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quarta-feira, 25 de novembro de 2020

Livro sobre a Vaza Jato expõe as tripas da grande mídia...

por José Esmeraldo Gonçalves
O livro "Vaza Jato - Os Bastidores das Reportagens que Abalaram o Brasil", de Letícia Duarte (Mórula Editorial), revisita irregularidades da operação Lava Jato, de resto confirmadas em espantoso fluxo de mensagens, traz capítulos inéditos e revelações que atingem alguns jornalistas e veículos. 

Na verdade, ficam expostos, como em uma fétida mesa de autópsia, as tripas de uns e outros e os desvios éticos que cometeram.  

A jornalista Letícia Duarte entrevistou a equipe do Intercept Brasil, responsável pela série de reportagens sobre os delírios de poder da força-tarefa dos rapazes curitibanos, além de ouvir outras fontes. 

São, contudo, duas reportagem inéditas que atingem do ponto de vista jornalístico algumas figuras da Rede Globo e revelam mensagens trocadas com os procuradores ou as conversas destes dando conta de aproximações, encontros, "consultorias" com os jornalistas. São citados João Roberto Marinho, um dos donos do grupo, Merval Pereira, colunista do Globo e comentarista da Rede Globo e Globo News e Wladimir Neto, este filho de Miriam Leitão, também funcionária dos Marinho. Cabia a Neto, segundo as mensagens, dar "orientações" ao procurador Deltan Dalagnol. Prestaria uma espécie de "consultoria" graciosa a uma suposta estratégia política e de mídia da força-tarefa paranaense. No mínimo, a coisa toda se configura como um caso de relações perigosas de jornalistas com as suas fontes. 
O livro já está à venda no site da Mórula Editorial  AQUI

terça-feira, 21 de março de 2017

A nova conta do golpe... Instituições de Previdência Privada querem o FGTS

Reprodução o Globo

A mídia dominante e os colunistas de direita costumam criticar o FGTS por, segundo a visão neoliberal, onerar as empresas. Antes da criação do fundo, nos anos 1960, o trabalhador tinha apenas uma garantia: a estabilidade apos dez anos de vínculo com uma mesma empresa. Na prática, poucos alcançavam esse benefício. Os patrões costumavam despedir empregados, sem qualquer indenização, às vésperas da data que asseguraria a estabilidade.
A mídia como linha auxiliar do mercado financeiro costuma tratar o FGTS apenas como um "investimento" do trabalhador e cobra mais rentabilidade, o que seria até justo não fosse a má intenção sempre alardeada de transferir o montate do FGTS às instituições privadas.
Mas o FGTS tem função social, além da proteção contra demissões injustificadas. O Fundo é a mais importante fonte de financiamento habitacional em benefício, principalmente, dos brasileiros de menor renda e também destina recursos para o saneamento básico.
Historicamente, o mercado sempre quis meter a mão nos recursos do FGTS. Várias brechas foram criadas. Em 2008, sob pressão de políticos, foi parido o Fundo de Investimento FGTS, o Fi-Fgts, que passou a financiar rodovias, portos, ferrovias, hidrovias, transferindo recursos do fundo para concessionários de setores privatizados.
Agora, como mais um item da pesada conta do golpe - a contrapartida do atual governo ao sistema jurídico-legislativo-empresarial que se apossou do poder -, surge uma iniciativa para transferir o montante do FGTS às instituições de previdência privada. Segundo a nota publicada no Globo, o Banco Mundial enviou um economista ao Brasil para apresentar a medida à Comissão da Reforma da Previdência.
O interesse deve ser grande porque não é comum uma instituição multilateral, como o Banco Mundial, interferir diretamente e com tanta desenvoltura no Congresso de um país. O FGTS é regido por dispositivos constitucionais. Mas afinal, o que é a Constituição para uma milicia de interesses da qual fazem parte figuras delatadas em esquemas de corrupção e que acaba implodir a Carta ao destituir uma presidente legitimamente eleita?