Como foi publicado neste blog há cerca de dois meses, o "passaralho" voou sobre o Globo. Foram demitidos 12 profissionais experientes, que já haviam passado por várias editorias do jornal. Serão abertas 22 novas vagas que se concentram principalmente na área digital. Nos grandes veículos, desde o ano passado, persiste uma onda de cortes que parece não ter data para terminar. Normalmente, o objetivo, por trás de fórmulas de "reengenharia", "reformulação" ou até mudança de foco de investimentos de grandes grupos (que deslocam interesse do jornalismo para áreas comerciais) tem sido um brutal corte de custos. Na maioria dos casos, quem ficou passou a acumular funções ou foram multiplicadas vagas para estagiários como forma de suprir lacunas em dezenas de redações. O "passaralho" pós-carnaval já é uma espécie de tradição na mídia brasileira. Após guardar os tamborins, alguns jornalistas já esperavam, de certa forma, a degola. O pior é que há rumores de que o samba vai atravessar em outras redações. Vamos torcer para que mais empregos não sejam sacrificados.
O texto em destaque, abaixo, é do Portal Imprensa, cujo link encontra-se ao fim da matéria...
Na última segunda-feira (10/3), Ascânio Seleme, diretor de redação de O Globo, divulgou comunicado para anunciar o desligamento de 12 experientes profissionais da redação do jornal e 22 novas contratações para o Rio de Janeiro e sucursais. A mudança, que iniciará no próximo dia 24 de março, visa abrir espaço para novos blogs e colunas.
"Depois de 6 meses trabalhando sobre uma nova estrutura capaz de fazer o nosso jornal avançar ainda mais no mundo digital, chegamos ao ponto de tocar as alterações necessárias para a sua implantação", explicou.
Paula Máiran, presidente do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Rio de Janeiro, lamentou a medida em sua página no Facebook. "Fica minha solidariedade aos colegas demitidos e certamente que o nosso Sindicato Jornalistas Profissionais Rio vai cobrar esclarecimentos à direção sobre esse triste momento da história do Globo", escreveu.
De acordo com o texto, deixam o jornal os editores Orivaldo Perin, Cristina Alves e Ricardo Mello. Também saem as editoras assistentes Nivia Carvalho e Leticia Helena, além de técnicos de tratamento de imagem da fotografia.
Luiz Antonio Novaes, ex-editor executivo do jornal, assume no lugar de Perin em SP. Maria Fernanda Delmas atuará em "Economia" no lugar de Cristina Alves. Ana Lucia Azevedo vai para o "Globo a Mais" em substituição a Delmas. Gustavo Villela deixa "Economia" e assume "Acervo", cargo ocupado por Letícia Helena.
O diretor aproveitou para anunciar a criação de uma nova editoria — "Sociedade" —, que será comandada por William Helal Filho e abordará as notícias de "Ciência", "Saúde", "Educação", "Digital e Mídia", "Religião", "Sexo" e "História".
Além disso, as áreas de cobertura da publicação já começaram a ser separadas por temas. "País", "Mundo", "Sociedade" e "Esportes" serão coordenadas pelos próprios editores. Já "Rio" e "Bairros" serão gerenciados por Gilberto Scofield. Fernanda Delmas também cuidará de "Carros". "Cultura", que abrange o "Segundo", a "Revista", a "TV" e o "Rio Show" será coordenada por Fátima Sá. E "Estilo", que reúne "Ela", "Gourmet" e "Boa Viagem", passa a ser coordenada por Ana Cristina Reis.
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7 comentários:
A cruel ironia é que os donos do Globo e Abril acabam de ser incluidos na lista de bilionários em dólar da Forbes americana
Meu abraço para os caros colegas do Globo, de longa e valorosa estrada.
A rotina dos "PASSARALHOS", todos que trabalharam em jornais e revistas já conhecem: mais estagiários, salários mais baixos e demissão para os mais experientes. Já vi muitas vezes este filme. Conheço a maioria dos demitidos, mas O ASCÂNIO deveria repensar a demissão de ORIVALDO PERIN, uma glória do jornalismo em todos os tempos. Sem concorrência, O GLOBO deveria criar novos produtos, aproveitando esta equipe de "craques" em novas publicações em vez de dispensar tanta cultura.
Só pela descrição do novo organograma já se vê que os que ficam acumularão funções. E pianinho, sem reclamar. É a selva do mercado de trabalho.
Patrões demitem à vontade. E ainda querem derrubar a CLT para demitir sem ter que pagar nada. Mas, independente disso, há algum sentido na reformulação. Todos os jornais do mundo vivem esse momento. Tentam encontrar um maneira de prolongar a vida em tempo de crescimento acelerado da internet. Estão perdendo o sentido e as próximas gerações não conhecerão o impresso. Será algo como o vinil, impresso virará cult.
Patrão e empregado são eternos inimigos. E quem sempre vence é o patrão. Alguém tem dúvidas?
Na revista O Cruzeiro assisti a um desses massacres , comandadas por um agente administrativo, senhor Wolmar Pimenta Soares, sob às ordens do Superintendente da Empresa, senhor Portinho, a demissão sumária de mais de mil empregados que de repente se viram sem pai e nem mãe no meio da rua desesperados sem alternativas de arranjar outro emprego naquele momento. Mesmo com esse massacre demissionário não conseguiram salvar a Revista O Cruzeiro que veio falir poucos anos depois.
Mais uma vez o governo brasileiro não moveu uma palha para tentar salvar a empresa como agora, o atual govenro, não se moveu também para salvar a Universidade Gama Filho da falência.
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