Lada: carro cult da era soviética vira peça de colecionador

Foto: Envio Photography and Art/Reprodução Gazeta Russa (link abaixo)

Foto: Envio Photography and Art/Reprodução Gazeta Russa (link abaixo)

por Niko Bolontrin

Em matéria de carros, o desgoverno Collor de Mello ficou famoso por um icônico Fiat Elba. Em 1992, há  25 anos, o veículo bombava na mídia. Comprado, então, com um cheque de 5 mil cruzeiros do esquema de corrupção montado pelo "caçador de marajás" apregoado pela mídia, o Elba virou prova no processo de afastamento do ex-presidente.

1992: carros russos chegam ao Brasil. Repropdução

Mas, no mesmo ano, o alagoano acabou pegando carona em outro carro famoso e que agora virou cult: o modelo russo Lada.

A AvtoVaz, fabricante do Lada, do Samara, da picape Laika e do jipe Niva, foi a primeira marca estrangeira a aproveitar a abertura do mercado automotivo brasileiro. No primeiro ano, foram vendidos quase 20 mil veículos e a montadora chegou a ter mais de 100 revendedoras no país. Logo os russos deixaram de ser novidade, outras marcas entraram no mercado e, cinco anos depois, a AvtoVaz desistiu do Brasil.

Mas quem ainda for proprietário de um Lada pode ter um tesouro em mãos. O carro, que tinha um projeto dos anos 1960, está valorizado no mercado vintage.

É o que mostra matéria da Gazeta Russa.

Ao lado de outros carros da era soviética, como o Volga e o Trabant (este da Alemanha Oriental), o Lada é mania entre internacional, especialmente na Europa.

No Brasil também. Muitos Laudas e Nivas já estão nas garagens dos colecionadores brasileiros.

LEIA A MATÉRIA NA GAZETA DA RÚSSIA, CLIQUE AQUI

Das páginas da Manchete: cinco carros-problema que os anúncios vendiam como maravilhas...

por Ed Sá 
Quem disse que publicidade tem compromisso com a verdade?
Claro que a legislação avançou, propaganda enganosa hoje é punida, mas o espaço para vender fantasias tinha sutilezas que nem sempre o freguês percebia.
De um baú de anúncios antigos retirei cinco exemplos de carros que não deram muito certo no mercado e que no entanto foram badalados em anúncios nas edições da Manchete como as oitavas maravilhas da indústria automobilística nos anos 1960 e 1970, chegando até a um exemplo rodante da chamada Era Collor.
Se não foram sucessos de venda, esses modelos ganharam com o tempo o selo de cults.
Viraram peças de coleção. Não eram nada do que a propaganda vendia, mas se tornaram referências de um tempo. Sinta a nostalgia...

O jipe Vemag foi lançado em 1958. Era barulhento, queimava uma mal cheirosa mistura de gasolina e óleo e não conseguiu concorrer com o adversário do mercado, o Jeep Willys. 

O Renault Dauphine chegou em 1959. Pretendia concorrer com o Fusca. Não deu. Era até mais confortável mas quebrava toda hora e ganhou um apelido popular: "Leite Glória", porque desmanchava sem bater. Ainda mais metendo o carro nessas pedras que o anúncio mostra...

A Veraneio era uma camionete robusta. A Chevrolet tentou vendê-la como um veículo "de luxo" e foi vencida por
um problema de imagem. Àquela altura, o utilitário era mais conhecido como camburão de polícia,
ambulância e rabecão. Como chegar em uma festa dirigindo tal vexame? 

O Fiat 147 era até simpático. Mas chamá-lo de carrão era um exagero. era frágil e tinha
uma famosa correia dentada que era o terror dos proprietários

O governo Collor abriu o mercado de importação de carros. A primeira leva trouxe os Niva.
Tinham alto consumo de combustível, direção dura, Em velocidades um pouco maiores, vibravam e
eram barulhentos.  Mas até hoje têm admiradores: são os "niveiros".