quarta-feira, 11 de junho de 2014

Já tem Copa. Vamos torcer por vitórias dentro e fora de campo

Celular na mão, torcida recebe a Seleção na chegada a São Paulo. Foto Rafael Ribeiro/CBF

Neymar, a esperança de gols e de futebol-arte. Foto de Rafael Ribeiro/CBF
por Eli Halfoun
Vai ter Copa? É uma pergunta que ficou sem sentido. Já tem Copa e quando a nossa seleção entrar amanhã em campo só nos restará torcer (e torcer com entusiasmo) para que o hexa fique aqui. A torcida contra a realização do campeonato não deu em nada. Agora é um apaixonado sentimento verde e amarelo que toma conta do país. O povão está botando fé no time comandado por Felipão e isso vale muito. Mesmo que o Brasil não conquiste o hexa apesar de seu favoritismo, depois da Copa restará perceber se o tão prometido legado realmente beneficiará a população e se não jogamos dinheiro fora. Aposto que todo trabalho de construção de estádios, de melhoria nos aeroportos e nos novos caminhos que poderemos percorrer nos mostrarão que esse novo caminho é que nos levará com força e fé para outras conquistas de infraestrutura e, portanto, de melhor qualidade de vida para a população. Se a seleção conquistar o hexa o otimismo para perceber as melhorias será maior, mas se não ganhar (o que acho difícil) também poderemos enxergar as novas conquistas. Vencer no campo depende dos jogadores, mas vencer o adversário maior do país depende exclusivamente de nós. Essa é a principal taça que teremos de conquistar e levantar. Pra frente Brasil. (Eli Halfoun)

Fred pode voltar para a França logo depois da Copa

Fred chega a São Paulo com a Seleção: que venha a Croácia. Foto de Rafael Ribeiro/CBF
por Eli Halfoun
A possibilidade de voltar a jogar na França (mais precisamente no Paris Saint Germain) não mudou os planos de Fred de ter residência fixa e confortável no Rio: acaba de adquirir no Leblon uma cobertura avaliada em R$ 19 mihões, o que o faz afastar a idéia de morar em uma casa na Barra da Tijuca. Atualmente Fred tem salário de R$ 900 mil no Fluminense, que receberá uma grana por tê-lo cedido para a seleção. Fred também deverá receber uma boa quantia (em torno de R$ 1,3 milhões) se o Brasil estiver nas finais da Copa. O que se garante é que, qualquer que seja o resultado, Fred viajará para a França logo após a Copa. (Eli Halfoun)

Internet está nos deixando cada vez mais solitários

por Eli Halfoun
Uma das maiores “verdades” criadas em torno das redes sociais é a de que a internet é um instrumento que aproxima as pessoas promovendo encontros (alguns muito perigosos) e reencontros. Não há como negar a importância da internet no e para o mundo, mas essa “verdade” de aproximar as pessoas está longe de ser realmente uma verdade absoluta. Diante do afastamento (e distanciamento) que a internet também provoca entre as pessoas (ninguém mais conversa olho no olho, cara a cara). O que pode ocorrer, não demora muito, é um surto de solidão. A internet nos faz cada vez mais sozinhos mesmo quer estejamos conversando diariamente via redes sociais com pessoas que nem conhecemos. O exercício de passar horas e mais horas diante do monitor é um exercício solitário de aprisionamento. Você conhece o rosto das pessoas que utilizam o Facebook, o Twitter e outras redes sociais? Outro ponto que começa a ficar forte no vício em que a internet se transforma para muita gente é a de não nos dar mais a menor vontade de sair de casa para encontrar pessoas, ir ao teatro, ao cinema, enfim saber que ainda podemos falar com gente e não apenas com uma máquina que é o que a internet também representa. A exagerada utilização da internet é perigosa e por mais que nos aproxime de outras pessoas paradoxalmente e principalmente nos afasta e nos faz cada vez mais solitários e até egoístas. Aí é que mora o perigo para os que acham que a vida é virtual. (Eli Halfoun)

terça-feira, 10 de junho de 2014

Sede da Copa de 2018, a Rússia transforma o MAM, no Rio, em sala de visitas e oferece aos brasileiros uma intensa programação. Confira.

A Casa da Rússia, no MAM-Rio, mostrará como o país se prepara para sediar a Copa 2018.. Foto Fifa:Divulgação
O Espaço MAM de Eventos, localizado no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, será a sede da Casa da Rússia durante a Copa do Mundo no Brasil. O evento conta com o apoio do Ministério do Esporte do Governo Russo, da Federação Russa de Futebol e também do comitê organizador da Copa do Mundo da Rússia em 2018. A Casa da Rússia abrirá as suas portas no segundo dia da Copa do Mundo, 13 de junho e permanecerá até a final, 13 de julho de 2014. Entra as atrações, um museu do futebol, transmissões diretas de todos os jogos em telas gigantes e atividades relacionadas com o futebol para todas as idades. O MAM receberá diversos eventos culturais, com espetáculos protagonizados por artistas, músicos, DJs e bandas, durante todo o período da Copa do Mundo. Há instalações para a imprensa, para os representantes oficiais dos vários governos, salas de recepção, restaurantes e bares que servirão o que a Rússia tem de melhor em sua gastronomia. A Rússia quer mostrar também como está se preparando para sediar a próxima Copa do Mundo. 

Programação: 

Jun 13
13h “México vs Camarões” Ao vivo (Natal)
16h “Espanha VS Holanda” Ao vivo (Salvador)
19h “Chile VS Austrália” Ao vivo (Cuiabá)
19h Cerimônia oficial de abertura da Casa da Rússia (para convidados)

Jun 14
13h “Colômbia VS Grécia” Ao vivo (Belo Horizonte)
16h “Uruguai VS Costa Rica” Ao vivo (Fortaleza)
19h “Inglaterra VS Itália” Ao vivo (Manaus)
22h “Costa do Marfim VS Japão” Ao vivo (Recife)
22h “Sente o ritmo Russo” festa (DJ Anja Womso)

Jun 15
13h “Suíça VS Equador” Ao vivo (Brasília)
16h “França VS Honduras” jogo Ao vivo (Porto Alegre)
19h “Argentina VS Bosnia Herzegovina” Ao vivo (Rio)
20h – 00h DJ & Coquetéis

Jun 16
13h “Alemanha VS Portugal” Ao vivo (Salvador)
16h “Irã VS Nigéria” Ao vivo (Curitiba)
19h “Gana VS Estados Unidos” Ao vivo (Natal)
20h – 00h DJ & Coquetéis

Jun 17
13h “Bélgica VS Argélia” Ao vivo( Belo Horizonte)
16h “Brasil VS México” Ao vivo (Fortaleza)
19h “Rússia VS Coréia do Sul” Ao vivo (Cuiabá)
20h – 00h DJ & Coquetéis

Jun 18
13h “Austrália VS Holanda” Ao vivo (Porto Alegre)
16h “Espanha VS Chile” Ao vivo (Rio)
19h “Camarões VS Croácia” Ao vivo (Manaus)
20h – 00h DJ & Coqueteis

Jun 19
13h “Colômbia vs Costa do Marfim” Ao vivo (Brasília)
16h “Uruguai vs Inglaterra” Ao vivo (São Paulo)
19h “Japão vs Grécia” Ao vivo (Natal)
20h – 00h DJ & Coqueteis

Jun 20
13h “Itália VS Costa Rica” Ao vivo (Recife)
16h “Suíça VS França” Ao vivo (Salvador)
19h “Honduras VS Equador” Ao vivo (Curitiba)

DIAS DE DINAMO
12h Cerimônia de abertura do monumento do famoso jogador Russo Lev Yashin
19h30 Recepção de gala em homenagem a memória de Lev Yashin (para convidados)
22h “From Russia with Love” (DJ KTO) Festa

Jun 21
13h “Argentina VS Irã” Ao vivo (Belo Horizonte)
16h “Alemanha VS Gana” Ao vivo (Fortaleza)
19h “Nigéria VS Bosnia Herzegovina” Ao vivo (Cuiabá)

DIAS DE DINAMO
14h Jogo de futebol infantil
22h Festa DINAMO  (DJ KTO)

Jun 22
13h “Bélgica VS Rússia” Ao vivo (Rio)
16h “Coréia do Sul VS Argélia” Ao vivo (Porto Alegre)
19h “Estados Unidos VS Portugal” Ao vivo (Manaus)
22h “FESTA CALOR RUSSO” (DJ KTO + TATU) (com apresentação de Yulia Volkova)


Jun 23
13h “Austrália VS Espanha” Ao vivo (Curitiba)
13h “Holanda VS Chile” Ao vivo (São Paulo)
17h “Camarões VS Brasil” Ao vivo (Brasília)
17h “Croácia VS México” Ao vivo (Recife)


DIA DE MOSCOW

Jun 24
13h “Costa Rica VS Inglaterra” Ao vivo (Belo Horizonte)
13h “Italia VS Uruguai” Ao vivo (Natal)
17h “Japão VS Colômbia” Ao vivo (Cuiabá)
17h “Grécia VS Costa do Marfim” Ao vivo (Fortaleza)


Jun 25
13h “Nigéria VS Argentina” Ao vivo (Porto Alegre)
13h “Bosnia Herzegovina VS Irã” Ao vivo (Salvador)
17h “Honduras VS Suiça” Ao vivo (Manaus)
17h “Equador VS França” Ao vivo (Rio)

Jun 26
13h “Portugal VS Gana” Ao vivo (Brasília)
13h “Estados Unidos VS Alemanha” Ao vivo (Recife)
17h “Argélia VS Rússia” Ao vivo (Curitiba)
17h “Coréia do Sul VS Bélgica” Ao vivo (São Paulo)
22h Festa de Neve com Kartina TV (DJ Sasha Dith) (para convidados)

Jun 27
Carnaval de Inverno Russo – Conheça o Inverno Russo!
20h – 00h DJ & Coquetéis

Jun 28
13h “1A VS 2B” Ao vivo (Belo Horizonte)
17h “1C VS 2D” Ao vivo (Rio)
22h Festa junina “Russa”

Jun 29
13h “1B VS 2A” jogo Ao vivo (Fortaleza)
17h “1D VS 2C” jogo Ao vivo (Recife)
20h – 00h DJ & Coquetéis

Jun 30
13h “1E VS 2F” Ao vivo (Brasília)
17h “1G VS 2H” Ao vivo (Porto Alegre)
20h – 00h DJ & Coquetéis

Jul 1
13h “1F VS 2E” Ao vivo (São Paolo)
17h “1H VS 2G” Ao vivo (Salvador)

Jul 2
Festa todo dia – DJ & Cocktails (DJ Anja Womso)

Jul 3
Festa todo dia – DJ & Cocktails (DJ Anja Womso)

Jul 4
13h “W53 VS W54″ Ao vivo (Rio)
17h “W49 VS W50″ Ao vivo (Fortaleza)
22h Festa “Born in the USSR” (DJ Anja Womso)

Jul 5
13h ” W55 VS W56″ Ao vivo (Brasília)
17h “W51 VS W52″ Ao vivo (Salvador)


“Sabores da Rússia” Festa Gastronômica com o famoso chef Russo Maxim Syrnikov

Jul 6
“Sabores da Rússia” Festa Gastronômica com o famoso chef Russo Maxim Syrnikov

DJ & Coquetéis

Jul 7
“Sabores da Rússia” Festa Gastronômica com o famoso chef Russo Maxim Syrnikov

DJ & Coquetéis

Jul 8
17h “W57 VS W58″ Ao vivo (Belo Horizonte)

Jul 9
17h “W59 VS W60″ Ao vivo (São Paolo)

Jul 10
Festa o dia todo – DJ & coquetéis (DJ Anja Womso)

Jul 11
Festa o dia todo – DJ & coquetéis (DJ Anja Womso)
22h “Moscow Motion” festa com DJ Kozak & Maria Balak

Jul 12
17h “L61 VS L62” Ao vivo (Brasilia)

Jul 13
16h “W61 VS W62″ Ao vivo (Rio)
Cerimônia de encerramento da Casa da Rússia
22h Festa “Obrigado, Rio. 2018 Russia!” com DJ Anja Womso, DJ Kozak + Maria Balak

Fonte: MAM




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Direto da República de Comary - Segundo Felipão, a Seleção está pronta. Só falta a bola rolar. Enquanto isso, a dois dias da estréia contra a Croácia, os jogadores assistem palestra e recebem os cuidados de uma quiropraxista.

Dante sob os cuidados da quiropraxista Elisa Dellegrave. Foto de Rafael Ribeiro/CBF

Os jogadores assistem palestra motivacional do professor e escritor Carlos Julio. Foto Rafael Ribeiro/CBF
por BQVManchete
Nem só de bola vive a seleção na República de Comary, em Teresópolis. Nos últimos dias, os jogadores foram atendidos - segundo a CBF a pedido deles mesmos -  pela quiropraxista Elisa Dallegrave O objetivo era fazer um trabalho preventivo e de alinhamento da coluna. "Costumo comparar com escovar os dentes. Você come, suja os dentes e depois escova para limpar. Com a coluna é a mesma coisa. Você usa ela o tempo todo, mas só lembra de cuidar quando tem dor. Na verdade, é importante tratar da coluna sempre - explicou Elisa. Apesar de pouco conhecida no Brasil, a quiropraxia é bastante utilizada no meio do futebol. Dante, que já conhece o tratamento há mais de seis anos, desde quando jogou na Bélgica, aprovou: "É um trabalho excelente. Você sente o corpo mais equilibrado, tudo no lugar. Faz diferença quando se trata de alta performance - comentou o jogador.
Outra visita foi a do professor e escritor Carlos Julio, que ministrou uma palestra sobre comportamento, postura e formas de encarar grandes desafios para os jogadores e a comissão técnica do Brasil. Segundo Felipão, a Seleção está pronta e embalada. Só falta a bola rolar.
Fonte: CBF

Nicole Scherzinger: namorada casa-separa do piloto Lewis Hamilton derrapa nas curvas em clipe quente...



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Metroviários de SP agridem fotógrafo


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segunda-feira, 9 de junho de 2014

Em clima de Copa, Playboy vem com Patrícia Jordane, ex de Neymar, na capa, e a jornalista mexicana Inés Sainz, que abalou os estádios brasileiros na época da Copa das Confederações. E a coleguinha já está credenciada - e que credencial - para cobrir a Copa.


O editor da Playboy está bolado. Fez duas opções de capa. E ainda deverá ser feita uma terceira front page.  Oh! Dúvida cruel...Reproduções

Patricia  Jordane fecha o gol. Foto de Autumn Sonnichsen/Playboy/Divulgação
por Omelete
Morena mineira que se apresenta como ex do Neymar é capa da Playboy de junho. Chama-se Patrícia Jordane, tem 21 anos, e afirma à revista que ficou "chateada" ao ler nos jornais que Neymar estava saindo com Bruna Marquezine. Diz ela que estava com o jogador havia dois meses.
A Playboy também vem com uma reportagem sobre a repórter mexicana Inés Sainz, que está chegando ao Brasil para cobrir a Copa. Aos 35 anos, mãe quatro filhos, ela esteve no Brasil para cobrir a Copa das Confederações e fez a alegria da torcida ao evoluir no gramado para entrevistar os jogadores.
Inés Sainz. Reprodução Twitter

Inés Sainz à beira do gramado. Reprodução Twitter

Inés Sainz, na retaguarda, aguarda sua vez de fazer entrevistas. Reprodução Twitter
Na revista H e na...
...capa da Esquire mexicana.
Atualização: hoje, dia 16, a coluna Gente Boa publica uma nota sobre a "ex de Neymar. O jogador acionou seus advogados, segundo o Globo, e pretende processar a Playboy por causa da chamada de capa da edição da revista que destaca Patricia Jordane. "O jogador diz que não a conhece e que se sentiu usado", diz a coluna Gente Boa. 
Atualização: no dia 27/6, o site de Neymar comunicou que a Justiça proibiu a venda da edição de junho da "Playboy", que traz na capa Patrícia Jordane. "A editora, além de divulgar uma mentira sobre a vida pessoal do Neymar Jr, utilizou indevidamente o seu nome, ou seja, sem a autorização da NR SPORTS, empresa dos pais do atleta e única detentora dos direitos de exploração da imagem, nome e seus atributos".

Deu na Mônica Bergamo (Folha): FHC diz que Barbosa provoca crises...


Comary 2014 não é São Januário 1950 mas clima na seleção brasileira é de badalação e agito. Se vai dar certo, nem Felipão sabe...

por BQVManchete
Em 1950, às vésperas da decisão da Copa, a seleção estava concentrada na Casa dos Arcos, no Joá, cedida pelo empresário Drault Ernani. Flávio Costa, o então treinador, contou ao jornalista Paulo Perdigão (no livro "Anatomia de uma Derrota") que "as noites no Joá estavam sendo perturbadas pelas pessoas que passavam, atiravam pedras, gritavam, iam cantar, faziam serenatas, essas coisas". Flávio decidiu então levar todo mundo para São Januário onde, imaginava, a seleção teria mais privacidade. Foi pior. Além da romaria dos políticos (1950, como 2014, era um ano eleitoral), era mais difícil controlar o acesso. Imprensa, diretores, sócios, convidados da CBD, da federação e de beneméritos dos outros times que tinham jogadores na seleção entravam e saiam do estádio do Vasco. Rádio era um meio poderoso na época, como a TV é hoje. No dia do jogo, os craques foram acordados às sete da manhã para assistir a uma missa promovida por uma emissora que estava sendo inaugurada. Durante o dia, como se fosse foco de uma romaria, a seleção recebeu caravanas de torcedores, deu autógrafos, ouviu discursos. Nada disso, segundo Perdigão, foi noticiado pelos jornais. O Globo do dia 15 de julho de 1950 publicava apenas: "São Januário está como que isolado do mundo. Nem mesmo à entrada do estádio há movimento (...) em São Januário a atividade é absolutamente normal, como se nada tivesse acontecido de extraordinário há muitas e muitas semanas". O repórter autor dessas falsas linhas certamente nem ao estádio foi. Deve ter batucado a ficção na sua Remington sem tirar os pés da redação. Só após a derrota para o Uruguai, os jornais passaram a publicar as queixas dos jogadores sobre o clima insuportável que cercou a seleção nos treinamentos no Rio. Mas aí os boleiros já não foram levados a sério, suas críticas caíram no vazio. Com a derrota, de assediados e paparicados antes do fatídico gol de Ghiggia tornaram-se "malditos", quase invisíveis. Até poucas horas antes de irem para o Maracanã, os brasileiros sofriam com a badalação dos visitantes. Enquanto isso, os uruguaios se hospedavam tranquilamente no hotel Paissandú, no Flamengo. Alguns jogadores chegaram a arriscar uma caminhada na orla e se deixaram ficar por alguns momentos sentados, conversando, na mureta que beirava o mar antes da construção do Aterro.
A midia noticia hoje que o clima em Comary é de festa. Os jogadores fazem questão de ficar junto da torcida, analisam. Os jornais chamam de torcida mas não é bem assim. Basta ler as matérias para constatar que a torcida mesmo ficou do lado de fora, limitou-se a aplaudir os jogadores quando estes passavam de ônibus e a ver o treino de longe. O que a mídia chama de "torcida" seriam convidados dos patrocinadores, filhos e sobrinhos de jornalistas, câmeras e fotógrafos que cobrem a seleção, equipes que gravam programas de TV, parentes de jogadores, dirigentes e amigos de dirigentes. Uma informação: há 800 jornalistas credenciados para cobrir os treinos da seleção brasileira e, a partir de ontem, todos os credenciados pela Fifa poderão ter acesso a Comary. Tem tudo para piorar. 
Se desse uma passadinha na concentração Garrincha, que tinha que pular o muro, coitado, quando estava cansado de ver marmanjo e queria dar uma escapada, ia estranhar a moleza. Há cercadinhos vips para celebridades assistirem aos treinos. Parentes dos jogadores também já fizeram parte dessa plateia pelo menos uma vez com direito a gritinhos de apoio. Dançarinas de funk da "Jaula das Gostozudas" adentraram o recinto para tentar entregar um CD ao Neymar. Obviamente, destaca-se hoje nos jornais e nos sites apenas a cena "emotiva" de uma criança que "invadiu" o campo e que Neymar impediu que os seguranças retirassem. Ok, de chorar. Mas bola pro mato que o jogo é de campeonato.  Nada contra que o clima seja de festa, mas dá para guardar um pouco para depois que botar a mão no caneco? Seleção mais "humana" (antes era desumana?), "aconchego" (tente imaginar Brito e Fontana, em 70, Belini e Vavá em 58, Dunga e Romário em 94 pedindo... "aconchego"). Ô, família Felipão, cuidado aí com essa "carência emocional": Messi e Balotelli, por exemplo, não são de dar aconchego a ninguém. 

Preocupante também a informação de que a Seleção treinou ontem em um campo pequeno. O motivo seria comercial. O campo maior onde o time de Felipão vinha jogando teve trocadas suas placas de publicidade. A Fifa assumiu Comary e instalou os patrocinadores oficiais da Copa em lugar das marcas que bancam a seleção brasileira. Por não querer pôr azeitona na empada dos  concorrentes, a CBF teria transferido o treino para um campo menor mas sem placas. É só uma "ação de marketing", Felipão que se vire. Dizem que o treinador já está reclamando, identifica excessos na badalação. Resta esperar que sua voz seja ouvida. Que ele seja o último a deixar que seu trabalho seja prejudicado. 
De qualquer forma, as cenas em Comary contrastam com as primeiras imagens dos treinamentos das outras seleções. A Holanda, por exemplo, está se exercitando na Gávea. Em paz. Até o campo está cercado de tapumes e placas. A Inglaterra fará parte do seu treinamento na Escola de Educação Física do Exército, na Urca. É área militar. "Gostozudas" inglesas, se aparecessem, seriam barradas. Há times, como a Rússia, no interior de São Paulo, outros em praias afastadas na Bahia. 
Que façam bom proveito da calmaria que a seleção brasileira não tem, mas, por favor, evitem gerar um novo e dessestreessado Ghiggia. 

Um por todos, todos por um. Só assim é possível vencer a luta e as lutas

por Eli Halfoun
É verdade que a estrutura da Globo e o apoio de empresas privadas facilitam o trabalho de Luciano Huck e equipe para a realização do quadro “Um por todos, todos por um”. De qualquer maneira o esforço e o coração solidário do apresentador são peças fundamentais na transformação de trabalhos individuais que mostram que de nada adianta apenas reclamar e esperar que as coisas caiam do céu ou que o governo faça alguma coisa. É o trabalho individual de cada um de nós que realmente pode mudar as coisas no país e no mundo. O quadro “Um por todos, todos por um” é mais do que busca de audiência a realização de sonhos: é a maneira de nos acordar para a necessidade de união, do esforço coletivo e do aprendizado de que na vida o que vale sempre é o “um por todos, todos por um”. Não é  novidade: sempre soubemos que unidos jamais seremos vencidos. O “Caldeirão do Huck” mostra isso uma vez mais com clareza e mostra que precisamos retomar o espírito coletivo e a solidariedade plural e realizar mutirões de trabalho que beneficiem mais do que apenas uma pessoa: a vida é conjugada todo o tempo no coletivo. Nada pode impedir que as pessoas se unam e se fortaleçam para melhorar os locais em que vivem. É válido o argumento de que sem o material necessário é impossível realizar esse tipo de trabalho, mas não tenho dúvidas de que quando estivermos unidos no mesmo sonho o material chegará de qualquer maneira. Mesmo quem não tem nada sempre tem alguma coisa para dar e acrescentar. (Eli Halfoun)

Mocinhas rejeitadas só atrapalham em qualquer novela

por Eli Halfoun
Mocinhas que não agradam ao público não servem para as novelas. É com elas que principalmente o público feminino se entusiasma e chega a usá-las como exemplo. Mocinhas rejeitadas são um calo na trajetória de qualquer novela. Agora esse calo deve estar doendo ainda mais na novela “Em Família” diante da rejeição as duas digamos personagens principais, ou seja, Helena e Luiza. A rejeição não tem nada a ver com o talento das atrizes. Julia Lemmertz é excelente atriz e Bruna Marquezine está em um bom caminho. Mesmo assim a chatice de Helena e a inconseqüência de Luiza fazem o público fugir das personagens, o que não é a primeira vez que acontece. Só que agora a Globo decidiu acabar com a rejeição: de agora em diante todas as mocinhas de novelas precisarão ter condutas exemplares, carisma e parecerem o mais possível com o comportamento de todas as mulheres da vida real. É o que Aguinaldo Silva promete em "Império”, a novela que substituirá “Em Família” a partir do dia 21 de julho. A mocinha interpretada por Leandra Leal entra em cena com a responsabilidade de mostrar que as mocinhas são fundamentais para a audiência das novelas. Mulheres chatas como são Helena e Luiza são insuportáveis até na ficção. Na vida real nem se fala. (Eli Halfoun)

Campos e Marina decepcionam em encontro com artistas no Rio

por Eli Halfoun
Decepcionante é como alguns artistas que definem o recente encontro que tiveram com Eduardo Campos Marina Silva no Rio. A decepção ficou por conta das respostas vagas dadas pelos candidatos. Marina Silva, por exemplo, pulou fora de tudo o que dizia respeito ao seu apoio na luta contra a homofobia. Evangélica convicta (daquelas bem chatas) esse é um assunto sobre o qual não pode tomar nenhuma decisão favorável (apenas diz que “não sou contra a opção de ser gay, mas acho que o estado não deve interferir nessa questão”). Já Eduardo Campos decepcionou porque não respondeu a nada com convicção e programa de governo. Marina também tentou uma vez mais convencer o ator Marcos Palmeira a ser candidato ao governo do Estado, mas ele desconversou educadamente. Além de Palmeira estiveram no encontro a diretora Tizuka Yamazaki e os atores Marco Nanini, Débora Bloch e Claudia Alencar Para quem queria conseguir votos foi mais um encontro perdido. Aliás, Campos também preocupa seus aliados com uma acentuada queda nas pesquisas de intenções de votos. A cúpula do partido acha que a perda nas pesquisas está ligada ao fato do candidato não ter conseguido a imagem de mudança que pretendia porque seus ataques ao governo são mornos. Já Marina Silva não está agregando como se esperava porque é considerada uma política que não admite ser contrariada e, portanto ouvir assessores. Assim acaba falando sozinha. E sozinho ninguém ganha eleição e muito menos liderança. (Eli Halfoun)

domingo, 8 de junho de 2014

Livro de Nélio Rodrigues resgata histórias do rock nativo nos agitados anos 1960

Thre Brazilian Monkes na marquise da loja Ponto Frio, em Copacabana, em 1967. Reprodução

por Roberto Muggiati (Especial para a Gazeta do Povo)
Só podia acontecer naquela década e no bairro de Ipanema. Dois padres “prafrentex” da Igreja de Nossa Senhora da Paz (e Amor), querendo ampliar o seu rebanho, abrem o sacrossanto templo para a música do demônio: o rock. O dia escolhido para aquela ousada missa – 11 de julho de 1966, uma segunda feira – e a hora, 14h30, rompiam com todos os padrões da liturgia católica. Cabeludos, como era de rigor, os Brazilian Bitles instalam sua parafernália em pleno altar, a bateria parece um monstro profano em meio às flores e às imagens. Embora toquem a “Ave Maria” de Gounod, o clima é de histeria. Três mil pessoas ficam do lado de fora e criam um verdadeiro tumulto nas ruas do bairro em pleno horário comercial.
O episódio é contado no livro Histórias Secretas do Rock Brasileiro (Grupo W5), recém-lançado por Nelio Rodrigues, um ex-professor de biologia que virou pesquisador de rock, autor do livro Os Rolling Stones no Brasil (2000). Como salienta o jornalista Guerra no prefácio, Nelio “coloca no lugar as peças de um quebra-cabeças que, até hoje, ninguém tinha se interessado em montar.” Ele trata de uma época esquecida: da primeira metade dos 60 ao início dos 70. E, como salienta Leo Jaime no posfácio: “Vivíamos um período rico em vertentes e experiências, ainda que a ditadura deixasse tudo meio 
Na verdade, estes roqueiros, embora expostos à mídia, aparecendo até na tevê, foram massacrados pela concorrência de “cachorros grandes” como a bossa nova, a jovem guarda, a nova MPB, a era dos festivais, a Tropicália e os próprios ídolos que procuravam imitar: Beatles, Stones & cia. Como agravante, sofriam com a má qualidade dos instrumentos e a falta de logística para os shows. Eram apoiados apenas por uma pequena corte de fieis, que os acompanhava até o inferno, pelas namoradas e – nem sempre – pelas famílias. Remando contra a corrente, acabaram evoluindo dos bailinhos em clubes para concertos em teatros ou ginásios. Rejeitados pela esquerda como colonizados culturais, apavoravam a direita com sua imagem de cabeludos sujos e rebeldes.
Mas alguns capitalistas mais espertos enxergavam o seu potencial marqueteiro. Os Selvagens e The Brazilian Monkes (sic) foram contratados para tocar na marquise da loja Ponto Frio em Copacabana, numa promoção para aquecer as vendas de inverno em julho de 1967 – outro episódio que promoveu, principalmente, o caos urbano.
The Brazilian Bitles na capa do Cruzeiro, em 1967
Ousadia
Dos roquinhos banais a cena foi transmigrando para a psicodelia e o progressivo. O Módulo 1000, por exemplo, teve um álbum rejeitado pela gravadora que se tornou cult no estrangeiro. Nelio Rodrigues conta: “Apesar dos problemas, a banda se sentiu orgulhosa. Não Fale com Paredes era ousado, diferente de tudo que as gravadoras despejavam no mercado. Vinha em uma embalagem luxuosa, cuja capa se abria em três partes, expondo na parte interna uma pintura psicodélica dos rapazes. Zezinho, o dono da Top Tape, não gostou de nada. Julgou a capa dispendiosa e exagerada. O que saía dos sulcos do disco o deixou bufando de raiva. Furioso, reuniu os músicos e vociferou em alto e bom som: ‘Este disco é uma merda e não dá para explicar uma merda dessas!’”
Os nomes das bandas são bizarros: Analfabitles, A Bolha (ex-The Bubbles), Os Abutres, Os Selvagens, Equipe Mercado, Soma. A maioria se concentra no Rio de Janeiro. Mas, do outro lado da baía, o rock também se agita. Em Niterói, Os Lobos arranjam para o Festival Internacional da Canção de 1971 uma música de um tal de Raulzito, “Eu Sou Eu, Nicuri É o Diabo”. A música os classifica para a fase final. E Raulzito, líder do grupo Os Panteras, também se classifica, cantando “Let Me Sing, Let Me Sing”. “... o novo Raulzito, ou melhor, Raul Seixas. O rocker baiano surgiu no palco do Maracanãzinho vestido a caráter, com calça e jaqueta de couro (...) e exibia, como complemento da estampa, um enorme topete imerso em gumex.” O pior é que, no registro histórico, críticos e jornalistas se confundem e atribuem a interpretação de Nicuri no FIC a Raul Seixas, e não a Os Lobos.
Além de se infiltrarem nos grandes festivais, algumas destas bandas malditas também deixaram sua passagem marcada no celuloide. Os Bubbles aparecem com destaque no filme Salário Mínimo (1970), dirigido pelo veterano Adhemar Gonzaga; e, como A Bolha, em 2005, comparecem na trilha do filme de Ana Maria Bahiana e José Emílio Rondeau, 1972, uma celebração daqueles tempos. Já os Brazilian Bitles pontificam em 1966 na comédia de Watson Macedo Rio, Verão & Amor.
Sementes
São Paulo também dá a sua contribuição. Como os Beatles na zona do meretrício de Hamburgo, o Som Beat toca até as cinco da matina em Santos num inferninho da marujada, o Sweden Bar. Daí ganha um fabuloso upgrade “no epicentro da badalação paulistana, a rua Augusta,” com direito a shows na tevê, à gravação de um compacto pela RCA e a ter entre seus fãs ninguém menos do que Roberto Carlos.
Outra história curiosa é a de O Terço, um grupo que marcou aquela época. “O ano de 1969 estava bem adiantado. O que se iniciava era uma longa aventura rodoviária, que partia do Rio com destino a Corumbá (MS). Amontoados na Kombi de Sérgio Hinds, com este ao volante, Vinícius Cantuária, Jorge Amiden, João e Robertinho dividiam o espaço limitado do veículo com guitarra, baixo, violões, bateria e amplificadores. Eles se autoproclamavam Os Libertos, não como um acinte ao governo militar. A intenção era outra, mais ingênua. Mesmo assim acabaram presos em Bauru (SP). Naqueles tempos, cabeludos não eram bem vistos pelas autoridades policiais, ainda mais em uma cidade do interior. Se não eram drogados, talvez fossem subversivos. Ou as duas coisas ao mesmo tempo.”
Quem escreveu o epitáfio daqueles anos heroicos – agora ressuscitados pelo livro de Nelio Rodrigues, foi Diana Dasha, cantora da Equipe Mercado, que só gravou um compacto duplo e teve uma canção inserida em uma antologia: “Éramos universitários, vivendo a utopia em meio aos Anos de Chumbo. Nossa transgressão era uma resposta a todo aquele ambiente repressor. Frustra um pouco não termos deixado registros melhores, mas acho que nossa semente, de alguma forma, vingou.”
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Galvão já não fala em despedir-se do futebol na Copa

por Eli Halfoun
Essa vigésima Copa do Mundo dificilmente será a última com a participação da voz e do entusiasmo de Galvão Bueno. O mais popular narrador esportivo do país tem contrato até 2019 com a Globo e, se não houver nenhum contratempo no longo caminho, ele estará narrando a Copa de 2018. Galvão Bueno faz parte do futebol e sua voz marcante e torcida apaixonada são esperadas pelo público, que não vibra tanto com as partidas como vibra quando Galvão está na jogada. Também muito criticado, Galvão tem superado todas as críticas e é inegável que deixou para a história do futebol e da televisão bordões definitivos. O narrador mostra que nenhum país tem narradores tão bons quanto os brasileiros e cita para o futuro os nomes de Tiago Leifert e Alex Escobar, sem esquecer de Kleber Machado e Luís Roberto que já são uma boa realidade. Parece que a presença de Galvão tem sido fundamental nos últimos anos na vitoriosa trajetória do futebol brasileiro. É ele que empolga a torcida, espanta o pessimismo e cria sempre um clima vitorioso e apaixonado. Sem a presença de Galvão o futebol pela televisão não tem a menor graça. É Galvão quem cria uma moldura especial para qualquer esporte. (Eli Halfoun)

Seleção não pode depender só da magia do futebol de Neymar

Marcelo, Neymar, Hulk e David Luís: treino regenerativo na piscina da "República de Comary", em Teresópolis. Foto de Rafael Ribeiro/CBF
por Eli Halfoun
Por motivos que nada tem a ver com futebol, a impressão que fica aos menos informados é a de que não há muito entusiasmo em torno da Copa e em consequência da seleção brasileira. É só aparência: a torcida bota muita fé no time comandado por Felipão e até aposta (embora prematuramente) que o hexa já é nosso. Só um importante detalhe parece preocupar parte da torcida e a maioria dos comentaristas de futebol (tem uma penca deles em ação). É a dependência que o selecionado pode estar criando pode estar em torno de Neymar, o nosso craque maior. O fato concreto é que quando Neymar não joga muito bem (raramente joga mal e até o mal dele é bom) a seleção sente e cai de produção. Essa “Neymar dependência” é perigosa: o time, repleto de craques não pode e não deve depender apenas da magia do futebol de Neymar. Nesse time todos precisam ser mágicos, inclusive para superar uma improvável má atuação do craque maior. Digo improvável porque Neymar é apaixonado por futebol e com paixão tudo fica sempre mais fácil. De qualquer maneira, não seria desperdício de tempo preparar o selecionado para independer do futebol de Neymar. Ou seja: se ele não estiver bem (o que repito é muito difícil) é bom (muito bom) que os outros craques estejam. Ficar com o hexa no Brasil depende fundamentalmente do bom futebol de todos os jogadores. Futebol é conjunto e por isso mesmo não pode depender apenas dos pés de Neymar e sua magia com a bola. Neymar é sim fundamental para a seleção brasileira. Os outros dez jogadores também precisam ser. E são. (Eli Halfoun)

Toninho Vaz: escritor lança biografia de Torquato Neto, o poeta da tropicália

Toninho Vaz. na Livraria da Travessa. Foto Zeca Moraes/Divulgação

por Roberto Muggiati (Especial para a Gazeta do Povo)
Toninho Vaz tem alma de biógrafo. Já contou as vidas de Paulo Leminski (O Bandido Que Sabia Latim), da padroeira dos endividados (Edwiges, a Santa Libertária), de Luiz Severiano Ribeiro (O Rei do Cinema) e fez o perfil, em Solar da Fossa, de moradores ilustres do casarão-pensão de Botafogo como Caetano, Gal, Tim Maia, Paulo Coelho, Gutemberg Guarabyra e Paulinho da Viola. Na quinta-feira, 5, ele relançou na Livraria da Travessa do Leblon, no Rio de Janeiro, sua nova edição de A Biografia de Torquato Neto, pela Nossa Cultura. A editora é de Curitiba, o prefaciador – esse que vos escreve – é de Curitiba e Antônio Carlos Martins Vaz, o Toninho, também é de Curitiba, onde cresceu nas imediações da Baixada (atleticano roxo) e começou a trabalhar no Diário do Paraná, aos 22 anos, em 1969.
Toninho sobreviveu à alta rotatividade das redações, evoluiu da imprensa “udigrudi” (Anexo, Raposa, Pasquim) para as semanais de prestígio (IstoÉ, Manchete), foi editor de textos e roteirista na TV Globo, produtor da Globo, do SBT e da CBS/Miami em Nova York (1995-98). É carioca adotivo há 40 anos, com um intervalo de quatro anos em São Paulo. Vida mais errante teve o seu biografado, Torquato Pereira de Araújo, neto, que saiu do Piauí para Salvador, Rio, São Paulo, Londres, Paris e Rio e para o suicídio, na madrugada depois de completar 28 anos, deixando escrita num caderno de espiral a frase contundente: “Pra mim chega.” Torquato fez uma das letras mais bonitas da pós-bossa, musicada por Edu Lobo: “adeus/ vou pra não voltar/ e onde quer que eu vá/ sei que vou sozinho/ tão sozinho amor/ que nem é bom pensar/ que eu não volto mais/ desse meu caminho.” E anunciou o alvorecer da Tropicália na letra de “Geleia Geral” – e a nova realidade que só se concretizaria na cabeça dos visionários e sonhadores: “o poeta desfolha a bandeira/ e a manhã tropical se inicia/ resplandente cadente fagueira/ num calor girassol com alegria/ na geleia geral brasileira/ que o jornal do brasil anuncia.”
Nosferatu
O título anterior do livro – Pra Mim Chega – foi omitido para poupar o sentimento da família. Na nova capa se lê simplesmente A Biografia de Torquato Neto. O poeta olha para nós por cima dos óculos escuros de aros redondos, envolto numa pesada capa preta em plena manhã luminosa de Copacabana, qual um ser de outro planeta, a capa de Nosferatu, o filme de Ivan Cardoso, lembrando também um parangolé enlutado de Hélio Oiticica. Já se foram 42 anos dos tempos de loucuras que levaram Torquato tão cedo deste mundo. Mas ele parecia estranhamente presente naquela noite em que uma nova onda de protestos pré-Copa parou o trânsito no Rio de Janeiro. A loja do Shopping Leblon, com seus 1,4 mil m² forrados de livros, CDs e DVDs, é a joia da coroa da rede Travessa, criada nos anos 80 a partir de uma pequena livraria na Travessa do Ouvidor, defronte à estátua do Pixinguinha tocando saxofone. Um espaço sofisticado, frequentado por celebridades e abrigando cada noite um lançamento de sucesso.
Toninho Vaz não fez por menos e, com sua fiel escudeira, a mulher Naná Gama e Silva, reuniu amigos de todas as épocas e de todos os locais: sua agente literária, Valéria Martins, da Oasys Cultural; o jornalista Ingo Ostrovski; a produtora e tradutora Ana Deiró; a jornalista Priscila Anders; o fotógrafo Zeca Moraes; a cineasta Lúcia Abreu; e sua personal lawyer Tânia Borges, que ajuda Toninho a trilhar o terreno ainda pantanoso das biografias. O Bandido Que Sabia Latim, seu importante perfil de Paulo Leminski, com quem conviveu intensamente em Curitiba, encontra insondáveis obstáculos junto à família do poeta para uma nova edição.
Torquato e Leminski, nascidos em 1944, poetas de uma geração em transe que o curitibano definiu à perfeição no poema em homenagem ao piauiense, “Coroas para Torquato”: “...esferas se rebelam contra a lei das superfícies/ quadrados se abrem/ dos eixos/ sai a perfeição das coisas/ feitas nas coxas/ abaixo o senso das proporções/ pertenço ao número/ dos que viveram uma época excessiva.”

P.S - Roberto Muggiati envia ao BQVManchete a seguinte mensagem em complemento ao texto acima: "Eu, prefaciador do livro, o Toninho, autor, e o Leminski, muito citado e também biografado pelo Toninho - somos todos  de Curitiba e ligados à ManchetePaulo Leminski (e sua mulher Alice Ruiz, poeta), quando moravam no Rio, no Solar da Fossa (tema de outro livro do Toninho), trabalharam no Departamento de Pesquisa da Manchete, isso lá pelos idos dos anos 70. Conta-me o Toninho que o Leminski, com sua cultura enciclopédica, levantou uma pesquisa sobre a História da Humanidade, a pedido de um bacana da redação, que a publicou em série e assinou com o seu nome, apropriando-se do trabalho do polaco. Toninho foi repórter da Manchete em Nova York, sob Arnaldo Dines, no interregno do triumvirato Tão Gomes Pinto-Otávio Costa- Nunzio Briguglio (1996-97). E o Torquato, embora não tenha passado pela Manchete, figurou em suas páginas na famosa foto da Passeata dos Cem Mil (ao lado do Gilberto Gil, na extrema esquerda), na Cinelândia, em 1968. (foto anexa). Um abraço, Muggiati
Torquato Neto, em primeiro plano, ao lado de Gilberto Gil, na Passeata dos Cem Mil, em junho de 1968, no Rio. Foto Reproduçã

sábado, 7 de junho de 2014

Demorô! A Fifa descobriu um dos defeitos dos brasileiros

por BQVManchete
Jeito, não tem. Compare com a entrega do imposto de renda, faltando um dia mais de 20 milhões de brasileiros não tinham feito ainda suas contas com o "leão". Chegar na hora a um compromisso? Difícil. Nós devemos ser o único povo que combina horário na base do "entre três e meia e quatro e meia tô lá". E chega às cinco e meia. Entregar obra pública no prazo? Impossível. Comodismo, falta de planejamento e má fé, tudo junto e misturado, não deixam. Nem obra privada fica pronta em dia. Tente comprar um apartamento na planta, com data para ficar pronto, e espere sentado. Contrate a reforma da sua casa e veja se termina a menos de três meses da data prevista. Nem enterro acontece na hora, até porque se defunto não tem pressa imagine a família e o cemitério. E o pior é que quando você deixa o carro para revisar, o computador para consertar ou entra na fila para esperar a vez, o que mais vai ouvir é um "é rapidinho, doutor". Rapidinha vai ser a desculpa: "rapaz, a parafuseta tava enferrujada, tive que mandar vir um original de São Paulo" ou "pô, também teu HD era paraguaio, foi aí que pegou, mas fica tranquilo mandei vir um da Suécia".
Diretor de Marketing da Fifa, o francês Thierry Weil deu a declaração reproduzida acima ao repórter Jorge Leite Rodrigues, no Globo de hoje. Não é qualidade, mas é fato. Deve ser cultura. Está na nossa placa-mãe. A mãe Joana.

Superstições: campanha mundial da Coca-Cola mostra os sinais que apontam os vencedores de todas as torcidas

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Vai ter Copa: amistoso contra a Sérvia foi um bom teste...

Festa para Fred, o autor do gol. Foto Rafael Ribeiro/CBF

Unidos vencerão... Foto Rafael Ribeiro/CBF

O gesto do goleador: uma resposta à torcida que ensaiou algumas vaias. Mas isso faz parte do jogo. Parafraseando Nelson Rodrigues, nem toda torcida gosta de vaiar, apenas as normais. Foto Rafael Ribeiro/CBF

por BQVManchete
A seleção mostrou mais dificuldades, principalmente no primeiro tempo, para vencer o esquema de jogo da Sérvia. Sem muito poder ofensivo, o adversário foi duro, marcou com rigor, mostrou preparo físico. A Sérvia, como a Croácia, a primeira adversária do time de Felipão, é herdeira da escola iugoslava de futebol, de habilidade e de capacidade de improviso. Em 74, por exemplo, o Brasil não passou do zero a zero contra a então Iugoslávia. Eles gostam de futebol, têm a manha, jogam pelada nas ruas (a propósito, não dá para acreditar no futebol de países que não jogam pelada nas praças e terrenos baldios, daí porque desde sempre João Saldanha se preocupava com a urbanização que tem decretado o fim de muitos campinhos para a garotada brasileira). Voltando a Brasil 1 (e o gol legítimo de Hulk, anulado pelo bandeirinha) X 0 Sérvia : um jogo é útil como treino muito mais quando mostra defeitos do que qualidades. Felipão terá tempo para corrigir as falhas, uma delas a distância excessiva entre setores, o que faz com que com a bola recuperada muitos contra-ataques não deslanchem com a velocidade necessária. Mesmo no ataque, Neymar às vezes não tinha para quem passar a bola (às vezes ele prendeu demais também embora tivesse alternativa) e pediu com gestos, mais de uma vez,  a chegada de um companheiro. No segundo tempo o time já voltou voltou mais compactado. Valeu também por mostrar a opção Fred, o atacante típico que busca o chute a gol mesmo sentado, embora ele ainda esteja meio isolado e não participe como deveria de mais troca de passes na finalização dos ataques. 
Acabou a brincadeira, agora é pra valer.