Cuidar dos idosos deveria ser obrigação, mas será uma profissão

por Eli Halfoun

A estimativa de que até 2050 0 Brasil terá 64 milhões de idosos, segundo o censo do IBGE, está criando uma nova, necessária, urgente e importante categoria profissional: a dos "cuidadores" de idosos. A verdade é que eles sempre existiram até porque muitas famílias não conseguem e nem tem paciência para cuidar (como deveriam) de seus velhos. A diferença é que agora os "cuidadores" estão sendo preparados para exercer a função com conhecimento e carinho. Os salários da nova categoria profissional são em média de R$ 800 a R$ 1.100, com carteira assinada. Em entrevista ao jornal Extra do Rio. Manuel Silva, especialista em Saúde do Senac, onde funciona um curso preparatório, diz que o "cuidador profissional não é técnico em enfermagem, mas um trabalhador que auxiliará o idoso a desenvolver as tarefas básicas do dia a dia como, por exemplo, comer e ir ao médico".

Não é uma carreira passageira: o texto que regulamentará a profissão está no Congresso, precisará ser aprovado pelo Senado e sancionado pela presidente Dilma Rousseff. O texto estabelece que o "cuidador poderá ser responsável por administrar medicamentos, desde que autorizado por um profissional de saúde habilitado". Segundo o projeto, os cuidadores profissionais poderão atuar em casas de idosos e hospitais, entre outros locais. De qualquer maneira todo cuidado é pouco na hora de escolher um profissional para cuidar de seu pai, sua mãe ou seus avós. O que se tem visto por aí de uma maneira geral é um violento desrespeito com os idosos que construíram esse país e nossas vidas. (Eli Halfoun)