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domingo, 11 de dezembro de 2022

Vídeomemória - "Bar Academia", Rede Manchete - Gonzagão segundo o jornalista Renato Sérgio





Bar Academia", da Rede Manchete, marcou uma época. Foi lançado em 1983, exibido até 1985 e reprisado em várias ocasiões. Era um musical sempre com um grande nome da MBP intercalado com textos a cargo do jornalista Renato Sérgio. O programa era dirigido por Maurício Sherman e apresentado por Walmor Chagas. Foram dezenas de edições. 

Não há informação sobre o destino das fitas do "Bar Academia", uma importante memória cultural do país. 

Como em uma autêntica academia, cada participante homenageava um patrono (Noel Rosa, Heitor dos Prazeres, Vinicius de Moraes etc) que tivesse influenciado sua carreira e convidava outro músico para dividir o palco (na verdade, o cenário era o de um típico botequim carioca)

Quanto a Renato Sérgio, que também trabalhou nas revistas Manchete, Fatos e Fotos e EleEla, onde fez muitas entrevistas com personalidades de todas as áreas, faleceu há 10 anos, em 2012. Quatro anos antes, em novembro de 2008, participou da coletânea "Aconteceu na Manchete - as histórias que ninguém contou", onde contou parte da sua longa trajetória no jornaslismo cultural. 

Os jornalistas Sergio Cabral, Geraldinho Carneiro e Renato Sérgio entrevistam Gonzagão. 

Alguns episódios do Bar Academia podem ser encontrado no You Tube, muitos em condições técnicas sofríveis, mas vale conferir alguns. 
Abaixo, links para vídeos do "Bar Academia" com Gonzaguinha, em 1984,  e de um programa que fazia parte do projeto "Histórias do Gonzação", provavelmente dos anos 1970, do qual Renato Sérgio e Tarik de Souza participaram.   

BAR ACADEMIA COM GONZAGÃO

https://www.youtube.com/watch?v=kO2YbyTlgUo

HISTÓRIAS DO GONZAGÃO (sobre Lampião)

https://www.facebook.com/LuizGonzagaRei/videos/566583024306888/?extid=NS-UNK-UNK-UNK-AN_GK0T-GK1C&mibextid=2Rb1fB



terça-feira, 8 de maio de 2012

Renato Sérgio, lembranças...

Renato Sérgio autografa seu livro "Bráulio Pedroso - Audácia Inovadora" para Mauro Mendonça e Rosamaria Murtinho, em 2011 
Com os autores da coletânea "Aconteceu na Manchete, as histórias que ninguém contou". Na livraria da Travessa, em novembro de 2008, na noite de lançamento do livro. Na foto, Jussara Razzé, Roberto Muggiati, Carlos Heitor Cony, José Esmeraldo, Ângela de Rego Monteiro, Maria Alice Mariano, J.A.Barros; sentados: Lincoln Martins, Renato Sérgio, José Rodolpho e Daisy Pretola.
Manoel Carlos e Renato Sérgio. Arquivo Pessoal
Com os fotógrafos Indalecio Wanderley e Gervásio Baptista. Arquivo Pessoal Renato Sérgio
Com Justino Martins, diretor da Manchete. Arquivo Pessoal de Renato Sérgio
Com Djavan. Arquivo Pessoal de Renato Sérgio
Com Hermeto Pascoal. Arquivo Pessoal de Renato Sérgio
por José Esmeraldo Gonçalves
O humor era preciso, o texto era elegante, o amigo era do peito. Ao longo da sua trajetória em redações como a do Jornal do Brasil, da TV Rio, Tupi, Globo, da Manchete, da Fatos & Fotos, EleEla e outros dos principais veículos do Brasil, o paulistano Renato Sérgio deve ter ouvido muitas vezes que tinha "o texto mais carioca do jornalismo". Não era um chavão, era um elogio. De fato, o texto do nosso querido Renato tinha mesmo essa marca. Digamos, um certo e saboroso jeito carioca de ver a vida. Mas que ia muito além daquele foco singular de quem viveu com intensidade boêmia a Ipanema dos anos 60 e 70. Aí por volta de 1977, trabalhamos juntos na extinta Bloch. Houve um tempo em que a Fatos & Fotos publicava a cada edição uma grande entrevista. Era uma seção especial, como as "páginas amarelas" da Veja. Acho que aquela série de entrevistas deve ter durado uns dois ou três anos. Renato conversava com os principais nomes da cultura. Duvido que tenha ficado alguém de fora. Lembro-me que o texto - de leitura obrigatória para os jovens repórteres da equipe da Fatos & Fotos - parecia um papo entre amigos. Na verdade, o entrevistador era mesmo amigo pessoal de muitos dos seus entrevistados, Tom, Vinicius, Bôscoli, Elis, Boni, Walter Clark, Jô, Nara... Mas só parecia uma conversa entre amigos. Com certeira habilidade, Renato deixava que seus personagens se revelassem. Transformava o entrevistado em um parceiro e o levava a contar aos leitores tudo aquilo e muito mais do que só diria a um amigo muito íntimo. Anos depois, Renato deixou a revista e foi trabalhar na Rede Manchete. Tornou-se roteirista de vários programas. Mas um deles, em especial, me lembrava aquela fase das entrevistas da Fatos & Fotos. Era o "Bar Academia", onde entre canções e diálogos, ele promovia encontros memoráveis e reveladores de gigantes da MPB como Caetano, Gil, Chico Buarque e tantos outros. Em recente conversa, nós nos perguntávamos onde estariam aquelas fitas, foram destruídas, perdidas? Havia alguns tesouros da MPB naquele acervo. Renato falava com saudade do programa. E lamentava que o país e as instituições cuidassem tão mal da nossa memória cultural.
Na última década, o jornalista deixou as redações e se transformou em escritor. Com a mesma criatividade e um texto onde cada frase parecia se encaixar como uma peça de "lego", Renato Sérgio escreveu, entre outras, as biografias de Sérgio Porto, Bráulio Pedroso, Mauro Mendonça e até a do Maracanã. Isso mesmo, uma "biografia", já que a mística do estádio - hoje demolido - nunca esteve tão viva quanto no seu livro "Maracanã, 50 Anos de Glória".
 Em 2005, junto com outros colegas da Manchete, tocamos o projeto de um coletânea. A ideia era contar não a história oficial das revistas da extinta Bloch, mas relatar a vida e as vidas que ali passaram, incluindo as nossas. Foram três anos de reuniões, depoimentos, pesquisas em sebos e muita conversa jogada fora até o lançamento do livro "Aconteceu na Manchete, as histórias que ninguém contou", em 2008. A pretexto de discutir novos projetos, o grupo de autores - eram 16 - tornou aquelas reuniões uma agradável rotina.
Tenho certeza de que todos nós não esqueceremos a sorte que tivemos ao prolongar nesses encontros marcados a convivência com Renato Sérgio.
Até um dia, amigo.