por Gonça
A queda de Mano Menezes não tem a menor importância. O tempo que o Brasil perdeu para preparar sua seleção, sim. Vamos ao replay: depois do fiasco de 2006, quando a concentração brasileira na Alemanha parecia o terreiro do samba frequentado por pagodeiros, humoristas, estrelas globais e jornalistas privilegiados, que lá jantavam em noites de queijos e vinhos com a comissão técnica, a CBF quis botar ordem na suruba. Chamou Dunga, aquele que, para a torcida, ganhou no braço e na moral a Copa de 1994. Dunga era o símbolo para vencer a crise. Fez um bom trabalho. Ganhou a Copa América, a Copa das Confederações, venceu amistosos contra equipes fortes, e classificou o time, bem, com folga, nas Eliminatórias para África do Sul 2010. Fez quase tudo certo. Mas, por temperamento, deixou azedar seu relacionamento com a mídia. Foi isso que decretou seu fim. A crise Seleção x Mídia incomodou patrocinadores fortes. Mais do que isso, tirou a tranquilidade dos jogadores em plena Copa- conta quem lá esteve que houve até caso de jornalista "importante" que fez "barraco" no hotel onde a seleção se hospedava, por querer entrevistar jogadores nas suites a qualquer custo. A campanha da mídia contra Dunga chegou então à beira do fanatismo talibã. Apesar do clima pesado, a seleção evoluiu na Copa até a falha fatal do goleiro Júlio Cesar no jogo contra a Holanda. Pior para o Dunga que viu todo o trabalho ruir em um segundo. De resto, coisas da magia e da tragédia do futebol, que o diga Barbosa, o goleirão da Copa de 50.
Com Dunga demitido e com a Copa seguinte em casa, a CBF resolveu convocar Mano Menezes. Apostou menos no treinador e mais no "relações-públicas", no profissional bem articulado capaz de desarmar tensões no contato com a elite de jornalistas e apresentadores. Na primeira etapa da preparação, a CBF programou amistosos com times fortes. Vexames sucessivos em campo. A torcida já pedia a cabeça do escolhido. A Copa América foi pro espaço. E a CBF mudou a estratégia: para evitar derrotas humilhantes baixou o nível dos adversários. O Brasil passou a jogar contra "galinhas-mortas". Algumas partidas eram quase cenográficas, algo como os embates do Divino, o time do Tufão, da novela "Avenida Brasil. Mano sobreviveu até ontem. Nos últimos meses, talvez animada por patrocinadores, difundiu-se a impressão de que Mano encontrara o segredo da vitória e a Seleção estava, finalmente, no caminho certo para o Hexa. Isso apesar de continuar enfrentando peladeiros nos piores gramados do mundo. Um jornalista escreve hoje que a demissão de Mano foi "surpresa" por ele ter acabado de ganhar um "título". Fala sério. Título? Essa piada da Bombonera conta para alguma coisa? Outro teme que no lugar do Mano venha um sujeito de "maus bofes". Bom, nós, simples torcedores, esperamos que venha alguém mais preocupado em montar um time com padrão de jogo, que saiba variar o jogo, que mude o ritmo de um partida não apenas com substituições mas com mudanças de estratégias, que saiba botar o técnico adversário no "bolso", criar "armadilhas" letais. Esse é o papel de quem está "pensando" o jogo fora de campo, o o resto os craques fazem. Cuidar de imagem, administrar egos, "fazer sala" para jornalistas-celebridades, ser anfitrião de jantares, isso não cabe ao treinador. Se o cargo necessitasse apenas de um cara "educado" e de "boas maneiras", seria melhor chamar a Danuza Leão, que escreveu um livro sobre etiqueta social.
Ou, na falta do João Saldanha, convocar o Felipão.
Jornalismo, mídia social, TV, streaming, opinião, humor, variedades, publicidade, fotografia, cultura e memórias da imprensa. ANO XVI. E, desde junho de 2009, um espaço coletivo para opiniões diversas e expansão on line do livro "Aconteceu na Manchete, as histórias que ninguém contou", com casos e fotos dos bastidores das redações. Opiniões veiculadas e assinadas são de responsabilidade dos seus autores. Este blog não veicula material jornalístico gerado por inteligência artificial.
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4 comentários:
GONÇA, VOCÊ DISSECOU ESSE CADÁVER.
A CBF, ESSA MÁQUINA DE FAZER E GANHAR DINHEIRO, POR INCOMPETÊNCIA E FALTA DE VISÃO DOS SEUS DIRETORES ENROLOU E ATRASOU A DEMISSÃO DO TÉCNICO DA SELEÇÃO, MANO MENEZES, CRIANDO UM GRANDE PROBLEMA PARA O NOVO TÉCNICO QUE VIER A SER ESCOLHIDO. RESTA MUITO POUCO TEMPO PARA PREPARAR E ORGANIZAR UMA NOVA SELEÇÃO . ISSO NA MINHA OPINIÃO DE APENAS UM TORCEDOR DE FUTEBOL.
OS JORNAIS JÁ ESTÃO FALANDO EM GUARDIOLA, EX-TÉCNICO DO TIME DO BARCELONA, QUE SERIA O NOVO TÉCNICO. PODE ATÉ SER, MAS PRIMEIRO PRECISA-SE SABER SE ELE ACEITA ESSE CARGO COM TÃO POUCO TEMPO PARA FORMAR UMA SELEÇÃO DE FUTEBOL, QUE PRETENDE SER "HEXACAMPEÃ "DO MUNDO. E OUTRO DETALHE POR DEMAIS IMPORTANTE: ELE NÃO VAI TER UM MESSI ENTRE OS 11 JOGADORES.
Guardiola faz um futebol coletivo, todos atacam e defendem e nem por isso os craques são transformados em "volantes de contenção". Mas ficou quatro anos no Barcelona, teve tempo. O futebol brasileiro está precisando de um treinador inovador como esse. Seria bom. Acho que vamos mesmo de Tite, Muricy ou Felipão. Não acredito que os paulistas pensem em uma solução mais ousada como Abel.
Amigos, a aposta em Mano foi arriscada. Ele começou a careira em 96,97, só foi trenar um time grande em 2007, o Gremio, que estava na segunda divisão. Foi campeão.Depois foi pro Corinthians na segundona. Foi campeão. É bi da segunda divisão, seu título mais importantes. Com o Corinthias na primeira não ganhou o título mas foi para a Libertadores e não passou das oitavas. Daí foi pra seleção Quer o que?
VAMOS AGUARDAR, APREENSIVOS, O DESENROLAR DESSA NOVELA QUE É:
QUEM SERÁ O NOVO TÉCNICO DA SELEÇÃO CANARINHO?
A BOLSA DE APOSTAS VAI CORRER LIVREMENTE E DESSE EXÓTICO PRESIDENTE DA CBF PODE-SE ESPERAR O POSSÍVEL E MUITO MAIS O IMPOSSÍVEL. COM A IDADE QUE ELE CARREGA NAS COSTAS DEVERIA ESTAR EM CASA JOGANDO FUTEBOL DE BOTÃO COM OS BISNETOS.
NEM OS JORNALISTAS GLOBAIS ESPERAVAM A DEMISSÃO DO MANO MENEZES. ACHO QUE ELES FORAM TRAIDOS POR ACREDITAREM NO PRESIDENTE DA CBF. APOSTARAM ERRADO. TALVEZ SEJA ESSA A VINGANÇA DO DUNGA QUE FOI TÃO MALTRATADO POR ESSES FALSOS JORNALISTAS E CRONISTAS DE FUTEBOL.
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