domingo, 13 de maio de 2012

Bolsa de freelancers

Em tempo de crise, frilas montam uma empresa coletiva. Nos Estados Unidos. A Madison Avenue é agora uma espécie de Wall Street da "bolsa" de freelancers. Jornalista, publicitários e fotógrafos se unem para organizar um sistema de oferta de seviços independentes após a recessão que cortou milhares de empregos. O ritmo de negócios está voltando a acelerar e especialmente as agências de publicidade não dispõem de grandes equipes fixas. "A comunidade freelance está ficando mais exigente sobre o pagamento e sobre o ambiente das agências", diz uma diretora recursos humanos. Especialistas avaliam que freelancers equilibram melhor trabalho-vida saudável do que funcionários em tempo integral. Mas, atneção, essa é a situação do mercado americano. Por aqui, as coisas são muito diferentes. Essa opção de profissional independente está relacionada ao aumento do trabalho remoto, via computador doméstico. E esta prática, nos Estados Unidos, está em estágio muito mais avançado.
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Carolina Dieckmann: segundo pesquisa, a mamãe mais desejada

por Eli Halfoun
Pelo menos três mães estão em alta hoje (Dia das Mães) na internet: são Carolina Dieckmann, Claudia Leite e Adriane Galisteu. Segundo o site Ashley Madison, especializado em relacionamentos (fantasiosos é claro) extraconjugais. Carolina, Claudia e Adriane são as três mamães mais desejadas pelos homens infiéis. A pesquisa ouviu 893 homens infiéis brasileiros. O segundo lugar ficou com Claudia Leite e o terceiro com Adriane Galisteu. A indicação de Carolina explica direitinho porque o vazamento criminoso de suas fotos íntimas provocou tanto barulho. Quem não pode ter quer pelo menos ver. (Eli Halfoun)

Sem Saúde não existe Defesa

por Eli Halfoun
O melhor mecanismo de defesa de um povo é ter uma boa saúde, mas não é exatamente assim que o Brasil pensa. Pelo menos é o que se pode supor diante da verba investida por aqui. Enquanto de 2001 a 2011 o Ministério da Saúde investiu R$ 16,4 bilhões e o da Educação R$ 22,9 bilhões, o investimento do Ministério da Defesa foi de R$ 35,7 bilhões. A maior parte da verba destinou-se à realização de obras e compra de equipamento. O investimento do Ministério da Defesa também destinou boa parte da verba para a compra de fardas e treinamento, embora seja cada vez menor o número de jovens desejosos de prestar o serviço militar. No Ministério da Defesa há quem diga extra-oficialmente que pelo menos R$ R$ 744,1 milhões foram destinados para desenvolver um cargueiro tático militar de 10 a 20 toneladas. Tudo bem que cuidar da defesa do país é importante, mas pouco adiantará se o povo não tiver forças (ou seja, saúde) para ir à luta. (Eli Halfoun)

Terça-feira é o dia: conta tudo, Cachoeira


por Eli Halfoun
O fato de ter exercido o cargo de Ministro da Justiça e de ser considerado um dos melhores (e mais caros) advogados criminalistas do país não tem facilitado a vida de Márcio Thomaz Bastos na defesa de seu hoje mais difícil e famoso cliente, o bicheiro e empresário Carlinhos Cachoeira. Bastos tem sido obrigado a conviver com um festival de ”não”. Resposta que já se transformou em uma espécie de rotina para suas solicitações judiciais. O primeiro “não” foi da Justiça de Goiás que recusou o pedido do advogado para receber cópia integral do inquérito da Operação Las Vegas. A Justiça goiana alegou que tudo havia sido enviado para o Supremo Tribunal Federal, onde Bastos recebeu o segundo “não” dessa vez do ministro Ricardo Lewandowski. Depois da segunda negativa o advogado procurou um sim recorrendo à CPI e recebeu o terceiro “não” com a resposta de que a CPI não poderia contrariar uma decisão do Supremo. Na próxima terça-feira, dia do depoimento de Cachoeira, Bastos, que até tentou adiar o depoimento para a quarta-feira, mas também não conseguiu fará, mesmo sem conhecer tudo que está no inquérito, a sustentação oral para conseguir um habeas corpus. Do jeito que andam as coisas vai jogar conversa fora. (Eli Halfoun)

sábado, 12 de maio de 2012

Ipanema defende a Praça Nossa Senhora da Paz

O abaixo-assinado no varal,...
...a praça Nossa Senhora da Paz ocupada e...
...a ressalva dos moradores de Ipanema.
Os moradores de Ipanema se manifestaram hoje pela preservação da Praça Nossa Senhora da Paz. Em decisão pouco transparente, o governo do Estado alterou o traçado do metrô e transformou a Linha 4, em direção á Barra, em prolongamento da Linha 1. Especialistas criticam a medida que faz da malha metroviária (Linhas 1, 2 e 4) um estranho "minhocão", único, de operação tecnicamente complicada. Apontam para necessidade de atenção extra nos itens segurança, risco de superlotação e congestionamento das plataformas. O novo projeto ainda implicará em fechamento por meses das estações Cantagalo e General Osório, essa recém-construida, além de enormes transtornos em Ipanema e Leblon. Outro ponto polêmico é que o prologamento da Linha 1 eliminou a necessidade de licitação para o operador do trecho a ser construido, favorecendo os atuais concessionários.
Os manifestantes deixam claro que não são contra o metrô, mas rebatem o autoritarismo do Estado que impõe seu estranho projeto sem ouvir os principais interessados: os cariocas. A tradicional Praça Nossa Senhora da Paz perderá centenas de árvores (o governo promete replantá-las mas credibilidade é coisa que político não costuma ter). Restou aos moradores fazer circular um abaixo-assinado. E, mais adiante, refletir melhor na hora de ir à urna. Que a manifestação de hoje não seja uma adeus a uma das mais belas e tradicionais praças da cidade.

Renato Sérgio, que amava o texto e o som das palavras...

por Sérgio Costa
(Texto reproduzido do Facebook)
Caraca! Soube agora, lendo a coluna do Arnaldo Bloch sobre uma visita à Eco (não percam), que morreu Renato Sérgio. Escritor, roteirista de TV, jornalista que amava o texto... Pelo texto, pela beleza e pelo som das palavras reunidas. Foi redator de Manchete e sempre me deu força nesta carreira. Nunca esqueci os elogios que me fez, foca ainda, encarregado de cobrir um baile de Carnaval para a revista.
As edições de Manchete sobre a festa eram exclusivamente fotográficas. Íamos a todos. Os repórteres, para fazer legendas. Os bailes eram, digamos assim, quentes. Resolvi arriscar um texto mais autoral descrevendo uma noite em que rolou de tudo a partir do momento em que "voou o primeiro sutiã" e ele gostou. Gostou e passou a reparar no meu trabalho.
A equipe de redatores da Manchete era de feras consagradas: Justino Martins, Ney Bianchi, Cony, Irineu Guimarães, Flavio de Aquino, Roberto Paulino, Roberto Muggiatti, José Esmeraldo, devo estar esquecendo alguém, e ele, Renato Sérgio. Gostava de ler seus perfis de celebridades. Uma vez fizemos juntos um caderno reconstituindo a noite da Bossa Nova no Carnegie Hall de Nova York. Tive a oportunidade de recolher depoimentos de quase todos os artistas brasileiros que participaram daquela noite histórica. Hoje quem se dá ao trabalho de gastar um caderno para reconstituir um show em todos os seus detalhes?
Trabalhamos juntos, depois, na redação de Ele Ela, na época uma rival que dava trabalho à Playboy. Uma revista que revelou muitas modelos e manequins... Era uma redação divertidissima. Principalmente quando Henrique Diniz e Machadinho bebiam um pouco além da conta no almoço e protagonizavam cenas antológicas à tarde. Nesta época, Renato Sérgio já não bebia, esporte a que se dedicou profissionalmente por muitos anos. Estava sempre comendo uma barrinha de chocolate, mas se divertia muito com aqueles moleques muito loucos que brincavam de fazer revista de sacanagem. Seu filho, Renatinho, virou meu amigo e parceiro de longas conversas. Seu pai deixa saudades.
Nesta foto, ele está entre Indalécio Wanderley e Gervásio Batista, dois monstros de uma equipe de fotografia da Bloch não menos recheada de craques.
Toma uma por mim no ceu da irreverência, Renato.
Obrigado.

"Demi Moore" de terceira idade é escolhida melhor capa do ano

por JJcomunic
A Associação Americana dos Editores de Revista indicou as melhores capas de 2012, até aqui, claro. A revista New York venceu ao mostrar uma mulher com mais de 50 anos nua e grávida. Cinquentona, diz a revista, mas, com todo respeito, meio acabada. A foto, ao estilo Demi Moore, provoca polêmica. Os grotões americanos mega conservadores ficaram nervosos e chocados com a imagem e pediram que a New York não fosse exposta em bancas.

sexta-feira, 11 de maio de 2012

Neo-escravidão: a volta do cipó de aroeira...

Essa é a piada do dia. A bancada ruralista quer relativizar a escravidão. Um deputado pretende retirar artigos do projeto que define o trabalho escravo. São itens que o fulano considera incômodo aos fazendeiros e donos de empresas escravagistas. A bancada "imoralista" quer eliminar "miudezas" como condições degradantes de moradia, não limitar horas de trabalho por dia, por exemplo. Mas o pior é que o sujeito quer liberar a "neo-escravidão" desde que o trabalhador seja uma "escravo voluntário". É isso mesmo que você leu. E estamos em 2012 e não nos séculos 17 e 18. Aguarda-se a reação dos deputados e dos setoresdo governo que não são reféns da tal bancada. A reprodução acima é do Globo.    

Empresas corruptas acima da lei e livres para roubar

O mais espantoso é o seguinte: até hoje o Brasil não podia punir empresas corruptas. Isso mostra, de certa forma, a qualidade, ou falta de, do Legislativo. Ou a má fé, já que a gaiola do Congresso está lotadinha de empresários ou de bancadas de empresários, muitos, claro, interessadíssimos na impunidade. Daí, supresa nenhuma tal lei não existir até hoje. Reprodução Folha

Missa para Renato Sérgio, sábado, 12h

A missa de sétimo-dia para Renato Sérgio está marcada pela família para este sábado, 12 de maio, às 12h, na Igreja São José da Lagoa - Lagoa.

quinta-feira, 10 de maio de 2012

Treinando nas Malvinas: o clipe argentino que abala a Olimpíada de Londres



por JJcomunic
Os mais idealistas defendem a "pureza" da Olimpíada e que os Jogos não sejam contaminados pela política. Mesmo assim, nos tempos da Guerra Fria, os Estados Unidos boicotaram a Olimpíada de Moscou e os soviéticos não foram a Los Angeles. Agora, a polêmica é entre a Argentina e a Inglaterra, países cujas relaçõe são são críticas desde a Guerra das Malvinas, em 1982. Agora, o atleta "hermano" Fernando Zylberberg gravou um comercial que mostra seu treinamento... nas Malvinas. O filme destaca a frase:  "Para competir em solo inglês, treinamos em solo argentino". Foi o que bastou para incendiar mentes e corações em Londres. Como consequência, Fernando foi cortado da seleção de hóquei na grama da Argentina, mas virou uma espécie de herói no pais. Embora o técnico do seu time tenha dito que o corte não foi motivado pelo filme muito bem feito, aliás.
Veja o filme. Clique AQUI

Ronaldo vê tudo azul no primeiro ano de sua empresa

por Eli Halfoun
Para os que não acreditavam em seu potencial de negócios, Ronaldo, o sempre fenômeno, faz questão de garantir que ao comemorar um ano de funcionamento a 9ine, agência que montou logo depois que pendurou as chuteiras, está muito bem e "operando no azul". Essa é uma das revelações que o ex-jogador fez em entrevista para a revista GQ (nas bancas). Na mesma entrevista Ronaldo também fala (bem) de Ricardo Teixeira, para quem não nega elogios, coisa rara em se tratando do ex-presidente da CBF. Ronaldo revela também o toque de seu celular: ele usa a música-tema do filme "O Poderoso Chefão" e confessa que nem em sua empresa gosta de ser chamado de presidente, mesmo ocupando o cargo. Ronaldo prefere ser chamado pelo nome (sem um obrigatório senhor na frente) ou de "padrinho". Que só vale quando não é demonstração de puxa-saquismo. Quer dizer: quase nunca vale. (Eli Halfoun)

Cem milhões de dólares para Shakira gravar mais três discos

por Eli Halfoun
Já imaginou gravar três CDs e ganhar de saída (ou seja, antes mesmo de trabalhar) 100 milhões de dólares? Essa é a quantia que a cantora Shakira receberá Sony Music por conta de seus três próximos álbuns. O contrato está nas mãos da cantora colombiana e está sendo negociado pela produtora Live Nation, que pertence a Madonna. O contrato determina que a produtora Live Nation receba parte dos lucros de direitos autorais, bilheteria e patrocínios enquanto a Sony será responsável pelos estúdios e distribuição mundial dos discos. Se bobear Shakira faturará mais do que a Colômbia inteira. (Eli Halfoun)

Um novo programa de auditório para Adriane Galisteu

por Eli Halfoun
Boa parte do público pode até não gostar do trabalho de Adriane Galisteu, mas nem mesmo seus mais severos críticos podem deixar de reconhecer que ela é uma presença marcante na televisão e fora dela. Adriane talvez seja a única apresentadora e atriz que lutou (e lutou muito) por seus sonhos e objetivos profissionais e hoje não foge nem do público e nem da imprensa quando é cercada esteja onde estiver. Adriane não fez sucesso e agora se arrepende das conquistas como costuma acontecer com vários (bota vários nisso) artistas. Adriane Galisteu só marcou presença como apresentadora quando comandou o "Superpop" na Rede TV. Depois todas as tentativas frustradas e nem assim ela desistiu: pode ganhar breve o comando de um novo programa de auditório na Bandeirantes, o que não significa que se afastará das fofocas do "Muito +", o programa vespertino da mesma Band. Adriane tem tudo para fazer sucesso com um programa de auditório: é carismática, versátil, inteligente, não tem papas na língua e ainda por cima é bonita. Pelo menos nesse quesito ela ganha fácil de Silvio Santos, Fausto Silva e Gugu Liberato. (Eli Halfoun)

Corpo e mente: texto assinado por Beyoncé recebe premio jornalístico

por Eli Halfoun
Mesmo sem nunca ter exercido a profissão de jornalista é como profissional de imprensa que Beyoncé receberá mais um prêmio entre os muitos (só de Grammy ela tem 16) que já recebeu em sua bem sucedida carreira. Beyoncé está entre os 40 melhores jornalistas do ano em votação feita pela Associação de Jornalistas Negros de Nova York. A escolha da cantora está sendo justificada por conta de um texto que ela assinou para a revista "Essence" no qual falava da pausa na carreira para priorizar a vida pessoal. O texto recebeu o título de "Eat, Play, Love" e na ocasião da publicação, a crítica americana condenou a decisão da cantora. Agora o presidente da Associação de Jornalistas Negros sai em defesa de Beyoncé dizendo que a escolha de seu texto (publicado em junho de 2011) nada tem a ver com o fato de ela ser uma celebridade, mas sim e somente pela qualidade de redação. Como Beyoncé ainda não confirmou sua presença na festa dos premiados (no próximo dia 15) resta saber se a opinião ainda será a mesma se ela não comparecer. (Eli Halfoun)

Mari Paraiba, a musa "medalha de ouro" da Superliga


Maria Paraiba. Seção Happy Hour/Playboy. Fotos: Divulgação
por Omelete
A nova musa do vôlei, Mari Paraíba, está na seção Happy Hour,  da Playboy de maio. Ela diz que está ainda estudando proposta para ser a capa da publicação. O vôlei feminino ainda luta no pré-olímpico para ira a Londres. Mas a Maria sem nem precisar chegar lá já é medalha de outro. i

VASCOOOOO!!!

quarta-feira, 9 de maio de 2012

Pisou na bola: Messi é acusado de racismo

O argentino Messi é acusado de racismo. Que  diz isso é o jogador holandês Drenthe, do Real Madrid e atualmente emprestado ao Everton. O lateral foi chamado de "negro" pelo argentino de forma agressiva. E acrescenta que Messi já se recusou a apertar sua mão após uma partida. O jogador do Barcelona tem sido precipitadamente comparado a Pelé. Mas os números dos dois na mesma idade mostram o brasileiro léguas na frente em títulos e gols. Se for racista, como garante Drenthe, Messi perderá na comparação em mais um item: Pelé, com o seu futebol mágico, uniu povos e raças.
 

Pica-Pau vence a corrida de audiência contra a Stock Car

por Eli Halfoun
Transmissões esportivas ao vivo pela televisão costumam ser uma garantia de audiência, mas às vezes surpreendem. Como foi, por exemplo, o caso da transmissão de recente corrida de Stock Car pela Globo. Mostrada dentro do programa esportivo das manhãs de domingo, a corrida perdeu em audiência para o desenho Pica-Pau, que a Record exibe sempre que precisa tapar um buraco de programação (o que o SBT faz com "Chaves"). Pica-Pau liderou a audiência com 7.0 enquanto a corrida conquistava 6.0. O resultado poderia não significar muito se não fosse mais uma demonstração de que a liderança da Globo anda correndo bastante perigo. Parece que está mesmo ficando para o tempo em que até fora do ar a Globo ganhava das concorrentes que passaram a ser uma boa opção pra o público. (Eli Halfoun)

Nem tudo o que Neymar faz deve virar moda para os jovens

por Eli Halfoun
Ninguém tem dúvidas de que Neymar é, hoje, aos 20 anos de idade, o mais popular ídolo esportivo do Brasil, o que o transforma em uma enorme força publicitária e em uma espécie de criador de modismos, alguns de gosto bastante discutível como é o caso do penteado moicano que apesar do mau gosto passou a ser copiado por jovens de todo o país. Neymar é apenas um garoto que quer e precisa divertir-se (embora seja um baita profissional) e talvez não tenha ainda a noção exata de sua importância no comportamento de outros garotos como ele e por isso mesmo precisa ser muito bem orientado fora de campo em relação a sua copiada imagem. O próximo modismo que certamente imitarão do garoto-craque será a depilação. Desde que Neymar revelou em um programa de televisão que é adepto da depilação ("faço usando uma maquininha") a garotada também passou a raspar os ainda poucos pelos do peito e dar pernas. Como Neymar não esconde que poderá passar a fazer depilação total não demora muito a garotada também optará por todo o corpo liso. Tudo bem: cada um faz com seu corpo o que bem entender, mas é preciso tomar cuidado, muito cuidado, com a depilação total que deve ser feita por uma ou um profissional. Maquininha, navalha ou lâmina de barbear mal utilizadas podem cortar mais do que devem e fazer um estrago irreparável. (Eli Halfoun)

300 mil escutas telefônicas para saber todos os passos de Cachoeira

por Eli Halfoun
Poluição sonora braba foi a que a Polícia Federal enfrentou nas investigações da Operação Monte Carlo, que determinou a criação da CPI do Cachoeira. Em seu trabalho investigativo, agentes da PF fizeram nada mais nada menos do que 300 mil escutas telefônicas utilizando o sistema Guardião, que permite gravar conversas em vários telefones fixos e celulares ao mesmo tempo. Ouvir foi o de menos: depois tiveram que reproduzir tudo em papel e enviar para a CPI. Muitos políticos famosos de todos os estados aparecem nas conversas, o que deixa os políticos e o próprio Cachoeira ainda mais nervosos e assustados. O caso Cachoeira tem desenvolvimento também no convite feito para sua bonita mulher, Andressa Mendonça, 30 anos, posar para a revista Playboy, mas ela já acabou com a alegria dizendo: "não vou dar esse gostinho, não! Deixa só para o Cachoeira" O bicheiro, aliás, completou a dias 49 anos de idade. Sem festa é claro. Festa mesmo ele fez antes de ser preso. (Eli Halfoun)

Ayrton Senna pode virar longa de ficção com Rodrigo Santoro no papel principal

por Eli Halfoun
Interpretar personagens famosos parece ser a nova escolha do ator Rodrigo Santoro no cinema. Depois de ter dado vida ao jogador Heleno de Freitas, o ator poderá interpretar um dos maiores ídolos brasileiros: o piloto Ayrton Senna. Embora nada esteja defininitivamente acertado, Santoro não esconde o entusiasmo e diz que a vida de Senna poderá dar um grande filme e que tudo está sendo preparado com a aprovação da família do piloto. Ayrton Senna, o maior piloto da história do país, merece sim todas as nossas homenagens. (Eli Halfoun)

Renato Sérgio, eu conheci

deBarros
        O senhor quer falar com quem?
        Com Raul Giudiceli, meu jovem!
        Bem, então o senhor pode fazer o favor de me seguir que estou indo para a sala do Raul.
Década de 70 e acabava de conhecer Renato Sérgio. Já o conhecia de nome. Raul Giudicelli e Roberto Mota repetiam o seu nome a todo o momento. Trabalhava na Revista O Cruzeiro quando vim a conhecer esse jornalista. Sorte minha, porque ele me ajudou e muito a continuar na  profissão de chefe de Arte, apelido de diagramador de jornal, revista e livros.
De tradicional família paulista, ostentando barba e cabelo manchados de branco, me lembrava as figuras desbravadoras do selvagem oeste do sertão de São Paulo. Mas Renato Sérgio era o intelectual mais intelectual que conheci. Redator no Jornal do Brasil, na época o melhor jornal do país, e, durante o dia, redator na revista Manchete, ao lado de Carlos Heitor Cony, Paulo Mendes Campos, Roberto Muggiati, Justino Martins; e, na revista Manchete Esportiva, com os editores Zelvi Ghivelder e Ney Bianchi. Vim a trabalhar com essa grande figura como chefe de arte da revista.
Renato Sérgio não era só redator, jornalista, ele transcedia. E, com a TV Manchete, veio a ser roteirista e criador de um dos melhores programas de MPB. o “Bar Academia”. Foi roteirista de outros programas e sempre com sucesso.
Renato Sérgio tinha uma qualidade que me deixava impressionado: lealdade. Era amigo dos amigos e nunca deixava de lembrar o nome deles para qualquer oportunidade que surgisse para uma colaboração, um emprego. Enfim: aos amigos tudo. Aos inimigos a lei.
Como bom paulista, amava o Rio de Janeiro, não por suas praias, porque acho que nunca as frequentou, mas pelas suas noites e badalações e pelo carioca em si. Conhecia todos os artistas e  “reis da noite” carioca.
Renato Sérgio, se não é imortal pela ABI, torna-se imortal  na minha memória  e dos seus amigos.

terça-feira, 8 de maio de 2012

Renato Sérgio, lembranças...

Renato Sérgio autografa seu livro "Bráulio Pedroso - Audácia Inovadora" para Mauro Mendonça e Rosamaria Murtinho, em 2011 
Com os autores da coletânea "Aconteceu na Manchete, as histórias que ninguém contou". Na livraria da Travessa, em novembro de 2008, na noite de lançamento do livro. Na foto, Jussara Razzé, Roberto Muggiati, Carlos Heitor Cony, José Esmeraldo, Ângela de Rego Monteiro, Maria Alice Mariano, J.A.Barros; sentados: Lincoln Martins, Renato Sérgio, José Rodolpho e Daisy Pretola.
Manoel Carlos e Renato Sérgio. Arquivo Pessoal
Com os fotógrafos Indalecio Wanderley e Gervásio Baptista. Arquivo Pessoal Renato Sérgio
Com Justino Martins, diretor da Manchete. Arquivo Pessoal de Renato Sérgio
Com Djavan. Arquivo Pessoal de Renato Sérgio
Com Hermeto Pascoal. Arquivo Pessoal de Renato Sérgio
por José Esmeraldo Gonçalves
O humor era preciso, o texto era elegante, o amigo era do peito. Ao longo da sua trajetória em redações como a do Jornal do Brasil, da TV Rio, Tupi, Globo, da Manchete, da Fatos & Fotos, EleEla e outros dos principais veículos do Brasil, o paulistano Renato Sérgio deve ter ouvido muitas vezes que tinha "o texto mais carioca do jornalismo". Não era um chavão, era um elogio. De fato, o texto do nosso querido Renato tinha mesmo essa marca. Digamos, um certo e saboroso jeito carioca de ver a vida. Mas que ia muito além daquele foco singular de quem viveu com intensidade boêmia a Ipanema dos anos 60 e 70. Aí por volta de 1977, trabalhamos juntos na extinta Bloch. Houve um tempo em que a Fatos & Fotos publicava a cada edição uma grande entrevista. Era uma seção especial, como as "páginas amarelas" da Veja. Acho que aquela série de entrevistas deve ter durado uns dois ou três anos. Renato conversava com os principais nomes da cultura. Duvido que tenha ficado alguém de fora. Lembro-me que o texto - de leitura obrigatória para os jovens repórteres da equipe da Fatos & Fotos - parecia um papo entre amigos. Na verdade, o entrevistador era mesmo amigo pessoal de muitos dos seus entrevistados, Tom, Vinicius, Bôscoli, Elis, Boni, Walter Clark, Jô, Nara... Mas só parecia uma conversa entre amigos. Com certeira habilidade, Renato deixava que seus personagens se revelassem. Transformava o entrevistado em um parceiro e o levava a contar aos leitores tudo aquilo e muito mais do que só diria a um amigo muito íntimo. Anos depois, Renato deixou a revista e foi trabalhar na Rede Manchete. Tornou-se roteirista de vários programas. Mas um deles, em especial, me lembrava aquela fase das entrevistas da Fatos & Fotos. Era o "Bar Academia", onde entre canções e diálogos, ele promovia encontros memoráveis e reveladores de gigantes da MPB como Caetano, Gil, Chico Buarque e tantos outros. Em recente conversa, nós nos perguntávamos onde estariam aquelas fitas, foram destruídas, perdidas? Havia alguns tesouros da MPB naquele acervo. Renato falava com saudade do programa. E lamentava que o país e as instituições cuidassem tão mal da nossa memória cultural.
Na última década, o jornalista deixou as redações e se transformou em escritor. Com a mesma criatividade e um texto onde cada frase parecia se encaixar como uma peça de "lego", Renato Sérgio escreveu, entre outras, as biografias de Sérgio Porto, Bráulio Pedroso, Mauro Mendonça e até a do Maracanã. Isso mesmo, uma "biografia", já que a mística do estádio - hoje demolido - nunca esteve tão viva quanto no seu livro "Maracanã, 50 Anos de Glória".
 Em 2005, junto com outros colegas da Manchete, tocamos o projeto de um coletânea. A ideia era contar não a história oficial das revistas da extinta Bloch, mas relatar a vida e as vidas que ali passaram, incluindo as nossas. Foram três anos de reuniões, depoimentos, pesquisas em sebos e muita conversa jogada fora até o lançamento do livro "Aconteceu na Manchete, as histórias que ninguém contou", em 2008. A pretexto de discutir novos projetos, o grupo de autores - eram 16 - tornou aquelas reuniões uma agradável rotina.
Tenho certeza de que todos nós não esqueceremos a sorte que tivemos ao prolongar nesses encontros marcados a convivência com Renato Sérgio.
Até um dia, amigo.    

Focus fora de foco

A Focus alemã dessa semana foi censurada. Na edição virtual, a modelo levou uma gorda faixa cinza.

Segurança máxima para Cachoeira chegar até o Congresso




por Eli Halfoun
No dia 15 de maio (data marcada pra o depoimento do bicheiro Carlinhos Cachoeira) na CPMI o Brasil verá pela televisão, a um dos mais fortes esquemas de segurança já montados no país. A operação policial será armada desde a saída de Cachoeira da prisão até chegar ao Congresso, onde provavelmente não falará nada, como sempre acontece em CPIs. O forte esquema de segurança é para que Cachoeira chegue inteiro ao Congresso e assim permaneça até o fim de seu depoimento.  O próprio Cachoeira tem medo do que pode acontecer com sua integridade física e já manifestou isso aos seus advogados. Em Brasília, o que mais se comenta é que qualquer desacato pode piorar a situação assim como se Cachoeira a começar a entregar nomes de políticos envolvidos em seu esquema e em contravenção “o circo pega fogo”. A verdade é que desde que Andressa Mendonça, mulher de Cachoeira, disse que “ele está a ponto de explodir” os congressistas estão apavorados. Quem brinca com fogo... (Eli Halfoun)

Exemplo de João Carlos Martins também inspira revista em quadrinhos

por Eli Halfoun
A garra mostrada pelo fantástico pianista e maestro João Carlos Martins na luta para recuperar o movimento da mão direita ganhará mais um merecido reconhecimento: o desenhista Mauricio de Sousa, criador de várias revistas em quadrinhos (Mônica e cia. e mais recentemente Neymarzinho), buscou nos exemplos do pianista a inspiração para criar um novo personagem. Mauricio não decidiu ainda se João Carlos Martins terá uma série de revistas ou se aparecerá apenas em uma edição com a Turma da Mônica.  Se virar personagem definitivo João Carlos Martins estará nas bancas a partir de abril de 2013. Martins perdeu o movimento da mão na melhor fase de sua carreira, submeteu-se a uma cirurgia e não desistiu da música fazendo um curso de regente. Uma exemplar história para mostrar que é sempre possível lutar e seguir em frente. (Eli Halfoun) 

segunda-feira, 7 de maio de 2012

Ainda falta público para o cinema brasileiro. Vamos prestigiar

por Eli Halfoun
Mesmo com o reconhecimento da crítica e o aplauso do público, nenhum filme brasileiro lançado esse ano chegou a um milhão de espectadores. Com 992 mil pagantes "Agamenon" quase chegou lá, segundo dados da Rentrak. Os números são esses: depois de "Agamenon" vem "Xingu" com 271 mil espectadores. O terceiro lugar é de "Billi Pig" com 279 mil pagantes. Em seguida estão "Reis e Ratos" (125 mil), "Raul Seixas" (117 mil e  "Heleno de Freitas" (79 mil). Alô  Brasil, vamos prestigiar o que é nosso. (Eli Halfoun)

Naomi Campbell estréia na TV em cópia de programa famoso

por Eli Halfoun
A modelo Naomi Campbell não poderá mais vir ao Brasil com a mesma frequência dos últimos anos. É que agora e aos 41 anos de idade, ela estreará na televisão: assinou contrato para ser jurada do reality show de modelos "The Faces", que é baseado no famoso "America's Next Top Model", o que mostra que não é só na televisão brasileira que tudo se copia. O novo programa será transmitido pelo canal americano Oxygen e ainda não tem data de estréia marcada. No programa Naomi terá a missão, ao lado de outros jurados, de escolher uma modelo para estrelar campanha de uma famosa marca durante um ano. A escolha será feita com base em desfiles e ensaios fotográficos, exatamente como acontece no programa original. Naomi espera poder continuar na televisão depois dessa primeira experiência. Nunca é tarde para começar. Nem desistir. (Eli Halfoun)

O sertão em tempos modernos

por Eli Halfoun
A morte (aos 91anos ninguém morre - simplesmente vai embora) de Tinoco coloca outra vez em discussão a música sertaneja, especialmente a atual que de sertaneja não tem nada, embora quase todos os seus intérpretes sejam do interior do Brasil). Gosto musical é individual e, portanto, não se discute e nem se explica. De qualquer maneira, é muita má vontade (para não dizer preconceito) não reconhecer que a moderna música sertaneja tem bons cantores, mesmo com a obrigatoriedade das duplas, como se fosse impossível fazer sucesso solo e até boas canções, que estão mais para outros gêneros do que para caipiras. Tinoco foi um dos últimos representantes da música caipira, que muitos insistem em chamar de música der raiz como se música fosse capim. O estilo que Tonico e Tinoco, (primeira dupla de sucesso do gênero) transportaram do meio do mato para a cidade grande não existe mais simplesmente porque tudo no mundo evoluiu. Os caipiras de hoje possuem modernas aparelhagens de som e, portanto, tem acesso aos novos ritmos musicais que certamente os estão influenciando no velho "interiorzão" onde não cabem mais o cigarro de palha (agora só com filtro) e a simplicidade para cantar e compor de uma forma absolutamente igual em quase tudo e quase sempre. A música dos caiporas modernos evoluiu e chegou até as universidades ganhando o nome de sertanejo universitário. Não é exatamente (como querem os mais radicais) a música sertaneja em sua essência, mas representa o crescimento de uma população do mato que como a música também evoluiu e conquistou espaço nas universidades. Pode até ser pior para a música de raiz, mas é sem dúvida muito melhor para uma população que vivia perdida e esquecida no meio do mato. (Eli Halfoun)

Internet não pode ser utilizada como arma.

por Eli Halfoun

 
A invasão da privacidade com a divulgação de fotos íntimas da boa atriz Carolina Dickman coloca novamente no centro das discussões o perigo e o desrespeito que significa a utilização inadequada da internet e seus múltiplos sites e redes sociais. Assim como as máquinas fotográficas disponibilizadas para qualquer um no mais medíocre aparelho de telefone celular, a informática também é uma arma que, quando usada para o mal, provoca enormes danos e revela em princípio que muitos internautas ainda não estão preparados cultural e educadamente para lidar com essa ferramenta que, na maioria das vezes, é de grande ajuda, mas se pessimamente utilizada como tem acontecido constantemente transforma-se em uma verdadeira praga. O que está acontecendo com Carolina Dickman é mais um (diria até necessário, se a situação não fosse tão grave) alerta do cuidado que devemos ter ao utilizar a internet e fazer do computador mais do que uma ferramenta de trabalho (é para isso que serve) uma caixa de segredos. Portanto, cuidado muito cuidado ao arquivar material: dados pessoais e íntimos não cabem na internet. Até caberiam perfeitamente se não houvesse invasão e desrespeito.

Agora os jornais noticiam que Carolina Dickman, que está sendo agredida como cidadã e como profissional, quer processar todos os sites que incluíram as fotos de sua nudez entre o material (bastante material) disponibilizado diariamente para informação e pesquisa. Entende-se a revolta da atriz, mas ela precisa saber que os sites não são responsáveis pelo vazamento de suas fotos e de sua intimidade: os sites apenas cumpriram o papel jornalístico de utilizar uma informação que nem precisava de apuração porque nada tem de mentira: fotos não mentem mesmo nessa falsificada era do photoshop. É importante (importantíssimo) que Carolina Dickman descubra legalmente como sua intimidade foi invadida e que os responsáveis por esse ataque sejam descobertos e punidos. Nesse caso a punição, qualquer que venha a ser, servirá acima de tudo como um alerta para os que ainda utilizam as maravilhas da informática apenas para ofender e praticar crimes. A internet está aí para nos auxiliar e acima de tudo prestar excelentes serviços. Sua criminosa utilização (como é o casso em questão) é andar com uma poderosa arma na cintura para cometer crimes. Estamos diante de um novo "mãos ao alto" que não nos deixa protegidos nem dentro de casa. (Eli Halfoun)

domingo, 6 de maio de 2012

Jogadoras de futivolei em Ipanema. Alguem ai quer ver Fluminense e Botafogo?

Maio no Rio: sol e temperatura agradável

Em 1985, o repórter Luiz Carlos Sarmento revelou na Fatos a “metodologia” da ditadura: injeções de arsênico, corpos lançados em fornos, “queima de arquivo”... Tudo o que o ex-delegado Cláudio Guerra confirma agora no seu livro “Memórias de Uma Guerra Suja”



por José Esmeraldo Gonçalves
Um agente da ditadura, o ex-delegado do Dops Claudio Guerra, acaba de lançar o livro “Memórias de uma Guerra Suja” (Topbooks). Em depoimento aos jornalistas Marcelo Netto e Rogério Medeiros, Guerra, hoje com 71 anos, conta que pelo menos dez opositores do regime militar foram executados e tiveram seus corpos incinerados no forno de uma usina de açúcar no Estado do Rio. Entre outras revelações, garante que o delegado Sérgio Fleury, uma espécie de “muso” dos generais da ditadura, foi assassinado, assim como o jornalista Alexandre Von Baumgarten, como queima de arquivo, a mando dos militares. Guerra joga alguma luz nos porões da ditadura e também na memória de quem conviveu com o repórter Luiz Carlos Sarmento, que morreu em 2005, aos 55 anos.
Em 1985, trabalhei com o Sarmento na Fatos,  revista dirigida por Carlos Heitor Cony. A Fatos era um projeto ousado. Tentava dar à Bloch, naquele ano em que se instalava a Nova República, uma moderna publicação de informação, crítica e análise. Algo que não combinava com a “cultura” da casa. Problemas políticos, editoriais e um visível boicote interno abateram a revista em plena decolagem. Foi um cometa jornalístico que durou apenas um ano e meio, como revela o livro “Aconteceu na Manchete – as histórias que ninguém contou”. Mas deixou algumas marcas. Uma delas, a atuação do repórter Luiz Carlos Sarmento, que cobriu o Caso Baumgarten. O jornalista Alexandre Von Baumgarten,  que era um colaborador do regime, foi encontrado morto na Praia da Macumba, no Rio, alguns dias depois de ter saído para uma pescaria. Baumgarten chegou a dirigir a revista O Cruzeiro em uma fase de “parceria” com a ditadura, um projeto editorial destinado a “melhorar a imagem do governo”. Para isso, recebeu verbas gordas direto do cofre da viúva federal. A investigação da morte do jornalista se arrastava a cargo do delegado Ivan Vasques. No início, a polícia até localizou e ouviu testemunhas que apontaram para uma linha de investigação que conduzia ao SNI. A reportagem de Sarmento informava que “depois de um início promissor, sob a direção do delegado Ivan Vasques, as diligências começam a esbarrar num labirinto de pistas e suspeitos. O certo é que três pessoas foram mortas por agentes ligados ao sistema de informação e repressão”. O título da reportagem era: “Baumgarten: Entre Verdades e Mentiras, o Caso Ameaça Dar em Nada”. Se a polícia não avançava, entrou em cena Sarmento, que propôs a Cony partir para sua própria investigação. Dizia que tinha boas fontes que o levariam a novos fatos. Cony topou e Sarmento foi a campo. Como trabalharia em várias frentes e teria pouco mais de uma semana para entregar a matéria, dividiu a tarefa com os repórteres Carlos Augusto Pinto, Maria Alice Mariano e Carter Anderson, o fotógrafo Roberto Amorim e os ilustradores Haroldo Zaluar e Paulo Melo.


Os fornos crematórios da ditadura

Coube a ele, Sarmento, percorrer o “roteiro da morte”, onde levantou a “metodologia” da repressão. A mesma que o ex-delegado do Dops, Claudio Guerra, confirma no “Memórias de Uma Guerra Suja”, que fala em corpos incinerados em fornos industriais. Guerra cita uma usina de açúcar. Sarmento descobriu – e Roberto Amorim fotografou – uma fábrica de processamento de farinha de peixe na foz no Rio Suruí, nos fundos da Baía de Guanabara. Ali havia fornos que transformavam peixes em farelo. Os donos das instalações eram militares da reserva. O “marketing” da morte nos anos de chumbo incluiu injeções mortais de morfina e arsênico, atentados que simulavam acidentes etc. A Fatos publicou tudo isso em junho de 1985. Foram dez páginas de fotos e textos que um agitado Sarmento batucou na madrugada do fechamento na velha Remington que tremia a cada ponto e vírgula. O repórter só parava de teclar para morder um pão francês com ovo frito, o hoje mítico sanduíche de pão com ovo, iguaria servida nos fechamentos que inspirou o nome deste blog. A reportagem repercutiu, principalmente entre colegas de outras redações, mas não se pode dizer que foi bem recebida em bolsões de direita na própria Bloch. Ao contrário, a Fatos cavava ali mais um palmo da sua cova. Mas a nossa “popularidade” interna despencou na mesma proporção em que cresceu a nossa admiração pelo saudoso Luiz Carlos Sarmento.

Caso Baumgarten: Código 12, a sigla fatal

Como editor-executivo da Fatos, eu recebia de Luiz Carlos Sarmento relatos diários sobre o andamento da matéria que ele apurava em junho de 1985. A empolgação do repórter contagiava a equipe. Na reta final, com a matéria quase pronta, Cony me pediu que fizesse um complemento sobre a atuação do SNI naqueles primeiros meses da Nova República. Para “contextualizar”, como se diz hoje. Consegui alguns contatos - uma dessas fontes foi passada pelo próprio Sarmento – para reconstituir uma operação em curso, na época. Revelava-se que pouco depois da eleição de Tancredo Neves, agentes do SNI passaram a cruzar o país com o objetivo de recolher documentos arquivados nas assessorias de Segurança e Informação e nos Dops. Eram comandos de “queima de arquivo”. Literal e simbolicamente. Havia pistas a apagar e pessoas a tirar do caminho, eram antigos colaboradores que, por um motivo ou outro, se tornaram “inconvenientes”. Era a hora, por exemplo, de passar borracha ou chumbo sobre traços da Operação Código 12, a famosa aliança entre a Dina chilena, o SNI e serviços argentinos e uruguaios que implantou o terror no Cone Sul em meados dos anos 70. A repressão pretendia afastar até mesmo suspeitas ou indícios correntes de que as mortes de JK, Jango, Lacerda estariam ligadas ao atentado que vitimou o chileno Orlando Letelier. Noutras circunstâncias, suspeitava-se que o Código 12 teria sido aplicado contra a figurinista Zuzu Angel e o delegado Sergio Fleury. Foi essa onda que fez marola nos anos 70, voltou a rolar a partir de 1982, ano da bomba do Riocentro, e se intensificou em janeiro de 1985,  que levou o corpo de Baumgarten a uma praia deserta. Se o livro ”Memórias de uma Guerra Suja” traz detalhes que referendam o modus operandi da ditadura, a Fatos, graças a Sarmento, saiu na frente. Vinte e sete anos na frente. Foi o que Carlos Heitor Cony me lembrou em telefonema, ontem. Por isso, o registro neste blog. No mínimo, fica a nossa homenagem a um grande repórter: Luiz Carlos Sarmento, o caçador de notícias.           


Rio de Maio: Arcos

Arcos da Lapa. Fotos J.Esmeraldo Gonçalves

Rio de maio: balé no asfalto


Balé na Cinelândia. Foto J. Esmeraldo Gonçalves

sábado, 5 de maio de 2012

A Terra Vista Do Céu - exposição de fotos de Yann Arthus Bertrand na Cinelândia. Imperdível!

Tanques iraquianos abandonados no deserto.Foto Yann Bertrand.Cinelândia
Yann Bertrand, o autor das fotos da exposição "A Terra Vista do Céu"
Cinelândia, maio, 2012
por Jussara Razzé
A exposição “A Terra vista do céu”, na Cinelândia, exibe 130 fotos aéreas do francês Yann Arthus-Bertrand. As fotos, belíssimas, denunciam, em contraponto, a devastação do planeta, e ficam expostas ao ar livre até o dia 24 de junho. É o primeiro evento, no Rio, ligado à Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável. Curiosamente, o trabalho de Yan Bertrand tem inspiração carioca. Em 1992, ele leu no jornal Le Monde reportagem sobre a Eco-92. Impressionado com a ameaça de destruição na natureza, elaborou um projeto para fotografar várias regiões vistas de bordo de balões e helicópteros.

Visite o Investigating Power. É um site de memória do jornalismo investigativo

por JJcomunic
A American University acaba de criar um site de memória do jornalismo investigativo. Estão lá as mais importantes reportagens da imprensa dos Estados Unidos nos últimos 50 anos. Watergate, Guerra do Vietnã, morte de Kennedy, entre outros, são assuntos do portal Investigating Power. Uma excelente iniciativa que deve servir de exemplo às instituições brasileiras e estimular algumas empresas e centros culturais que, com dificuldades, tentam preservar a memória do jornalismo. Vale lembrar, a propósito, o extremo descaso oficial (de instituições como o Ministério da Cultura, o Arquivo Nacional, a Associação Brasileira de Imprensa, Muaseu da Imagem e do Som etc) com o arquivo fototográfico que pertenceu à revista Manchete,  hoje desaparecido. Apesar de o Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Município do Rio de Janeiro tem entrado na justiça para localizar, e possivelmente reaver. o acervo, em nome de centenas de fotógrafos que atuaram nas revistas da Bloch, oficiais de justiça até hoje não localizaram o proprietário para citação em mandato legal. São milhões de imagens histórias da vida brasileira que se perdem em silêncio.  
Leia mais sobre o Investigating Power. Clique AQUI

Conheça o super clipping e faça a mensagem da sua empresa ricochetear na rede social

Reprodução
por JJcomunic
O New York Times mantém um laboratório para desenvolver e testar ideias e métodos. Com o sucesso do novo setor, o jornalão americano passou a vender seus projetos editoriais. Um deles, já está à disposição dos compradores: um soft que permite a empresas divulgar entre seus clientes matérias sobre seus produtos. Uma espécie de clipping compartilhado que entra direto em redes sociais. O nome do soft é Ricochet. E é exatamente assim que a ferramenta opera: faz o link da reportagem que interessa à sua empresas ricochetear em sites, blog, twitter, facebook etc. E o super clipping ainda leva a bordo a marca do seu produto ou da sua corporação.
Leia mais. Clique AQUI

Gandula botafoguense põe a bola em jogo na Playboy

Fernanda Maia/Reprodução
por Eli Halfoun
A gandula Fernanda Maia continua sendo o maior alvo de comentários em torno da recente conquista da Taça Rio pelo Botafogo. A bonita repositora de bolas em jogo é considerada uma das responsáveis (não foi, não) pela vitória do Botafogo sobre o Vasco, que perdeu porque não jogou o suficiente para ganhar e muito menos para evitar a derrota. O caminho de Fernanda, que já foi musa do Botafogo, será o mesmo de outras moças bonitas que ganham espaço na mídia. Não demora muito poderá estar nas páginas da revista Playboy (estaria negociando). Fernanda Maia não cometeu nenhum pecado ao cumprir sua obrigação e colocar a bola em jogo imediatamente, que é, aliás, a principal função dos gandulas. A expressão gandula surgiu há muitos anos e segundo conta o narrador Luis Roberto, Gandula é o sobrenome de um jogador argentino que andou pelo Vasco e como não era aproveitado (esquentava o banco de reservas) resolveu passar o tempo devolvendo as bolas que saíam.  A partir do exemplo do jogador, que jamais foi aproveitado pelo Vasco, é que surgiu a figura do gandula. Se o Vasco não soube aproveitar o Gandula, o Botafogo soube muito bem. (Eli Halfoun)