quarta-feira, 2 de novembro de 2022

Memórias de um sargento de malícias... • Por Roberto Muggiati

 

Redação da Manchete, 1978, agosto. Foto; Arquivo Pessoal

Nascemos no mesmo ano de 1937, eu em 6 de outubro, ele em 28 de outubro. Deixei passar em nuvens não tão brancas como reza o clichê os 85 anos que teria completado poucos dias atrás. Alberto Carvalho nos deixou em 2014 e, se chega a ser um consolo, posso garantir a ele que não está perdendo grande coisa... 

Éramos almas irmãs, o carcamano curitibano e o carioca da gema do Catumbi, apesar das origens tão diferentes. O que conta no caráter de um homem não é o local onde nasce, mas o espaço que constrói para si mesmo, onde quer que esteja. 

Alberto e eu resistíamos à opressão do trabalho usando como arma o humor, aquele humor irônico e imaginativo que só a raça das redações é capaz de criar, de improvisar a cada momento. 

Esta foto foi feita no Russell em agosto de 1978, eu editor da Manchete, Alberto meu factótum, ambos com uns quinze anos de Bloch já nos costados. O mundo estava pegando fogo: no Vaticano João Paulo I morria misteriosamente com apenas um mês de papado; o fanático Jim Jones levava a um suicídio em massa 918 seguidores de sua seita; os aiatolás preparavam a queda do Xá do Irã e a instauração de uma ditadura religiosa que dura até hoje; na Itália, o ex-Primeiro Ministro Aldo Moro era assassinado pelos guerrilheiros das Brigadas Vermelhas. Tudo isso passava pelas páginas da Manchete, mas nada daquela instabilidade se reflete em nossos rostos. Alberto e eu parecemos longe, muito longe deste insensato mundo, degustando a última abobrinha dos corredores blochianos.

A seguir, duas matérias publicadas no Panis que dão uma dimensão do humor e da grandeza humana de Alberto de Carvalho: seu talento genial para dar apelidos e as memórias que alinhavou sob o título autobiográfico de Eu, Tura.


https://paniscumovum.blogspot.com/2017/09/a-melhor-da-galaxia-era-uma-fabrica-de.html



FÓRUM 21 - "Precisamos de esperança"

 

Foto de Ricardo Stuckert








Vinte anos depois de sua primeira eleição para a Presidência, o garoto nordestino, filho de Eurídice Ferreira de Melo, dona Lindu, voltou a esperançar o Brasil.

Vamos conjugar o verbo em todas as pessoas, em todos os tempos.

 Esperancemos, precisamos de esperança.

 Lula foi eleito com o maior número de votos que um presidente jamais teve em toda a história do Brasil.

Esse número fala por si. Fala de nosso desamparo, de nossa necessidade vital de esperançar.

O Brasil vive há seis anos sob o signo da destruição e do retrocesso. Desde 2016, quando um pesadelo começou a destruir a frágil democracia brasileira.

 Vamos pegar nossas pás e nossos tijolos com cimento… e mãos à obra. Tem muita terra arrasada, a começar pela Amazônia, passando pelos direitos trabalhistas, pelo orçamento secreto que tem que ser revelado à luz do dia, pelos sigilos de 100 anos para esconder todas as falcatruas do desgoverno do inominável, pelo isolamento do Brasil na cena internacional.

 Vamos fechar os parênteses dos 6 anos de inferno que esse país alegre e acolhedor conheceu. Foram seis anos de trevas. O Brasil precisa voltar a brilhar no mundo.

 Foram milhares de rostos gritando ódio, homenageando torturadores dentro do Congresso Nacional, sem punição.

Foram quase 700 mil mortos na pandemia de Covid, sem punição dos responsáveis. Foram milhares de brasileiros jogados nas calçadas com frio, sede e fome, sem punição para o responsável que ainda negava a existência da fome no país. E imitava pessoas morrendo de falta de ar. A perversão não tinha limites.

 Desde a deposição de uma presidente sem crime de responsabilidade, foram seis anos de descida ao inferno. Dante não o descreveu mais terrível, mais assustador.

 É hora de reconstruir.

 Mutirão de pedreiros de todas as idades, vamos ser todos chamados a reconstruir. A bordar alianças. A superar divergências que são apenas detalhes diante da maior tarefa: reconstruir uma democracia sólida, para todos os brasileiros, sem distinção de cor, etnia, religião, crença. Todos são bem-vindos neste mutirão.

 O presidente Lula será o maestro que vai dirigir a maior orquestra do planeta, de 215 milhões de almas, tocando a partitura mais bonita jamais ouvida. Reconstruir, refazer, refazendo o país.

 A Amazônia deve parar de queimar. Árvores em pé nos dão vida, deitadas são todo um ecossistema assassinado.

Precisamos parar a destruição da Amazônia em nome da Vida. Precisamos respirar, precisamos dos animais que garantem aquela biodiversidade, precisamos do regime de chuvas que a floresta garante em equilíbrio perfeito.

O Brasil precisa, o planeta precisa da Amazônia.

 « O mundo precisa de Lula », dizia um grande cartaz luminoso em um prédio de Nova York na véspera da eleição.

Precisamos costurar o tecido social esgarçado, como a costureira numa roupa que esgarçou.

O fio e a agulha somos nós.

 Todos nós.


ACESSE O FÓRUM 21 

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A MÍDIA E A PERFÍDIA

 

Bolsonaro bate em retirada depois de um curto pronunciamento

por José Esmeraldo Gonçalves

Bolsonaro não fez um pronunciamento digno do nome após a derrota. Leu algumas linhas preguiçosas como ele ao longo do mandato. O texto é curto mas o infame levou dois dias para escrevê-lo e conseguir encaixar várias mentiras (comentários do blog assinalados em vermelho na transcrição do texto, abaixo). 

Ao fim da leitura das mal traçadas linhas, ele bateu em retirada, esquivando-se de responder a qualquer pergunta dos jornalistas. Pelo menos dois repórteres gritaram suas perguntas. Bolsonaro fingiu que não ouviu. Na imagem vê-se que alguns assessores e militares da boquinha chegam a parar e olham para os jornalistas. Pensaram em reagir? Se pensaram, logo amarelaram. Nunca saberemos porque eles também picaram a mula de volta aos comes e bebes do Alvorada. 

   

A Fala da Besta 

"Quero começar agradecendo os 58 milhões de brasileiros que votaram em mim no último dia 30 de outubro (Infelizmente, o total divulgado pelo TSE não exclui a compra descarada de votos, os efeitos da dinheirama do orçamento secreto e do auxílio, os votos amedrontados de funcionários de empresas bolsonaristas ameaçados de demissão, os eleitores pressionados pelas milícias, os que se assustaram com os bloqueios da PRF e desistiram de votar, os fieis que foram assediados e até ameaçados por pastores bolsonaristas).  

Os atuais movimentos populares são fruto de indignação e sentimento de injustiça de como se deu o processo eleitoral. (Essa é a mentira que ele repete há anos. Diz, sem nunca apresentar provas, que a urna eletrônica possibilita fraude. Já colocou até as Forças Armadas para "investigar" o sistema eletrônico. Os militares não encontraram nem a tecla 'num lock' do computador).  

As manifestações pacíficas sempre serão bem-vindas, mas os nossos métodos não podem ser os da esquerda (Aqui não cita os "métodos" do bolsonarismo, os assassinatos por parte de apoiadores, agressões, a prepotência de quem saca pistolas e fuzis contra opositores), que sempre prejudicaram a população, como invasão de propriedades, destruição de patrimônio e cerceamento do direito de ir e vir. (Aqui, ele não faz condenação explícita aos bloqueios antidemocráticos e que pedem intervenção inconstitucional das Forças Armadas)

A direita (Ele quis dizer extrema direita) surgiu de verdade em nosso país. Nossa robusta representação no Congresso mostra a força dos nossos valores: Deus, pátria, família e liberdade. (Aqui repete o lema nazifascista, que os integralistas brasileiros copiaram de Hitler e Mussolini e o bolsonarismo de extrema direita adotou). 

Formamos diversas lideranças pelo Brasil. Nossos sonhos seguem mais vivos do que nunca. Somos pela ordem e pelo progresso. Mesmo enfrentando todo o sistema, superamos uma pandemia e as consequências de uma guerra. (Bolsonaro não enfrentou o 'sistema'. Como presidente, ele foi o sistema. Um mau sistema. Boicotou compra de vacinas, pregou uso de remédios ineficazes, desprezou a máscara, seu governo não fez campanhas educativas, debochou dos mortos pela covid, tolerou corrupção nas compras de insumos para a saúde), 

Sempre fui rotulado como antidemocrático e, ao contrário dos meus acusadores, sempre joguei dentro das quatro linhas da Constituição. Nunca falei em controlar ou censurar a mídia e as redes sociais. (Outra mentira: Bolsonaro participou de manifestações públicas golpistas e de ameaças ao STF, o que a Constituição proíbe, controlou parte da mídia através da distribuição de verbas publicitárias que privilegiaram as redes Record, SBT, RedeTV e JovemPan, entre outros veículos da direita, e agrediu verbalmente vários jornalistas, especialmente mulheres). 

Enquanto presidente da República e cidadão, continuarei cumprindo todos os mandamentos da nossa Constituição. (Desrespeitou tanto a Constituição que provavelmente jamais a leu)

É uma honra ser o líder de milhões de brasileiros que, como eu, defendem a liberdade econômica, a liberdade religiosa (Jamais se manifestou contra a perseguição às religiões de matriz africana por parte de evangélicos que depredam templos e agridem umbandistas e candomblecistas) e, a liberdade de opinião, a honestidade. Seu governo foi corrupto em várias áreas, somou inúmeros escândalos e vários casos estão sob apuração da Justiça mesmo com a PGR aparelhada bloqueando várias investigações. Não por acaso, Bolsonaro decretou sigilos de 100 anos em documentos relacionados a irregularidades) as cores verde-amarela da nossa bandeira.

Muito obrigado."


VEJA NO VÍDEO A REAÇÃO DOS JORNALISTAS QUANDO BOLSONARO FOGE DE PERGUNTAS.  CLIQUE AQUI

Pra não esquecer quem pariu Bolsonaro

 

Reprodução Twitter 

terça-feira, 1 de novembro de 2022

Bolsonaristas estão tensos



Os bolsonaristas ainda não se recuperaram da derrota. Bolsonaro passou dois dias recluso, trancado no Alvorada. Hoje deu as caras para fazer um pronunciamento tão curto que mais pareceu um post do twitter. Entre os assessores havia, o responsável por Assuntos Estratégicos parecia tenso. Em alguns segundo ele roubou a cena ao lado do púlpito. À esquerda na reprodução, Ciro Nogueira morde os lábios;  Eduardo Bolsonaro olha para o nada.

O controle (dos microfones) da mídia segundo Bolsonaro



Nos pronunciamentos de Bolsonaro, como o de hoje, há uma regra para a colocação dos microfones na "área nobre" do púlpito. Globo e GloboNews não entram.

Em pronunciamento anterior: na primeira fila, só as redes amigas.

A assessoria de comunicação de Bolsonaro não tem muito o que fazer. Para o quase ex-presidente, falar com a imprensa é dizer bobagens no "cercadinho" ou nas "lives". Para fugir do ócio, uma das principais tarefas do staff de comunicação é arrumar os microfones do púlpito presidencial para os pronunciamentos. Mas até nisso parecem não ter autonomia. Há uns regra bolsonarista para a posição dos microfones. A Globo e a GloboNews, alvos do ódio do elemento, nunca ocupam a área vip do púlpito onde os logotipos das redes ganham visibilidade. As TVs amigas como Record, SBT, RedeTv, CNN Brasil (essa tem momentos críticos) Jovem Pan (essa parece estar agora higienizando a equipe e se livrando dos jornalistas de extrema direita) geralmente têm lugar na fila de cima, ao lado da TV Brasil, do governo. No pronunciamento de hoje, Bolsonaro disse que não controla a mídia. Errado: controla os microfones e manipula a distribuição de verbas publicitárias para os veículos "amigos".


Mídia: Ciro Nogueira enrolou Gerson Camarotti

 

Gerson Camarotti, da GloboNews, ouviu de Ciro Nogueira que Bolsonaro não cumprimentou Lula pela vitória porque em 2018 Haddad, então candidato derrotado, não o cumprimentou. Camarotti acreditou e veiculou a mentira. Haddad desejou sorte a Bolsonaro no seu mandato como se vê acima. 

Neymar ficou no vácuo?

Reprodução Twitter 

 

Titia fascista quer ir pro exílio

 


Bloqueio de estradas e o ataque ao "Capitólio" caipira

 



A PRFcontribuiu para dois ataques à Democracia, agiu como linha auxiliar do bolsonarismo. 

Um, durante a votação do segundo turno, quando montou bloqueios em centenas de vias em todo o Brasil. Isso, claro, demandou autorizações superiores, planejamento e um enorme custo em horas extras para os policiais (mais de 3 milhões de reais, segundo divulgado).

O segundo ataque se deu durante a onda de bloqueio. Quando as milicias políticas bolsonaristas intrerromperam a circulação em rodovias de 22 estados, em um ato ilegal minucionamente planejado e financiado, integrantes da PRF foram flagrados em vídeo confraternizando-se, trocando abraços com os bolsonaristas e apenas assintindo aos bloqueios. De resto, aparentando  compactuar com um crime. Ação política, sem dúvida.  Até porque não se trata de manifestação legítima tudo aquilo que vai contra a Constituição. 

Os milicianos bolsonaristas, como sempre, estão pedindo um golpe militar.  Isso é flagrantemente criminoso.

As autoridades do governo em extinção, o do Bolsonaro, na prática tiveram como prioridade preservar a manifestação antidemocrática e desprezaram as agressões, danos e prejuízos que eles causaram à população de 22 estados. 

O fechamento de estradas brasileiras é um ensaio de uma ofensiva semelhante à invasão do Capilólio, em Washington, promovida por Donald Trump e suas gangues políticas. Se esses dois atos não forem investigados e seus mentores punidos estará aberta a possibilidade de invasões de prédios públicos e tumultos durante a posse de Lula. 

Quanto à PRF entrou finalmente em ação efetiva graças à determinação do STF para que o conjunto de polícias militares dos estados entrassem em campo.

Não apenas a postura da PRF deixou os bloqueios se espelharem pelo país como seu líder, Bolsonaro, permaneceu inerte. Este, omiziou-se no Alvorada e ficou em silêncio diante de toda a situação. 

A expectativa era que o presidente derrotado saísse do bunker hoje para algum pronuciamento. 

Ou não. 

Não tem mais tanta importtância.   

Registre-se que a Federação de Agentes da Polícia Rodoviária Federal divulgou documento em que crítica a direção da PRF, faz uma ligação dos bloqueios com Bolsonaro e afirma a compromisso dos agentes com a Democracia.


LULA E A FOME DE BELEZA -Por Frei Beto (*) para o Diário do Centro do Mundo

 






Acabolsonaro! O povo brasileiro escolheu Lula para governar o Brasil pela terceira vez. O Inominável pode chiar, ofender, mas será despejado do Palácio do Planalto na manhã de 1º de janeiro de 2023. Voltará a ser um cidadão comum, sem imunidades, sujeito a responder, perante a Justiça, às inúmeras, sérias e graves acusações que pesam contra ele.

Lula ganhou, mas ainda não venceu. Sabe que enfrentará dificuldades significativas ao seu desempenho presidencial. Terá que lidar com um Congresso Nacional hegemonicamente conservador. E com governadores declaradamente bolsonaristas à frente de estados que exercem papel preponderante na política e na economia do Brasil, como São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro.

O mais atribulado desafio será enfrentar a cultura bolsonarista impregnada em milhões de cidadãos que incensavam o “mito” e, agora, assistem a sua queda e amargam a vitória lulista. Essa gente não é organizada, mas é autoritária, agressiva, violenta. Seu propósito é sabotar as instituições democráticas, propagar fake news e a filosofia do negacionismo, reforçar preconceitos (às mulheres, aos negros, aos indígenas e aos gays) e anarquizar a cultura.

Acometida de pareidolia, essa gente enxerga comunismo no vermelho de vestes cardinalícias. O bolsonarismo não é um sistema filosófico, é uma seita religiosa em torno de um líder miliciano. Não busca justiça, age por vingança. Não tem proposta, faz protesto. Não confia na força da lei, e sim na lei da força. Não tem adversários, mas inimigos. Valoriza mais a polícia que a política. Não respeita direitos humanos e apregoa a violência. Não dialoga, atira. Não crê em Deus, usa seu Santo Nome em vão. Considera a democracia um estorvo; a cultura, um caldo de cultura marxista; a diversidade, uma aberração; a crítica, uma ofensa.

Para governar o Brasil, Lula precisará demonstrar excepcional jogo de cintura. O PT tende a ocupar o vazio deixado pelo PSDB. Terá que atender as demandas dos pobres e dos ricos. Mas, como adverte o Evangelho, “ninguém é capaz de agradar a dois senhores...” (Mateus 6,24).

Lula tem plena consciência do que deveria e poderia ter feito em seus dois primeiros mandatos e não fez. Resta saber se terá condições políticas de levar adiante seus propósitos – reformas estruturais, políticas sociais robustas, combate à fome e ao desemprego, aumento significativo da qualidade da Saúde e da Educação; preservação ambiental.

O caminho para fortalecer o governo Lula não é propriamente o conchavo de bastidores, as alianças partidárias, os pactos federativos. Essa via já foi trilhada e resultou em escândalos e sobressaltos. Não se pode confiar num jogo em que o parceiro não age com lisura. A costura por cima sempre favorece quem despreza os que estão por baixo.

O caminho é o da conscientização, organização e mobilização populares. Sem povo na rua e nas redes, o governo Lula correrá o risco até mesmo de sofrer impeachment. Para se consolidar, terá que saciar a fome de pão e, também, a fome de beleza – pela educação política do povo. Há que promover um imenso mutirão paulofreiriano.

(*) Frei Betto é escritor, autor de “Por uma educação crítica e participativa” (Rocco), entre outros livros

LEIA NO DCM AQUI

O CONSOLO DA LEITURA


O recruta 00

O capitão Bolsonaro vai aproveitar a aposentadoria forçada para botar em dia suas leituras.

Vai reler sua coleção de gibis do Recruta Zero..


Cachorro vadio abandonado

Reprodução Twitter

domingo, 30 de outubro de 2022

Lula venceu muito mais do que uma eleição

Lula não venceu apenas uma eleição. Venceu a violência das milícias bolsonaristas, venceu a distribuição de verbas do orçamento secreto, venceu a compra de votos, a pressão de empresários que obrigaram funcionários a votarem em Bolsonaro ou perderiam os empregos, venceu a máquina policial e marginal da PRF e de algumas polícias estaduais que montaram barreiras para impedir eleitores de chegarem às urnas. Venceu os pastores corruptos, militares fascistas que se agarraram nas  boquinhas salariais. Venceu a onda de fake news, venceu armas, venceu assassinos que vitimaram petistas, venceu as ofensas. 

A vitória de Luiz Inácio Lula da Silva é a vitória da democracia.

sexta-feira, 28 de outubro de 2022

Bolsonaro do Caixão contra Doutor Honoris Causa Lula da Silva

 

Reprodução Twitter 

Mídia: debates precisam de uma bancada de checagem imediata para evitar que transmitam fake news para milhões de eleitores

por José Esmeraldo Gonçalves 

Hoje, às 21h30, a TV Globo transmite o último debate dentre Lula e Bolsonaro.  

Há uma coisa que as eleições desse ano comprovaram: o formato dos debates tornou-se obsoleto.

Não há dúvida de que, hoje, como em todos os outros encontros do tipo, a Rede Globo se transformará na maior platafoma de fake new do mundo. A campanha de Jair Bolsonaro se baseia no máximo de fake news; no uso da máquina (orçamento secreto, auxílios e privilégios para certas categorias de apoiadores; na intimidação dos eleitores por parte de empresários e pastores bolsonarista; na compra de votos, e na violência exposta em agressões, invasões de igrafas católicas. 

A própria Globo aparentemente detectou o sequestro do formato por Bolsonaro para a difusão de mentiras. Esse é o método que os bolsonaristas declaradamente importaram da campanha de Donald Trump. Além disso, atualmente existem o debate propriamente dito e a sua intensa repercussão na internet. E, nesta, as fake news geradas na TV ganham ainda mais asas.

A Globo mudou as regras do show em relação ao que foi estipulado no primeiro turno.        

Os cinco blocos alternarão temas livres e temas definidos pela produção. O último bloco está reservado para as considerações finais dos candidatos. Nos blocos 1 e 3, cada candidato terá 15 minutos e deverá administrar esse tempo entre perguntas, respostas, réplicas e tréplicas. Ns blocos 2 e 4 terão, cada um, dois subblocos de 10 minutos e os candidatos escolherão entre seis temas propostos pela produção. Ainda nesses dois blocos, cada candidato terá cinco minutos para debater e deverá administrar seu tempo entre perguntas, respostas, réplicas e tréplicas. Cada tema só poderá ser escolhido uma única vez, sem repetição. 

Pode melhorar, embora pareça confuso para os candidatos. A ver. 

De qualquer forma, as mudanças não parecem afetar a estratégia que Bolsonaro copia de Trump. 

O que deveria ser estudado é adicionar uma equipe de especialistas em banco de dados para identificar em questão de minutos e divulgar no mesmo debate as mentiras e erros flagrados. Isso evitaria que o programa endosse e se torne cúmplice da divulgação de fake news. 

Corrigir muito depois equivale a aceitar a estratégia da mentira já que os eventuais desmentidos nunca alcançarão o mesmo público nem a mesma audiência. 

Alertar para fake news, no ato, é tecnicamente possível. A tecnologia 5G está aí pra dar super velocidade à internet. 

A matemática indica Lula 13

 



Fernando Henrique e Sarney na frenta ampla democática do Lula

 



BRAIL DE FATO: VEJA O VIDEO DE FHC CLIQUE AQUI



Reprodução Twitter

Voto consciente pela democracia

 

Reprodução Twitter

quarta-feira, 26 de outubro de 2022

"Ordenança, cueca nova para Bolsonaro "

 





O lado único, e podre, de Bolsonaro

 

Reprodução Twitter 



Serial killer social

Não apenas Paulo Guedes, mas o Secretário Especial do Tesouro, Esteves Colnago deu declarações claras sobre confiscar o reajuste do salário mínimo e das aposentadorias caso Bolsonaro seja reeleito. O décimo-terceiro salário poderá ser o alvo seguinte. É fato que o governo já tentou acabar com o BPC (Benefício de Prestação Continuada), um tipo de auxílio a pessoas com deficiência  e idosos acima de 65 anos em estado de pobreza. O que mais o governo serial killer do social vai tirar da cartola do neoliberalismo selvagem?  Impedir dedução do imposto de renda para saúde e educação, acabar com a licença-maternidade, suprimir o adicional para trabalhadores em ambiente insalubre, desmontar o SUS, implantar a previdência privada obrigatória, acabar de vez com programas de casa própria? Fora da economia, anistiar Roberto Jefferson e todo e qualquer bolsonarista processado, passar escolas públicas federais para administração de igrejas, rever leis contra racismo, assédio sexual e enterrar a Lei Maria da Penha, liberar porte de armas para menores de 16 anos, dispensar prova de origem de dinheiro vivo para compra de imóveis, permitir que as milícias se transformem em entidades beneficentes, liberar as igrejas evangélicas de pagamento de água, luz, telefone, roupa lavada, aluguel, combustível do jatinho, liberar cantor sertanejo de pagamento de impostos, anistiar Neymar e o Véio da Havan de todas as dívidas, dar de presente ao Flamengo o novo estádio, dobrar o orçamento secreto, tirar rachadinhas atividade legítima, tornar próteses penianas, consolos e similares direito trabalhista de militares reformados  e legalizar funcionário fantasma.


De Leneide Duarte-Plon, de Paris, para o portal Fórum 21 - Diante do fascismo, a democracia brasileira é um hímen complacente


A  frágil democracia brasileira vem funcionando ultimamente como um hímen complacente, expressão que meu amigo Otto Lara Resende usava para significar excesso de condescendência em certas situações.

 Vemos tudo ser aceito e digerido por uma sociedade resignada, os limites ao exercício do poder são constantemente ultrapassados – quando quem governa é a direita – sem que haja quase nenhuma resistência por parte da sociedade ou da Justiça, cuja função numa democracia é garantir o bom funcionamento das instituições democráticas.

 Penso na complacência da sociedade diante do sigilo de 100 anos, do orçamento secreto, dos constantes cortes de verbas da saúde e da educação, do escândalo da tentativa de compra de vacinas superfaturadas, do viagra e das próteses penianas para os velhos militares… além de toda a série de horrores que a imprensa e as instituições foram normalizando nos últimos quatro anos.

  O Brasil avança para um pós-fascismo, misto de fundamentalismo neopentecostal e do projeto de poder totalitário e antidemocrático do bolsonarismo.

 Se os brasileiros não disserem claramente, dia 30 de outubro, que desejam outro modelo de país, o Brasil pode tornar-se uma teocracia fundamentalista que vem se construindo no ódio ao pensamento racional, à cultura, ao debate de ideias, às artes em geral. Com a caução dos militares que já dirigem o país desde 2018.

 O Brasil não vive o fascismo mussoliniano que a Itália conheceu de 1922 a 1943. Mussolini, o Duce, instalou um governo ditatorial em 1922 até ser demitido do cargo de primeiro-ministro pelo rei Vítor Emanuel II, em 25 de julho de 1943. O ditador foi preso, para ser libertado pelos alemães e « reinar » sobre uma « República Social Italiana » fantoche, em Salo, norte da Itália, ocupado pela Alemanha até 1945. Benito Mussolini foi morto por guerrilheiros resistentes.

 O fascismo mussoliniano não é um modelo copiado ao pé da letra no Brasil, mas vai sendo reinventado e adaptado ao século XXI ao Sul do Equador. Na conferência de Umberto Eco, “Reconnaître le fascisme” (Grasset, 2017) o grande semiólogo, filósofo e linguista escreve: “Pode-se jogar o fascismo de mil formas, sem que jamais o nome do jogo seja outro”. Em todas as formas de fascismo, diz Eco, a cultura é suspeita porque é identificada ao pensamento crítico.

 “No fascismo italiano o poder legislativo tornou-se uma ficção, o executivo controlava diretamente o poder judiciário e a mídia, promulgando diretamente novas leis (entre as quais as que faziam a defesa da raça com o apoio formal do Holocausto) “, escreve Umberto Eco.

 O domínio do Executivo sobre os outros poderes vem sendo tentado no Brasil desde 2018 e poderia se exacerbar num novo mandato.

 

 Bandeiras 

 Quando, em 2008, cheguei à casa do general Paul Aussaresses, na Alsácia, para entrevistá-lo para a Folha de S.Paulo – entrevista que se desdobrou em diversos encontros que viraram um livro (A tortura como arma de guerra - da Argélia ao Brasil) – vi em destaque na sua sala uma enorme bandeira francesa pregada na parede.

 Paul Aussaresses era coronel durante a guerra da Argélia e foi o temido chefe dos esquadrões da morte. Os militares franceses matavam e faziam desaparecer os corpos de resistentes e independentistas argelinos. Foram milhares de desaparecidos naquela guerra, na qual os franceses aperfeiçoaram diversas formas de enfrentar a Frente de Libertação Nacional, entre as quais o controle das populações civis e os interrogatórios sob tortura. A “escola francesa” foi, como mostro no livro, um modelo para a ditadura brasileira.

Aussaresses nunca deixou de ser anticomunista, racista e adorador de sua bandeira, ranço de todo fascista. Os neofascistas do partido Front National – que completou este mês cinquenta anos e foi fundado por Jean-Marie Le Pen, ex-torturador da Guerra da Argélia –– desfilam com bandeiras e as exibem em todos os comícios. O símbolo do partido na época da fundação era uma chama (inspirada na chama do partido fascista italiano) com as cores da bandeira francesa: azul, branco e vermelho. Aos poucos, o Rassemblement National, novo nome do partido de Le Pen, foi abandonando imagens associadas ao fascismo para tornar Marine Le Pen mais palatável ao eleitorado.

Em aliança com a Liga e com o Forza Italia, partidos de Matteo Salvini e de Berlusconi, o partido pós-fascista Fratelli d’Italia, obteve maioria nas eleições italianas de 25 de setembro levando Georgia Meloni ao poder. Esta denominação de pós-fascista é a que está sendo mais usada pelos jornais franceses e italianos para designar os novos seguidores de Mussolini, que Meloni elogiou alguns anos atrás. Os vídeos estão aí para mostrar sua admiração pelo Duce.

LEIA A MATÉRIA COMPLETA NO PORTAL FÓRUM 21  AQUI

A "Gestapo" caipira

A gangue bolsonarista de Mafra e Rio Negro, cidades situadas na fronteira de Santa Catarina e Paraná, divulgou na região lista de boicote a estabelecimentos e prestadores de servico que os elementos definem como "de esquerda". Em mensagens na rede, eles avisam que pessoas "de direita" não devem comprar ou frequentar tais estabelecimrento. Ao mesmo tempo circulam ameças na região. 

Depois do ataque armado do terrorista Roberto Jefferson, democratas devem ter cuidado.  

A tara "sugerida"

Inacreditável. Boolsonaro, em defesa do amigo assediador de funcioárias da Caixa, declarou, textualmente, em um podcast: 

"Não vi nenhum depoimento mais contundente de qualquer mulher. Vi depoimentos de mulheres que sugeriram que isso pode ter acontecido". 

As vítimas da safadeza do amigo de Bolsonaro, o ex-presidente da Caixa, Pedro Guimarães, divulgaram nota revoltadas com a fala cínica do presidente.  

"As vítimas de assédio dizem "ser motivo de tristeza que condutas como apalpar seios e nádegas, beijar e cheirar pescoços e cabelos, convocar funcionárias até seus aposentos em hotéis sob pretextos profissionais diversos e recebê-las em trajes íntimos, além de constantes convites para 'massagens', 'banhos de piscina' ou idas a 'saunas' sejam naturalizados e tidos como 'não contundentes' pelo Chefe do Poder Executivo".

Depois de ser flagrado em assédio moral - o já famoso caso "píntou um clima" - diante de adolescentes venezuelanas, Bolsonaro normaliza o assédio sexual. É um padrão ou não é?   

Bolsonaro bomba nas memes: amigo de terrorista, do padre 171, mentiroso e covarde

 

O padre 171 e o terrrorista


Bolsonaro negou que algums dia tivesse feito foto ao lado de Roberto Jefferson.
Fez centenas, comoas redes mostraram. Jefferson participava da campanha do anormal e foi o "inventor" do padre 171.
Reproduções Tewtter
 


terça-feira, 25 de outubro de 2022

Da Folha, hoje: mais uma medida secreta é vazada

 


Brasileiros democratas estão tornando públicas medidas que o governo Bolsonaro quer lançar após fechadas as urnas confiando na reeleição. Ao confisco da correção do salário mínimo se junta essa que Folha pública hoje. Lembrando que a tabela do IR não é corrigida desde 2015, quando já se articulava o golpe contra Dilma Rousseff. Essa é mais uma apropriação de dinheiro  do contribuinte para desvios do orçamento secreto, superfaturamento de compras e obras.

segunda-feira, 24 de outubro de 2022

Foto-pocotó-cas

 



Reproduções iFunny/Twitter

Fake News em eleição - Em 1989, a mídia relacionou o sequestro de Abílio Diniz ao PT. E só desmentiu após as eleições. O Globo, Jornal do Brasil e Folha de São Paulo mentiram para favorecer Collor de Mello


São Paulo – A cobertura da mídia sobre o sequestro do empresário Abílio Diniz, executivo do grupo Pão de Açúcar, em 1989, foi decisiva para o resultado do segundo turno das eleições, em que concorriam Fernando Collor de Mello (PRN) e Luís Inácio Lula da Silva (PT). A conclusão é da professora de comunicação Diana Paula de Souza que realizou a pesquisa “Jornalismo e narrativa: uma análise discursiva da construção de personagens jornalísticos no sequestro de Abíolio Diniz e suas repercussões políticas”.

Jornais da época suscitavam envolvimento do PT na ação, usando fontes da polícia. Após a vitória de Collor, as acusações foram desmentidas. O estudo analisou os jornais O Globo, Jornal do Brasil (JB) e Folha de S. Paulo, de 17 a 20 de dezembro de 1989.

O sequestro de Diniz aconteceu em 11 de dezembro de 1989, por integrantes do Movimento de Esquerda Revolucionária (MIR), mas só foi revelado após a libertação do executivo, no dia 16 de dezembro, véspera do segundo turno da primeira eleição direta no Brasil, pós-ditadura.

Segundo a pesquisadora, no dia 17 de dezembro começaram os “relatos jornalísticos sobre material de propaganda política do PT que teria sido encontrado junto com os sequestradores”. E logo no início das investigações “percebe-se um esforço dos veículos para estabelecer uma conexão entre o sequestro e o então candidato à Presidência da República, Luís Inácio Lula da Silva”, como no trecho de O Globo do dia 18 de dezembro. “Tuma assegurou que os terroristas integram duas organizações de extrema esquerda no Chile – Movimento de Esquerda Revolucionária (MIR) e Organização de Resistência Armada (Ora) e que em poder dos que foram presos foi apreendido material de propaganda política do PT”.


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