por Eli Halfoun
É raro, mas ainda se ouve falar nos aparelhos de TV em preto e branco. Certamente só será possível encontrar um aparelho p/b em algum museu. Nos últimos anos, a televisão colorida, sempre com novas alternativas de em design e qualidade de som e imagem, virou eletrodoméstico de primeira necessidade até em cidadezinhas brasileiras perdidas no mapa. Todo mundo usa, mas pouca gente lembra que na última quinta-feira, dia 18, a televisão colorida completou 38 anos de existência no país. Só para recordar: a pioneira em transmissões coloridas foi a TV Difusora do Rio Grande do Sul que mostrou ao Brasil a anual Festa da Uva do Rio Grande. A transmissão foi difundida para todo o país pela Embratel e durou uma hora fazendo com que milhares de pessoas se aglomerassem nas portas de lojas de para conhecer a novidade. No Rio só existiam 200 aparelhos (importados dos Estados Unidos) capazes de receber a imagem colorida no dia da estréia. No começo, os profissionais de televisão não sabiam como agir e lembro que ao participar do júri do Programa Flávio Cavalcanti recebi expressas recomendações para não usar roupas escuras (preto e marrom nem pensar) porque a imagem poderia ficar borrada. Era uma nova complicação para uma televisão que, trazida por Assis Chateaubriand, já existia no Brasil desde o dia 18 de setembro de 1950. Em 1961, uma pesquisa revelou que o brasileiro era e é telemaníaco: na época o Brasil concentrava 15% dos aparelhos existentes nas Américas: 60% da América do Sul e 80% do Mercosul. O número de aparelhos atingia 95,1% de domicílios, alguns com mais de um aparelho (o que agora é comum), segundo dados do IBGE. Hoje são milhões (perto de 100) de aparelhos espalhados pelo Brasil. Calcula-se que no mínimo mais 5 milhões de aparelhos serão vendidos até a próxima Copa do Mundo. Fica combinado: televisão em preto e branco nesses tempos modernos só pode ser defeito no aparelho.
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