sexta-feira, 24 de novembro de 2023

Eternas ondas antidemocráticas na América do Sul

Vale lembrar Eduardo Galeano: a América do Sul (me recuso a usar o termo inadequado e racista "América Latina") tem "veias abertas" e a hemorragia política sempre vem em ondas. Foi assim com a onda de ditaduras que derrubaram democracias como se fossem peças de dominó. Depois veio a onda da eleição em dois turnos e da reeleição que vários países da região adotaram. Agora, um tsunami de ultradireita é a ameaça que paira sobre o "quintal" . 

Outra recente inspiração antidemocrática vem de vários países e continentes. É o cerco às Cortes Supremas.  Em diferentes graus de intervenção, Venezuela, Polônia, México, Mali, El Salvador e Israel criaram instrumentos ou estudam mecanismos para colocar o poder executivo como uma espécie de instância final sobre as decisões das Cortes. O Brasil acaba de entrar nessa fila suspeita. O Senado aprovou projeto que interfere no funcionamento do STF. O que moveu os senadores? Nada mais do que o jogo de bastidores para a eleição da presidência da Casa, além de ressentimentos corporativistas diante de decisões dos ministros do STF que incomodaram políticos investigados. Não demora muito deputados e senadores vão pedir cargos no STF. Nunca fazem nada de graça.

Um comentário:

Prof. Honor disse...

A geopolítica explica as "ondas" na América do Sul.As ondas vêm de Washington de um jeito ou de outro. O motivo já foi comunismo, Guerra Fria, petróleo, metais raros, hoje são as relações e investimentos da China em vários países. Por isso o avanço da direita. Por isso a Lava Jato é o golpe contra Dilma.