(da JJcomunic)
A vítima mais recente, e não será a última, foi o volante Arouca, do Santos. Durante jogo contra o Mogi-Mirim, ontem, pelo Campeonato Paulista, o jogador foi vítima de ofensas racistas. Arouca (que, aliás, fez um golaço no jogo) reagiu com uma dignidade que parece ausente nas entidades que dirigem o futebol. Leia a nota que ele mandou para a imprensa (no destaque) e uma análise do revoltante episódio:
"Na saída do jogo desta quinta-feira, contra o Mogi Mirim, fui alvo de insultos racistas de um torcedor do time adversário. É lamentável e inaceitável que ainda haja espaço para esse tipo de coisa hoje em dia. Isso só mostra que o ser humano ainda tem muito a evoluir e a crescer, que não estamos nem perto de um mundo que viva a harmonia entre as pessoas e todas as suas diferenças.
Tenho muito orgulho das minhas origens africanas, que foi o que o sujeito tentou usar para me ofender, dizendo que eu deveria procurar alguma seleção de lá para jogar. Dando a entender que um negro igual a mim não serve para defender a seleção brasileira. Como se algumas das páginas mais bonitas da história da nossa seleção não tivessem sido escritas por jogadores como Leônidas, Romário e pelo Rei Pelé, também negros. Não ouvi os gritos de 'macaco' que alguns repórteres disseram ouvir, mas, caso tenha realmente acontecido, é ainda mais triste." (Arouca)
O fato merece um comentário. Já está mais do que claro que não basta a Fifa levar para os estádio faixas contra o racismo, não basta a CBF dar declarações superficiais sobre episódios que se repetem no futebol brasileiro. As federações não se manifestam. Quanto aos dirigentes sul-americanos, são ainda mais omissos como ficou claro no episódio que envolveu o jogador Tinga, do Cruzeiro, no jogo contra o Real Garcilaso, que já devia ter sido eliminado da Libertadores. Na semana passada, o juiz Márcio Chagas, do jogo Esportivo e Veranópolis, pelo Campeonato Gaúcho, em Bento Gonçalves, foi ofendido e teve seu automóvel amassado no estacionamento do estádio. Eram cerca de 20 torcedores perfeitamente identificáveis, agredindo o árbitro.
Enquanto não houver punição rigorosa, as ofensas continuarão. No caso do Arouca, o juiz nem colocou o fato na súmula. Os clubes devem ser punidos, a maioria passa a mão na cabeça desses torcedores. Se o clube sofrer ameaça de punição, perda de pontos, suspensão ou até eliminação do torneio, se sentirá responsabilizado e, além disso, os demais torcedores, aqueles que vão ao estádio ver o jogo, sem preconceito, se encarregarão de defender seu time e apontar os idiotas autores das ofensas. O juiz deve interromper a partida no exato momento em que as manifestações racistas começaram nas arquibancadas. Uma sugestão ao Bom Senso FC, movimento que cobra melhores condições de trabalho no futebol brasileiro: os jogadores, se o juiz não interromper o jogo, devem isolar a bola e parar de jogar no momento em que ouvirem as ofensas racistas. Há câmeras em alguns estádios que mostram as cenas de racismo com possibilidade de identificação dos racistas. Há leis que obrigam restaurantes e boates a instalar câmeras de vigilância. Estádios de futebol precisam desses dispositivos. A polícia precisa agir e flagrar os racistas nos estádios. Eles cometem um crime, porque então não se tem notícia de torcedor racista preso no ato? Não só no futebol, parece haver uma espécie de convivência com crimes de racismo. É comum, em delegacias, casos de racismo ganharem registro mais ameno de apenas "ofensa moral". Com isso, o racista sai pela porta da delegacia já "ofendendo moralmente" o primeiro negro que encontra. Recentemente, foi noticiado o caso de uma australiana que ofendeu funcionários de um salão de beleza em Brasília. É uma criminosa assumida. Foi presa mas a caneta rápida da justiça logo a liberou. Você ouviu falar se essa "elementa" foi punida?
A vítima mais recente, e não será a última, foi o volante Arouca, do Santos. Durante jogo contra o Mogi-Mirim, ontem, pelo Campeonato Paulista, o jogador foi vítima de ofensas racistas. Arouca (que, aliás, fez um golaço no jogo) reagiu com uma dignidade que parece ausente nas entidades que dirigem o futebol. Leia a nota que ele mandou para a imprensa (no destaque) e uma análise do revoltante episódio:
"Na saída do jogo desta quinta-feira, contra o Mogi Mirim, fui alvo de insultos racistas de um torcedor do time adversário. É lamentável e inaceitável que ainda haja espaço para esse tipo de coisa hoje em dia. Isso só mostra que o ser humano ainda tem muito a evoluir e a crescer, que não estamos nem perto de um mundo que viva a harmonia entre as pessoas e todas as suas diferenças.
Tenho muito orgulho das minhas origens africanas, que foi o que o sujeito tentou usar para me ofender, dizendo que eu deveria procurar alguma seleção de lá para jogar. Dando a entender que um negro igual a mim não serve para defender a seleção brasileira. Como se algumas das páginas mais bonitas da história da nossa seleção não tivessem sido escritas por jogadores como Leônidas, Romário e pelo Rei Pelé, também negros. Não ouvi os gritos de 'macaco' que alguns repórteres disseram ouvir, mas, caso tenha realmente acontecido, é ainda mais triste." (Arouca)
O fato merece um comentário. Já está mais do que claro que não basta a Fifa levar para os estádio faixas contra o racismo, não basta a CBF dar declarações superficiais sobre episódios que se repetem no futebol brasileiro. As federações não se manifestam. Quanto aos dirigentes sul-americanos, são ainda mais omissos como ficou claro no episódio que envolveu o jogador Tinga, do Cruzeiro, no jogo contra o Real Garcilaso, que já devia ter sido eliminado da Libertadores. Na semana passada, o juiz Márcio Chagas, do jogo Esportivo e Veranópolis, pelo Campeonato Gaúcho, em Bento Gonçalves, foi ofendido e teve seu automóvel amassado no estacionamento do estádio. Eram cerca de 20 torcedores perfeitamente identificáveis, agredindo o árbitro.
Enquanto não houver punição rigorosa, as ofensas continuarão. No caso do Arouca, o juiz nem colocou o fato na súmula. Os clubes devem ser punidos, a maioria passa a mão na cabeça desses torcedores. Se o clube sofrer ameaça de punição, perda de pontos, suspensão ou até eliminação do torneio, se sentirá responsabilizado e, além disso, os demais torcedores, aqueles que vão ao estádio ver o jogo, sem preconceito, se encarregarão de defender seu time e apontar os idiotas autores das ofensas. O juiz deve interromper a partida no exato momento em que as manifestações racistas começaram nas arquibancadas. Uma sugestão ao Bom Senso FC, movimento que cobra melhores condições de trabalho no futebol brasileiro: os jogadores, se o juiz não interromper o jogo, devem isolar a bola e parar de jogar no momento em que ouvirem as ofensas racistas. Há câmeras em alguns estádios que mostram as cenas de racismo com possibilidade de identificação dos racistas. Há leis que obrigam restaurantes e boates a instalar câmeras de vigilância. Estádios de futebol precisam desses dispositivos. A polícia precisa agir e flagrar os racistas nos estádios. Eles cometem um crime, porque então não se tem notícia de torcedor racista preso no ato? Não só no futebol, parece haver uma espécie de convivência com crimes de racismo. É comum, em delegacias, casos de racismo ganharem registro mais ameno de apenas "ofensa moral". Com isso, o racista sai pela porta da delegacia já "ofendendo moralmente" o primeiro negro que encontra. Recentemente, foi noticiado o caso de uma australiana que ofendeu funcionários de um salão de beleza em Brasília. É uma criminosa assumida. Foi presa mas a caneta rápida da justiça logo a liberou. Você ouviu falar se essa "elementa" foi punida?
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Atualização: A FPF (Federação Paulista de Futebol) divulgou uma nota com a fragilidade de sempre em que afirma que o caso será analisado pelo Tribunal de Justiça Desportiva do estado e o estádio de Mogi Mirim será interditado para os próximos jogos. Segundo a nota, o regulamento prevê multa e até perda do mando de campo pra o clube.
É pouco, isso aí é quase impunidade.
O presidente do Mogi Mirim é o ex-jogador Rivaldo, que estava preocupado com uma possível punição ao clube, e declarou que não concorda com a responsabilização do clube. "Não podemos controlar a boca dos torcedores", disse. Errado. Pela lei, o clube mandante é responsável por brigas e invasão de campo. Racismo é crime, o que faz parte da mesma carga de responsabilidade. Para não serem coniventes, o que os clubes devem fazer nessas situações é acionar a segurança interna para identificar os criminosos e chamar imediatamente a polícia. Mas a arma mais eficiente está nos pés dos próprios jogadores. À primeira ofensa racista, devem parar a bola e esperar providências. Enquanto os criminosos não forem presos, não tem jogo. É até simples.
Alô, Ministério Público, está na hora de fazer com que os clubes assumam suas responsabilidades nesses casos e tomem providências na hora em que o crime de racismo ocorre nos estádios. No caso de Mogi Mirim, embora os torcedores racistas estivessem visíveis, a omissão foi tamanha que ninguém sequer chamou a polícia.
Alô, Ministério Público, está na hora de fazer com que os clubes assumam suas responsabilidades nesses casos e tomem providências na hora em que o crime de racismo ocorre nos estádios. No caso de Mogi Mirim, embora os torcedores racistas estivessem visíveis, a omissão foi tamanha que ninguém sequer chamou a polícia.
7 comentários:
A melhor sugestão do seu artigos é a do Bom Senso mandar parar o jogo. Não acredito que dirigentes ou entidades tomem providências
A polícia tem que meter a porrada nesses filhos da puta racistas. E são covardes, se encarar eles se cagam.
No fim,tudo se resume a impunidade.A justiça só quer saber do salário depositado no fim do mês.
Quando o então Presidente da França, General De Gaulle disse que o Brasil não era um país sério, muitos políticos, na época, ficaram indignados com esse comentário. Acontece que ele estava pra lá de certo. As nossas autoridades fecham os olhos para tudo que está errado neste país. Intolerância racial é crime grave, inafiançável, previsto em lei. Esse caso em São Paulo e no Rio Grande do Sul,, neste final de semana em partidas de futebol, devem ser apurados com rigor.
Tem razão. Hoje mesmo a Fifa "condenou" o racismo. Isso não é mais suficiente, chegou a hora de punição séria, rigorosa. SE clube, CBF, Fifa e federações, polícia, justiça não punirem ninguém dessa vez estará liberado o coro de racistas nos estádios brasileiros
A Fifa manda no futebol. Se quiser pode combater o racismo descredenciando qualquer clube que não combata racismo no seu estádio. A CBF também. É só querer.
Acho que o problema está no brasileiro que se nega a reconhecer a sua negritude. O brasileiro é branco por acaso? No seu interior ele sabe que traz no seu sangue origem negra e ele não suporta essa verdade.
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