Sambódromo 30 anos: obra de Brizola e Darcy Ribeiro. Foto Riotur/Divulgação |
Falta pouco para a cidade retomar seu
ritmo normal e sabermos qual é a escola campeã de 2014. Qualquer previsão será
apenas um jogo de adivinhação porque nota de jurado é mais imprevisível do que
política econômica. Tudo indica que dará Salgueiro na cabeça. Não importa:
todas as escolas que desfilaram durante quatro noites do Sambódromo são campeãs
de luxo, alegria e principalmente superação: não é fácil colocar o, digamos, bloco
na rua: são meses de trabalho, de problemas técnicos e financeiros, mas o grande
campeão do desfile é de concreto, ou seja, o título máximo pertence ao
Sambódromo, que é hoje, sem dúvida, marca registrada do Rio e sinônimo de palco-maior
para espetáculos populares, especialmente as escolas de samba para as quais foi
criado. Todos devem lembrar que quando o governador Leonel Brizola anunciou a
construção de um local específico (inaugurado em 1984) para as escolas, houve
uma grita geral, como acontece agora com a construção de estádios para a Copa
do Mundo. Apesar dos protestos (sem as manifestações violentas de agora) o Sambódromo
foi erguido com mais um magnífico projeto de Oscar Nemeyer e com o entusiasmo
do professor Darcy Ribeiro.
O Sambódromo teve como primeiro nome “Passarela
Professor Darcy Ribeiro”. Depois foi “Avenida dos desfiles” até consagrar-se
como Sambódromo, nome popular adotado pela população que criou intimidade com o
espaço. Antes os desfiles quase sempre muito tumultuados e desorganizados, eram
realizados na Avenida Presidente Vargas e na própria Marquês de Sapucaí, em estruturas provisórias. Só com o Sambódromo as escolas ganharam
o merecido espaço quase exclusivo que lhes enriqueceu no entusiasmo dos
desfiles. O Sambódromo talvez seja hoje o maior e mais importante palco do
mundo para espetáculos populares. Não é só: em 2016 será transformado em arena
esportiva que receberá a chegada da Maratona Olímpica, além das provas de tiro com arco, e poderá
receber um público de 72.500 pessoas, graças a ampliação de espaço que antes
era para 60 mil pessoas. O Sambódromo será sempre o campeão do carnaval, qualquer
que seja a escola eleita prelo povo e pelos jurados que, diga-se de passagem, nunca
concordam com o voto popular. De qualquer maneira no Sambódromo sempre dá samba
de primeira. (Eli Halfoun)
Um comentário:
Não houve protesto público contra o Sambódromo. O que houve foi uma campanha infame do Globo, jornal e Tv golpistas, que eram odiosamente contrarios ao Brizola. O Globo ainds pensa que é dono do Brasil.
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