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Nos anos 1970, manifestação de moradores contra a mineração de sal gema na área urbana de Maceió. Foto: Reprodução |
sábado, 9 de dezembro de 2023
Braskem: a origem do crime em Maceió
sexta-feira, 8 de dezembro de 2023
quarta-feira, 6 de dezembro de 2023
Neymar recebe seu maior troféu
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Reprodução X |
por Niko Bolontrin
Neymar está perto de completar mil dias afastado dos campos desde 2018. E deve ter quase o mesmo número de presença em festas e baladas.
Em função de contusões frequentes perdeu jogos importantes e decisivos no Barcelona, PSG, Seleção e, agora, Al Hilal. Ausentou-se em jogos dos campeonatos francês, espanhol, Champions e Copa do Mundo. Em matéria de títulos teve uma carreira de soma sofrível para um jogador de primeiro nível da sua geração.
Atualmente em mais um período de recuperação após cirurgia no joelho, Neymar teve um encontro com o parça Jair Bolsonaro. Deu match. Não se sabe exatamente sobre o que conversam. Quando Bolsonaro era presidente, um dos assuntos possivelmente era uma dívida do jogador à Receita Federal. Rolava um papo sobre isso entre um pão com Leite Moça e uma
Na semana passada, finalmente, Neymar, que é meio desprovido de prêmios individuais, recebeu o que deve considerar seu maior troféu. O Bozo lhe entregou a “medalha dos 3 ‘is’: ‘Imbrochável’, ‘imorrível’ e ‘incomível'”.
As redes sociais se divertiram com a cena ridícula de entrega de tamanha e tão idiota láurea. Mas Neymar merece o vexame. Um dos memes faz uma comparação com as bolas de ouro (que Neymar nunca conseguiu) de Messi, CR7 e Martha.
Maldosos insinuam que há dúvidas e Neymar e seu parça Bozo se encaixam em dois dos três itens, além, é claro, do "imorrivel".
Onde você mora? Na Rua dos Canalhas, número 1964...
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Título de matéria do Globo |
por Ed Sá
Editorias de economia dos jornais são abusadas pelo mercado
O editorial do Globo de hoje, inconformado com bom desempenho da economia ao fechar 2023, chuta do meio do campo e usa um "mas" safado para informar que em 2024 o governo Lula vai "s3 fu4der".
domingo, 3 de dezembro de 2023
Mídia - A resposta da democracia ao "jornalismo-jagunço" e o desabafo de Luna Zarattini, neta de Ricardo Zarattini
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Reprodução X |
https://x.com/cynaramenezes/status/1730966193874341907?t=8Io0LqOTBinqTllRzttR4A&s=03
Para entender o caso acesse o link do STF
https://portal.stf.jus.br/noticias/verNoticiaDetalhe.asp?idConteudo=521066&ori=1
sábado, 2 de dezembro de 2023
Racismo e xenofobia avançam em Portugal sob a sombra do crescimento do neonazismo
sexta-feira, 1 de dezembro de 2023
Liberação dos vapes: os coveiros vão se amarrar...
A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) toma decisões que impactam a saúde. E também a vida e a morte. Coube à Anvisa, por exemplo, liberar para comercialização no Brasil agrotóxicos proibidos em outros países. Na prática, com aval político sempre suspeito, cedeu ao poderoso lobby do setor.
Um nazista no governo do "ultraliberal" (como Globo prefere chamar a ultradireita) Milei. Existe naziliberal, Globo?
Javier Milei, o ultradireita que os argentinos elegeram (e os veículos do Grupo Globo preferem chamar de ultraliberal) acaba de nomear um nazista para a procuradoria do Tesouro. Outros virão. A direita argentina não se diferencia da rede nazista que viceja no país. E não são "neonazistas" são nazistas-raiz. O nazi Rodolfo Barra admite que foi nazista, participou de atentado contra instituição judaica, mas se "arrependeu".
quinta-feira, 30 de novembro de 2023
O capeta recebe Henry Kissinger
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1975: Kissinger, o jogador Marinho e o então ditador de plantão Ernesto Geisel. Foto Manchete. |
Henry Kissinger, então secretário de Estado, visitou o Brasil em 1975. Foi recebido no Congresso e passeou com o general Geisel, o gorila de plantão na ditadura. Curiosamente, enquanto o arquiteto de guerras perambulava pelo Brasil, a capa da Manchete mostrava a correria em Saigon quando guerrilheiros e tropas de Ho Chi Min ganhavam a periferia da cidade.
Um carniceiro nem sempre precisa por a mão em armas. Kissinger talvez nem soubesse atirar. No fim, viveu muito mais do que suas milhares de vítimas na Ásia, na África, na América do Sul. Ele esteve por trás de incontáveis carnificinas. Autorizou, por exemplo, junto com Nixon, bombardeios de napalm e pesticidas no Vietnã. "Queima tudo", era a política. Com um agravante: sem que decisões desse tipo passassem pelo Congresso. Apoiou as ditaduras na América do Sul, com todo o pacote de intervenção dos Estados Unidos, dólares para montagem de máquinas de mortes, cursos de técnicas de tortura para militares e policiais da Argentina, Chile e Brasil. Uma característica da época foi a eliminação de líderes de esquerda em todo o mundo. Para Kissinger, isso era parte da Guerra Fria. Na Indonésia, foi "conselheiro" de uma operação que resultou em 100 mil mortos.
Apesar de tudo isso, Kissinger recebeu o Nobel da Paz. Algum sueco bêbado o julgou merecedor por supostamente ser o articulador do fim da guerra do Vietnã quando o seu objetivo era apenas iniciar a retirada das tropas estadunidenses do Sudeste Asiático. Era a tentativa de evitar um desastre militar incomensurável e, com isso, livrar a cara dos republicanos alvos da rejeição dos eleitores cansados de receber jovens soldados em sacos pretos. Danos colaterais, diria ele.
Kissinger morreu aos 100 anos. Não se sabe se pensou em tudo o que fez ou mostrou arrependimento. A frase que mais se aproxima disso, embora ainda distante, é algo como "fiz o que achava que estava preparado para fazer na época".
Ele foi defenestrado do cargo pelo democrata Jimmy Carter.
Se existe inferno, o carniceiro Mr. K. estará lá certamente como conselheiro do capeta. Experiência no cargo ele tem. E vai ter isso como destaque no Linkedin que o Chifrudo vai ler.
A morte de Kissinger lembra famosos versos de um cordel de José Pacheco sobre a chegada de Lampião ao inferno. O diabo, avisado da chegada do cangaceiro, ordenou que a segurança o barrasse...
Diga a ele que vá simbora/Só me chega gente ruim/Eu ando muito caipora/Eu já to inté com vontade/De botar mais da metade/Dos que têm aqui pra fora
Crime organizado domina a Amazônia: e a boiada passou
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Ilustração reproduzida do G1 |
quarta-feira, 29 de novembro de 2023
GloboNews - Esperando Gonet ou "como é bom meu conservador na PGR"
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Reprodução O Globo. Clique para ampliar |
Hoje, no Estúdio I da GloboNews, a apresentadora fez uma espécie de "divulgação" de Paulo Gonet. Boa gente, segundo os amigos dos amigos que ela "apurou". Uma diarréia de jornalismo declaratório. Algo que não chega a ser jornalismo. Deve ser útil nos portazinhos digitais da quinta série.
No mesmo programa, a jornalista Flávia Oliveira recolocou, em seguida e com fatos, o que significa Gonet na PGR. Se alguém tem mais dúvidas deve ler a coluna do Bernardo Mello Franco, do Globo, acima reproduzida.
A âncora em questão, por iniciativa própria ou a pedido do editor que, por sua vez, responde aos degraus acima, apenas caiu na arapuca de uma excrescência chamada jornalismo declaratório. Um troço condenável que só serve para veicular opiniões de credibilidade zero porque movidas por interesses pessoais. A curriola ouvida ficou na exaltação: fulano da PGR é durão, o fulano é independente, o fulano é praticamente o Ruy Barbosa ressuscitado.
Memórias da redação: como o Caso Carlinhos foi parar na Manchete
segunda-feira, 27 de novembro de 2023
domingo, 26 de novembro de 2023
Mídia: Governo de Netanyahu ataca jornal israelense Haaretz
Sob ataque do regime de extrema direita liderado por Netanyahu, o jornal israelense Haaretz, o maior do país, se defende. Na prática, luta pela liberdade de imprensa. O governo ameaça a publicação com multas, boicote financeiro e acusa os editores de publicarem mentiras. O Haaretz é crítico à ultradireita, posicionou-se contra a iniciativa de Netanyahu e sua coligação radical que aprovaram lei que dá ao governo poderes para rever ou desautorizar decisões dos juízes da Suprema Corte. Em relação à guerra contra os terroristas do Hamas, o jornal apontou falha dos órgãos de segurança e condenou os bombardeios sobre as populações civis. "O desastre que se abateu sobre Israel”, escreve o Haaretz, “é de clara responsabilidade de Benjamin Netanyahu”.
sexta-feira, 24 de novembro de 2023
Fotomemória na Sweet London - Em 1968, Manchete registrou Roberto Carlos comprando roupas na butique dos Beatles
Roberto Carlos e um bobby londrino, na frente do Palacio de Buckingham. Foto de Alécio Andrade |
Roberto na butique dos Beatles, a Apple, na Carnaby Street. Foto de Alécio de Andrade |
Em 1968, Roberto Carlos ainda não tinha seu compromisso anual e inadiável na Rede Globo: o tradicional Especial de Natal. O primeiro só iria ao ar em 1974.
O fotógrafo Alécio de Andrade, então correspondente da Manchete na Europa, fotografou Roberto no seu périplo em Londres, então mais sweet do que nunca. O rei deu uma passadinha na Apple, a butique dos Beatles, onde renovou o guarda-roupa
Soldados de Deus não querem a paz
A jornalista brasileira Leneide Duarte-Plon entrevistou, em Paris, para a Carta Capital, o dominicano e astrônomo Régis Morelon. Especialista em ciências árabes, ele viveu na Argélia, Beirute, Alep e Cairo. Morelon não é otimista quanto a uma solução para o eterno conflito entre Israel e Palestina.
- Atualmente a única solução seria a dos dois Estados. E os dois Estados não são mais possíveis devido à colonização. Os diplomatas podem continuar dizendo “queremos dois Estados”. Mais já é impossível".
A crise tem outros complicadores. A propósito, Morelon citou na conversa com Leneide uma frase do judeu austríaco, escritor e jornalista Stephen Zweig.
“Os homens que pretendem combater por Deus são os mais antissociais da terra porque creem que ouvem mensagens divinas e suas orelhas permanecem surdas a qualquer palavra de humanidade”.
Eternas ondas antidemocráticas na América do Sul
Vale lembrar Eduardo Galeano: a América do Sul (me recuso a usar o termo inadequado e racista "América Latina") tem "veias abertas" e a hemorragia política sempre vem em ondas. Foi assim com a onda de ditaduras que derrubaram democracias como se fossem peças de dominó. Depois veio a onda da eleição em dois turnos e da reeleição que vários países da região adotaram. Agora, um tsunami de ultradireita é a ameaça que paira sobre o "quintal" .
Outra recente inspiração antidemocrática vem de vários países e continentes. É o cerco às Cortes Supremas. Em diferentes graus de intervenção, Venezuela, Polônia, México, Mali, El Salvador e Israel criaram instrumentos ou estudam mecanismos para colocar o poder executivo como uma espécie de instância final sobre as decisões das Cortes. O Brasil acaba de entrar nessa fila suspeita. O Senado aprovou projeto que interfere no funcionamento do STF. O que moveu os senadores? Nada mais do que o jogo de bastidores para a eleição da presidência da Casa, além de ressentimentos corporativistas diante de decisões dos ministros do STF que incomodaram políticos investigados. Não demora muito deputados e senadores vão pedir cargos no STF. Nunca fazem nada de graça.
quinta-feira, 23 de novembro de 2023
Céu estrelado? Lamento dizer que parte do que você vê agora é lixo espacial
por Ed Sá
Pense nisso. Você está em um chalé na serra, noitinha, céu limpo, olha para cima e vê uma apoteose de estrelas. O visual desperta a paixão que você, subitamente romântico, divide com sua parceira. A cena poderia se repetir com casais de turistas em Atacama, "o céu mais estrelado das Américas".
Caia na real. Muitas daquelas novas "estrelas" são pequenos satélites de comunicação, restos de foguetes descartados por naves a caminho da órbita, caixas de ferramentas que astronautas e cosmonautas deixam cair quando fazem "passeios espaciais" para consertar painéis de cápsulas ou de estacões espaciais. O chamado lixo espacial reflete a luz do sol, brilha no firmamento e aquece corações apaixonados e ludibriados.
A maior parte do refugo é incinerada ao reentrar na atmosfera da Terra. A ameaça maior do lixão é provocar sérios danos caso se choque com naves e satélites em órbita.
Portanto, os antigos versos "estrelas brilham lá no céu", de Roberto e Erasmo Carlos, já não correspondem à verdade. Astrônomos, coitados, ao observarem o céu, agora são obrigados a saber distinguir uma chave inglesa que brilha ao lado de Vênus, um resto de painel solar, um exaustor de um foguete, de um estrela de verdade ou até, quem sabe, de um asteróide desembestado. O Cruzeiro do Sul, a constelação orgulhosa que nomeia a maior condecoração do Brasil, agora corre o risco de navegar ao lado de um coletor de resíduos de uma nave abandonada. A Estela do Norte, que, entre outras coisas, orienta Papai Noel e suas renas, está cercada de sucata descartada. Se o Bom Velhinho não aparecer na sua casa, releve, ele confundiu uma tampa de privada com a sua estrela guia.
Da RFI: Editora francesa lança livro "Lumière d'Avril", sobre a Revolução dos Cravos, com fotos de Alécio de Andrade, ex-fotógafo da Manchete. "Luz de Abril' marca os 50 anos da revolução que serão comemorados em abril de 2024
A poucos meses da comemoração dos 50 anos da Revolução dos Cravos, em Portugal, a editora francesa Chandeigne publica o livro “Lumière d’Avril (Luz de Abril), Portugal 1974”, com 56 fotos de brasileiro Alécio de Andrade e texto do historiador Yves Léonard. O fotógrafo, primeiro brasileiro a integrar a equipe da lendária agência Magnum, trabalhou na sucursal da Manchete, em Paris, da década de 1960 até meados dos anos 1970. A série de imagens registra os primeiros meses da revolução que pôs um ponto final em 40 anos de ditadura em Portugal. Alécio faleceu em 2003. As fotos foram selecionadas inicialmente por Patricia Newcomer, viúva do fotógrafo, contando com indicações que ele deixou escritas em contatos e molduras de cromos. “Ao todo, ele fez 3 mil imagens em preto & branco e 300 slides a cores resultados de três viagens a Portugal", diz ela. A escolha final coube a Anne Lima, da Editora Chandeigne, e ao historiador Yves Léonard, professor do Instituto de Ciências Políticas de Paris, a Sciences Po.
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quarta-feira, 22 de novembro de 2023
terça-feira, 21 de novembro de 2023
O petróleo é deles
Jornal francês classifica Milei, o rei do "gado" argentino, como louco
L'Humanité chama Javier Milei de "louco perigoso". De fato, a Argentina pode virar um hospício da ultradireita. Milei assume o cargo levando sua "Evita", a irmã, Karina Milei, a quem ele chama de "o Chefe". A musa do antissistema tem ascendência sobre o novo presidente e poderá ganhar um alto cargo no governo. A não ser que prevaleça seu modo de agir discreto como uma "Rasputina" de saias.
segunda-feira, 20 de novembro de 2023
Para a GloboNews Milei não é mais de ultradireita. O canal alivia e ele passa a ser "ultraliberal"
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domingo, 19 de novembro de 2023
Onda de calor é a prévia do fim. Churra grátis para todos
sexta-feira, 17 de novembro de 2023
Guerras: a indústria da morte está mais viva do que nunca. O pacifismo, cujo símbolo maior completa 65 anos, nunca teve chance. Como em uma série do streaming, sempre haverá uma nova temporada.
O logotipo criado por Gerald Holtom em 1958. |
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Poster pacifista da Arundati Roy |
por José Esmeraldo Gonçalves
O mais famoso logotipo da paz comemorou 65 anos. Foi desenhado pelo inglês Gerald Holtom. Ele participaria de uma passeata pelo desarmamento nuclear, em 1958, e fez um cartaz com um círculo representando planeta e três linhas que, juntos, significavam um N e um D (Nuclear Disarmament). Ironicamente, Holton se inspirou nessas duas "letras" da sinalização militar codificada, Anos depois o movimento hippie adotou o simbolo nas primeiras manifestações contra a Guerra do Vietnã. Longe de prever que o logotipo seria usado pela contracultura em todo mundo, ele nem pensou em registrar o símbolo. Da mesma forma, um slogan igualmente difundido - "Make Love not War" - depois associado ao desenho de Holton, é também de domínio público, este não se sabe com certeza que o criou. Foi usado pela primeira vez durante protestos em Berkeley, na Califórnia, em 1965. Na verdade, ao longo dos anos, apareceram mais autores do que a pequena multidão que costuma assinar os sambas-enredo das escolas de samba cariocas. Vejam só: os ativistas Gershon Legman, Rod McKuen, Penelope e Franklin Rosemont, Diane Newell Meyer tentaram assumir a autoria da frase. O filósofo alemão Herbert Marcuse teria criado o conceito no seu livro "Eros e Civilização", mas tanto a frase não tem dono que John Lennon e Bob Marley a usaram nos anos 1970, respectivamente nas canções "Mind Games" e "No More Trouble".
"Madame Valéria" da Grécia Antiga"
Infelizmente, os logotipos, as passeatas e a música não conseguiram vencer as armas. Atrocidades na Ucrânia, em Gaza e em Israel, para falar apenas nesses dois conflitos midiáticos (as guerras crônicas em nações pobres da África miserável não rendem notícia), mostram que os líderes, em matéria de deuses e deusas, escolhem o ódio espalhado pelo deus Marte e desprezam Eros, o deus grego (para os romanos era o popular Cupido, o das flechas) que tinha o poder de levar os humanos a encontarem o amor e o desejo em sete dias, como uma "madame Valéria" da Grécia antiga.
Guerra é a metanfetamina dos líderes
O deus da guerra da nossa era - os Estados Unidos - é poderoso demais para ceder a frases e desenhos. Precisam de guerras como um viciado precisa de metanfetamina. A guerra move seu PIB. Cerca de 57% das armas vendidas no mundo, no ano passado, foram produzidas nos EUA, segundo o Stockholm Peace Reasearch Institute. Não por acaso, desde a Segunda Guerra Mundial, o país não passou um dia sequer sem que promovesse guerras em algum ponto do planeta. Não precisam de motivos para explodir em sangue algum país. Precisam apenas de interesses econômicos. Fomentam guerras quando não impulsionam golpes e ditaduras. O Brasil conhece bem essa síndrome geopolítica. Os golpes de 1964 e 2016 exibiram digitais comprovadas do Departamento de Estado e da CIA. A campanha contra o governo constitucional de Getúlio Vargas também.
Para citar uma interferência recente, documentos e outras evidências, incluindo as provas do escândalo Vaza Jato, a Lava Jato foi um instrumento de Washington com o objetivo de atingir a Petrobras e o pré-sal, no que tiveram êxito. Sérgio Moro e facção foram ferramentas que se relacionaram com instituições estadunidenses. Hoje a famosa "força-tarefa" está sob apuração da destinação de bens apreendidos, assim como autoridades buscam o destino de quantias e bens milionárias arrecados por multas.
A guerra inútil
Veja-se o caso do Afeganistão. Foi invadido, os terroristas talibãs foram inicialmente contidos. O dramático capítulo final todos vimos na TV. Fugas desesperadas e o Afeganistão, após as mortes de milhares de civis locais e jovens soldados das força ocidentais foi ridiculamente entregue ao mesmo Talibã terrorista. Manter aquela guerra já não era um bom negócio do frio ponto de vista de despesas versus lucros.
Para ficar apenas em duas guerras atuais e em conflitos alimentados por Washington, estão aí Ucrânia-Rússia e Israel-Hamas. No país do Leste europeu, o golpe de Estado de 2014, que apoiou grupos nazistas e, em seguida, abriu caminho para o avanço territorial dos mísseis da Otan apontados para a Rússia foi o gatilho que levou à resposta violenta do Kremlin. com a cruzada de mortes de civis na Ucrânia. Quem lucra política e financeiramente com essa guerra? Nem Moscou, muito ao contrário; nem a Kiev, nem as populações da União Européia parecem estar felizes.
Dizem que essa guerra não terá vencedores. Engano. A carnificina já tem um vencedor desde o primeiro tiro: o complexo industrial-militar dos Estados Unidos. Ucrânia é hoje é campo de testes e um feirão de armas.
A guerra Israel-Hamas também é uma triste "Black Friday" para vendedores de armas que matam geralmente muitos civis e menos militares. Você já reparou que os países fazem muitos monumentos para soldados mortos e quase nada para os civis sacrificados? Você conhece um memorial para os sem fardas mortos em centenas de conflitos recentes, dos anos pós-Segunda Guerra Mundial e até hoje? Não? Pois é.
A pauta da morte
O complexo industrial militar - ao qual servem rigorosamente todos os presidentes estadunidenses - pensa muito à frente. Reúne políticos, militares e corporações especializadas em criar tensões. É o caso da ofensiva dos Estados Unidos contra a China. Criar essa crise já resultou em lucros extraordinários em vendas de armas para o Japão,Taiwan e Austrália. O Irã é outro "investimento", uma crise quase pronta para explodir e gerar mortes e lucros, que andam juntos. Assim como a guerra da Ucrânia potencializou mercados na Finlândia, Suécia, Noruega, Dinamarca, Polônia, República Tcheca e demais nações da Europa Oriental.
A ocupação de parte da Síria, os combates por procuração no Iêmen, os estragos feitos no Iraque (para cuja guerra inventaram as "armas de destruição em massa", que nunca existiram), Afeganistão (para eliminar os autores do atentado das Torres Gêmeas, sendo que os responsáveis eram da Arábia Saudita, uma ditadura até hoje aliada dos Estados Unidos), Líbia, Líbano, são outros exemplos de conflitos úteis. Uma crise que poderá ser devastadora é a que Washington tenta montar opondo Índia e China. Não é possível saber como reagirá a China ao ver que os Estados Unidos plantaram mísseis na fronteira do país, como fizeram em relação à Rússia. O Mar da China é hoje um palco de vigilância por parte de navios, submarinos e jatos chineses e estadunidenses com registro de alguns perigosos incidentes.
Busque um abrigo
Há fome no mundo, muitos países enfrentam problemas financeiros, a crise climática se agrava enquanto a indústria militar cresce a um ritmo médio de 7% ao ano desde 2021. Ao fechar 2023 deverá bater recordes de lucros.
O desequilíbrio fiscal dos Estados Unidos é medido em trilhões de dólares. Dívida impagável e que, para ser rolada, depende, ao fim, das esteiras dos tanques.
E, claro, quando você ouvir falar em crise econômica nos pilares da Casa Branca busque um abrigo. Uma próxima guerra virá. Poderá ser sobre a sua cabeça.
O pacifismo, cujo símbolo completa 65 anos, nunca teve chance.
Chica Norris vira ré
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Reprodução X |
quinta-feira, 16 de novembro de 2023
Mídia: o novo júri da TV
Júris em programas de TV eram coisa dos anos 1960. Depois caíram em desgaste mas não em desuso. Atualmente, Luciano Huck, Marcos Mion, SBT etc ainda usam a velha fórmula. Silvio Santos foi um notório condutor de jurados, Flávio Cavalcante e Chacrinha também consagraram bancadas de julgadores.
Não se esperava que o jornalismo fosse buscar no passado um corpo de jurados para liofilizar e deturpar as notícias. A diferença é que em emissoras como a GloboNews, CNN Brasil e Jovem Pan a nova bancada de jurados não se apresenta em programas fixos de auditório. Os juízes perpassam a grade dia e noite julgando as notícias, que geralmente interpretam aos seus modos, nem sempre comprometidos com os fatos. Especulam, parecem se orgulhar da capacidade de prever os fatos. Gostam de pregar o caos também. Não importa se acertam o futuro ou não. Quando as interpretacões não se confirmarem eles já estarão fazendo outras adivinhações para um público esquecido.
Os novos jurados acham que o povo é imbecil. Eles não, são seres multipropósito que "contextualizam", adoram usar essa palavra, desde o caso Ana Hickmann à guerra no Oriente Médio, a mulher que quebrou janela de ônibus para salvar seu bebê. O que vier eles tracam. São capazes de falar durante horas sobre qualquer coisa que viralize nas redes sociais. São meio messiânicos. Estão convictos que prestam serviço de auto-ajuda jornalística a quem não está entendendo porra nenhuma de nada. Não há jornalismo investigativo nesses canais. Eles sabem disso, aparentemente. Uma prova é que diante da repercussão de um furo da concorrência pegam carona no trabalho de campo de um repórter a bordo de um artifício. A âncora, qualquer uma delas, diz, malandramente, algo assim "a Folha publicou e eu confirmei o seguinte...".
Imaginem um repórter do New York Times dizendo uma babaquice dessas a propósito do furo da dupla Bob Woodward e Carl Bernstein, do Washington Post, que cobriu o famoso Caso Watergate. "O Washington Post revelou e o New York Times confirmou que Nixon... Seria um vexame, concordam?
Outra intervenção dos novos jurados é a corrida para mostrar à direção que eles também apuram. O que mais se ouve é "fiz uma apuração agora com a Polícia Federal e soube que... Nisso, admita-se, eles são bons. Geralmente a apuração que fazem é um exemplo do jornalismo mais barato, o jornalismo declaratório. Uma espécie de prostituição da notícia sempre apurada nas assessorias de imprensa que não praticam jornalismo mas apenas divulgam o que lhes interessa. E o júri acredita. Alguns abusam tanto do jornalismo declaratório que até parecem porta-vozes das instituições onde fazem "apuração".
Para usar outra expressão que eles usam com frequência: não é possível confirmar com fontes independentes o que dizem as bancadas de jurados dos canais de notícias.
quarta-feira, 15 de novembro de 2023
segunda-feira, 13 de novembro de 2023
sábado, 11 de novembro de 2023
Repórteres sem fronteira contabilizam 41 jornalistas mortos em Gaza: o cinismo sangrento do governo de ultra direita de Benjamin Netanyahu culpa as vítimas
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