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segunda-feira, 23 de março de 2015

Claudio Marzo, vida, talento e sucesso documentados pela revista Amiga...





Na década de 1970, quando o gênero novela dominava a televisão, com picos de audiência que ultrapassavam, muitas vezes, mais de 80% dos televisores ligados, Claudio Marzo tornou-se um dos mais importantes atores do Brasil. Certamente, a teledramaturgia da Globo deve muito a ele. Foram mais de 30 novelas e cerca de 30 filmes, em 50 anos de carreira. A revista Amiga, assim como a Sétimo Céu, documentaram muitos desses momentos, passo a passo, ao testemunharem, em sintonia com a expectativa de milhares de leitoras e fãs, a trajetória e o sucesso do galã Claudio Marzo. Foi um "galã com conteúdo", diz-se atualmente, para diferenciar os verdadeiros atores. os que permanecem, dos "famosos", a maioria apenas cíclicos, que representam a banalização do termo galã. Foi talvez um dos atores mais focalizados pela revista. Desde as novelas "Véu de Noiva" e "Carinhoso", passando pela épica "Irmãos Coragem", pelo realismo-fantástico de "Saramandaia", o humor de "Plumas & Paetês", o fascínio rural do Velho do Rio, seu personagem antológico em "Pantanal", a nostalgia de "Kananga do Japão" (essas duas últimas na Rede Manchete, quando era figura frequente, sempre atencioso, nos corredores do prédio do Russell, sede da TV e das redações das revistas da Bloch), e filmes como "Copacabana me Engana", "Pra Frente Brasil",  "O Homem Nu" e "A Dama do Lotação, entre tantos trabalhos marcantes. Cláudio Marzo morreu ontem, aos 74 anos, no Rio de Janeiro. Ultimamente, enfrentava sérios problemas de saúde. Foi internado no dia 4 de março, em crise provocada por enfisema pulmonar, agravada, depois, por uma pneumonia. O ator deixa a viúva, a diretora Neia Marzo, com quem estava casado há 27 anos, e três filhos: Bento, do casamento com a atriz Xuxa Lopes; Alexandra Marzo, de sua união com Betty Faria, e Diogo, da união com Denise Dumont, e uma bela história na TV, cinema e teatro.

segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

Memórias da redação: Aconteceu na... Amiga

Uma arrebatadora paixão com a “namoradinha do Brasil”
por Eli Halfoun


O que Regina Duarte, sem dúvida a mais popular atriz do Brasil, tem a ver com a revista Amiga? Tudo. Ou quase tudo. O namoro entre a revista e a já então “namoradinha do Brasil” foi constante – uma paixão arrebatadora. Entrava semana saia semana lá estava ela, meiga e sorridente, na capa da revista. Regina Duarte iluminou a capa do primeiro número da Amiga (na reprodução à esquerda) e sua presença era garantia de boa venda. No primeiro número, eu ainda não estava na revista, mas quando Amiga completou 18 anos eu já era o editor- chefe e depois de conversar com minha até hoje amiga Lea Penteado, uma das primeiras repórteres da revista, achei que a mais iluminada vela do bolo de aniversário seria ter Regina Duarte outra vez na capa. Foi quando pintou a idéia de repetir, 18 anos depois, exatamente a capa do primeiro número. Providenciamos uma nova foto de Regina Duarte com Cláudio Marzo, o casal que ilustrou a capa de estréia. Como recordar é viver e reviver, não tive dúvida e dei também uma “janela” (uma foto menor dentro da foto maior) com uma reprodução da primeira capa de Amiga. Em minha opinião e de toda a redação, era a melhor forma de mostrar como Amiga tinha crescido e os atores também tinham ficado mais maduros em idade, fisionomia e sucesso. Acreditei que todos iriam entender a nossa intenção, mas a primeira coisa que recebi foi uma bronca do 'seu' Adolpho que me chamou e foi logo dizendo: “O que é isso? Enlouqueceu?”. Eu não estava entendendo nada e perguntei: “O que tem de errado 'seu' Adolpho?" E ele aborrecido: “Não está vendo que são as mesmas pessoas na capa?" Expliquei: “É isso mesmo: a foto da janela é a primeira capa da revista, que é justamente a do casal da foto maior”.

Ele entendeu (tenho a impressão de que já tinha entendido desde o início e estava apenas querendo me testar e ter certeza de que eu sabia o que estava fazendo). Não respondi nada e fui saindo da sala de fininho. 'Seu' Adolpho me chamou outra quando eu já estava quase na porta. Olhei para trás e sorrindo ele disse: “Você é louco, mas é inteligente”. A capa teve boa repercussão: Regina Duarte e Cláudio Marzo elogiaram e ganharam uma boa recordação já que nas páginas internas contamos a história (só o que podia ser publicado, é claro) dos 18 anos de Amiga ilustrando o texto com diversas fotos da Regina e Cláudio. Amiga fazia parte também da trajetória de sucesso do casal nas novelas da Globo. Durante muito tempo Regina foi (ainda é) a “namoradinha do Brasil” e precisou de muito esforço párea mostrar que por trás de todo seu carisma e daquele sorriso ingenuamente encantador existia uma grande atriz. A grande atriz que sem dúvida é hoje. Com Cláudio Marzo não foi diferente: o galã bonitão que arrancava suspiros de milhões de fãs por todo o país também mostrou que é e sempre foi um excepcional ator, o que a crítica custou a perceber porque também ela só enxergava nele um galã e não o bom ator que desde o início mostrou ser. Foi essa evolução que tentamos mostrar na capa dos 18 anos de Amiga e, acredito, conseguimos.