por BQVManchete
Jeito, não tem. Compare com a entrega do imposto de renda, faltando um dia mais de 20 milhões de brasileiros não tinham feito ainda suas contas com o "leão". Chegar na hora a um compromisso? Difícil. Nós devemos ser o único povo que combina horário na base do "entre três e meia e quatro e meia tô lá". E chega às cinco e meia. Entregar obra pública no prazo? Impossível. Comodismo, falta de planejamento e má fé, tudo junto e misturado, não deixam. Nem obra privada fica pronta em dia. Tente comprar um apartamento na planta, com data para ficar pronto, e espere sentado. Contrate a reforma da sua casa e veja se termina a menos de três meses da data prevista. Nem enterro acontece na hora, até porque se defunto não tem pressa imagine a família e o cemitério. E o pior é que quando você deixa o carro para revisar, o computador para consertar ou entra na fila para esperar a vez, o que mais vai ouvir é um "é rapidinho, doutor". Rapidinha vai ser a desculpa: "rapaz, a parafuseta tava enferrujada, tive que mandar vir um original de São Paulo" ou "pô, também teu HD era paraguaio, foi aí que pegou, mas fica tranquilo mandei vir um da Suécia".
Diretor de Marketing da Fifa, o francês Thierry Weil deu a declaração reproduzida acima ao repórter Jorge Leite Rodrigues, no Globo de hoje. Não é qualidade, mas é fato. Deve ser cultura. Está na nossa placa-mãe. A mãe Joana.
sábado, 7 de junho de 2014
Vai ter Copa: amistoso contra a Sérvia foi um bom teste...
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Festa para Fred, o autor do gol. Foto Rafael Ribeiro/CBF |
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Unidos vencerão... Foto Rafael Ribeiro/CBF |
por BQVManchete
A seleção mostrou mais dificuldades, principalmente no primeiro tempo, para vencer o esquema de jogo da Sérvia. Sem muito poder ofensivo, o adversário foi duro, marcou com rigor, mostrou preparo físico. A Sérvia, como a Croácia, a primeira adversária do time de Felipão, é herdeira da escola iugoslava de futebol, de habilidade e de capacidade de improviso. Em 74, por exemplo, o Brasil não passou do zero a zero contra a então Iugoslávia. Eles gostam de futebol, têm a manha, jogam pelada nas ruas (a propósito, não dá para acreditar no futebol de países que não jogam pelada nas praças e terrenos baldios, daí porque desde sempre João Saldanha se preocupava com a urbanização que tem decretado o fim de muitos campinhos para a garotada brasileira). Voltando a Brasil 1 (e o gol legítimo de Hulk, anulado pelo bandeirinha) X 0 Sérvia : um jogo é útil como treino muito mais quando mostra defeitos do que qualidades. Felipão terá tempo para corrigir as falhas, uma delas a distância excessiva entre setores, o que faz com que com a bola recuperada muitos contra-ataques não deslanchem com a velocidade necessária. Mesmo no ataque, Neymar às vezes não tinha para quem passar a bola (às vezes ele prendeu demais também embora tivesse alternativa) e pediu com gestos, mais de uma vez, a chegada de um companheiro. No segundo tempo o time já voltou voltou mais compactado. Valeu também por mostrar a opção Fred, o atacante típico que busca o chute a gol mesmo sentado, embora ele ainda esteja meio isolado e não participe como deveria de mais troca de passes na finalização dos ataques.
Acabou a brincadeira, agora é pra valer.
Censura na Espanha: revista que satiriza família real "recriada" pelo ditador Franco é recolhida das bancas...
por BQVManchete
Herança maldita do cruel ditador Franco, a família real espanhola embora envolvida em acusações de corrupção e desvio de dinheiro público, não quer largar o osso. Numa tentativa de salvar a mordomia real, o rei abdicou em favor do filho. Enquanto isso, os espanhois protestam nas ruas e cresce uma espécie de "primavera republicana", movimento popular para acabar com a pantomima franquista. Entre a elite burocrática, a instituição que muitos espanhois consideram caduca ainda tem apoiadores capazes de exercer a censura à imprensa. A vítima mais recente foi a revista El Jueves, que teve 60 mil exemplares retirados de circulação. O motivo foi um charge que satiriza a monarquia. Na capa, o rei aparece com um prendedor no nariz ao entregar a "sujeira real" ao filho. Em protesto contra a censura e o recolhimento da edição, os cartunistas da El Juenes pediram demissão.
Herança maldita do cruel ditador Franco, a família real espanhola embora envolvida em acusações de corrupção e desvio de dinheiro público, não quer largar o osso. Numa tentativa de salvar a mordomia real, o rei abdicou em favor do filho. Enquanto isso, os espanhois protestam nas ruas e cresce uma espécie de "primavera republicana", movimento popular para acabar com a pantomima franquista. Entre a elite burocrática, a instituição que muitos espanhois consideram caduca ainda tem apoiadores capazes de exercer a censura à imprensa. A vítima mais recente foi a revista El Jueves, que teve 60 mil exemplares retirados de circulação. O motivo foi um charge que satiriza a monarquia. Na capa, o rei aparece com um prendedor no nariz ao entregar a "sujeira real" ao filho. Em protesto contra a censura e o recolhimento da edição, os cartunistas da El Juenes pediram demissão.
sexta-feira, 6 de junho de 2014
70 anos, hoje: o lado B do "Dia D"...
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Na praia: obstáculos como proteção. Reproduçáo |
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Tanques deixam o navio-transporte. Reprodução |
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Tropas na barcaça, pouco antes de enfrentar o fogo alemão. Reprodução |
Há exatos 70 anos, na madrugada de 6 de junho de 1944, uma terça-feira, os Aliados deflagravam uma das maiores operações da 2ª Guerra Mundial: o Dia D. Talvez seja também uma das ofensivas mais fotografadas da época. As forças que desembarcaram na França levavam em seus batalhões fotógrafos e cinegrafistas que documentaram todas as fases da operação cujo nome oficial era Overlord. Há vasto material. A revista Life publicou edições com fotos memoráveis. E, ao seu estilo de publicação ilustrada, mostrou também o "antes e o depois", os bastidores da invasão em cores. No acervo digital da publicação há belas e raras imagens que contrastam com a cobertura hard news da Time. A Life também se preocupava em levar algum alívio aos soldados em guerra na Europa. Ao lado da cobertura do avanço dos Aliados, havia espaço nas páginas e capas da revista para as pin ups. Um toque de fantasia nas pausas entre as duras batalhas da Segunda Guerra.
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Pausa para almoço sobre caixas de munição. Life Magazine |
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Soldados ingleses, ainda na Inglaterra, antes da invasão. Life Magazine |
Além da cobertura no front, a Life tentou levar um pouco de relax aos soldados que lutavam na Europa e no Pacífico. As pin ups tiveram um papel na guerra: ajudaram a diminuir a tensão nas trincheiras.
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A revista Yank era especializada em pin ups e disputava com a Life a preferência das tropas. |
Já os pilotos que bombardeavam a Europa e abriam caminho para a invasão transformavam o nariz dos aviões em posters de fantasias ou de recuerdos de namoradas.
quarta-feira, 4 de junho de 2014
Luiz Claudio Marigo: uma vida dedicada ao meio ambiente. Frequentador das redações da Bloch, onde deixou muitos amigos, Marigo publicou belíssimas reportagens em Manchete, Fatos & Fotos e Geográfica. Ele somava duas paixões:a fotografia e a natureza...
Jornalista-gata que cobre seleção da Austrália chama atenção em Vitória
por BQVManchete
As equipes de jornalistas estão aos poucos chegando ao Brasil. Mas, por enquanto, a musa da imprensa é a repórter australiana Melaine McLaughlin, de 34 anos bem distribuidos. Mel, como é conhecida no seu país, é correspondente da Network Ten e está em Vitória, no Espírito Santo (ES), acompanhando a seleção do seu país.
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As equipes de jornalistas estão aos poucos chegando ao Brasil. Mas, por enquanto, a musa da imprensa é a repórter australiana Melaine McLaughlin, de 34 anos bem distribuidos. Mel, como é conhecida no seu país, é correspondente da Network Ten e está em Vitória, no Espírito Santo (ES), acompanhando a seleção do seu país.
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Mel McLaughlin Reprodução Twitter |
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Reprodução |
Copa: saiba aqui o que a imprensa não está noticiando
por Eli Halfoun
Tempo de Copa do Mundo. Anote aí o que
a imprensa não está noticiando em destaque:
1 - A
Copa 2014 pode encerrar definitivamente a permanência do goleiro Julio César
(atualmente joga no Toronto do Canadá) no exterior. Julio estaria com sua volta
ao Flamengo praticamente acertada para depois da Copa. Não há por enquanto confirmação
oficial, mas sabe-se que o goleiro receberia em torno de R$450 mil mensais. Sabe-se
também que sua família já esta comemorando seu retorno definitivo ao Brasil
2 - Não será surpresa se na estréia
da seleção brasileira contra a Croácia o técnico Felipão fizer uma mudança na
escalação tida como a principal. Felipão não confirma, mas é grande a
possibilidade de William entrar no lugar
de Oscar, que passaria a ser a primeira opção como reserva. Felipão está encantado
com o futebol e a agilidade de William que a cada dia conquista mais espaço entre
os titulares;
3 - O presidente da Fifa, Joseph
Blater tem se encarregado pessoalmente de convencer a presidente Dima Rousseff de estar presente na abertura da Copa em São Paulo. Dilma
não pretendia ir, mas voltou a pensar no assunto. Já avisou que se for não quer
que sua presença seja anunciada no estádio e também não pretende fazer discurso;
4 - A Agência Brasileira de Inteligência
não pretende dar mole para o grupo argentino de torcedores conhecido como Barra
Brava. A Abin já tem m dossiê completo sobre o grupo conhecido muito mais por
sua violência do que pelo amor ao futebol. Existe inclusive a possibilidade de
que os 800 torcedores argentinos que ameaçam vir ao Brasil serem presos e enviados
de volta ao seu país, que, aliás, também não os quer por lá;
5 – Empenhada em fazer uma cobertura
histórica a Globo tem outros planos para a Copa: está reunindo material especial
e exclusivo para fazer um documentário sobre a competição. O filme deve ser lançado
imediatamente após o final do mundial. Com, espera-se, o Brasil campeão. (Eli
Halfoun)
Televisão por assinatura aumenta a audiência e já preocupa a TV convencional
por Eli Halfoun
A televisão por assinatura penou um
bocado para conquistar o número de assinantes que pretendia desde sua
implantação, mas começa a mostrar uma boa reação: recentes pesquisas revelam que
principalmente em São Paulo
a chamada televisão paga teve um aumento de 20% na audiência, o que sem dúvida
significa um maior número de assinantes. Agora resta saber se esse aumento de
audiência é resultado de um interesse maior pelo farto noticiário sobre a Copa,
se a programação oferecida por assinatura melhorou ou, o que é mais provável, se
as ofertas da televisão comercial espantam cada vez mais os telespectadores. Não
há dúvidas de que o aumento da audiência nas emissoras por assinatura está diretamente
ligado à qualidade oferecida pelos novos aparelhos de televisão. Por isso mesmo
é fundamental que a televisão por assinatura tenha cada vez mais atrações
variadas especialmente quando se sabe que todas as classes sociais têm acesso
por cabo. Ou pagam por uma caríssima assinatura ou buscam acesso através de
“gatos”, o que também está ficando cada vez mais comum. Afinal, esse ainda é o
país em que ser esperto e saber levar vantagem. (Eli Halfoun)
É preciso dar um novo sabor para as sobras de comida. Pode ser um saboroso exercício de culinária
por Eli Halfoun
Nas casas da maioria da população os
pratos estão vazios ou no mínimo com menos comida, o que acontece também em
vários restaurantes populares que aumentam os preços e diminuem as porções.
Está difícil ter mesa farta e variada, mas ainda assim se multiplicam na televisão
os programas de culinária. Nada contra: aprender novas receitas é também fazer
uma viagem cultural pelo curioso mundo dos sabores. Só é difícil entender como
em um país que precisa parar de desperdiçar o pão nosso de cada dia ninguém
tenha tido até agora a coragem de criar um programa para ensinar a transformar
as sobras em um novo e saboroso prato. Nesses tempos de reciclagem o aproveitamento
das sobras, que geralmente acabam no lixo, seria sem dúvida uma gostosa maneira
de economizar e aprender a reaproveitar o que simplesmente não pode e não deve
ser descartado quando se sabe que por aqui muita gente ainda passa fome. O reaproveitamento
e modificação das sobras não é novidade: nossas avós faziam isso e o faziam
muito bem transformando, por exemplo, a carne assada de ontem no delicioso croquete
de amanhã e assim por diante. O que realmente não cabe é ter mais de uma dezena
de programas de culinária para ensinar o que o povão não tem condições de consumir.
Aproveitar bem as sobras não é vergonha. É apenas mais uma demonstração de
criatividade onde a criatividade é fundamental e saborosa, ou seja, na cozinha.
Talvez assim nossos pratos fiquem menos vazios. Os bolsos também. (Eli
Halfoun)
terça-feira, 3 de junho de 2014
Vai ter Copa: jogo-treino no Serra Dourada foi útil. Jogadores como Neymar, David Luís e William mostraram que, para eles, a parada já começou
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A seleção formada. Foto de Rafael Ribeiro/CBF |
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O melhor do jogo. Foto de RAfael Ribeiro/CBF |
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Hulk, Daniel Alves e Fred. Foto de Rafael Ribeiro/CBF |
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Daniel Alves. Foto de Rafael Ribeiro/CBF |
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O capitão David Luís. Foto de Rafael Ribeiro/CBF |
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A justa homenagem aos campeões do passado: Zito (representado pelo filho), Mengálvio, Pepe, Edu, Viola e Piazza. Foto Rafael Ribeiro/CBF |
(da Redação BQVManchete)
Valeu o jogo-treino contra o Panamá. Destaques para Neymar, deslocando-se, ligado no jogo e confiante. David Luis, seguro, embora exagerando em algumas entradas duras mas mostrando que já está em clima de Copa, como Felipão pediu. O Willian, que entrou no segundo tempo mas teve tempo de mostrar que vai ser forte opção do Felipão e vai brigar para ser titular. Julio Cesar não foi muito acionado, mas mostrou reflexo ao se recuperar bem de um escorregão na grama e fazer uma defesa difícil. Fred não brilhou. Daniel Alves lutou e acabou fazendo o seu gol. A defesa em geral foi muito bem, com o Panamá só incomodando no início. No primeiro tempo, o Brasil parecia meio espalhado, desarrumado demais naquele campo de dimensões superiores aos dos estádios oficiais da Copa e tinha dificuldades para vencer a defesa do Panamá. Não mostrava muita disposição para pressionar a saída de bola. Oscar, Ramires e Luiz Gustavo não conseguiam armar o jogo. Daí, acho, a seleção apelou para tantos lançamentos longos, sem sucesso. A partida era amistoso, de preparação, mas havia uma certa obrigação de ganhar do adversário fraco. Se o Brasil empata ou perde, haveria um aumento de tensão e talvez de cobrança a atrapalhar a reta final do treinamento. Melhor assim: 4x0 na medida contra um time que marcou duro em alguns momentos. Neymar foi o melhor em campo. O público, de mais 30 mil pagantes, apoiou a seleção e fez uma festa bonita. Belos momentos também a homenagem aos ex-jogadores e a cena que mostrou os craques de hoje cumprimentando os campeões de ontem: Zito (representado pelo filho) e Pepe (campeões em 1958 e 1962), Mengálvio (1962), Piazza e Edu (1970) e Viola (1994). Tinha um grande representante do Penta (2002) lá, mas estava ao lado de Galvão Bueno na cabine da Globo (aliás, Ronaldo saiu-se bem nos comentários, sem enfeitar demais). Vem aí a Sérvia. Felipão deverá usar os jogadores que ficaram em Comary: Fernandinho, Paulinho e Thiago Silva. Desses, Paulinho é o que preocupa mais, tornozelo prejudicado, mas deve entrar contra a Sérvia. É sexta-feira. Vamos conferir se o time de Felipão mostra alguma evolução diante de um escola de futebol mais habilidosa.
Ôba! Não vai ter Copa mas tem grana pra produção do protesto
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Foto Reprodução G1 |
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Reproduzido do Globo |
Deu no G1. Hoje, em Brasília, produção de alto nível, bolas gigantes, em manifestação contra a Copa. Com um protesto luxuosos como esse, não será surpresa se a galera coxinha for de limusine para os protestos ou de voo charter de helicóptero. Também hoje O Globo publica pesquisa feita pelo Ibope sobre a expectativa dos brasileiros: 71% torcem para que tudo dê certo. Com o Brasil campeão, de preferência, claro.
O cangaço segundo Graciliano Ramos
O banditismo sertanejo dos anos 1930 é dissecado pela prosa arguta do autor de Vidas Secas
por Roberto Muggiati (Especial para a Gazeta do Povo)
“Lampião nasceu há muitos anos em todos os estados do Nordeste. Não falo, está claro, no indivíduo Lampião, que não poderia nascer em muitos lugares e é pouco interessante. Pela descrição publicada vemos perfeitamente que o salteador cafuzo é um herói de arribação bastante chinfrim. Zarolho, corcunda, chamboqueiro, dá impressão má. Refiro-me ao lampionismo, e nas linhas que se seguem é conveniente que o leitor veja alusões a um homem só.”
Esse texto, publicado em 1931 na revista Novidade, de Maceió, faz parte do livro Cangaços (Record), de Graciliano Ramos, organizado pelos “gracilianólogos” Ieda Lebensztayn e Thiago Mio Salla. Reunindo textos que falam dos bandoleiros do sertão nordestino na época crucial dessa coletânea (de 1931 a 1941), o livro traz a visão indignada do escritor – mais humanista do que comunista – diante dos desmandos e desigualdades de um quadro social corrupto e cruel. Ele mesmo sofreu na carne a injustiça: a partir de março de 1936, aos 43 anos, foi encarcerado durante dez meses pela polícia política de Getúlio Vargas. A tenacidade do sertanejo em sua resistência à opressão aparece repetidas vezes na frase “apanhar do governo não é desfeita”, que se aplicaria ao próprio Graça. Ele explica o cangaço:
“O que transformou Lampião em besta-fera foi a necessidade de viver. Enquanto possuía um bocado de farinha e rapadura, trabalhou. Mas quando viu o alastrado e em redor dos bebedouros secos o gado mastigando ossos, quando já não havia no mato raiz de imbu ou caroço de mucunã, pôs o chapéu de couro, o patuá com orações da cabra preta, tomou o rifle e ganhou a capoeira. Lá está como bicho do mato montado.”
Ainda em 1931, a Novidade publicou uma entrevista com Lampião, detalhando “como o célebre cangaceiro, o herói legendário do sertão nordestino, encara certas coisas brasileiras: os direitos de propriedade, o progresso, a justiça, a família, o sertão, os coronéis, o cangaceirismo e a sua própria vida.” Logo de saída, a revista deixa claro: “Na impossibilidade de obtermos um encontro com o notável salteador, recorremos a um truque: um dos nossos redatores, antigo sócio de centros esotéricos, deitou-se, acendeu um cigarro, fechou os olhos e conseguiu, por via telepática, a seguinte entrevista.” Por aproximação estilística, Ieda Lebensztayn atribui a entrevista imaginária a Graciliano. Durante sete anos, ela pesquisou a história da revista Novidade — que teve 24 números, de 11 de abril a 26 de setembro de 1931— para sua tese de doutorado na USP. Outros escritores de talento colaboravam na revista, que era feita nos fundos de uma livraria de Maceió: o poeta Jorge Lima, o romancista José Lins do Rego, o dicionarista Aurélio Buarque de Holanda e o antropólogo Manuel Diegues Jr. (Quase todos migrariam depois para o Rio.) Mas, a verve do texto, a referência irônica ao esoterismo, a zombaria do bacharelismo e, apontam Lebensztayn “a agudez em relação à miséria absoluta e ao caráter falacioso da palavra escrita; a preceptiva poética de que é preciso conhecer o sertão para se falar dele” — tudo isso é inequivocamente de Graciliano.
Bandoleiros
O livro inclui os dois capítulos do romance Vidas Secas que falam especificamente do cangaço. Eram “dois cangaços”, mencionam os organizadores: o do passado, de caráter social, e o do presente, de motivação econômica, alinhando as datas de alguns de seus chefes: Jesuíno Brilhante (1855-1879), Antônio Silvino (1875-1944), Virgulino Ferreira da Silva, o Lampião (1898-1938), e Cristino Gomes da Silva Cleto, o Corisco (1907-1940). Destes, apenas Silvino não foi assassinado, mas preso de 1914 até 1937. Graciliano o visitou na cadeia e fez seu perfil para O Jornal, do Rio, em 1938: “Na catinga imensa, perseguido, queimado pela seca, Silvino teve sempre os modos de um grande senhor, muitas vezes mostrou-se generoso e caprichou em aparecer como uma espécie de cavaleiro andante, protetor dos pobres e das moças desencaminhadas.”
Para o Sistema, o cangaço merecia punição exemplar. Já em 1935 os volantes assombravam a opinião pública com a foto do corpo do cangaceiro Cirilo de Engrácia, comparsa de Lampião, pregado de pé numa tábua e cercado pelos homens que o mataram. A cabeça cortada teve de ser colada ao corpo para a pose de “álbum de família”. Cangaços traz a foto, com o comentário que Graciliano fez no romance Angústia: “Pensei em Cirilo de Engrácia, visto dias antes em fotografia — um cangaceiro morto, amarrado a uma árvore. Parecia vivo e era medonho. O que tinha de morto eram os pés, suspensos, com os dedos quase tocando o chão.” (Qualquer semelhança com o corpo de Vladimir Herzog pendurado nas grades da sua cela é mera coincidência...)
Mas o auge da barbárie é quando são exibidas as doze cabeças cortadas de Lampião, Maria Bonita e o resto do bando. As cenas grotescas de 1938 são evocadas pela memória de uma criança, Ricardo Ramos, filho de Graciliano, numa das epígrafes do livro: “Eu ouvia, fascinado. Passara a meninice acalentado pelas estripulias dos cangaceiros, da polícia volante, duas pestes que nos assolavam. E contei de uma noite, após a ceia, em que atraído pelos foguetes saí à calçada e vi os caminhões, as cabeças cortadas espetadas em estacas, de Lampião, Maria Bonita e mais dez outros, os soldados empunhando archotes, gritando vitoriosos, um cortejo macabro pelas ruas de Maceió. Sonhos assombrados, semanas de pesadelo.”
No artigo “Cabeças”, publicado no Diário de Notícias do Rio de Janeiro em 2 de outubro de 1938, Graciliano investe com seu humor cáustico: “Por outro lado, existem pessoas demasiado sensíveis que estremecem vendo a fotografia de cabeças fora dos corpos. Essas pessoas necessitam uma explicação. Cortar cabeças nem sempre é uma barbaridade. Cortá-las no interior da África, e sem discurso, é barbaridade, naturalmente; mas na Europa, a machado e com discurso, não é barbaridade. O discurso nos aproxima da Alemanha. Claro que ainda precisamos andar um pouco para chegar lá, mas vamos progredindo, não somos bárbaros, graças a Deus.”
LEIA NA GAZETA DO POVO - CLIQUE AQUI
Uma loba no jurídico: olha o alto nível da nova procuradora-geral da Crimeia...
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Natalia Poklonskaya. Reprodução Internet |
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A Crimeia, que optou em referendo por se desligar da Ucrânia e fazer parte da Federação Russa, está em intenso processo de reorganização das instituições. O país vive um clima de refundação histórica. Em meio às mudanças, uma que por si vale o independência. A nova procuradora-geral da República da Crimeia é a bela loura retratada nesta atento BQVM. Aos 34 anos, Natalia Poklonskaya virou sucesso na rede tão logo sua nomeação foi divulgada. Admiradores já criaram páginas na internet dedicadas à musa da nova Crimeia. Apesar da suave aparência, a nova procuradora é uma loba durona quando se trata de defender seu país. Recentemente, em entrevista, chamou as autoridades ucranianas - responsáveis pelo golpe estimulado por americanos e europeus e que derrubou o governo constitucional do país - de “demônios das cinzas”. Figura de linguagem de quem, além de ser a própria obra de arte, cresceu lendo um certo Wladimir... o Maiakovski. Não foi ele quem disse algo como "a arte (no caso de Poklonskaya, a beleza) não é um espelho para refletir o mundo, mas um martelo para forjá-lo"?
segunda-feira, 2 de junho de 2014
República de Comary: bronca de Felipão é transformada em "crise"... Calma aí!
(da Redação BQVManchete)
A primeira semana de treinamento da seleção teve bons e maus momentos. Em destaque, a aparente união e o alto astral dos jogadores. Entusiasmo e não salto alto. Isso é bom. Ponto fraco foi a "badalação" de vips, parentes, chapas, parceiros e amigos do patrocinadores à beira do campo durante os treinos. No segundo tempo do treino de ontem, o time considerado titular se desconcentrou e permitiu ofensiva dos reservas cometendo os erros de postura que irritaram o treinador. A animada arquibancada vip pode ter sido um fator de distração dos jogadores? Talvez. Outro complicador, este inevitável, é a interpretação que alguns jornalistas fazem das broncas normais do técnico, e isso faz parte do estilo do Felipão. Um dos papeis de um treinador ativo é exatamente reclamar de eventuais erros e interromper o treino para corrigi-los. Foi o que aconteceu ontem. Mas parte da mídia, ávida por esquentar as matérias, analisa o fato como uma "crise", fala que o "time titular" não é mais titular absoluto. Ora, Felipão tem um time considerado titular que é produto dos jogos da Copa da Confederações e dos amistosos disputados até aqui. Mas quem disse que nada pode mudar a partir dos amistosos pré-Copa e dos treinos em Comary? Até Saldanha, que escalou suas onze "feras" na primeira entrevista coletiva que deu como treinador da seleção, mexeu no time durante as Eliminatórias para a Copa de 70. Havia outras "feras" no banco de reservas.
Os chamados reservas da seleção de Felipão não estão lá apenas como sparrings ( "esparro" na tradução popular que virou gíria) dos titulares. Também vão lutar para entrar no time principal.
Sem crise.
A primeira semana de treinamento da seleção teve bons e maus momentos. Em destaque, a aparente união e o alto astral dos jogadores. Entusiasmo e não salto alto. Isso é bom. Ponto fraco foi a "badalação" de vips, parentes, chapas, parceiros e amigos do patrocinadores à beira do campo durante os treinos. No segundo tempo do treino de ontem, o time considerado titular se desconcentrou e permitiu ofensiva dos reservas cometendo os erros de postura que irritaram o treinador. A animada arquibancada vip pode ter sido um fator de distração dos jogadores? Talvez. Outro complicador, este inevitável, é a interpretação que alguns jornalistas fazem das broncas normais do técnico, e isso faz parte do estilo do Felipão. Um dos papeis de um treinador ativo é exatamente reclamar de eventuais erros e interromper o treino para corrigi-los. Foi o que aconteceu ontem. Mas parte da mídia, ávida por esquentar as matérias, analisa o fato como uma "crise", fala que o "time titular" não é mais titular absoluto. Ora, Felipão tem um time considerado titular que é produto dos jogos da Copa da Confederações e dos amistosos disputados até aqui. Mas quem disse que nada pode mudar a partir dos amistosos pré-Copa e dos treinos em Comary? Até Saldanha, que escalou suas onze "feras" na primeira entrevista coletiva que deu como treinador da seleção, mexeu no time durante as Eliminatórias para a Copa de 70. Havia outras "feras" no banco de reservas.
Os chamados reservas da seleção de Felipão não estão lá apenas como sparrings ( "esparro" na tradução popular que virou gíria) dos titulares. Também vão lutar para entrar no time principal.
Sem crise.
Tostão: “Vice do Brasil será visto como um fracasso”
por Eli Halfoun
Em artigo publicado na “Folha de São
Paulo”, Tostão coloca o Brasil, Alemanha, Argentina e Espanha entre as quatro
seleções favoritas da Copa. Lembra também que a Itália pode entrar para esse
grupo por conta de sua tradição e que a França pode surpreender. Tostão chama
atenção para uma questão que envolve nosso selecionado. Diz aí Tostão: “A única
seleção que se for vice será tratada como fracasso é a do Brasil. Não deveria
ser assim. Futebol é patrimônio nacional, mas há outras coisas mais importantes
do que ele e a Copa. Essa é a mensagem das ruas”. A mensagem das ruas não é
nova. Só precisa ser finalmente ouvida. (Eli Halfoun)
Em família, mas nem tanto: termina mesmo o casamento de Cadu e Clara
por Eli Halfoun
Mesmo com uma grande simpatia do
público pelo casal formado por Cadu (Reinaldo Gianechinni) e Clara (Giovana
Antonelli), o casamento da dupla na novela “Em Família” chegará ao fim. Quem decide
dar um ponto final à união é Cadu que depois de flagrar mais um encontro entre Clara
e Marina (Tainá Muller), no galpão, simplesmente diz que “nosso casamento acaba
aqui”. Não se sabe ainda se o autor juntará o casal novamente e muito menos se
Clara e Marina assumirão finalmente e publicamente a relação de amor que ainda
vivem sem definição. O que se diz nos bastidores é que o autor prefere esperar
a reação do público para dar andamento à trama, mas tudo indica que Cadu e Clara
permanecerão separados, o que abre a possibilidade de formar um novo par
romântico entre Silvia (Bianca Renaud) e Cadu. Parece que mais uma vez e como
sempre o destino da novela está nas mãos e no gosto do público. Pelo menos em
novelas o público tem voz ativa. (Eli Halfoun)
Rio ainda tem muitas dúvidas para escolher seu senador
por Eli Halfoun
A escolha de senador parece que será
a mais difícil para os eleitores do Rio. Embora não haja ainda nenhum candidato
confirmado oficialmente, entre os prováveis concorrentes o que aparece com maior
porcentagem (23%) das intenções de votos é o deputado estadual e apresentador
Wagner Montes, seguido de perto pelo ex-jogador e deputado federal Romário. Na
pesquisa do Gerp realizada recentemente o que mais chama atenção é a situação
do ex-governador Sergio Cabral que aparece com menos de 7% das intenções de
votos, o que, segundo alguns analistas, pode fazê-lo inclusive desistir da
candidatura ao Senado mesmo tendo confirmado recentemente que será candidato. A
pesquisa cita outros nomes com poucas chances como, por exemplo, Jandira Feghali
(9%), César Maia e Francisco Dornelles com 3%. Se depender das intenções de
votos a corrida eleitoral para o Governo do Estado também está definida entre a
escolha do ex-governador Anthony Garotinho e do ex-ministro Marcelo Crivella
que estão empatados na liderança das intenções de votos. A pesquisa indica que
haverá segundo turno e, nesse caso, o próximo governador do Rio seria Marcelo
Crivella. Qualquer que seja o resultado o Raio precisará rezar muito. (Eli
Halfoun)
domingo, 1 de junho de 2014
Barbosa: renúncia misteriosa gerou especulações, algumas até bem-humoradas....
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O JB, e muitos internautas, relembraram Jânio Quadros |
A renúncia de Joaquim Barbosa à presidência do STF, um dos poderes republicanos, trouxe de volta um personagem que andava meio esquecido: Jânio Quadros. Foram muitas as comparações que circularam na rede impulsionadas pela falta de clareza dos motivos e das forças ocultas ou não ocultas que levaram Barbosa a se afastar. Exagero. Jânio esperava que a população gritasse "Volta Jânio". Barbosa gostaria mais de um "Vai Barbosa", embora evite confirmar que vai se candidatar a presidente em 2018.
A seguir, algumas supostas razões devidamente especuladas por aí:
1) Barbosa não suporta mais as dores nas costas. Cansou de discutir em pé.
2) Se não renunciasse, o ministro teria que passar a presidência a Ricardo Lewandovski. Para Barbosa seria um pesadelo atuar sob a gestão do desafeto.
3) Barbosa estaria sofrendo ameaças de militantes do PT e recebendo telefonemas anônimos. Houve quem visse indícios de riscos também por parte de integrantes da Al Qaeda, de descendentes de Carlos, o chacal, dos bolivarianos, da Gaviões da Fiel, e do Procure Saber e do cara que deu um soco em Brad Pitt. Não se sabe se o ministro pediu à PF para apurar.
4) Haveria um certo temor também de pragas de Dirceu e de Genoíno. E praga de mensaleiro é ruim de aturar. Pior do que praga de mãe.
4) Se ficasse mais tempo poderia ser canonizado, coisa que ele preferiria que não fosse agora.
5) Houve quem comentasse que a missão estava cumprida já que o mensalão do PT andou e o mensalão tucano parou de vez. Mas isso aí já é maldade do pessoal do PT, não merece crédito.
6) Dizem que sua interpretação de que o regime semi-aberto é ilegal pára todos os presos que ainda não cumpriram 1/6 da respectivas penas pode mandar de volta para a cadeia milhares de condenados que, por antiga interpretação do STJ, dormem nas celas e saem para trabalhar durante o dia. Alegam os especialistas que vai faltar cadeia para tanta gente. É um imbroglio sem saída: ou vale para todo mundo ou os presos pela Ação 470 vão alegar que estão sendo discriminados e que a lei, no caso, só é aplicada neles. O ministro teria preferido deixar esse rolo para seu sucessor.
7) O apartamento de Barbosa em Miami está com vazamento, o bombeiro baiano que tem green card marca e não aparece, ele vai ter que providenciar alguém para fazer essa obra. O vizinho já tá reclamando.
8) Quer ver a Copa em paz. Ele não é adepto do "não vai ter Copa".
9) Quer se dedicar a conferências do exterior. "Domínio do fato", "Ação 470", "Embargo de Declaração, "Embargos Infringente" são coisas que estudantes de direito do mundo inteiro querem entender. O problema é que vai ter que desbancar FHC e Lula que não estão gostando nada disso.
10) Quer voltar a jogar bola, segundo a mídia, ele foi um bom atacante, rápido, "caia pela esquerda" como Neymar, como um repórter comentou com o próprio ministro durante entrevista.
11) Precisa de tempo para comparecer a todas as homenagens reservadas por câmaras de vereadores e assembleias, são milhares de títulos de cidadão e de doutor honoris causa no Brasil e no mundo.
12) Simplesmente, renunciou para viver um ano sabático. Chega de ano problemático..
13) Não dá mais para disputar cargo político agora, mas com 59 anos, terá 63 nas próximas eleições, poderá tentar a presidência em 2018. Mas tem que torcer para não acontecer uma Ação Penal 471 que mande para a cadeia os corruptos que ficaram soltos. Nesse caso, vai surgir novo "herói". O povo esquece rápido e vai cravar seu voto no "cara" da vez.
14) Não vai disputar a eleição, mas está ainda em aberto se vai apoiar alguém ou participar da campanha de um dos presidenciáveis. Há quem diga que pode ser convidado para ser ministro de qualquer um que ganhar: Dilma, Eduardo, Aécio, Randolfe Rodrigues, Eduardo Jorge, Pastor Everaldo, Emayel, Levy Fidelix, José Maria de Almeida, Denise Abreu, Mauro Iasi e Ruy Costa Pimenta. Todos os pré-candidatos estariam querendo o apoio de Barbosa. Até do "Volta Lula", se voltar, que o tirou do anonimato e teria ficado grato de terem tirado o Dirceu do seu caminho. Os eleitores de Enéas também teriam declarado que, se vivo fosse, o ex-presidenciável também ia querer o apoio do maior "cabo eleitoral do Brasil".
15) Ou, como ele mesmo disse, renunciou "por livre-arbítrio".
Deu no Estadão, palavra de black bloc: "O crime organizado respeita a gente porque nasceu de mentes pensantes"
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Fotos: Reproduções do Estadão. Leia a matéria completa no link abaixo |
(da Redação do BQVManchete)
Eles já foram saudados e incensados como vanguarda democrática. Algumas celebridades até posaram com máscaras para demonstrar seu apoio ao grupo. Professores cariocas deram os braços aos mascarados. Parte da mídia, logo no início das manifestações do ano passado, enxergando nos black blocs uma forma de fomentar a oposição da direita a Dilma, também os apresentou como um "fenômeno" a ser interpretado como "revigorante" no clima da "o gigante acordou". Houve, já na fase dos quebra-qubra que se queixasse de que o governo, ao reprimir destruição e saques, estava "criminalizando" o movimento. Depois, caiu a ficha da mídia, das celebridades e dos antropólogos e sociólogos-comentaristas da TV. Aparentemente, os black blocs não estão preocupados com isso de passar "boa imagem".. Não fazem questão de mostrar exatamente uma postura de legalidade. Até porque são contra "tudo isso que esta aí", partidos, instituições, sindicatos e até mesmo muitos movimentos sociais. Segundo matéria publicada no Estadão, que ouviu vários integrantes do grupo, eles mesmo se autocriminalizam. Estaria em gestação uma parceria com o crime organizado representado por grupos como o PCC e o CV. As máscaras, segundo a reportagem, têm muito o que esconder.
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