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sexta-feira, 27 de janeiro de 2017

Cadê Eike Batista? Acusado de uma esquema de PropinaX, empresário deu um perdido nos homens da lei...

Onde está Eike? Localize o fugitivo na imagem acima, antes das autoridades. Reprodução Facebook

por Ed Sá

Claro que desde ontem, o assunto na rede é o pedido de prisão para Eike Batista. Com mais perguntas do que respostas. Uns indagam sobre a fantástica coincidência de o cara viajar pouco antes da operação ser deflagrada. Que vazou, não há dúvida. Um jornalista admitiu que já estava alertado do que ia acontecer e avisou a sua equipe que documentou a chegada dos policiais à casa do sujeito que é milionário ou ex, vá saber.

Reprodução/Web
Há questionamentos mais sérios aos tribunais de contas, que não são bem tribunais, órgãos que assessoram as Assembleias Legislativas e que deveriam fiscalizar as contas públicas. Seus membros são nomeados por políticos.

Seja por qual motivo for, o tal tribunal soube de tudo ontem ao ler os jornais.

Pelo menos um deputado, Eliomar Coelho, do Psol, lutou, na época dos fatos, para apuração do jogo subterrâneo e das movimentações suspeitas. Não foi ouvido pela maioria.

A maioria dos internautas não parece acreditar que a essa altura Eike vá preso. Teria viajado sem passagem de volta e levado seus dois passaportes, o brasileiro e o alemão,

Reprodução/Web
Se está em Nova York - as matérias estão todas na base do "ouvi dizer", ninguém fotografou o foragido - ou no Butão, na Alemanha ou no Tuvalu, no Quiribáti, até agora ninguém sabe com certeza. Um detalhe: o Brasil tem tratados de extradição com pouco mais de 30 países. Faça as contas: a ONU registrava em 2015 a existência de 195 países, incluindo aí os status especiais do Vaticano e da Palestina.

De qualquer forma, os advogados do Eike garantem que o pinote é provisório e que o foragido voltará em breve para se apresentar à Justiça. Talvez. Se já vier com um habeas corpus no bolso.

A internet não acredita que ele volte.

Tudo indica que emoções fortes virão. O ex-governador Sérgio Cabral estaria acenando com caguetagem premiada.

O próprio Eike, se aparecer, poderá considerar essa possibilidade dedo-durística já que se mostrou disposto a "colaborar", embora tenha contado em depoimento espontâneo há alguns meses só uma pequena parte da história e omitido o conteúdo mais explosivo.

Como os prejuízos não foram apenas públicos, muitos acionistas da empresas X estão acompanhando a trama com muita atenção. Há poucos anos, Eike era um fenômeno empresarial propagado pela mídia. Ele conseguiu emplacar seu marketing em jornais, colunas e revistas, empreendia ações que "alavancavam a imagem", como colaborar em ações de despoluição, ajudar hospitais, dar dinheiro para UPPs etc. O balão do mito foi inflado e certamente essa promoção teve o seu papel na atração de investidores. Quem arriscaria ficar de fora de tantos e tão badalados empreendimentos?

O império se desfez - era movido a propinas, segundo as investigações -  e, como todo reinado que apodrece, deixou ruínas empresarias e não poupou símbolos visíveis no Rio, infelizmente: o mítico Hotel Glória, o prédio do Flamengo no Morro da Viúva, que seria transformado no Hotel Parque do Flamengo e estão lá caindo aos pedaços. E até o Maracanã que agora exibe sinais de abandono e depredação. Nem as UPPS, onde o empresário também botou o seu fatídico X, escaparam da cangalha do azar. Sobrou para o Rio.

ATUALIZAÇÃO EM 30/01/2017 - E Eike Batista voltou ao Rio e se entregou à Polícia Federal. O avião que trouxe o empresário decolou de Nova York e pousou no aeroporto do Galeão, no Rio de Janeiro, na manhã desta segunda-feira. Do Galeão, Eike foi levado para a exames de corpo de delito, no IML e, em seguida, conduzido ao presídio Ary Franco, zona norte do Rio.  A expectativa, agora, é uma provável negociação de delação premiada. Canal do You Tube divulga imagens de Eike Batista no interior do avião. Clique AQUI

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

A magia do Carnaval


por José Esmeraldo Gonçalves
A história do Carnaval carioca é rica e fascinante. Do entrudo às Grandes Sociedades, dos Clóvis aos bailes e aos banhos de mar à fantasia, dos blocos às Escolas de Samba, todas as autênticas manifestações de alegria na data ganharam forte cobertura das revistas movidas pelo apelo popular e interesse dos leitores. O Cruzeiro e, especialmente, a Manchete foram insuperáveis nesse quesito. Estava tudo lá: a grandiosidade das Escolas, a alegria dos blocos, a sofisticação dos bailes e a beleza incomum das cariocas. Quem, um dia, quiser ver a completa história visual do Carnaval do Rio de Janeiro nos últimos 58 anos pode ir ao arquivo fotográfico da extinta Bloch Editores. Ninguém cobriu com tanta precisão a evolução e as mudanças da maior festa popular do mundo (Alô, governador Sérgio Cabral, por falar nisso, que tal tentar adquirir em próximo leilão o extraordinário arquivo fotográfico da Bloch para o novo Museu da Imagem e do Som? E ainda leva o acervo do antigo Departamento de Pesquisa das revistas. A cidade agradece. Mas tem que ser logo, antes que cromos e negativos valiosíssimos para a história do Rio e do Brasil sejam corroídos pela umidade. Um alerta: nada contra, mas o acervo corre o risco de ir parar em São Paulo)..
Mas o recado deste post é outro: estão excelentes os dois cadernos especiais publicados ontem e hoje pelo O Globo, com a cobertura dos desfiles das Escolas. Ótimos textos, fotos expressivas, boas sacadas e análises precisas. Até os anos 70 e começo dos 80, coberturas de Carnaval como essas, assim com tanto espaço e mobilização de grandes equipes era coisa de revistas. Os jornais meio que torciam o nariz para a festa e reservavam ao tema uma edição quase formal. Havia até um certo preconceito contra as revistas, que vendiam milhares de exemplares e se esgotavam rapidamente nas bancas mas eram consideradas "apelativas" por "intelectuais" e editores de jornais "sérios". Mas esse tempo passou. Os jornalões há muito deixaram de remar contra a maré do povo e caíram no samba. Reproduzo aqui as duas páginas finais dos cadernos do Globo. Já viu tudo isso em algum lugar? Provavelmente, sim. A Fatos & Fotos era especialista nessas eternas e imbatíveis curvas das cariocas.

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Canções do Rio: tarde de autógrafos


Autógrafos...
em Canções do Rio e o livro e o samba: tudo a ver.
Sérgio Cabral, de Costas, João Máximo, Esmeraldo, na fila, Muniz Sodré, Heloisa Seixas e Ruy Castro.


Esta que vos fala...

e o samba na Ouvidor, com a "canja" do cantor Zé Renato.

O fotógrafo Evandro Teixeira e o editor do Idéias Álvaro Costa e Silva , o Marechal, à dir., na foto, na fila de autógrafos.

Reencontro e abraço de ex-colegas da Fatos & Fotos: João Máximo e Esmeraldo

por Jussara Razzé
Organizado por Marcelo Moutinho, o livro Canções do Rio - a cidade em letra e música (Casa da Palavra) celebra sem preconceitos a música - todos os gêneros - que inspira e se inspirou nesta terra. João Máximo escreve o capítulo Dos Primórdios à Era de Ouro; Sérgio Cabral fala das Marchinhas; Nei Lopes diz do samba que o Rio canta; Ruy Castro é Bossa Nova; a Canção Moderna (festivais, Chico Buarque, Gil, Tim Maia) é o capítulo de Hugo Suckman; e Silvio Essinger vai de rock, rap e funk. Um roteiro cantado das paixões e do coração do Rio. A tarde de autógrafos não podia ser mais carioca: a tradicional Roda de Samba promovida pela Livraria Folha Seca, na Rua do Ouvidor. Curiosamente, Manchete, de certa forma, estava lá. Entre os autores, passaram pela revista João Máximo, Ruy Castro, Silvio Essinger e Hugo Sukman. Na fila, outros ex-passageiros do Russell: eu, Esmeraldo, Valéria Martins, Álvaro da Costa e Silva , o Marechal, Eduardo Souza Lima , o Zé José, e Muniz Sodré, presidente da Biblioteca Nacional.

domingo, 3 de janeiro de 2010

Um museu de música e não de turistas e mulheres

por Eli Halfoun
Durante a instalação de mais uma eficiente Unidade de Polícia Pacificadora no Pavão-Pavãozinho, em Copacabana, o governador Sergio Cabral foi abordado por um grupo de funcionários da boate Help solicitando que ele revoque a decisão de acabar com a casa noturna porque provocará desemprego. Cabral prometeu receber uma comissão de funcionários, mas dificilmente desistirá de transformar ao local em uma mais apropriada nova sede do Museu da Imagem e do Som que, aliás, poderia ser dirigido por seu pai, o Serjão Cabral, que sabe tudo de música, mas isso também dificilmente acontecerá porque aí vira o tal do “nepotismo” e outras besteiras que acabam afastando familiares de cargos para os quais são extremamente competentes, caso de Sergio Cabral, pai. O governador sabe que o Museu da Imagem e do Som será muito mais útil e atraente para o carioca do que uma casa noturna que faz (e como faz) a alegria de turistas endinheirados que adoram as “peças” que se exibem agora nos salões da Help. Gostam tanto que até levam para os hotéis em que estão hospedados.

quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

Menos violência no Rio. É um sonho e uma promessa

por Eli Halfoun
Se depender das promessas e dos repetitivos discursos de fim de ano, 2010 chega para nos livrar da violência que se instalou no Rio e sempre mandou ver, inclusive “peitando” as autoridades. A Secretaria Estadual de Segurança garante que está empenhada em livrar 330 mil moradores de comunidade carentes do comando dos narcotraficantes. Esse número, segundo cálculos da própria secretaria, representa 30% da população municipal.. Não é só: logo no início de em 2010 o governo planeja ocupar as favelas da Tijuca (leia-se morros do Borel e Salgueiro) para instalar Unidades da Polícia Pacificadora que, não se pode negar, trouxeram alívio para a população dos morros Dona Marta, Chapéu Mangueira e Ladeira dos Tabajaras. Os morros da Tijuca são meta prioritária porque o bairro está localizado próximo ao Maracanã e Maracanãzinho que abrigarão a Copa do Mundo 2014 e a Olimpíada 2016. Se conseguir realmente acabar ou pelo menos diminuir bastante a violência também na Tijuca e, depois, em outros bairros, o governador Sergio Cabral tem tudo para reeleger-se, se quiser, é claro, governador do Rio. Para desespero do ex-prefeito César Maia.