segunda-feira, 6 de abril de 2015
Tarraqueta & Caixa-Preta
por F. Sépia
* Analistas e colunistas tomam mais uma na tarraqueta. Nas últimas semanas, vinham pregando que a economia dos Estados Unidos recuperara-se e viajava em vôo quase de cruzeiro. Aparentemente, não é tudo isso. Dados sobre o mercado de trabalho mostram que a criação de empregos está travada, o que indica que a atividade econômica ainda não deslanchou como se apregoa. Uma das profecias dos analistas em fins do ano passado era que a alta de juros nos Estados Unidos viria ainda no primeiro trimestre de 2015, o que implicaria e acelerada fuga de dólares do Brasil. Mais caos, segundo os profetas. Bom, sobreviveremos mais uns dias, parece.
* A boa notícia é que algumas caixas-pretas têm sido abertas. Petrobras, Swissleaks, Zelotes, Propinas no metrô de SP, escândalo do ISS-SP, Caso Cachoeira. A má notícia é que algumas dessas voltaram a ser fechadas e resultaram em processos praticamente engavetados como o Mensalão Tucano, já com acusados sendo beneficiados pela prescrição. E a notícia pior é que há muitas caixas pretas ainda a serem abertas: as contas da Lei Rouanet, as verbas descontroladas do Fies que eram administrada por empresários do ensino (algo como pôr a raposa para cuidar do galinheiro), o BNDES (publicar a listinha das megaempresas inadimplentes faria mais sucesso do que a novela das nove), os convênios com ONGs muitas vezes com drenagem bilionária da terceirização de dinheiro federal, estadual e municipal (muitas dessas "organizações" beneficiadas pertencem a políticos ou pessoas ligadas a suas excelências e a igrejas, que ninguém é de ferro e o pecado mora do lado de baixo do equador), a planilha das concessionárias que dizem ter prejuízo, as contas das confederações de empresas que recebem recursos públicos e gastam milhões com pesquisas só pra saber se o corte de cabelo da Dilma foi ou não aprovado pelos brasileiros. A lista é interminável...
domingo, 5 de abril de 2015
Zelotes: o escândalo começa a virar coisa de "advogado e lobista" e falha técnica em face do "complicado" sistema tributário brasileiro. Foi apenas um lamentável engano de 1 bilhão de dólares?
Comédia política: Sucupira é em Mossoró e Odorico Paraguaçú está vivo? Jornalista é condenado por juíza depois de ironizar o prefeito da cidade
Deu no Comunique-se
"Há limites à liberdade de imprensa". Essa é a visão da juíza Welma Maria Ferreira de Menezes, que acaba de condenar o jornalista Dinarte Pereira Assunção, do Portal no Ar, por publicar texto que questionava o uso de caixões com timbre da administração municipal de Mossoró, Rio Grande do Norte. Ao falar sobre o caso, o jornalista comparou o prefeito Silveira Júnior, do PSD, a Odorico Paraguaçu, lendário prefeito de Sucupira, a fictícia cidade de 'O Bem Amado'.
No texto, o jornalista informou que a administração municipal ordenou o timbre da gestão nos caixões distribuídos a quem por eles não pode pagar. "Os feitos de Silveira Júnior me remeteram a Odorico Paraguaçu, o cômico prefeito de 'O Bem Amado' que transformou em obsessão seu desejo em inaugurar o cemitério de Sucupira. Silveira e Odorico estão separados da realidade e ficção por uma fina camada de ironia", dizia a publicação veiculada em agosto de 2014.
Após o texto, Silvério Júnior resolveu abrir o processo. A magistrada que julgou a questão afirmou que a liberdade de imprensa tem limites. "Há limites à liberdade de imprensa, posto que não é dado a quem exerce o jornalismo, o direito de, dolosamente, atingir a honra de quem quer que seja. Ademais, a interpretação de um determinado texto tem que ser realizada no seu todo, e não em trechos individuais, sendo que, examinando-se o texto de autoria do querelado denota-se clara a intenção de ser atingida a honra do querelante, ao compará-lo a um personagem fictício de questionável conduta moral", avaliou Welma Maria.
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quinta-feira, 2 de abril de 2015
Viu isso? Fotos raras do site Distractify...
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| Pablo Picasso conversa com Brigitte Bardot. Cheio de má intenção, ou de ótimas intenções, está na cara. A foto é de 1956, reproduzida do Distractfy. |
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| Bill Clinton é apresentado a John Kennedy. Sem data. Reprodução Distractify |
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| O resultado dessa filmagem você conhece. O cinegrafista filma o "leão da Metro" para o famoso logotipo de abertura dos filmes de companhia hollywoodiana. Reprodução Distractify. |
Amy Winehouse: vem aí o doc sobre a vida da cantora. Veja o trailer que acaba de ser liberado
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| Amy Winehouse. Cena do documentário "Amy-The Girl Behind The Name" |
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| Foto/Divulgação Acaba de ser liberado o trailer de divulgação do documentário "Amy - The Girl Behind the Name", dirigido e produzido pela mesma equipe que fez o filme sobre a vida de Airton Senna. Vídeos, áudios e fotos inéditas da cantora, que morreu em 2011, aos 27 anos, são destaques no doc, que conta sua vida pessoal (família, relacionamentos etc) e profissional. O filme estreia na Europa em julho. VEJA O TRAILER, CLIQUE AQUI |
Maranhão deleta homenagens a ditadores nas escolas
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| Reprodução G1, link abaixo |
quarta-feira, 1 de abril de 2015
Notícia que não admite meio-termo... É o mercado, estúpido.
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| Reprodução |
E NÃO SÓ AS AÇÕES SUBIRAM, OS TÍTULOS TAMBÉM.
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| Reprodução |
Revista Nova muda de nome. Agora é Cosmopolitan
O título feminino Nova muda de nome e passa a se chamar Cosmopolitan, assumindo de vez a marca da publicação norte-americana que era seu modelo. A pauta, segundo a divulgação, não será alterada e permanecerá focada em sexo, relacionamento e comportamento da nova mulher. A Cosmopolutan brasileira já está nas bancas.
Previsão sem vergonha...
Os números acima "surpreenderam" o mercado. Claro, só para lembrar, as análises dos economistas ligados a bancos (geralmente são esses os convidados a opinar na mídia) e as opiniões de colunistas apostavam em um deficit de 400 milhões de dólares. Somada ao superavit que na realidade se registrou no período a margem de erro da turminha foi de 858 milhões de dólares. Já não é margem de erro mas um caso de ética profissional fora de qualquer margem.
Paris Match: o polêmico furo jornalístico da "velha senhora"...
Para usar uma expressão que está na moda desde que Dilma Rousseff assim denominou a corrupção, a Paris Match é uma "velha senhora". Resiste bravamente como revista ilustrada de variedades. Embora, vê-se pela capa (a cantora Céline Dion e o marido) tenha se rendido às celebridades mesmo diante de uma reportagem atualíssima sobre a tragédia do Airbus nos Alpes (que mereceu apenas uma chamada de capa com direito a uma foto 3x4 do piloto Andreas Lubitz), Paris Match conseguiu com exclusividade um vídeo feito pelo celular de um passageiro mostrando os momentos finais a bordo. Gritos, desespero, ruídos metálicos da tentativa do comandante de arrombar a porta da cabine, o filme deixa claro que os passageiros tinham consciência da iminência do desastre. A revista não o divulgou e, até o momento, predomina a decisão de não exibí-lo. Paris Match recebeu mensagens de leitores a propósito do vídeo: um deles, que diz conhecer duas pessoas que estavam no avião, acusa a publicação francesa de fazer sensacionalismo sobre os últimos momentos do vôo fatal e se diz "chocado". Outro, elogia a revista pela decisão de não tornar públicas as cenas. A maioria critica a descrição, mesmo que as imagens não sejam mostradas, do desespero dos passageiros. Consideram que o "voyeurismo jornalístico" desrespeita as vítimas e suas famílias.
Quando a Paris Match anunciou a posse do vídeo, as autoridades duvidaram da autenticidade do material, alegando que muitos celulares haviam sido recuperados mas ainda não analisados. O editor mostrou o vídeo a outros jornalistas, inclusive alemães, que teriam atestado a veracidade das cenas. O diretor da revista francesa, Régis Le Sommier, limita-se a dizer que a fonte é confiável e "próxima à equipe de investigação", dando a entender que recebeu o vídeo de um membro dos serviços de resgate. As autoridade exigem que o celular seja entregue imediatamente aos encarregados da apuração das circunstâncias do acidente.
Sony World Photography anuncia vencedores do seu concurso global. Versão 2015 inclui, pela primeira vez, fotos feitas com celular
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| Foto de Turi Calafato, Itália, vencedor na categoria Mobile Phone. Sony World Photography Award |
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| Foto de Hector Munhoz Huerta, México. Vencedor na categoria Art&Culture. Sony World Photography Award |
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| Foto de Jaime Massieu, Espanha. Vencedor na categoria Split Second. Sony World Photography Award VEJA OS VENCEDORES DE OUTRAS CATEGORIAS NO SITE DO SONY WORLD PHOTOGRAPHY AWARD, CLIQUE AQUI |
segunda-feira, 30 de março de 2015
" Não dá para dizer que um recebe "propina" e o outro " verba de campanha," certo?"
por Paulo Moreira Leite (Conexão Jornalismo)
A descoberta de que o conjunto das empreiteiras investigadas na Lava Jato responde por 40% das doações eleitorais aos principais partidos políticos do país - PT, PMDB, PSDB - entre 2007 e 2013 é uma dessas novidades imensas à espera de providências a altura.
Permite uma nova visão sobre as denúncias envolvendo a Petrobrás, confirma uma distorção absurda nas investigações e exige uma reorientação no trabalho da Justiça e do Ministério Público.
É o caso de perguntar: e agora, Sérgio Moro? O que vamos fazer, Teori Zavaski?
Explico.
Conforme o Estado de S. Paulo, entre 2007 e 2013 as 21 maiores empresas da Lava Jato repassaram R$ 571 milhões a petistas, tucanos, peemedebistas. Desse total, 77% saíram dos cofres das cinco maiores, que estão no centro das investigações: Andrade Gutierrez, Queiroz Galvão, Camargo Corrêa, Grupo Odebrecht e OAS.
Segundo o levantamento, o Partido dos Trabalhadores ficou com a maior parte, o que não é surpresa. As doações ocorreram depois da reeleição de Lula. Cobrem aquele período do calendário político no qual Dilma Rousseff conquistou o primeiro mandato e Fernando Haddad venceu as eleições municipais de São Paulo. Mas o PSDB não ficou muito atrás. Embolsou 42% do total. Repetindo para não haver dúvidas: conforme análise do Estado Dados, de cada 100 reais enviados aos partidos, 42 chegaram aos cofres tucanos.
Gozado, não?
Agora dê uma olhada na relação de beneficiários denunciados na Lava Jato e pergunte pelos tucanos. O personagem mais ilustre, senador Sérgio Guerra, já morreu. É acusado de ter embolsado dinheiro para inviabilizar uma CPI. Infelizmente, não está aqui para defender-se - o que permite imaginar até onde pode chegar a largura de suas costas.
O outro implicado é o senador Antônio Anastasia, aliado número 1 de Aécio Neves, forte candidato a um carimbo de "falta de provas" amigo nas próximas etapas do percurso.
Como chegaremos aos 42%? Alguém vai investigar, vai explicar? Ninguém sabe. Nem uma pista.
Onde estão as delações premiadas, as prisões preventivas?
Apoiado na delação premiada de Paulo Roberto Costa, que chegou à diretoria da Petrobras com proteção do lendário Severino Cavalcanti, do PP pernambucano, a investigação concentrou-se no condomínio Dilma-Lula e legendas aliadas. Esbarrou no PSDB, de vez em quando, quase sem querer, por acaso. E só.
A descoberta da fatia de 42% do PSDB na Lava Jato pode ser mais útil do que se imagina.
Deixando de lado, por um momento, a demagogia moralista que tenta convencer o país que todo político é ladrão cabe reconhecer um aspecto real e relevante.
Estamos falando de um sistema no qual todos os partidos se envolvem na busca de recursos financeiros para tocar as campanhas. Todos. São as mesmas empresas, com os mesmos clientes, com os mesmos doadores que se ligam às mesmas fontes.
Isso quer dizer o seguinte: ou todos são tratados da mesma forma, conforme regra elementar da Justiça, ou teremos, na Lava Jato de 2015, o mesmo tratamento preferencial dispensado aos tucanos do mensalão PSDB-MG. Não dá para dizer que um recebe "propina" e o outro " verba de campanha," certo?
Acho errado por princípio criminalizar as campanhas financeiras dos partidos políticos. Por mais graves que sejam suas distorções - e nós sabemos que podem ser imensas - elas envolvem recursos indispensáveis ao funcionamento do regime democrático. Mesmo a Nova República, que substituiu o regime militar, nasceu com auxílio de um caixa clandestino formado pelos maiores empresários e banqueiros do país, na época. Não conheço ninguém que, mesmo informado dessa situação, sentisse nostalgia da suposta - sim, suposta e apenas suposta - moralidade do regime dos generais.
Se queremos uma democracia emancipada do poder econômico, precisamos de novas regras - como financiamento público, como proibição de contribuições de empresas - para isso. E temos de ter regras transitórias para caminhar nessa direção, que não joguem fora a criança junto com a água do banho, certo?
Mas não é isso o que tem ocorrido. Pelo contrário. A tradição é criminalizar os indesejáveis, submetidos a penas rigorosas, e poupar amigos e aliados, através de uma prática conhecida.
Comparece-se a AP 470 com o mensalão PSDB-MG.Julgados pelo mesmo crime que conduziu importantes dirigentes do Partido dos Trabalhadores a prisão, os acusados da versão tucana sequer foram julgados - até hoje. Muitos já tiveram a pena prescrita. Não faltam acusados que dormem o sono dos justos com a certeza de que jamais correrão o risco de qualquer condenação. Os acusados tucanos que forem condenados - se é que isso vai acontecer um dia - terão direito a um julgamento com segundo grau de jurisdição, que foi negado aos principais réus do PT. A última notícia do caso é que a juíza que presidiu o julgamento em primeira instancia aposentou-se antes de terminar o serviço e ninguém foi nomeado para seu lugar. Se esse filme parece velho, lembre das denúncias que envolvem as obras do metrô paulista.
Muito instrutivo, não?
LEIA SOBRE ESSE ASSUNTO E OUTROS TEMAS NO CONEXÃO JORNALISMO, CLIQUE AQUI
A descoberta de que o conjunto das empreiteiras investigadas na Lava Jato responde por 40% das doações eleitorais aos principais partidos políticos do país - PT, PMDB, PSDB - entre 2007 e 2013 é uma dessas novidades imensas à espera de providências a altura.
Permite uma nova visão sobre as denúncias envolvendo a Petrobrás, confirma uma distorção absurda nas investigações e exige uma reorientação no trabalho da Justiça e do Ministério Público.
É o caso de perguntar: e agora, Sérgio Moro? O que vamos fazer, Teori Zavaski?
Explico.
Conforme o Estado de S. Paulo, entre 2007 e 2013 as 21 maiores empresas da Lava Jato repassaram R$ 571 milhões a petistas, tucanos, peemedebistas. Desse total, 77% saíram dos cofres das cinco maiores, que estão no centro das investigações: Andrade Gutierrez, Queiroz Galvão, Camargo Corrêa, Grupo Odebrecht e OAS.
Segundo o levantamento, o Partido dos Trabalhadores ficou com a maior parte, o que não é surpresa. As doações ocorreram depois da reeleição de Lula. Cobrem aquele período do calendário político no qual Dilma Rousseff conquistou o primeiro mandato e Fernando Haddad venceu as eleições municipais de São Paulo. Mas o PSDB não ficou muito atrás. Embolsou 42% do total. Repetindo para não haver dúvidas: conforme análise do Estado Dados, de cada 100 reais enviados aos partidos, 42 chegaram aos cofres tucanos.
Gozado, não?
Agora dê uma olhada na relação de beneficiários denunciados na Lava Jato e pergunte pelos tucanos. O personagem mais ilustre, senador Sérgio Guerra, já morreu. É acusado de ter embolsado dinheiro para inviabilizar uma CPI. Infelizmente, não está aqui para defender-se - o que permite imaginar até onde pode chegar a largura de suas costas.
O outro implicado é o senador Antônio Anastasia, aliado número 1 de Aécio Neves, forte candidato a um carimbo de "falta de provas" amigo nas próximas etapas do percurso.
Como chegaremos aos 42%? Alguém vai investigar, vai explicar? Ninguém sabe. Nem uma pista.
Onde estão as delações premiadas, as prisões preventivas?
Apoiado na delação premiada de Paulo Roberto Costa, que chegou à diretoria da Petrobras com proteção do lendário Severino Cavalcanti, do PP pernambucano, a investigação concentrou-se no condomínio Dilma-Lula e legendas aliadas. Esbarrou no PSDB, de vez em quando, quase sem querer, por acaso. E só.
A descoberta da fatia de 42% do PSDB na Lava Jato pode ser mais útil do que se imagina.
Deixando de lado, por um momento, a demagogia moralista que tenta convencer o país que todo político é ladrão cabe reconhecer um aspecto real e relevante.
Estamos falando de um sistema no qual todos os partidos se envolvem na busca de recursos financeiros para tocar as campanhas. Todos. São as mesmas empresas, com os mesmos clientes, com os mesmos doadores que se ligam às mesmas fontes.
Isso quer dizer o seguinte: ou todos são tratados da mesma forma, conforme regra elementar da Justiça, ou teremos, na Lava Jato de 2015, o mesmo tratamento preferencial dispensado aos tucanos do mensalão PSDB-MG. Não dá para dizer que um recebe "propina" e o outro " verba de campanha," certo?
Acho errado por princípio criminalizar as campanhas financeiras dos partidos políticos. Por mais graves que sejam suas distorções - e nós sabemos que podem ser imensas - elas envolvem recursos indispensáveis ao funcionamento do regime democrático. Mesmo a Nova República, que substituiu o regime militar, nasceu com auxílio de um caixa clandestino formado pelos maiores empresários e banqueiros do país, na época. Não conheço ninguém que, mesmo informado dessa situação, sentisse nostalgia da suposta - sim, suposta e apenas suposta - moralidade do regime dos generais.
Se queremos uma democracia emancipada do poder econômico, precisamos de novas regras - como financiamento público, como proibição de contribuições de empresas - para isso. E temos de ter regras transitórias para caminhar nessa direção, que não joguem fora a criança junto com a água do banho, certo?
Mas não é isso o que tem ocorrido. Pelo contrário. A tradição é criminalizar os indesejáveis, submetidos a penas rigorosas, e poupar amigos e aliados, através de uma prática conhecida.
Comparece-se a AP 470 com o mensalão PSDB-MG.Julgados pelo mesmo crime que conduziu importantes dirigentes do Partido dos Trabalhadores a prisão, os acusados da versão tucana sequer foram julgados - até hoje. Muitos já tiveram a pena prescrita. Não faltam acusados que dormem o sono dos justos com a certeza de que jamais correrão o risco de qualquer condenação. Os acusados tucanos que forem condenados - se é que isso vai acontecer um dia - terão direito a um julgamento com segundo grau de jurisdição, que foi negado aos principais réus do PT. A última notícia do caso é que a juíza que presidiu o julgamento em primeira instancia aposentou-se antes de terminar o serviço e ninguém foi nomeado para seu lugar. Se esse filme parece velho, lembre das denúncias que envolvem as obras do metrô paulista.
Muito instrutivo, não?
LEIA SOBRE ESSE ASSUNTO E OUTROS TEMAS NO CONEXÃO JORNALISMO, CLIQUE AQUI
Memórias da redação: dólar furado...
(do livro Aconteceu na Manchete, as histórias que ninguém contou - Desiderata)
Era uma brincadeira bem-humorada, mas houve quem a levasse a sério. Durante um jantar de comemoração do seu aniversário, Adolpho Bloch distribuiu entre os amigos e funcionários uma nota de 1 dólar. Só que no lugar da efígie de George Washington estava lá, sorridente, a foto do velho Adolpho. Fora isso, a nota era quase perfeita, obviamente sem os detalhes de segurança da cédula americana.
Para Adolpho, era um enfeite inocente de aniversário, como língua-de-sogra e chapéu de cone. No amplo salão do terceiro andar do prédio da Manchete, na Rua do Russell, todos se divertiram com a brincadeira. Até que alguém ainda lúcido mesmo diante do uísque e champanhe da festa alertou para o fato de que a piada poderia ser mal interpretada. Afinal, a Casa era uma gráfica. Caiu a ficha: rapidamente, a nota foi recolhida antes que Washington reclamasse.
Era uma brincadeira bem-humorada, mas houve quem a levasse a sério. Durante um jantar de comemoração do seu aniversário, Adolpho Bloch distribuiu entre os amigos e funcionários uma nota de 1 dólar. Só que no lugar da efígie de George Washington estava lá, sorridente, a foto do velho Adolpho. Fora isso, a nota era quase perfeita, obviamente sem os detalhes de segurança da cédula americana.
Formou! A Vogue juntou estrelas para comemorar os 50 anos da TV Globo... Ficou legal. Inspiração da Vanity Fair que faz isso uma vez por ano...
A Vogue, edição de abril, celebra os 50 anos da TV Globo. Para isso, fez uma capa que deve ter dado um trabalhão para produzir. Juntou Grazi Massafera, Renata Vasconcellos, Paolla Oliveira, Malu Mader, Glória Maria, Angélica, Gloria Pires, Camila Pitanga, Fernanda Montenegro, Fernanda Lima e, no meio, um modelo não-identificado segura o guarda-sol. A foto é de Elle von Unverth. A ideia dessas capas duplas não é original, mas funciona. A Vanity Fair, por exemplo, usa o recurso no mínimo uma vez por ano. Já juntou os grande vilões do cinema, os maiores cowboys, galãs e estrelas, caras novas e os indicados ao Oscar etc. As globais d'aprés Vanity Fair foram fotografadas no bairro carioca de Santa Teresa. As revistas Quem e Contigo também já recorreram à fórmula.
A imagem da semana...
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| Foto de Osmar Sagirli/Reprodução Imgur |
A divulgação da foto ao lado (pelo twitter da jornalista Nadia Shaban), na semana passada, provocou choque nas redes sociais. A imagem teria sido feita em Atmeh, na fronteira da Síria com a Turquia. Não há confirmação absoluta do nome do autor da foto, mas uma agência de imagens revelou as circunstâncias em que foi feita: a criança, uma das centenas abrigadas em campos de refugiados, entre muitas que perderam perderam até os pais, confundiu a câmera do fotógrafo com uma arma e sua reação imediata foi erguer os braços e se "render". O gesto não é novidade para elas e costuma anteceder os massacre comuns nos atuais conflitos na região. A foto foi publicada agora mas teria sido feita em 2012.
ATUALIZAÇÃO EM 31/3/2015 - A BBC Brasil localizou e conversou com o autor da foto. É o fotógrafo turco Osmar Sagirli que fez o flagrante em dezembro do ano passado. Ele explicou que estava usando uma teleobjetiva e a menina (Hudea, 4 anos) achou que fosse uma arma. Só após fotografar ele percebeu que a crianças estava assustada. Em janeiro, a imagem foi publicada no jornal Türkiye mas só na semana passada viralizou na rede.
Argentina, Brasil, Venezuela, Bolívia, Equador: a bola da vez é o "golpe constitucional"
por Flávio Sépia
Até a última manifestação, a do dia 15 de março, alguns movimentos surgidos nos protestos d de jnho de 2013 evitavam o "fora Dilma". Essa fase, peolo vitso, passou. O "Vem pra rua", que convoca para a manifestação de 12 de abril, já assume sua verdadeira bandeira. O grupo faz a real "dentro da lei". Por enquanto, não há nas investigações qualquer indício da participação da presidente em qualquer esquema. A campanha, contudo, dispensa tal envolvimento. é lamentável constatar que o Brasil e a América Latina não são donos das suas histórias e são guiados por "modismos". Senão, vejamos: as ditaduras, nos anos 1930, interessavam aos grandes 'trusts", era a época das "plantations" e de corporações que estabeleciam monopólios internacionais de café, bananas e frutas em geral, fumo, madeira, borracha etc. A América Latina e a América Central obedeciam ao figurino. Algumas dessas ditaduras sobreviveram até os anos 1960/1970. Com a Guerra Fria, a "ameaça" comunista passou a ser o coral na região e governos com alguma identificação com reivindicações sociais foram derrubados. O continente foi, como em uma triste coreografia, dominado por nova onda de sangrentas ditaduras. Brasil, Argentina, Chile, Bolívia, Uruguai, Peru etc. Líderes e militantes esquerdistas foram assassinados, a tortura tornou-se "política de Estado". Veio a redemocratização e, com ela, um casuísmo: as eleições em dois turnos. Novamente, a diretriz emanada de Washington se espalhou pela América Latina. Avaliou-se que, em vários países da América do Sul, especialmente, a esquerda tem um percentual de votos, mis ou menos fixo, que gira em torno de 30%. O que, em uma eleição em turno único com vários candidatos, com eventual divisão da direita, pode facilitar a vitória de um postulante socialista. A eleição em dois turnos surgiu com o objetivo estratégico de dar à direita a chance de juntar forças para um segundo turno. E levar o candidato apoiado pela esquerda a fazer coligações com forças centristas, amenizar suas propostas, em alguns casos até neutralizar, para alcançar a vitória. Um exemplo: o Lula que quase derrotou Collor não foi o mesmo Lula que derrotou Fernando Henrique. No Brasil, a reeleição, outro casuísmo, surgiu para dar um segundo mandato a um político alinhado com o neoliberalismo. O último "modismo" ditado à região é o "golpe constitucional". Casos de Honduras e Paraguai (fora da região, a Ucrânia também se encaixou no modelito). É é o que se tenta fazer agora em países que estão sob pressão, casos da Argentina, Bolívia,Venezuela, Equador e Brasil. A "orquestra", mais uma vez, está tocando a mesma marcha. Só falta todo mundo dançar no mesmo ritmo. Ou resistir à coreografia..
domingo, 29 de março de 2015
Recortes da memória: 'sabe de nada, inocente'. No dia 30 de março de 1964, a crise estava nas ruas e o bloco dos desligados também...
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| A imprensa francesa admitia não entender nada do que estava acontecendo mas desconfiava que alguma coisa ia acontecer. A noticia estava na edição do JB de 30 de março de 1964. |
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| No Globo de hoje, 29 de março de 2015, Fernando Gabeira também diz, na sua coluna, que "algo vai acontecer". |
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