terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Antes de guardar o tamborim, um último recado carnavalesco

por Gonça
Os blocos, que começaram a ressurgir a partir do começo dos anos 90 por conta exclusiva dos moradores de vários bairros do Rio de Janeiro, embalaram a polêmica nesse carnaval. Por atrair cada vez mais gente, geram problemas que cabem à Prefeitura resolver respeitando os direitos individuais e sem burocratizar a festa e sem esquecer que é, por alguns dias apenas, carnaval. Banheiros químicos, organização de horários e Guarda Municipal nas ruas são boas iniciativas. Mas isso vai desobstruir as ruas e deixar a cidade limpa nesses dias? Não. Paris tem uma grande oferta de banheiros públicos. Mas vá lá em ocasiões especiais, como, por exemplo, o Ano Novo na Champs Elysées, e se prepare para aquaplanar na inundação que os mijões promovem nas transversais da grande avenida. Para um bloco que leva 1 milhão e meio de pessoas não há banheiro químico que dê conta. Para amenizar, uma solução seria, logo depois da turma passar, pôr em ação uma frota de carros-pipa com mangueiras de alta pressão lavando as ruas.
A outra? A autoridade ter critério melhor na autorizações e locais de desfiles. Anunciaram rigor nas licenças mas não foi isso que se viu. Blocos legítimos, formados por moradores com o intuito apenas de diversão devem ser permitidos. Blocos "comerciais" - e muitos surgiram neste carnaval e foram autorizados a desfilar -, deveriam ser direcionados para outros locais da cidade onde não há atrações carnavalescas. Por exemplo, Preta Gil, nada contra, botou na Vieira Souto um trio que parecia um anúncio caminhante da Antártica. Um outro conseguiu fazer desfilar no Leblon um "bloco" que nada mais era do que um cortejo promocional de uma música sertaneja. A Zona Sul foi privilegiada e teve blocos em todas as ruas, incluindo esses "comerciais". Já que eles querem animar a cidade, por que não ajudam a descentralizar a folia? O som, a animação e a estrutura fornecidos por um patrocinador seriam muitíssimo bem recebidos na Pavuna, Praia de Ramos, Honório Gurgel, Vigário Geral ou outras tantas regiões praticamente desprovidas de atrações. O folião da Zona Norte ou Baixada que quiser vir para a Zona Sul tem todo o direito e deve ser respeitado. Mas que tenha também o direito de escolher e não seja  "obrigado" a encarar horas em ônibus e trens apenas porque os blocos estão na Vieira Souto e Avenida Atlântica. Simples: blocos autênticos, de bairro, desfilam nos seus bairros; blocos de merchandising, promoção de produtos e 'armações' de uns e outros para descolar cachês podem contribuir para melhorar ainda mais o carnaval do Rio animando avenidas e praças hoje ociosas. Todo o Rio agradece.    

2 comentários:

Eli Halfoun disse...

É isso aí,Gonça. Prineiro reclamam que o carnaval de rua está acabando; agora acham que tem carnaval de rua demais. É preciso organizar simn,. mas sem acabar com a alegria popular da maior festa do mundo que é o nosso carnaval. O fato é que sempre reclamamos demais:se tem banheiro químico não serve, se não tem reclamamos da falta dele. Ninguém conseguirá evitar que ps foliões façam xixi nas ruas (assim como é impossível evitar cque os banhisyas façam xixi no mar ou nas piscinas). Mais do que hábito é tradição e se bobear ano que vem surge o bloco dos mijões com patrocínio de um penico qualquer. Os franceses mijam na rua e ningiém reclama tanto como aqui. Vai ver o miojo deles é perfumado.

deBarros disse...

O problema de mijar nas ruas me parece crônico nas grandes cidades. Antigamente, com os bares e botequins espalhados nas esquinas do Rio de Janeiro, esse problema era bem menor. Em cada esquina um Bar e em cada Bar um banheiro. Com o progressso os Bares e Botequins deram lugar as casas de sucos, sorvetes e pastelarias, que não tem banheiros públicos ou se tem são vedados ao uso popular.
Como coibir os mijões de se aliviarem nas calçadas, nos becos, nas travessas e calotas de carros? É tarefa quase impossível senão impossivel. Siceramente, não vejo solução sem que o Estado não intervenha. É quando o Estado se faz forte com a sua presença lavando, com carros pipas, os alagamentos e mal cheiros deixados por esses incorrígiveis mijões e mijonas – a coisa se torna tão séria no momento que as mulheres, sempre tão contidas, se fazem presentes nesse ato tão inerente ao ser humano, que é mijar – para isso é que a comunidade paga os seus impostos à Prefeitura para manter a cidade limpa e bem cheirosa. Agindo assim nunca o Estado será tão forte com a sua presença na sociedade. Mijar não é crime, mesmo sendo esse mijo despejado nas ruas. Crime é prender cidadãos e cidadãs, que obedecendo as regras do corpo humano, é obrigada por essas contingências a se alliviar dos líquidos que pressionam as suas bexigas.Ora, se nas grandes cidades do mundo moderno, os seus cidadãos fazem xixis nas suas ruas e não são presos porque nas nossas grandes cidades não pode ocorrer o mesmo? Liberdade para os mijões e mijonas