Unidos da Tijuca, campeã 2014. Fotos de Jussara Razzé |
por Eli Halfoun
Viviane Araújo, a rainha de bateria
do Salgueiro, não esconde que achou injusta a vitória da Unidos da Tijuca. A
opinião de Viviane também é a de muitos torcedores do samba e da maioria das
escolas. Nenhuma novidade: todos os anos após a apuração essa história se
repete e é perfeitamente normal que os perdedores chorem e esperneiem como
acontece em qualquer competição, além do desfile das escolas de samba. É verdade
que depois do último desfile da segunda-feira, a Unidos da Tijuca não foi em nenhum
momento incluída entre as favoritas ao título, mas ninguém tinha duvidava que
ela tinha condições de ganhar, embora as preferências estivessem divididas entre
Salgueiro, Mangueira, Portela e Beija Flor. Não se pode dizer que a Unidos da
Tijuca correu por fora: nos últimos anos a escola tem sido sempre uma forte candidata
ao pódio.
Nos últimos anos a Unidos da Tijuca é a grande
inovadora do carnaval desenvolvendo enredos com criatividade e tentando renovar
o formato, exatamente como Joãosinho Trinta fez quando deu vários títulos para
a Beija Flor. Paulo Barros, o carnavalesco da Unidos da Tijuca é o Joãosinho
Trinta moderno e que por isso mesmo aposta na modernidade para desenvolver para
criar e desenvolver os enredos. Diante disso não podia dar outra: Paulo Barros
é o carnavalesco mais disputado no momento pelas escolas, mas já avisou que até
2015 será da Unidos da Tijuca.
Muitas mudanças acontecerão nas
escolas com o troca-troca de carnavalescos, de porta bandeiras e de rainhas de
bateria. É o mesmo ritmo de todos os anos, o que movimenta o gigantesco mercado
do samba, mas não muda muita coisa: na hora do desfile tudo pode acontecer assim como
é sempre um mistério indecifrável tentar adivinhar o que acontecerá com as
notas dos jurados, que podem até ser orientados tecnicamente para votar, mas
nem assim escapam da vontade pessoal e talvez até da preferência como torcedor.
É isso que conduz a grande máquina que é hoje o desfile. Concordo que o desfile
campeão desse ano não foi o melhor realizado pelo carnavalesco Paulo Barros
desde que se consagrou como um mágico dos enredos, mas não se pode deixar de
reconhecer que a Unidos da Tijuca mereceu o título que, aliás, ficaria bem
também com qualquer outra escola. Afinal, o samba é de todos. (Eli Halfoun)
Um comentário:
Deu Tijuca no primeiro e no segundo lugar. Pena que a Império caiu. Mas o meu bairro querido é a verdadeira terra do samba. Salve Borel, salveSalgueiro e, porque não, salve morro da Formiga, comunidade da Império
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