segunda-feira, 14 de setembro de 2015

Uso excessivo de "fontes não-autorizadas", "fontes palacianas", "interlocutor do ministro", "amigo da coluna" e outras supostas origens de "notícias'" favorecem as "barrigas" da mídia...

LEIA NO PORTAL IMPRENSA, CLIQUE AQUI

Dilma sob pressão....

por Flávio Sépia
Em meio a todas as pressões políticas, desde conspiração golpista, pedidos de intervenção militar, sugestões de renúncia e até de suicídio - como escreveu abertamente um colunista - e com a oposição torcendo e ajudando a viabilizar o pior-melhor, sem falar nos próprios erros e vacilos do governo e na falta de apoio até dos chamados movimentos sociais, Dilma - diz a Folha - tenta salvar alguma coisa dos programas sociais implantados na última década. Muitos aliados se omitem e os oportunistas pulam do barco. Dilma dificilmente conseguirá ganhar essa batalha. Claro que as forças conservadores estão surfando na falta de ação do governo e acelerando propostas que beneficiam corporações, fazem o mercado financeiro dar gargalhadas e os neoliberais tomarem um porre de felicidade. A ordem nos porões conspiradores é manter o país paralisado e passar um trator em qualquer coisa que faça a distribuição de renda melhorar um milésimo sequer. Dias difíceis.

Pedro, 17 anos, filho do tricampeão mundial Nelson Piquet, vence a F3 Brasil e vai, ano que vem, para Europeu de F3. Segundo o pai, "será a hora dele mostrar se é diferente ou não"

Pedro Piquet no pódio. Foto de Fábio Davini/Vicar

Bicampeão da F3 Brasil, Pedro Piquet correrá na Europa em 2016. Foto de Fábio Davini/Vicar
Um Piquet, em ascensão, nas pistas. No fim de semana, Pedro Piquet, 17 anos, tornou-se bicampeão da F3 Brasil, Categoria A. O título veio na sexta etapa, em Campo Grande (MS), por antecipação. Pedro também corre na Porsche GT3 Cup. Mais um do clã, cuja primeira aposta na Fórmula 1 foi o piloto Nelsinho, que mostrou potencial mas envolveu-se no caso da derrapada proposital do seu Renault, quando denunciou os os membros da equipe que forçaram a simulação e teve a carreira prejudicada na principal categoria do automobilismo mundial. Nelsinho Piquet corre hoje pela FE, fórmula mundial de carros elétricos, onde foi campeão no ano passado. Geraldo, o filho mais velho, é piloto de Fórmula Truck e Laszio, que mora na Europa, compete em provas de motociclismo. Mas Nelson Piquet já pensa mesmo é no futuro do jovem piloto, Pedro que já podia estar na Europa, mas o pai preferiu que ele ficasse mais um ano no Brasil, para aprimorar os fundamentos e concluir o Ensino Médio. Agora, em 2016, vai levá-lo para a Inglaterra, onde correrá o Europeu de F-3. "Pedro teve um ano impecável aqui no Brasil, não cometeu nenhum erro, está de parabéns. Ela segue agora para a F3 onde vai realmente mostrar se é diferente ou não", diz Nelson Piquet, tricampeão do mundo e um dos maiores e mais combativos pilotos da história das competições.

domingo, 13 de setembro de 2015

Deu no Washington Post: FBI espionou Gabriel García Márquez


por Flávio Sépia
Além de vestir a camisola da mãe, como revelou o seu dossiê post mortem,  J. Edgar Hoover, o chefe do FBI e ícone da direita americana, tinha uma fixação ideológico-doentia no escritor Gabriel García Márquez. Não se sabe se os bigodes do escritor colombiano o tiravam do sério. Mas, segundo o Washington Post revelou há poucos dias, Hoover  botou seus arapongas para vigiar o colombiano desde 1961 e pelos 24 anos seguintes. Um alto investimento, ele devia considerar Márquez mais perigoso do que um Bin Laden dos dias de hoje. Sem intimidade com a literatura, o FBI abriu a pasta, inicialmente,  sob o nome de José García Márquez. É tão ridículo o dossiê agora revelado que dele constam até livros impressos, encontráveis na livrarias, com o carimbo de "secreto". Há trechos de relatórios simplesmente copiados de orelhas de livros. São 137 páginas de besteirol, com as quais, certamente, Hoover, além de exercer sua paranoia, arrancou algumas verbas do tesouro americano. Nunca foi levantado qualquer material que justificasse uma abertura de processo mesmo na justiça americana patologicamente anticomunista.  Mas havia determinações do tipo "no caso de ele entrar nos EUA para qualquer finalidade, o Bureau deve ser imediatamente avisado".
No estilo policialesco das mais assumidas ditaduras, o FBI produzia dossiês também de Ernest Hemingway, John Steinbeck, assim como vigiava artistas, intelectuais e diretores de cinema americanos, especialmente nas décadas de 1960 e 1970. Mas García parecia receber atenção à parte. Tal espionagem, como ficou comprovado, persistiu até 1985. É uma espécie de recorde.
García Márquez morreu 17 abril de 2014, em sua casa na Cidade do México, aos 87 anos, foi espionado desde os 33. Às vésperas do enterro do escritor, o presidente Obama chamou García Márquez de "um representante e voz para os povos das Américas". "O mundo perdeu um dos seus maiores escritores visionários - e um dos meus favoritos a partir do momento que eu era jovem", disse Obama. Se vivo fosse, Hoover teria ateado fogo à sua camisola. "Como pode um presidente americano falar assim de um comunista safado?", teria dito enquanto jogava ao chão os brincos e o colar de pérolas. Em tempo: Hoover foi e é o ídolo da direita americana. Hoje virou motivo de gozação (como na charge acima), não por preconceito mas por ser ele um tipo de homossexual homofóbico. Foi tão reacionário que, respeitadas as diversidades, merece o deboche político. No 4 de julho, seu túmulo é visitado por admiradores e coberto com a bandeira americana. E, talvez, com uma patriótica calcinha de renda vermelha e branca. Com estrelas.

Governo tucano faz contribuinte paulista pagar anúncio na revista "coxinha" "Caviar Lifestyle". Não acredita? Veja na Folha... Pode isso, Geraldo? Caviar vai entrar na cesta básica da periferia?







LEIA NA FOLHA DE SÃO PAULO, CLIQUE AQUI

Deu no New York Times: as águas do degelo vão rolar em prazo mais curto...


Em geral, as projeções dos cientistas são desprezadas pela maioria dos chefes-de-estado e pelo interesse imediato e infatigável caça ao lucro por parte das grandes corporações. Políticos e capitalistas consideram a economia mundial mais frágil do que o meio ambiente e, juntas, essas forças conspiram para adiar, ano a ano, medidas mais efetivas para proteger o planeta. Tempo passando, oportunidades perdidas. O New York Times publicou na semana passada mais uma alerta emitido por pesquisadores. Os efeitos do degelo provocado pelas emissões de combustíveis fósseis (carvão, petróleo e gás natural), que já se fazem sentir nas mudanças climáticas, serão ainda mais evidentes na próxima década. Os cientistas anunciam que a velocidade do degelo é maior do que se previa. Antes, estimava-se em mais mil anos o ponto de fusão de todo o gelo do planeta. Agora, essa previsão baixou, surpreendentemente, para 500 anos. Os efeitos serão catastróficos, muitas consequência imprevisíveis, mas uma delas já pode ser mensurada: quando todos os depósitos de carvão, gás e petróleo forem queimados, o nível do mar terá subido em cerca de 55 metros. A equação é simples: se o homem queimar todo esse combustível fóssil - e, com o preço do petróleo em baixa esse ritmo é ainda maior, com o custo-benefício desfavorecendo investimentos em energias alternativas -  todo o gelo do planeta vai virar água. Em 1995, o diretor Kevin Reynolds dirigiu "Waterworld" , estrelado e produzido por Kevin Costner. Uma produção caríssima que, para os padrões de Hollywood, foi tida como fracasso de bilheterias. O filme mostra a Terra após o derretimento das calotas polares. As pessoas vivem em ilhas artificiais, barcos, plataformas e em velhos navios. Os personagens da trama buscam encontrar um único lugar de terra firme que restou no mundo. Ficção científica, sim, mas agora com data marcada para se tornar realidade. Provavelmente, os líderes mundias vão achar 500 anos muito tempo. Coisa para as próximas, próximas, gerações. "Melhor relaxar...", dirão.
Na ficção de "Waterworld", cidades submersas após o degelo dos Pólos são substituidas por precárias ilhas artificiais. Na projeção dos cientistas, o cenário do filme não é tão ficcional assim. 

US Open 2015: a campeã recebe a taça e anuncia a aposentadoria...

Flavia Pennetta comemora o título na...

...quadra do Arthur Ashe Stadium. Fotos ITF
por Omelete
A partida final feminina do US Open foi um inesperado duelo de italianas. Muitas favoritas, entre elas a americana Serena Williams, ficaram pelo caminho. Consideradas "zebras", Roberta Vinci e Flavia Pennetta se enfrentaram pelo título. Deu Pennetta, de 33 anos, cuja carreira, embora destacada, só agora, com a vitória em Nova York, a levou ao 8° lugar, sua melhor posição no ranking mundial. A campeã anunciou na quadra mesmo, enquanto recebia o troféu, que se aposenta, levando o seu Grand Slam e o título de musa das quadras que a acompanhou desde a estreia. Os jornalistas que cobrem o circuito mundial de tênis vão sentir falta de Flavia Pennetta. Nas entrevistas, ela criava polêmicas ao revelar bastidores das competições. Certa vez, em entrevista a um programa de TV italiano, abriu o jogo sobre sua vida sexual e falou sobre homossexualismo e doping no tênis. Apontou os tenistas com os quais gostaria de "dar uma rapidinha" e fez questão de dizer que mulher não é seu ramo e nem Maria Sharapova teria chance com ela.  Não praticava abstinência em véspera de jogo, mas sexo livre, e namorou três ou quatro tenistas - "no cimento, na grama, em avião, hotel". A tenista, conhecida na Itália também pelas campanhas publicitárias que protagonizava, costumava desfilar nas passarelas de Milan, exibindo coleções esportivas ou de verão.
Dublê de modelo, Flávia Pennetta desfila moda esportiva nas...

...passarelas de Milão. Fotos Red Sources



sábado, 12 de setembro de 2015

Ivi Pizzot na capa da Raça, a revista que desafia o conservadorismo editorial da moda



por Omelete
Ivi Pizzot, bailarina do programa do Faustão, da TV Globo, é capa da revista Raça. É bem mais difícil você se deparar com a bela Ivi em capas de revistas conservadoras, de moda, por exemplo, mas a Raça é uma publicação de grande alcance que foca o público negro e vem ganhando espaço.

Foi há 55 anos. Alguém lembra? A crise do avião U-2 abatido quando espionava a URSS





Em 1960, a expectativa de um conflito nuclear era real. Quando a União Soviética abateu o avião-espião U2 e capturou o piloto Francis Power, o mundo ficou em alerta máximo. A paranoia bateu nas alturas. O então presidente americano Dwight Eisenhower negou, em princípio, que houvesse qualquer avião dos Estados Unidos sobre as bases militares da URSS. Mas acabou desmoralizado quando Moscou apresentou pedaços do jato e o próprio piloto e mostrou as baterias de mísseis terra-ar SA que derrubaram o jato espião. A guerra nuclear não veio, Power foi condenado à prisão mas depois de cumprir 18 meses, americanos e soviéticos negociaram trocas de espiões e ele voltou aos Estados Unidos. Curiosamente, 55 anos depois, ainda há U2 operacionais,. agora dotados de equipamento digital sofisticado e sensores de última geração. Recentemente, foi noticiado que os Estados Unidos desenvolvem um novo avião-espião após concluir que nem sempre as fotos enviadas pelos satélites mais sofisticados são tão detalhadas quanto aquelas feitas por aviões que voam a grande altitudes mas abaixo da atmosfera, como o velho U2.
Para as novas gerações, U2 é apenas o nome de uma excelente banda de rock, mas, acreditem, em 1960, o mundo tremeu por causa dessa crise.
Com características de planador com suas asas longas, o U2 tem grande autonomia e voa a até 21 mil metros de altura. O jato espião abatido sobre a URSS ganhou notoriedade, mas também foram derrubados U2 em Cuba, por ocasião da chamada crise dos mísseis, dois sobre a China e mais um sobre a Rússia, incidentes que não foram noticiados tendo os Estados Unidos admitido tais perdas anos depois. Os U2 atuaram na guerra do Vietnã e, mais recentemente, no Afeganistão. Não há comprovação, mas um "novo" U2, supostamente em fase de testes, deverá entrar em operação nos próximos anos. Seria o "Aurora", cuja existência foi denunciada por um observador britânico. Abaixo, um representação artística do futuro avião-espião, cuja existência é negada por Washington..

Gisele Bundchen, o livro...

Na capa do livro, Gisele em foto de Irving Penn 
por Clara S. Brito
Gisele Bundchen, em livro, é uma das atrações da ArtRio, na zona portuária do Rio de Janeiro. Mas o livro, com 300 fotos, não estará ao alcance dos mortais comuns: cada exemplar custará mais de 2 mil reais já que serão rodadas apenas 2.500 cópias. Chama-se "Gisele Bundchen, o livro" e deve ser lançado até o fim do ano pela editora Taschen. Tem mais de 500 páginas. Pelo que se sabe, os futuros leitores não devem esperar trechos apimentados da vida da modelo que namorou figuras do jet set como Leornardo di Caprio.

80 ANOS DE GERALDO VANDRÉ: UMA HISTÓRIA CHEIA DE MISTÉRIOS

por Vitor Nuzzi ( para a Rede Brasil Atual) (*)
"Minha história é secundária", disse em maio um incomodado Geraldo Vandré ao repórter Julio Maria, do jornal O Estado de S. Paulo, ao responder se o público não mereceria conhecer sua trajetória artística. Era um comentário sobre biografia não autorizada lançada um mês antes. Neste setembro, quando Geraldo Pedrosa de Araújo Dias (seu nome de batismo) completa 80 anos, serão lançados dois livros a seu respeito, de certa forma contestando a afirmação sobre a obra de sua criação. Corte para a noite de 15 de agosto de 2014, no terminal rodoviário do Tietê, na zona norte de São Paulo. Em um espaço do maior terminal da América do Sul, fica um piano. Um anônimo senta, começa a tocar e logo junta uma pequena multidão em volta. Os acordes são reconhecidos de imediato. A letra é longa, mas alguns arriscam-se a cantar, conforme registro feito por um ouvinte que passava por ali. No final, o intérprete ganha aplausos.
Em outra escala, a cena se repete em 20 de junho último, na praça da República, centro paulistano, na abertura da Virada Cultural. O maestro Rui Torneze, da Orquestra Paulistana de Viola Caipira, anuncia o bis, para "cutucar o coração". É a mesma composição tocada pelo pianista desconhecido, agora executada por dezenas de violas – instrumento para a qual a música foi concebida – e aplaudida com emoção ao final. A música é Disparada, parceria de Vandré com o violonista Theo de Barros, nascida durante uma viagem a Catanduva, no interior paulista, em 1966. "Ele pegou a música caipira, juntou Guimarães Rosa e fez uma coisa completamente nova. Como obra de arte, Disparada talvez seja a música mais perfeita que o Brasil já produziu", declarou, em depoimento, o jornalista e pesquisador Alberto Helena Jr., um dos primeiros a ouvir a canção.
Foi o primeiro e único caso de empate na chamada era dos festivais. Naquele 1966, Disparada e A Banda, de Chico Buarque, foram declaradas vencedoras no concurso da TV Record. Na verdade, A Banda havia vencido, mas o próprio Chico exigiu o empate, por considerar – até hoje – que Disparada era melhor. A canção foi defendida por Jair Rodrigues, em interpretação épica, mas que antes de acontecer foi vista com certa desconfiança por Vandré, por considerar Jair muito brincalhão. O primeiro encontro entre eles foi ríspido, mas depois de vê-lo cantando o autor deu um abraço de "quebrar ossos" no intérprete.
O ano de 1966 foi especial para Vandré. Ele venceu também o festival da TV Excelsior, com Porta Estandarte, parceria com Fernando Lona, que, vindo da Bahia, finalmente pôde com o prêmio alugar um apartamento. Além disso, o compositor foi responsável pela trilha sonora de A Hora e Vez de Augusto Matraga, filme de Roberto Santos com base em conto de Guimarães Rosa e representante do Brasil no festival de Cannes. Pouca coisa se sabe efetivamente sobre a obra de Geraldo Vandré. Sua carreira de músico profissional foi relativamente curta e prejudicada por um certo folclore alimentado pelo silêncio. São apenas cinco LPs lançados, de 1964 a 1973, data de seu retorno ao Brasil, após quatro anos e cinco meses de andanças pelo exterior, em uma saída forçada pela repercussão de sua música mais conhecida, Pra não Dizer que não Falei das ­Flores (Caminhando), de 1968. A partir daí, prevaleceram as lendas. Para usar uma expressão do escritor Eric Nepomuceno, em artigo recente no jornal Valor Econômico, o artista "alcançou píncaros de luz para depois mergulhar numa névoa densa, carregada de perguntas sem resposta e mistérios sem solução".
As perguntas mais recorrentes são se Vandré foi mesmo torturado, se enlouqueceu. Ou por que motivo nunca mais se apresentou no Brasil – seu último show foi do lado paraguaio da fronteira, em 1982. A alguns artistas, como Jair Rodrigues e Ney Matogrosso, chegou a falar em fazer apresentações "nas fronteiras", que nunca aconteceram.
Vandré estava no radar do regime, mas tortura física nunca houve. Talvez algo mais grave tivesse acontecido se ficasse no Brasil. Depois da decretação do AI-5, em 13 de dezembro de 1968, ele permaneceu escondido – na casa de praia do pai de sua namorada, no litoral sul paulista, e depois no apartamento de dona Aracy, viúva de Guimarães Rosa, no Rio de Janeiro, perto do Forte de Copacabana. Os soldados faziam manobras e Vandré, versos.
Durante o carnaval de 1969, ele deixou o país disfarçado em direção ao Uruguai, e de lá para o Chile. Partiu para a Europa, andou pelo Velho Continente, fixou-se na França e, por fim, voltou ao Chile, de onde saiu dois meses antes do golpe que em setembro de 1973 derrubou Salvador Allende e iniciou um período de terror.
Geraldo Vandré, Stella Marinho e Tom Jobim,
no Maracanazinho em foto da revista Manchete
Artistas como Caetano Veloso e Chico­ Buarque, presos naquela época, dizem que nos interrogatórios era possível perceber certa "prioridade" dos militares em relação a Vandré. Alguns falavam mesmo em matá-lo, segundo o compositor baiano. Famoso produtor de festivais, Solano Ribeiro acredita que ele poderia ser morto se fosse preso no pós AI-5. Por ironia, seu último show no Brasil como cantor profissional foi em 13 de dezembro, data do ato institucional, em Anápolis (GO).
O motivo de tanta raiva seriam alguns versos de Caminhando, que teriam sido especificamente destinados aos militares, em um período que culminaria no período mais violento da ditadura. A canção carimbou em Vandré o rótulo de "cantor de protesto" ou antimilitarista. Mais de uma vez ele tentou explicar que a música não era contra as Forças Armadas, mas contra uma situação política, um momento da história brasileira. "Caminhando não é uma canção de guerra e os versos 'nos quartéis se aprende a morrer pela pátria e viver sem razão' não se refere somente a militares, mas é um modo de me exprimir para explicar todo tipo de profissão que restringe as pessoas a um certo modo de vida. Aliás, muitos militares concordaram com os versos", disse Vandré em uma entrevista coletiva, no meio da polêmica, em 1968.
Muitos não gostaram: no teatro Opinião, no Rio, onde se ele apresentava com o Quarteto Livre no show Pra não Dizer que não Falei das Flores, houve um atentado a bomba, que não deixou feridos. Os músicos haviam saído pouco antes para comer uma pizza. Na mesma época, ele declarou ao repórter Arthur Poerner, no Jornal do Brasil, um dos que o ajudaram a deixar o país: "A música é, portanto, uma mensagem, uma informação, não um conselho. Mesmo porque o povo não precisa de conselhos". O refrão é uma necessidade da canção, disse Vandré, criticando quem tentava dissecar a sua como se fosse um comício, ou um tratado de sociologia.
Em 2007, à então estudante de Jornalismo Jeane Vidal, o autor chamaria sua obra mais famosa de expiação. "Mais do que uma canção, Caminhando foi um desnudamento. Um dizer-se tudo quando era proibido dizer-se quase tudo. Sem ofensas e sem reivindicações. Um relato indeclinável para todos nós, brasileiros, que ali nos reunimos num concurso de arte, sem paradigma e sem igual, até hoje, para mim." O concurso a que Vandré se refere foi o Festival Internacional da Canção (FIC) da TV Globo. Um representante do Brasil seria escolhido previamente para a fase internacional. Ganhou Sabiá, de Tom Jobim e Chico Buarque. Uma música delicada, que tratava do exílio, mas de forma sutil. O público queria a canção explícita de Vandré e vaiou longamente a decisão dos jurados. Não era exatamente para Tom, mas ficou marcada como a maior vaia que o compositor recebeu.

Burguês da canção
O médico otorrino José Vandregíselo (do qual se origina o nome artístico) foi ligado ao Partido Comunista, mas seu filho Geraldo nunca foi militante político. O compositor chegou a se definir como um "profissional burguês da canção". Vindo da Bossa Nova, como tantos, ele criou uma obra original, de nítida preocupação social, a partir da primeira música de seu primeiro LP, Menino das Laranjas (do futuro parceiro Theo de Barros), canção que se tornaria sucesso inicial de Elis Regina. Vandré começou a chamar a atenção depois da gravação de Samba em Prelúdio, em 1962, com a cantora Ana Lúcia – melodia de Baden Powell, letra de Vinícius de Moraes.
Paraibano de João Pessoa, formado em Direito no Rio de Janeiro e com a carreira musical desenvolvida em São Paulo, ele não foi Bossa Nova – embora tenha bebido dessa fonte, em parceria com autores como Carlos Lyra –, nem cantor de protesto. Brigou com os tropicalistas e com a TV Record (na qual apresentava um programa) e se definiu como nacionalista. Seu temperamento forte e o comportamento por vezes imprevisível certamente contribuíram para os boatos sobre loucura.
Ele acabou perseguido por causa de uma canção composta durante a Marcha dos 100 Mil, realizada em junho de 1968, em protesto contra a violência do regime. Deixou sua pátria e retornou em julho de 1973 após difíceis negociações com o governo – ainda no Chile, chegou a ser internado para tratamentos psiquiátricos. Uma condição para a permanência no Brasil foi uma falsa entrevista, forjada pelos militares e exibida no Jornal Nacional, da Globo, um mês depois da real data de seu retorno. Ali, Vandré renegou qualquer uso político de sua obra. Foi uma espécie de retratação, como se dizia na época.
O silêncio foi imposto e também assumido. Vandré deu entrevista em 1974 para o programa de estreia de Flávio Cavalcanti, mas o censor viu "apologia" à figura do artista e vetou o quadro. O Brasil também era outro. Tinha mudado durante os anos de exílio, com a massificação da cultura. Além disso, o ex-servidor público, exonerado por decreto fundamentado no AI-5, não gostou de ser reconduzido ao funcionalismo com base na Lei da Anistia, "como se eu fosse criminoso", conforme disse em 2010 ao jornalista Geneton Moraes Neto, da GloboNews, em entrevista gravada no dia em que completava 75 anos (12 de setembro).
Vandré também reclamou da falta de imagens do FIC de 1968 e chegou a pedir a Geneton que falasse com seus chefes. A Globo diz ter apenas alguns takes da fase internacional. Da mesma forma, não há registro do Jornal Nacional de agosto de 1973 com a entrevista sobre a "volta" do cantor, nem imagens de sua participação no festival da Record em 1967. Para a pesquisadora Dalva Silveira, autora do livro A Vida não se Resume em Festivais, houve uma tentativa do governo autoritário de "apagar Vandré e sua obra da memória coletiva nacional", à medida que a imprensa não podia fazer referência ao seu nome, nem ele podia se apresentar.

Lendas
Mas o compositor faz também sua crítica à sociedade que, de alguma forma, deu as costas quando ele retornou, doente e fragilizado, e que talvez o preferisse como mártir. E ajudou a alimentar a polêmica ao escrever, em 1985, um poema em homenagem à Força Aérea Brasileira, chamado Fabiana. Menos conhecida, Marina Marinheira fez referência a outra das forças armadas, e foi interpretada em show por Ney Matogrosso, em 1980. ­Vandré não deixou que ele gravasse.
Um livro pode fazer com que as lendas fiquem em segundo plano e as canções tenham mais destaque, como se deveria esperar de um artista. Além das duas mais conhecidas, Vandré é autor de composições como Canção Nordestina, Pequeno Concerto que virou Canção, Tristeza de Amar, Aroeira, Cantiga Brava, Maria Memória da Minha Canção, João e Maria, Fica Mal com Deus, De América e Desacordonar, feita no período do Chile, quando o artista percorreu o país para conhecer a experiência de reforma agrária. Ou Pátria Amada, Idolatrada, Salve, Salve, composta com Manduka, filho do poeta Thiago de Mello, e vencedora do festival de Agua Dulce, realizado no Peru em 1972.
Vandré também foi o primeiro a defender uma música de Chico Buarque em um festival (Sonho de um Carnaval, na extinta TV Excelsior, em 1965). E ajudou a revelar músicos até hoje admirados, inclusive internacionalmente. Theo de Barros, Heraldo do Monte, Airto Moreira e Hermeto Pascoal formavam o Quarteto Novo. Bhering, Hilton Acioli e Marconi eram o Trio Marayá. O último grupo a acompanhar o cantor foi o Quarteto Livre, com Nelson Ângelo, Franklin da Flauta, Geraldo ­Azevedo e Naná Vasconcelos.
Assim, há muito o que se explorar e descobrir no universo musical criado por Vandré. Sem se preocupar tanto com o festival que representou seu auge e o fim, ao mesmo tempo. Até hoje fala-se em uma possível pressão militar para que Caminhando não ganhasse em 1968. Algo desnecessário para demonstrar a importância do artista na música brasileira, como observou, em entrevista, Leon Cakoff, famoso pela criação da Mostra Internacional de Cinema de São Paulo – e que em 1968, aos 20 anos, bancava os estudos com o trabalho de assistente de Vandré. Com uma comparação cinematográfica, ele mostra que nem sempre é preciso ganhar para ser eterno.
"A história reserva às peças desse tabuleiro as suas posições corretas, não adianta você mexer. Tanto filme ganha Festival de Cannes e cai no esquecimento em seguida... E tantos filmes que não ganham prêmio nenhum e ficam eternos na memória de todos os cinéfilos", disse Leon em 2009. "Foi uma radiografia do momento, de uma época. Qual a foto deste momento que a gente está vivendo hoje? O que traduz este momento? Naquele momento, traduzimos com Caminhando."
E há muitas traduções possíveis. Anos atrás, Vandré usou a mesma palavra dita recentemente ao repórter do Estadão para expor o que pensa sobre a sociedade: para ela, a beleza tem função "secundária" – e quem a procura, também. Mas ele mesmo concluía que sem beleza não existe "o homem feliz". Em Teresópolis, região serrana do Rio de Janeiro, onde tem vivido nos últimos tempos e onde sua mãe morava (dona Marta morreu em 2011; "seu"José, em 1986), possivelmente é disso que ele se ocupa, fazendo canções e versos em silêncio.

(*) Biografia é história
O repórter Vitor Nuzzi lançou em abril o livro Geraldo Vandré – Uma Canção Interrompida, de forma independente e com tiragem limitada (100 exemplares). Primeira biografia do compositor, à qual o autor se dedicou por quase uma década, o livro está prestes a ser relançado, agora pela editora Kuarup.
Em 10 de junho, o Supremo Tribunal Federal (STF) julgou uma ação direta de inconstitucionalidade e pôs fim a uma espera de três anos, ao decidir que a publicação de biografias não exige autorização prévia. Todos os ministros acompanharam o voto da relatora, Cármen Lúcia. "Não é proibindo, recolhendo obras ou impedindo sua circulação, calando-se a palavra e amordaçando a história que se consegue cumprir a Constituição", afirmou a juíza, acrescentando que cabe à Justiça reparar eventuais abusos.
"O mais é censura, e censura é uma forma de cala-boca."
A polêmica é antiga, mas ganhou força em 2007, quando Roberto Carlos foi à Justiça para recolher livro escrito pelo biógrafo e professor Paulo Cesar de Araújo. A editora retirou o livro de circulação. Araújo promete relançá-lo, e até já assinou contrato com uma editora. Biografias são livros de história, e ninguém é dono da história, diz o escritor (leia entrevista publicada na edição 95).
O escritor Jorge Fernando dos Santos também lança uma biografia em setembro: Geraldo Vandré – O Homem que disse Não, pela Geração Editorial.

Para você entender a manchete do jornal....



por Omelete
Pois é. sensibilizados, os traficantes agradecem à "maioria da sociedade" por ajudar a manter e garantir o futuro dos seus lucrativos negócios. Aleluia! E o pó de dez vai na promoção, hoje vale oito...

Policia de Nova York agride o ex-tenista James Blake. Não por acaso, ele é negro. Deu sorte de não levar um tiro ou um mata-leão...

O ex-tenista James Blake estava parado, na frente do hotel, esperando um carro que o levaria ao US Open. O policial se aproxima, não pede identificação e...

...agride e joga o ex-tenista no chão. 
por Flávio Sépia
Ser negro nos Estados Unidos e andar na rua está se revelando uma atividade de alto risco. Quando não é bala, é humilhação e prisão "por engano". Supostamente confundido com um ladrão, o ex-tenista, negro, James Blake foi agredido e algemado, ontem, em frente ao hotel onde estava hospedado, em Nova York. Blake estava a caminho do US Open onde comentaria partidas para uma rede de TV. Sem que lhe fossem pedidos sequer documentos, foi jogado ao chão. Os cinco policiais envolvidos na prisão ilegal eram brancos, pra variar. Ele sofreu cortes e escoriações e passou mal após a agressão. O Departamento de Polícia de Nova York limitou-se a pedir desculpas e não informou se os policiais serão advertidos ou investigados. O caso se junta a uma série de agressões, espancamento e assassinatos de negros a tiros e até a golpe mata-leão. Entidades de direitos humanos têm denunciado essa escalada de racismo. Obama que se cuide.
VEJA O VÍDEO DA PRISÃO ILEGAL DO EX-TENISTA JAMES BLAKE, CLIQUE AQUI

Se alguém mandar você se "queixar ao bispo', esqueça... Se os seus direitos forem comprovadamente ameaçados, use a rede social, faça barulho. O efeito pode ser devastador...




por Flávio Sépia
Felizmente, foi-se o tempo em que você, maltratado ou desprezado em uma loja ou restaurante, ou qualquer outro serviço, era obrigado a levar o desaforo para casa. No máximo, queixava-se ao gerente e, na maioria das vezes, ficava por isso mesmo. Não há dúvidas de que o Código do Direito do Consumidor foi um grande avanço. Mas nada se compara à força das redes sociais. Repercute na Internet o post da professora Magna Domingues sobre uma inacreditável cena de desrespeito ocorrida em uma loja. Ao ver ameaçados seus direitos, ela foi registrar uma queixa na delegacia mais próxima. Mais inacreditável ainda: teve que insistir, segundo conta, porque a autoridade tentou convencê-la, não se sabe porque, a não lavrar a denúncia. O desabafo de Magna Domingues já foi compartilhado, até agora, por cerca de duas mil pessoas.
São comuns os exemplos de quem usa o celular para gravar ou filmar essas cenas de verdadeira agressão aos consumidores. Agem bem, têm o direito. Faça isso, amplifique seu desabafo, independentemente das ações legais ou judiciais. Faça barulho. Só assim você será ouvido (a).
Abaixo, a transcrição do post da professora Magna Domingues

"Magna Domingues
10 de setembro às 01:09 · Editado · 
Sobre crime e preconceito no cotidiano
Ganhei um Vale compras no valor de R$700, 00 para gastar na loja de roupas femininas chamada Ágatha. Depois do trabalho, cansada e "empoeirada", como é comum para as professoras de Educação Infantil que trabalham das 7 às 17h, cabelos lindamente despenteados, e vestindo aquele look adequado para dar aula sentando no chão e imitando os animais, como me é de costume, fui até ao Shopping Rio Sul gozar do meu presente. 
Na loja, a primeira coisa que fiz foi mostrar o Vale. A gerente fez alguma ligação e minutos depois volta dizendo que a promoção não existia mais. Eu estranhei, afinal, a pessoa que me deu o presente jamais permitiria que eu sofresse um constrangimento desses, mas enfim, resolveria depois. Então pedi o vale de volta e a gerente simplesmente se negou a me devolver dizendo que estava cumprindo ordens e que o "cheque" pertencia a loja, e não a mim. OI???? 
Me pareceu que a loja não acredita que um Vale de R$700, 00 possa ter sido presenteado para alguém com a aparência tão linda, negra e livre como a minha. Se apropriaram de algo que me pertence, dizendo pertencer a empresa (fui roubada). Além disso, me parece que o Vale tinha valor sim, caso contrário, que motivo a loja teria para "reter" o Vale? Bastava apenas não aceitar. 
Além do mais, a gerente da loja foi tão "fake", que ficou claro pra mim que ela estava sendo orientada a me tratar com doçura pra justamente tentar não demonstrar o que aquilo realmente era: um violento ato de preconceito.
Como a Magna reagiu:
( ) insistiu e exigiu a devolução do vale, mesmo sem sucesso. 
( ) registrou queixa no SAC do shopping 
( ) registrou queixa na delegacia 
(X)todas as opções acima.
Como se não bastasse, na delegacia, o policial que me atendeu foi bastante hostil (como costumam ser a maioria desses cidadãos) e tentou me convencer a não registrar a queixa. Desdenhou da minha indignação e do meu sentimento de ter sofrido preconceito. Disse que eu deveria procurar um advogado e processar a loja por danos morais (sim companheiro, mas agora eu quero registrar a queixa). Mais uma vez tive que exigir o meu direito e falar firme com uma autoridade. Afinal, eu fui roubada e ainda houve a insinuação de que eu é que seria a errada. Me tomam algo meu dizendo que aquilo não me pertence? Como assim? Não. Não passará.
Feitas as devidas reclamações e registros, já não são os R$700,00 que mais importam, mas a necessidade de refletir sobre essas tantas questões que estão envolvidas nesse episódio de uma noite de quarta-feira na Zona Sul do Rio de Janeiro.
A cor da pele e a roupa que você veste ainda são critérios para julgarem quem você é.
Fui assaltada dentro de uma loja e a minha indignação foi encarada como bobagem por um policial, e apenas por ele, porque as funcionarias do SAC do shopping, o taxista que me levou para a delegacia e todas as pessoas que encontrei no caminho e ia contando o caso ficaram tão indignadas quanto eu.
Qual a diferença entre ter R$700,00 roubados por um menino na rua ou por uma mulher maquiada e perfumada gerente de uma loja na Zona Sul? Pra mim, nenhuma.
Esse ocorrido foi mais uma oportunidade de refletir sobre crime e preconceito no cotidiano, mas sem dúvida, não vai ficar por isso mesmo. Não apenas por mim, mas por todas as pessoas que provavelmente foram e serão tratadas dessa forma, ou até pior, em ambientes onde a burguesia e a polícia se sentem acima dos nossos direitos e acreditam que podem passar por cima deles. 
https://www.facebook.com/Loja.Agatha.Oficial?fref=ts
142 curtidas58 comentários1,9 mil compartilhamentos"

E a resposta da loja no Facebook:
Ágatha Esclarecimento: já estamos reemitindo o vale para a cliente, com todas as informações necessárias para a validação do mesmo em nosso sistema e pronto para utilização"

30 anos da música "Exagerado", 25 anos da Sociedade Viva Cazuza: impressões e emoções de Lucinha Araújo

Contigo/Reprodução

Contigo/Reprodução
por José Esmeraldo Gonçalves (*)
Agenor de Miranda Araújo Neto, o Cazuza, não mostrava para a mãe, Lucinha Araújo, 78, as letras das canções que criava. Pelo menos, não em primeira mão. Ele costumava escrever nas madrugadas. Do seu quarto, em uma cobertura no Leblon, na Zona Sul do Rio de Janeiro, Lucinha ouvia o barulho da máquina de escrever Olivetti. Quando o dia amanhecia, Cazuza ainda dormindo, ela recolhia da cesta de papeis rascunhos amassados, incompletos, das poesias que o Brasil canta desde os anos 1980. Meticulosa, guardava-os em uma pasta. A canção “Exagerado”, lançada há exatos 30 anos, deveria ser um daqueles rascunhos. “Mas não foi uma das letras que eu recolhi. Não cheguei a vê-la. Cazuza era filho único. As mães tendem a ficar em cima e eu era muito disso, então, ele não me dava muita satisfação”, diz Lucinha. “Mãe, eu não quero que você mexa nas minhas coisas”, ele reclamava. Segundo Lucinha, Cazuza finalizava as letras e mandava direto para os parceiros. No caso de “Exagerado”, que ela conheceu quando já estava gravada, o co-autor Leoni, 54, cantor e baixista que foi do Kid Abelha e Heróis da Resistência. “Quando escutei a primeira frase da música – ‘Amor da minha vida / Daqui até a eternidade / Nossos destinos / Foram traçados na maternidade’ - fiquei achando por um instante, doce ilusão, que era em minha homenagem. Mas no verso seguinte -  ‘Paixão cruel, desenfreada/Te trago mil rosas roubadas/ Pra desculpar minhas mentiras’ – já vi que não podia ser”, conta Lucinha, rindo, sobre a canção que, na verdade, foi composta para Ezequiel Neves, já falecido, jornalista, compositor, produtor e amigo do filho. Lucinha define “Exagerado” como a música que mais retrata o espírito de Cazuza. “Agora, devo dizer que adoro “Um Trem para as Estrelas”. Acho linda, genial, nossa!, um grito social contra a injustiça”, vibra.
Ela recebe a equipe da Contigo! na sua sala na Sociedade Viva Cazuza, que atende crianças portadoras de HIV, no bairro de Laranjeiras, onde cumpre uma rotina diária de trabalho. Atrás da poltrona, há um pôster do cantor desenhado em grafite. Em um pequeno prédio ao lado, fica o Espaço Cazuza, onde estão guardados objetos pessoais, discos, fotos, a mesa e a Olivetti, arrumados tal como no tempo em que o compositor criava, naquela mesa, canções memoráveis. Vê-se, por tudo isso, que os 25 anos da morte de Cazuza lembram, para ela, muito mais a presença do que a ausência do filho. Por conta da comemoração das três décadas de “Exagerado”, o cantor e compositor recebeu várias homenagens. A recriação do Circo Voador, no Arpoador, que foi o palco da geração de Cazuza, foi uma delas. Em uma sexta-feira, 12 de junho último, antigos parceiros cantaram Cazuza e emocionaram Lucinha. Essas ocasiões estão longe de ser, para ela, um ‘revival’ de tristezas. “Não, vejo com alegria. É o que sobrou para mim depois que meu marido (João Araújo, produtor, ex-diretor da gravadora Som Livre) morreu. Eu vivo para cultuar a memória do meu filho e para trabalhar na Sociedade Viva Cazuza, que também completa 25 anos em outubro desse ano. Então, tudo isso, para mim, é um misto de prazer e dor, acho que dá para entender. As pessoas me perguntam como tive coragem de assistir ao filme “O Tempo Não Para”, ao musical “Pro Dia Nascer Feliz” e a shows que relembram meu filho. Costumo responder que é a história da minha vida, tenho que ver, posso chorar, não chorar. Não sou masoquista, essas homenagens me dão forças para continuar enquanto eu tiver saúde”. 
Durante o espetáculo no Circo Voador, Lucinha viveu mais um desses momentos de reencontro com a sua história: o lançamento de “Exagerado 3.0”, uma nova versão da música, com a voz original do cantor e a participação de Dado Villa Lobos, 49, e João Barone, 52. Em uma iniciativa da Vivo, com parte da renda destinada à Sociedade Viva Cazuza, foi produzido um clipe especial para o Dia dos Namorados, onde Cazuza, vivido pelo ator Emílio Dantas, 22, faz o papel de Cupido.
Lucinha costuma dizer jamais imaginou que tivesse tanta capacidade de superação. “Eu criei essa força pelo meu filho, tenho certeza. Cazuza era muito corajoso. Eu ficava impressionada. Quando ele estava doente, eu achava que não tinha o direito de chorar porque ele, que estava passando por tudo aquilo, mostrava uma força que eu invejava. Enfrentou tudo de cabeça erguida, não teve não teve vergonha de se expor. Perdi um filho, um marido, tive câncer há 12 anos, vivo com dez stents e um marca-passo, mas eu falo para as pessoas, ‘gente, eu já vivi bastante, meu filho quando ficou doente tinha pouco mais de 25 anos’. Eu acho que não tenho o direito de não ser forte”, diz ela, que admite, contudo, um momento as fortes lembranças a abalaram, recentemente. Até janeiro deste ano, Lucinha vivia no duplex em que a família morou durante décadas. Sozinha, desde 2013, quando João Araújo faleceu – foram 56 anos de casamento -, ela optou por se mudar para um apartamento menor, no mesmo prédio. “Era enorme. E João morreu ali, Cazuza morreu ali. Lembranças demais, não é?”, justifica. 
Os momentos mais difíceis não comprometem, contudo, a convicção de que deve seguir em frente. “Não me dou o direito de chorar mais do que 15 minutos, aí eu tomo um banho, vou viver, tem muita gente que depende de mim, muita criança com HIV e que não sabe quem foram o pai e a mãe. Tudo isso me dá uma responsabilidade de viver enorme”, diz. “Mas eu só pareço que sou forte. É que não me dou ao direito de fraquejar. O mundo está aí, estou viva, vou viver da maneira que o João e o Cazuza gostariam que eu vivesse. Também não tenho mais tanto tempo assim (risos), vou fazer 80 anos em 2016. Não tenho assim um futuro tão longo. Então vou viver o que me resta, da melhor maneira”. Por isso, ela não abre mão de encontrar os amigos. “Eu sempre sai muito. João sempre foi muito divertido. E por força da profissão dele, a gente ia a tudo que é boate e shows. Depois que fiquei viúva, meus amigos não me deixaram. Por exemplo, praticamente toda semana vou a uma roda de samba na casa da Paula Lavigne. Fico lá a noite toda cantando ao lado de artistas como Pretinho da Serrinha e Xande de Pilares. Adoro me divertir, gosto de viajar. Gilberto Gil e Flora Gil são meus amigos, já fui seis vezes com eles para a Europa, acompanhando turnês, viajando de ônibus. Adoro, me divirto. Depois volto para a minha vidinha no meu apartamento, sozinha”, conta ela, que, após os livros “Só as Mães São Felizes, “O Tempo Não Para” e “Preciso Dizer Que te Amo” (que vai ser atualizado e reeditado pela Editora Globo), prepara, agora, a biografia de João Araújo, que será lançada ainda este ano. “Eu queria que ele tivesse escrito esse livro. O João tinha muitas histórias para cantar, mas era muito modesto. Já fizemos mais de 60 entrevistas com gente importante que ele lançou para a música brasileira”, conta ela que, além da motivação afetiva, tem um propósito importante na destinação dos seus projetos. “Tudo o que envolve Cazuza, dos direitos autorais aos shows, filme, musical, parte da venda digital da regravação “Exagerado 3.0”, livros e propagandas, vai para as crianças da Sociedade Viva Cazuza, onde já vivemos altos e baixos, hoje estamos numa maré melhor, a prefeitura do Rio ajuda, mas é fundamentalmente é a obra de Cazuza que cobre”, revela Lucinha que, ao ser fotografada diante do pôster do filho no seu escritório – desenho feito por um artista de rua sobre uma foto de Flávio Colker. Ela comenta que não consegue imaginar o filho, hoje, quando teria 57 anos. “Não consigo vê-lo como um senhor de idade (risos). Se bem que o Frejat tem pouco menos e não envelheceu, quase, está bem. O Leoni está igualzinho. Mas ele seria de vanguarda. Estaria muito chateado com o país atual. Cazuza pediu para o Brasil mostrar a cara, coisa que não aconteceu até hoje. Mas ele estaria compondo e botando a arte dele a favor do povo. Isso eu tenho certeza”, conclui.
(*) Texto publicado na revista Contigo, de 23 de julho de 2015, edição 2079, reproduzido aqui com informações originais e trechos extras especiais para o blog.

ATUALIZAÇÃO em 12/9/2015 -  Em outubro, a Sociedade Viva Cazuza comemora 25 anos de atividade. Na última quinta-feira, 12/9, o MAM foi o palco de um leilão que arrecadou fundos para a instituição. Da platéia, Lucinha assistiu à demonstração de apoio de 1.500 amigos à instituição beneficente, em noite organizada por Paula Lavigne e Malu Barreto. 
            

Deu no Telegraph; surfistas tiram onda de salto alto...

Maud Le Car.  Reprodução Facebook


Reprodução Facebook
por Clara S. Britto
Faz sucesso na web o vídeo de uma surfista francesa, Maud Le Car, que pega onda de salto alto. A performance de Maud estaria ligada a uma aposta que ela perdeu em um evento de uma marca de repelente. Mas surfar de salto alto não é novidade. Recentemente, uma galera de louras russas participou de uma competição onde o salto agulha era acessório obrigatório.
VEJA O VÍDEO DE MAUD LE CAR, CLIQUE AQUI


VEJA O VÍDEO DAS SURFISTAS RUSSAS

Sexo nas alturas... casal fazia "check-in" romântico em pleno vôo


por Clara S. Britto
O caso está no Daily Mail, ontem:  aproveitando que o avião estava sobrevoando a romântica Paris, um casal casal se acomodou no banheiro, desapertou o cinto e ligou o piloto automático... do sexo. Como o vôo era noturno, com a cabine mais silenciosa do que o normal, uma comissária captou a peculiar trilha sonora. O comandante do jato da Norwegian Air foi alertado mas levou no bom humor e apenas anunciou no serviço de som: "Nós gostaríamos de enviar os nossos melhores desejos de feliz reprodução ao casal que se aventurou no banheiro, mais cedo". Os passageiros aplaudiram e deram um "confere" na cabine tentando saber quem eram os "herois" já que a identidade do casal não foi revelada. Recentemente, a aeromoça Mandy Smith revelou ao The Mirror que transou mais de uma vez no cockpit do avião com o namorado piloto, entre outras façanhas aéreas que presenciou, durante seus dez anos como comissária de vôo da Virgin Atlantic. Mandy conta suas aventuras em um livro que já frequenta as listas de best-sellers.
Mas, atenção: esses finais felizes não são comuns. Passageiros flagrados em cenas de "check-in" explícito em pleno vôo são normalmente encaminhados à polícia e processados por atentado ao pudor.



Rihanna em novo comercial da Platinum/Puma


CLIQUE AQUI

sexta-feira, 11 de setembro de 2015

Colômbia: a vida real...


O STF discute a atualização da legislação sobre drogas. Há vários projetos no Congresso sobre o mesmo tema. É consenso entre autoridades de muitos países que o enfrentamento policial ou militar não abala o tráfico. Com todo o seu aparato, os Estados Unidos, o maior mercado consumidor do mundo - com um movimento estimado em cerca de 100 bilhões de dólares - não conseguem impedir a entrada de cocaína, maconha ou drogas sintéticas. Lá, o combate ao crime organizado começa a mudar de figurino. Alguns estados já legalizaram o porte e o consumo de maconha, sob determinadas circunstâncias. Por aqui, o Uruguai implanta uma política inovadora, ainda em estágio inicial mas já com resultados animadores. O objetivo é, com a legalização e controle do consumo e da produção de drogas, quebrar a força econômica do tráfico. Talvez nada seja mais exemplar do fracasso do combate militar ao crime organizado do que a Colômbia. Agora mesmo, o Netflix exibe elogiada séria sobre Pablo Escobar e os cartéis colombianos. A morte de Escobar apenas abalou o chamado cartel de Medellín. Quem saiu ganhando e lucrando milhões de dólares foi o cartel de Cáli, atuante até hoje e que evitou a política de confronto e bombas adotada por Medellín, preferindo se concentrar no "negócio". Sendo assim, a intervenção americana na Colômbia não evitou que um grama sequer de cocaína fosse remetido aos ricos mercados de Miami, Los Angeles ou Nova York, que continuaram abastecidos. Pior, a logística do tráfico até evoluiu para 'pronta entrega": o México, vizinho, passou a sediar poderosos e ainda mais violentos cartéis de droga.
Como nos tempos de Escobar, visto no seriado "Narcos", jornalistas ainda são vítimas preferenciais do crime organizado, como conta o Portal Imprensa. Clique AQUI

Bizarrices na web: "Mondo" sempre 'Cane"

por Flávio Sépia
O uso e conteúdo das redes sociais provocam todo tipo de discussões acadêmicas. Mas a opinião mais sensata que ouvi outro dia diz que a novidade é apenas  a embalagem - a plataforma, como dizem os especialistas - não o conteúdo. Fala-se no "ódio" presente em comentários de internautas como sendo coisa da internet. Será? Talvez esse ´"ódio" já fizesse parte das chamadas relações sociais desde sempre, a web apenas amplifica as críticas, as equilibradas e as grosseiras. O cantor Fábio Jr não precisou da internet para destilar sua raiva sublinhada em irada fixação anal. Bastou-lhe o microfone da Globo.
Outra observação para sustentar essa tese de fim de semana. Já reparou que quase todos os sites têm um canal chamado de "bizarro", geralmente um gerador de muita audiência para portais respeitáveis? Entre os vídeos mais acessados do You Tube estão os de "bizarrices'. Provavelmente, sua caixa de mensagem recebe as mais exóticas cenas. Novidade da internet? Nada disso. Para citar um simples exemplo, basta lembrar uma série de filmes de muito sucesso: "Mondo Cane". No começo da década de 1960, os cineastas italianos Paolo Cavara, Gualtiero Jacopetti e Franco Prosperi lançaram um documentário em longa metragem com o objetivo confessado de chocar as plateias do mundo inteiro. Costumes exóticos, prática de povos e tribos idem, erotismo, violência, a realidade, enfim, nua a crua. Vaginas fumantes, o rudimentar e mortal 'bungee jump' (a expressão nem existia) praticado por havaianos, toureiros espetados por chifres, cenas de acidentes etc. Claro que, hoje, com os celulares, a produção de vídeos bizarros é infinitamente maior. Mas não há nada de novo no front da bizarrice agora tão propagada pela web.  Uma última curiosidade a respeito do "Mondo Cane": se o antigo documentário é virtualmente inédito para várias gerações, talvez muitos relembrem a música que foi indicada para o Oscar de "Melhor Trilha Sonora", em 1963. Criada pelos compositores Riz Ortolani e Nino Oliviero, a canção "More", surpreendentemente romântica para um filme nada leve,  foi gravada pelas principais orquestras e cantores da época.   Ouça a versão instrumental, clique AQUI

quinta-feira, 10 de setembro de 2015

Se quiser, o governo resolve a crise: basta ir atrás dos caloteiros da Dívida Pública




LEIA A MATÉRIA COMPLETA, CLIQUE AQUI

Barbosa tira o pino da granada e diz que a maioria dos políticos quer dinheiro, dinheiro, dinheiro...

por Omelete
O ex-presidente do STF, Joaquim Barbosa, protesta na rede social contra a decisão da Câmara dos Deputados que reestabeleceu a doação eleitoral de empresas que o Senado havia derrubado. Ao Estadão, Barbosa lança a Dilma o desafio de vetar esse artigo. É ruim, hein? Não apenas os deputados, mas editoriais da mídia conservadora defendem a manutenção do financiamento privado de empresas - que tem se revelado em muitos e públicos casos um tipo de "suborno" antecipado - injetando milhões em campanhas eleitorais, com as corporações cobrando a "fatura" depois, que ninguém dá nada de graça, claro. É esse mecanismo que faz as empresas adquirirem uma espécie de titularidade de certas "bancadas" que passam a defender os interesses corporativos e não mais os do cidadão.
Na prática, a aprovação do mega jabá eleitoral, abre espaço para uma vida longa e produtiva do modelo "Lava-Jato". Aliás, a Lata-Jato está em que fase mesmo? A 14ª, 15ª? Já me perdi. Pois, as próximas gerações podem aguardar as fases 123ª, 124ª, 233ª, 307ª...


Ilustrador leva princesas da Disney para o "mau caminho"....




A Pequena Sereia, por Andrew Tarusov


A Bela Adormecida na imagem de Andrew Tarusov


Branca de Neve

Gatas da Disney - Ilustração de Joel Santana

Tatuagem na fantasia de Walt disney. Ilustração de Joel Santana

por Omelete
As princesas da Disney não são mais as mesmas. O ilustrador Joel Santana - não é o treinador -  fez uma série de desenhos a que chamou de "Princesas Tatuadas" nos quais retrata os ícones criados pelo velho Walt como bad girls. Do seu estúdio em Tampa, Flórida, ele carrega na sensualidade da nobreza de fantasia. Na verdade, especula-se que Santana inspirou-se em atrizes e cantoras que saíram dos estúdios Disney para "aprontar" na vida real. Se é verdade ou não, alguns fatos reforçam a hipótese. Lindsay Lohan, Miley Cyrus, Britney Spears, Demi Lovato, Selena Gomez, Vanessa Hudgens, por exemplo, foram crianças-prodígio dos filmes da Disney. Viraram "princesas" da vida real que chutaram pro alto a inocência... Já o ilustrador russo Andrew Tarusov foi mais ousado. Ele retratou como pin ups a Pequena Sereia, a Bela Adormecida e Branca de Neve.
Confira outras ilustrações da série de Santana, clique AQUI

Ajuste Fiscal ou Embuste Fiscal? Dizem que o rombo nas contas é de 30 bilhões de reais. Com um pouco de vergonha na cara, o Brasil arrecadaria 50 bilhões...

 LEIA NA CARTA CAPITAL, CLIQUE AQUI