Na década de 1970, quando o gênero novela dominava a televisão, com picos de audiência que ultrapassavam, muitas vezes, mais de 80% dos televisores ligados, Claudio Marzo tornou-se um dos mais importantes atores do Brasil. Certamente, a teledramaturgia da Globo deve muito a ele. Foram mais de 30 novelas e cerca de 30 filmes, em 50 anos de carreira. A revista
Amiga, assim como a
Sétimo Céu, documentaram muitos desses momentos, passo a passo, ao testemunharem, em sintonia com a expectativa de milhares de leitoras e fãs, a trajetória e o sucesso do galã Claudio Marzo. Foi um "galã com conteúdo", diz-se atualmente, para diferenciar os verdadeiros atores. os que permanecem, dos "famosos", a maioria apenas cíclicos, que representam a banalização do termo galã. Foi talvez um dos atores mais focalizados pela revista. Desde as novelas "Véu de Noiva" e "Carinhoso", passando pela épica "Irmãos Coragem", pelo realismo-fantástico de "Saramandaia", o humor de "Plumas & Paetês", o fascínio rural do Velho do Rio, seu personagem antológico em "Pantanal", a nostalgia de "Kananga do Japão" (essas duas últimas na Rede Manchete, quando era figura frequente, sempre atencioso, nos corredores do prédio do Russell, sede da TV e das redações das revistas da Bloch), e filmes como "Copacabana me Engana", "Pra Frente Brasil", "O Homem Nu" e "A Dama do Lotação, entre tantos trabalhos marcantes. Cláudio Marzo morreu ontem, aos 74 anos, no Rio de Janeiro. Ultimamente, enfrentava sérios problemas de saúde. Foi internado no dia 4 de março, em crise provocada por enfisema pulmonar, agravada, depois, por uma pneumonia. O ator deixa a viúva, a diretora Neia Marzo, com quem estava casado há 27 anos, e três filhos: Bento, do casamento com a atriz Xuxa Lopes; Alexandra Marzo, de sua união com Betty Faria, e Diogo, da união com Denise Dumont, e uma bela história na TV, cinema e teatro.