Ivanka encerrou a entrevista abruptamente.

-  I'm going to jump off, I have to run. I apologize.

Algo como "Eu vou sair fora, tenho que correr. Desculpe".

CANÇÃO DOS BEATLES EM CAMPANHA DE TRUMP PROVOCA POLÊMICA

Ivanka Trump usou a música "Here Comes the Sun", dos Beatles, como trilha sonora para sua entrada no palanque do pai. O problema é que ela nãop tinha autorização dos responsáveis pelos direitos das canções. A família de George Harrison reagiu e considerou ofensiva a pirataria. Além dos representantes do Beatles, Trump tem provocado reações de Adele, Queen, Rolling Stones, Aerosmith e Neil Young, que também tiveram músicas utilizadas na campanha sme que lhes fosse pedida qualquer autorização.

quinta-feira, 15 de setembro de 2016

Jornalistas protestam contra atrasos de salários. A resposta dos patrões? Demissão por "justa causa"

LEIA A MATÉRIA NO COMUNIQUE-SE, CLIQUE AQUI


SINDICATO DOS JORNALISTAS DE SÃO PAULO DENUNCIA ASSÉDIO MORAL.
leia AQUI 

Terry Richardson fotografa Rihanna como uma 'Maria Antonieta pornô"

Rihanna. Foto de Terry Richardson para CR Fashion Book

Foto de Terry Richardson para CR Fashion Book
por Clara S. Britto
Fotógrafo de moda queridinho de modelos e produtoras nas últimas décadas, Terry Richardson enfrentou polêmicas por conta da ousadia do seu trabalho, da hipersexualidade das imagens e, há alguns anos, foi acusado de assédio e abuso. Ele nega as acusações. Se sofreu abalos, a carreira do fotógrafo não foi interrompida. Ele continua solicitado. No seu mais recente trabalho, retratou a cantora Rihanna para a capa da revista CR Fashion Book vista, segundo ele, como Maria Antonieta, em versão pornô. Segundo a CR, a rainha da França foi a primeira fashion victim e também uma pioneira em lançar moda. Antes de perder a cabeça, claro.

Pesquisa revela que mais de 100 milhões de brasileiros acessam a internet

A 11ª edição da pesquisa TIC Domicílios 2015, que mede a posse, o uso, o acesso e os hábitos da população brasileira em relação às tecnologias de informação e de comunicação, mostra que 58% da população brasileira usam a internet – o que representa 102 milhões de internautas. A proporção é 5% superior à registrada no levantamento de 2014.

De acordo com a pesquisa, o telefone celular é o dispositivo mais utilizado para o acesso individual da internet pela maioria dos usuários: 89%, seguido pelo computador de mesa (40%), computador portátil ou notebook (39%), tablet (19%), televisão (13%) e videogame (8%).

O resultado do estudo, divulgado nesta terça-feira (13), é fruto de entrevistas pessoais realizadas em 23.465 domicílios em todo o território nacional, entre novembro de 2015 e junho de 2016.

A pesquisa foi realizada pelo Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br), pelo Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação (Cetic.br) e pelo Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR (NIC.br).

Usuários

De acordo com a pesquisa, pessoas das classes sociais mais altas usam mais a internet: 95% dos entrevistados da classe A haviam utilizado a rede menos de três meses antes da pesquisa. A proporção cai para 82% para a classe B; 57% para a C; e 28% para a D/E.

O levantamento ainda aponta que 56% da população brasileira usa a internet no telefone celular. A proporção era de 47% em 2014 e de 31% em 2013. O tipo de conexão mais utilizada nos celulares passou a ser o Wi-Fi, com 87% dos usuários, seguido pelo 3G ou 4G (72%). Em 2014, o Wi-Fi correspondia a 74% e o 3G ou 4G, a 82%.

Domicílios

A proporção de domicílios brasileiros com acesso à internet, considerando também conexões por telefone celular, ficou praticamente estabilizada em 51%. Em 2014, a fração era de 50%, e em 2013, de 43%.

Em relação à região, o Sudeste tem o maior número de domicílios conectados à internet: são 17,4 milhões de domicílios conectados. O Nordeste possui 7 milhões de domicílios com internet; a Região Sul com 5,4 milhões conectados; o Centro-Oeste tem 2,5 milhões com internet; e o Norte com 1,9 milhão de domicílios conectados.

O levantamento mostra que a proporção de domicílios brasileiros com computador estabilizou em 50% – mesma proporção registrada em 2014 – o que representa 33,2 milhões de domicílios com acesso a computador.

Fonte: Portal Brasil

Sophia Vergara: atriz colombiana desbanca americanas no ranking das estrelas da TV que mais faturam

por Clara S. Brito

A edição americana da revista Forbes acaba de divulgar o ranking das atrizes mais bem pagas da TV.

A colombiana Sophia Vergara, estrela do seriado "Modern Family", com 43 milhões de dólares faturados neste ano, lidera a lista de contas bancárias polpudas.

Em segundo lugar, está Kaley Cuoco, a lourinha de "The Big Bang Theory", que embolsou quase 25 milhões de dólares. Mindy Kaling, de "The Mindy Project", ocupa o terceiro lugar com 15 milhões de dólares.
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