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Reprodução Twitter |
A adesão de muitos jornalistas à direita radical comecou bem antes de Bolsonaro chegar à Presidência. Mensalão e Lava Jato arregimentaram muitos profissionais. A conspiracão e golpe contra Dilma Rousseff recrutaram outros. Tudo isso junto mostrou que a tropa do golpe reunia profissionais de imprensa fascistas mas, também, cineastas, compositor e produtor musical, músicos, cantores, economistas, juristas, alguns desses com colunas no Globo, Folha, Veja, IstoÉ e Estadão e espaços generosos na Globo e Globo News onde exercitarem os primórdios do jornalismo de guerra e ódio. Houve quem adicionasse uma dose de sentimentalismo à opção ideológica em relação a personagens da ascensão da ultradireita brasileira. Dois jornalistas da Globo se destacaram na "emoção": Vladimir Neto, autor de livro-exaltação ao ex-juiz nada isento Sérgio Moro e que emplacava pautas de interesse da Lava Jato no mídia, segundo conversas no Whatsapp dos procuradores da força tarefa, e a repórter Delis Ortiz, que em um café da manhã com Bolsonaro viveu minutos de comoção ao dar de presente ao ignóbil uma bíblia.
O diretor de TV, roteirista e locutor Luiz Santoro lançará no dia 5 de junho de 2023, no Restaurante Garota da Gávea, entre 19h e 22h, "Rede Manchete- 40 anos de histórias vivas" (Planeta Azul Editora), que conta com a colaboração de ex- funcionários da TV. A informação está no Facebook de Eliane Peixoto, que foi repórter da revista Manchete e da Rede Manchete e participa do livro.
As últimas eleições ampliaram a bancada bizarra nas duas casas do Congresso. Deputado praticando cross dressing na tribuna, deputado descontrolado ameaçando agredir opositor, deputada que incorpora adereço florido inspirado em fetiche nazista, senador ninando simulação de feto, deputados aos gritos em estranha excitação. No picadeiro desse reality show dos horrores estão, em maioria, os bolsonaristas. Por isso, as CPI que se anunciam têm tudo para oferecer cenas dantesca aos brasileiros. A facção bolsonarista se comporta como milícia parlamentar. Xinga, se contorce, berra e coça o coldre como se estivesse chegando do clube de tiro.
As sessões das CPI prometem.
Não percam, mas tirem as crianças da sala.
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Reproduções Twitter |
por O.V.Pochê
Bolsonaro alegou hoje em depoimento à PF que compartilhou post levantando suspeita sobre a eleições porque estava cheio de morfina na ideia. É preciso investigar se em outros momentos o Bozo estava doidão no chamado exercício da Presidência. Seguem outras "suspeitas" possíveis.
* Quando foi batizado no Rio Jordão e pensou que estava no Guarujá e pediu um jet ski ao pastor;
* Quando achou meninas venezuelanas jeitosinhas e deu um 'grau' na moto e foi conferir;
* Quando contratou Nelson Piquet como motorista do Rolls Royce;
* Quando mobilizou Exército, Marinha e Aeronáutica para recuperar contrabando de jóias;
* Quando deu emprego a Regina Duarte o PR estava babando morfina;
* Quando imitou brasileiros morrendo com falta de ar sofrendo com a Covid Bolsonaro estava trincado de morfina.
* Tinha tomado uma prise de morfina quando detonou o cartão corporativo gastando milhares de reais para comprar ovo amarelo em botecos de vários estados;
* Só não morreu na fakeada porque tinha curtido umas ampolas de morfina no caminho para Juiz de Fora;
* Não é verdade que a polícia espanhola achou morfina em avião da comitiva presidencial em Sevilha. Não. Só acharam cocaína;
* Também não é verdade que o PL de Valdemar vai comprar um estoque de morfina com verba do Fundo Partidário.
* Para evitar incompreensões: morfina não é derivada do Leite Moça e sim do leite da papoula.
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Reprodução de trecho do editorial do Globo, hoje. Na última linha, a insinuação do tombo institucional. |
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Reprodução Twitter |
por José Esmeraldo Gonçalves
Nos anos 1960, especialmente, Manchete fez muitas reportagens ilustradas com imagens de grandes encontros. As turmas da Bossa Nova e MPB, do Cinema Novo, Jovem Guarda e Tropicalismo, cada uma na sua vez, se reuniram no estúdio da Manchete, primeiro na Rua Frei Caneca e, depois na sede da Rua do Russell, às vezes em São Paulo, como na foto acima, para cenas de jornalismo grupal que se eternizaram. Aí se destacam Nara Leão, Sidney Muller, Rita Lee, Arnaldo Baptosta e Sérgio Dias, do Mutantes, Marília Medalha, Edu Lobo (o vencedor daquela edição do Festival da TV Record, com Ponteio), Chico Buarque, Elis Regina, Roberto Carlos, Geraldo Vandré, Sérgio Ricardo, Beat Boys, Gilberto Gil, Caetano Veloso e Toyo, do Beat Boys , Miltinho, Magro, Aquiles e Ruy Faria, do MBB4. Um importante detalhe ajudou o fotógrafo da Manchete, José Castro, a juntar tantos astros e estrelas para essa foto histórica: as revistas Manchete e Fatos e Fotos eram co-patricinadoras do festval de 1967.
O negativo original dessa foto, como não cansamos de repetir, está desaparecido, assim como milhões de cromos, ampliações e imagens em P&B que pertenceram ao arquivo da Bloch Editores leiloado em 2009, arrematado por um advogado, após três chamadas para leilões, o primeiro em 16 de abril de 2009. .Não se sabe o que foi feito de cerca de 12 milhões de imagens guardadas em 11.563 caixas de papelão e 103 armários de aço. O material avaliado em cerca de R$2 milhões acabou sendo vendido por R$ 300 mil. O custo para digitalizar as fotos - calculado na época em R$ 8 milhões - foi apontado como um dos fatores que afastaram possívei interessados. Ex-funcionários da Bloch tentaram em vão sensibilizar instituições culturais privadas e do governo federal para adquirirem e preservarem a valiosa memória fotográfica. Felizmente, a Biblioteca Nacional digitalizou e disponibiliza no seu site toda a coleção das revistas Manchete, Manchete Esportiva e Manchete Rural. Esse projeto infelizment foi interrompido no governo passado antes que a Fatos & Fotos, publicação que ganhou três Premios Esso de Fotografia, também fosse digitalizada.
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Filmando a própria entrada ao vivo. Este é o equipamento Kit Mojo que repórteres usarão na Globo em substituição ao cameraman. Foto Divulgação/Kit Mojo. |
Embora a prática já aconteça eventualmente, agora foi oficializada. Segundo o jornalista Paulo Capelli, do Metrópoles, repórteres da Globo em Brasília passarão a fazer suas entradas ao vivo com imagens geradas por eles mesmos via celular. É o jornalismo-selfie que dispensa o câmera. Os rapazes e moças da Globo carregarão um troço chamado Kit-Mojo (smartphone, luz, tripé e microfone wireless) para filmar suas entrevistas e matérias. Advogados já analisam se o acúmulo de funções sem a correspondente remuneração é legal. Existe a possibilidade de outras praças, como Rio e São Paulo, adotarem gradualmente a fórmula. repórter/câmera. No futuro, um executivo criativo vai instituir o repórter/câmera/motorista/motociclista/ciclista/pedestre etc. Pior: o repórter/aplicativo tipo iFood. O editor entra no site e pede um repórter/câmera, na prática um entregador de entrevistas. Pensando bem, repórteres também correm algum risco aos poucos: em alguns programas jornalísticos eles já estão perdendo espaço para comentaristas e analistas que, geralmente em tom solene, explicam obviedades para a plebe ignara.
P.S - No momento, o Grupo Globo está sob uma revoada de ferozes passaralhos. Uma onda de demissões varre todos os setores atingindo especialmente profissionais mais antigos e com a terceira idade em primeiro lugar. A própria Globo admite que o objetivo é renovar suas equipes. Tem gente até aprendendo gíria nova e pintando o cabelo para fugir do RH.
Não é razoável acreditar que a irresponsabilidade da conduta do apresentador e da emissora não produziriam resultados negativos à sua reputação e aos seus acordos comerciais.
Desde 2021, as denúncias públicas realizadas pelo Sleeping Giants levaram mais de 200 empresas a se dissociarem do apresentador e/ou da Rede TV! Anunciantes não desejam ter suas marcas associadas a uma figura conhecida por atacar a dignidade humana de diversos grupos.
Da mesma maneira, o Ministério Público e a Justiça brasileira têm cumprido o seu papel constitucional buscando a reparação dos danos que Sikera e Rede TV causaram aos direitos de milhões de brasileiros que foram vítimas dos discursos de ódio veiculados em rede nacional, em horário nobre, através de uma concessão pública. São ao menos três as Ações Civis Públicas enfrentadas pelo apresentador e pela emissora.
Agora, a Rede TV e Sikera Jr decidem encerrar as relações movidos, segundo a imprensa, pelo diagnóstico de que os anunciantes deixaram a emissora não apenas no horário de transmissão do Alerta Nacional, mas em toda a grade da Rede TV.
O papel da sociedade em exigir de empresas anunciantes uma conduta empresarial responsável foi um elemento central para os desdobramentos de hoje.
À Rede TV e aos veículos de mídia em geral fica a lição: o mundo mudou e com as novas tecnologias da informação a sociedade passou a gozar da capacidade de se mobilizar para denunciar comportamentos antiéticos da mídia.
Mudou também, por consequência, o comportamento de anunciantes que tem sido cobrados a exigirem, cada vez mais, um elevado padrão de responsabilidade com os Direitos Humanos dos espaços publicitários que ocupam. Essa tendência apenas começou e se intensificará nos próximos anos. Esse é o compromisso do Sleeping Giants Brasil.
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A matéria completa narra o caso e dá voz às verdadeiras vítimas, os entregadores agredidos e xingados pela nutricionista "professora" de escolinha de vôlei de praia. Para quem lê apenas o título - e não são poucos - ficou a impressão de que O Globo, ao usar a palavra "atacada", vitimizou a agressora racista. E foi com base nisso que as redes sociais ironizaram o título. Coitada, a mulher, que tem ficha policial alentada, ofendeu e chicoteou o entregador e a massa ignara a "ataca" na internet? Os entregadores que apanharam fizeram o certo, não reagiram e registraram o B. O. Se tivessem revidado a agressão a essa hora estariam puxando cadeia. Infelizmente a impunidade é a regra para casos de racismo. Caso seja indiciada, a nutricionista chicoteira será, no máximo, condenada, se o for, a penas divertidas do tipo distribuir umas bolas de vôlei na praia, entregar algumas cestas básicas em uma instituição. Aliás, a madame do chicote, apesar de mostrar muita saúde ao agredir os entregadores, descolou um atestado de doença para evitar depor na delegacia. Em breve poderá até voltar à sua escolinha de vôlei que é patrocinada pela Gatorade e apoiada pela Prefeitura do Rio de Janeiro, que suspendeu temporariamente a licença de funcionamento da quadra na Praia do Leblon. A Gatorade não rompeu o contrato oficialmente mas, por enquanto, divulgou a nota abaixo.
O governo Lula exonerou Gustavo Henrique Dutra de Menezes do Comando Militar do Planalto nesta terça. O general será o 5º Subchefe do Estado-Maior do Exército. Consequências da omissão na tentativa de golpe no 8/11.
Com o Flu campeão carioca depois de golear o Flamengo por 4x1 em breve haverá vaga para treinador na Gávea. Por enquanto fala-se em Jesus, Sampaoli e... Tite. Este último é o favorito das torcidas unidas contra o Flamengo. Ganha disparado.
Reprodução Facebook Uma dica para esse fim de semana: assistir ao documentário "Canções do Exílio", de Geneton Moraes Neto. São três capítulos. O post acima é de Flávio Lamas, compartilhado do grupo Semióticas Clique no link http://bit.ly/3ZHGeeC |
Recuperando-se de uma fratura no fêmur, Roberto Muggiati - a quem Alberto, na Manchete, apelidava de Muggi das Crises - volta ao blog através de uma matéria publicada no Estadão no dia 18 de março de 2023.
A mobilidade ainda comprometida não o impediu de levar a flanar em Paris Marcel Proust, James Joyce e Franz Kafka. "Gosto de elaborar encontros hipotéticos entre os três", diz Muggiati. Leia a seguir.
por Roberto Muggiati (para o jornal Estado de São Paulo)
O francês Marcel Proust (1871-1922), o irlandês James
Joyce (1882-1941) e o checo Franz Kafka (1883-1924) foram
indiscutivelmente os maiores romancistas do século 20.
Morreram jovens, respectivamente aos 51, 58 e 40 anos.
Proust - filho de um médico francês, cuja mãe, Jeanne Weill,
tinha origem judaica - notabilizou-se com a saga Em Busca do
Tempo Perdido, uma das mais brilhantes investigações sobre
os mecanismos da memória afetiva. Joyce evoluiu das
primeiras obras em estilo realista para dois impressionantes
monumentos da técnica narrativa: Ulysses, com seu complexo
arcabouço estrutural, e Finnegans Wake, magistral
desconstrução da linguagem ficcional. E Kafka, judeu-checo
que escrevia em alemão (era súdito do Império Austro-
Húngaro), com suas fábulas e parábolas sombrias, cortou
fundo a fachada social para expor o absurdo do mundo.
Gosto de elaborar encontros hipotéticos entre os três.
Tecnicamente - pelo menos dois a dois -, Proust, Joyce e Kafka
poderiam ter cruzado caminhos. As hipóteses viajam da Trieste
austro-húngara de 1908 à Paris da belle époque em 1910 e à
Paris dos années folles de 1922. Em outubro de 1910,
aos 27 anos, Kafka passou poucos dias em Paris, com os irmãos Max
e Otto Brod. Fez o que todo visitante faz: caminhou pela
cidade. Mas suas flâneries foram bruscamente interrompidas
por uma violenta crise de furunculose. Além do mais, Proust
preferia se deslocar de coche, sem se acotovelar com a
patuleia. Kafka, funcionário burocrata do ramo de seguros,
ainda não se revelara escritor, enquanto Proust juntava
dinheiro para publicar, do próprio bolso, o primeiro volume de À
la Recherche du Temps Perdu, em 1913.
Entre novembro de 1907 e julho de 1908, Kafka foi empregado
da companhia de seguros Assicurazione Generali, de Trieste.
Teria visitado pelo menos uma vez a cidade, onde James
Joyce morou de 1905 até o começo da Primeira Guerra, em
1914. Mas um encontro entre Kafka e Joyce ali não passaria de
uma fortuita proximidade anônima na rua ou num café -
existem menções de que Kafka adorava o Caffé degli Specchi -
o Café dos Espelhos, frequentado por Joyce. Depois de morar
em Zurique durante a Primeira Guerra, Joyce mudou-se com a
família para Paris, a partir de julho de 1920. Não só um
encontro com Proust era tecnicamente viável, como ocorreu e
fez história. Proust e Joyce no Hotel Majestic: um encontro
desastroso. Apoiei-me em informações selecionadas dos
livros Uma Noite no Majestic e Um por Um - 101 Encontros
Extraordinários, respectivamente dos ingleses Richard
Davenport-Hines e Craig Brown, lançados no Brasil em 2006 e
2014.
Anotou o poeta americano William Carlos Williams, que
também era médico:
- "Joyce: 'Tive dor de cabeça o dia inteiro. Meus olhos estão terríveis';
- "Proust: 'Ai, como dói meu estômago. Está me matando. Preciso partir imediatamente';
- "Joyce: 'Estou na mesma situação. Alguém pode me dar o
braço?'".
A partir de então, durante horas, os dois discutem suas
várias doenças. A noite termina com Proust convidando os
Schiff para o seu apartamento e Joyce se esgueirando no táxi
também. O irlandês começa a fumar e abre a janela, causando
um chilique em Proust, um asmático que detesta o ar fresco.
Na breve corrida, Proust fala sem parar, mas não se dirige a
Joyce. Quando os quatro descem a Rua Hamelin, Joyce tenta
juntar-se ao grupo, mas Proust faz de tudo para se livrar dele:
- Deixe meu táxi levá-lo para casa!", insiste, e desaparece com
Violet Schiff, delegando a Sydney a missão de enfiar Joyce no
táxi. Finalmente livres da companhia de Joyce, Proust e os
Schiff bebem champanhe e conversam alegremente até o dia
raiar"
Estas e outras especulações sobre a vida pessoal dos três
escritores vêm rolando por algum tempo, do centenário do
lançamento de Ulysses (fevereiro de 2022), ao centenário da
morte de Proust (novembro do ano passado), passando pelos
140 anos de nascimento de Kafka em julho de 2023, e pelo
centenário da sua morte em 2024; pelos 110 anos de Em
Busca do Tempo Perdido, e ainda - haja comemoração! - pelos
120 anos do Bloomsday, em 16 de junho de 2024.
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Reprodução O Globo, 25-3-2023 |
Para O Globo, o segundo lote de jóias e armas que não foram declaradas à Receita Federal apenas "escaparam" da fiscalização. Na verdade, foram contrabandeadas e com agravante por pertenceram ao patrimônio público. O Globo faz gentileza a Bolsonaro em vez de jornalismo. O termo "escaparam" dá impressão de que as jóias e armas saíram correndo do aeroporto de Guarulhos, pegaram um uber e foram se homiziar no Alvorada, onde Bolsonaro ainda residia.