sábado, 22 de outubro de 2011

Caso Dorothy Stang: justiça é ficção?

Em 2005, o fazendeiro Vitalmiro Bastos Moura, o Bida, foi condenado a 30 anos de cadeia por ter sido um dos mandantes do assassinato da missionária norte-americana Dorothy Stang, em Anapu, Pará. Preso em uma penitenciária de Belém, Bida acaba de obter o direito a cumprir pena em regime semiaberto. Conclusão: no Brasil, ninguém cumpre pena que mereça esse nome. Mesmo nos crimes mais torpes, o júri popular condena o sujeito, o juiz determina a pena máxima e, pouco adiante, outro juiz interpreta a lei, julga que o mandante ou assassino é um cara legal e o manda para casa. Dorothy Stang foi morta por um pistoleiro, aos 73 anos, a caminho de um assentamento de agricultores. Se fosse no país da vítima, Bida teria vida longa na cadeia (aliás, dependendo do estado americano em que cometesse o crime, nem vida teria). Por aqui e pelos benefícios da lei e pelos critérios aplicados, vê-se que o crime compensa, certo? A julgar pelo noticiário, bandido nem precisa mais se dar ao trabalho de fugir. Viu o caso do traficante Polegar? Condenado a 22 anos, obteve o regime aberto e deixou o presídio pela porta da frente. Coube ao Paraguai prendê-lo quando comprava carro de luxo e mandá-lo de volta ao Brasil. Se vai ficar preso aqui, é outra história...

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