quarta-feira, 8 de maio de 2019

Chegou o Feboapá (Festival de Bobagens que Assola o País)...

por O.V.Pochê 

Inspirado no célebre Festival de Besteiras que Assola o País (Febeapá) criado nos anos 1960 por Stanislaw Ponte Preta, o Sérgio Porto, que atuou na Manchete, Fatos & Fotos e Última Hora, um leitor deste blog (que também alcança público no Facebook, Twitter e Instagram) pede o lançamento do Festival de Bobagens que Assola o País (Feboapá). Ele mesmo envia os primeiros tópicos baseados no noticiário, em exóticas declarações e em bizarras crises governamentais.



Realidade: tiro na barraca dos evangélicos. Reprodução Facebook


E o game: ataque virtual. Reprodução

Game over - Do governador do Rio de Janeiro Wilson Witzel durante operação policial em Angra do Reis - "Vamos botar fim na bandidagem". (Na verdade, nessa caça ao crime atirador a bordo de um helicóptero atingiu uma barraca que imaginou ser um perigoso acampamento de traficantes. Não era. A tenda azul costuma abrigar evangélicos em oração e felizmente estava vazia. O vídeo viralizou na internet e o governador foi comparado a Charles Bronson, Chuck Norris e Rambo. Mas, atenção: é fake news versão revelando que a operação foi inspirada em games de ação).

No espeto - Do ministro da Educação, Abraham Weintraub: "Eu sofri um processo administrativo interno (e eu fui inocentado, ele foi arquivado), mas, durante um ano e oito meses, eu fui investigado, processado e julgado. (No processo) está escrito inquisitorial e sigiloso. Que eu saiba, só a Gestapo fazia isso. Ou no livro do Kafta ou a Gestapo". (No twitter, o leitor Charles Rosa comentou: "O ministro da Educação acaba de chamar o escritor Franz Kafka de "Kafta". Confesso que preferiria acordar sendo uma barata do que ser governado por gente tão inepta") 

Jesus voltou! - Do ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo: "De fato, a pedra que os órgãos de imprensa rejeitaram, que a mídia rejeitou, a pedra que os intelectuais rejeitaram, a pedra que tantos artistas rejeitaram, a pedra que tantos autoproclamados especialistas rejeitaram, essa pedra tornou-se a pedra angular do edifício, o edifício do novo Brasil". (Na Bíblia, a "pedra angular" é Jesus. O ministro confirmou a comparação do presidente com o Filho de Deus. Mas não comentou se a aparição que outra ministra, Damares Oliveira, da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos,viu na goiabeira era Jesus ou Bolsonaro.) 

Soletrando - Do ministro da Justiça, Sérgio Moro em fala na CCJ da Câmara: "A possibilidade, por exemplo, de uma mulher, uma conje, seja morta pelo seu conje...". No Conversa com Bial, referindo-se a atritos com Rodrigo Maia: "No fundo, essas rugas pontuais, em política, podem acontecer". No mesmo programa: "Se o conje vim a ser condenado sobre violenta emoção..." (Comentário de Ciro Gomes: "Se os filhos do Moro forem aprender português com ele em casa, é preciso chamar o Conselho Tutelar")

De Bolsonaro divagando sobre o tema confiança: "Não interessa quem está na frente ou atrás. O importante é que quem está atrás confia em quem está na frente e eu que estou na frente ou no meio confia em quem está na frente isso desperta a confiança entre nós". (Por motivos óbvios, as redes sociais ficaram em dúvida sobre o contexto exato da fala presidencial)

Filósofo do furico - Do astrólogo Olavo de Carvalho, conselheiro presidencial, ao repórter Fred Melo Paiva, da Carta Capital, sobre ações policiais:  “Isso é fascismo? Fascismo é o cu da sua mãe”. Do mesmo astromante à Folha de São Paulo, ao ser chamado de ideólogo: “Atenção, ô chefe da fôia: Ideólogo é o cu da sua mãe”. (Se você for ao buscador Google e associar cu+Olavo encontrará mais de 400 mil referências. O monossílabo é a palavra mais usada pelo astrólogo Olavo de Carvalho, o principal conselheiro do atual morador do Alvorada. Até para aperfeiçoar o estilo e evitar a monotonia, Olavo deveria apelar para um negócio chamado sinônimo. Vâo algumas sugestões: fiofó, furico, oritimbó, rosca, redondo, olhota...)

Corre de novo pro Google! - Nos últimos dias, o acesso às palavras Trótski e Rasputin aumentou significativamente. Era a milícia digital que apoia o governo tentando saber quem são esses. Para o general Villas Boas, Olavo é o "Trótski da direita". Para muitos, ele é o Rasputin que cuida do departamento de intrigas do governo Bolsonaro. (Pensou-se que o Brasil se dividiu entre esquerda e direita porque ainda não saiu da Guerra Fria. Engano: trazer Trótski e Rasputin para o centro da crise palaciana mostra que o país parou na dobra do tempo entre a Rússia czarista e a revolução bolchevique.)   

4 comentários:

J.A.Barros disse...

Meu Deus!, o que esse país se tornou. Hoje um amontoado de falsos políticos que pretendem liderar este pobre e sem destino país que se vê uma presa fácil de incompetentes e semi alfabetizados dirigentes que mal sabem falar o português e ainda se julgam senhores administradores. Meu Deus!, tenha pena desse pobre povo que subjugado pelas incertezas e incompetências de vilãos que se apossaram do poder, se enriquecem nesta loucura política e o impossível aparece na presença e na voz de um "cara "que se intitula por conta própria de filósofo, mas na verdade um idiota que usa palavras de baixo jargão para se destacar nesta maré da mais baixa onda de usurpadores e safados que se aninharam no poder. Até quando. Oh Senhor !!!, essa onda continuará a sacrificar esta pobre terra e aos seus infelizes habitantes que se veem nas mãos de homens sem caracter e sem boa vontade para conduzir este brasil aos seus destinos de potência e de país promissor e moderno

J.A.Barros disse...

Um governador com uma metralhadora na mão disparando a sua arma contra moinhos inexistentes acha que vai acabar com a bandidagem nos morros e nas comunidades em que se instalaram e delas vivem. Nunca se acaba com bandidos e ladrões com balas disparadas sem destino, matando civis inocentes, e deixando bandidos soltos para continuarem a sua vida de roubos e assaltos , alem de mortes espalhadas no asfalto de nossas ruas.

Ludmila disse...

Esse tipo de ação policial, atirando a esmo, é um absurdo tão grande que torna ainda mais insegura a vida no Rio de Janeiro. Agora as balas perdidas podem vir de helicópteros. Crime deve ser combatido com investigação, polícia permanente e não só em "operações, ações pontuais da polícia evitando riscos aos inocentes. E, vale lembrar, emprego e educação.

Vieira disse...

Me lembra mais o Vietnã quando helicopteros metralham aldeias