quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

Campeã Unidos da Tijuca mostra a força de um bairro que soube aprender as boas lições do subúrbio

por Eli Halfoun
Inevitável: muita gente irá contestar ao campeonato da Unidos da Tijuca, mas será o tal de “reclamar só por reclamar”: a vitória da Unidos da Tijuca é merecida, resultado de um desfile incontestável em beleza e criatividade que, aliás, tem sido a marca registrada do carnavalesco Paulo Barros que se impõe em renovação como o novo Joãosinho Trinta da nova e ótima geração de carnavalescos. Outro ponto positivo para a Unidos da Tijuca é que a escola consegue a simpatia de torcedores de todas as outras escolas. Se fosse no futebol poderíamos dizer tranquilamente que a Unidos da Tijuca é o segundo time de todo mundo, como o América tem sido no futebol. Detalhe importante que chama atenção no resultado desse ano é que três escolas praticamente vizinhas (Unidos da Tijuca, Salgueiro e Vila Isabel) brilharam de ponta a ponta. Parece que ficou para trás a velha lenda de que escola boa é a que nasce e vive no subúrbio. É verdade que foram elas, as escolas do subúrbio, que nos ensinaram muito (quase tudo) e o bairro Tijuca (incluindo o vizinho de porta Vila Isabel) aprendeu as lições com louvor. Agora a Tijuca é que está ensinando. (Eli Halfoun

São Paulo: o triste fim de uma festa alegre e bonita

por Eli Halfoun
Eu poderia dizer, como disseram todos, que foi lamentável o tumulto que fez um carnaval de violência e vandalismo a apuração do desfile das escolas de samba de São Paulo. Prefiro dizer que foi uma pena um único torcedor (não se pode chamar aquilo de sambista e nem de torcedor) ter jogado praticamente no lixo todo o esforço de milhares de pessoas que deram aos paulistas um desfile luxuoso e que pretendia acabar com a lenda de que “São Paulo é o túmulo do samba”. Parece que voltará ser e não só do samba, mas de um vandalismo, como se viu nas imagens ao vivo da TV Globo, inconsequente, absurdo e até assassino. O mais triste é que uma única pessoa tenha conseguido incitar centenas de pessoas a praticarem atos que nada tem a ver com a alegria do carnaval. A polícia paulista identificou o torcedor exaltado que deve ser repudiado por todos os paulistas que há anos tentam fazer grandes desfiles para também colocar São Paulo no mapa turístico do carnaval brasileiro. (Eli Halfoun)

Jennifer Lopez azedou a cerveja do camarote da Brahma

por Eli Halfoun
É possível acreditar em um produto quando quem o anuncia diz clara e repetidamente que não curte o que está anunciando, ou seja, a qualidade que não conhece? A presença de Jennifer Lopez que recebeu cachê de 2 milhões de dólares para dar pinta no camarote da Brahma e ensinar rebolando o verbo “sapucar” pode ter rendido boas fotos com o nome do produto atrás de seu sorriso, mas seu testemunho foi dinheiro jogado fora. Sincera (e certamente já com o dinheiro na conta, a atriz e cantora repetiu em todas as entrevistas que “não é de beber cerveja”. Além de um desrespeito com o anunciante que bancou seu milionário cachê foi um desrespeito com sua própria imagem e com o público: se não é “de beber cerveja” porque aceitou fazer justamente anúncio de uma cerveja? Dinheiro é importante, mas trabalhar com pelo menos um mínimo de verdade é muito mais. Resumindo: ela nos faz de trouxas. Se quiser a Brahma pode mostrar que de trouxas não temos nada: basta fazê-la gravar um comercial dizendo: “não sou de beber cerveja, mas quando bebo escolho a melhor”. Cabe também anúncio impresso com o recorte das declarações e a frase Jennifer Lopez não é de beber cerveja, mas quando bebe escolhe a melhor. (Eli Halfoun)

Uma manhã sem fim na Rede TV que está no fim

por Eli Halfoun
É preciso reconhecer e fazer justiça com a Rede TV: não há (nunca houve) nenhum programa na televisão brasileira (e até mundial) que seja mais fiel ao seu título do que o “Manhã Maior” que Daniela Albuquerque e Regina Volpato apresentam na caloteira emissora de Amilcare Dallevo. Não é exatamente a maior, mas é sem dúvida a mais longa manhã do mundo: o programa começa a ser exibido pela manhã e é reprisado várias vezes ao dia, até porque ao que tudo indica não demora muito será o único programa da emissora já que uma de suas apresentadoras pode perfeitamente ficar com os salários atrasados e até abrir mão dele. Sem trabalhar e sem sair de casa ela receberá muito mais, mas certamente não dispensará a oportunidade de aparecer em quase todos os programas da emissora. (Eli Halfoun)

Unidos da Tijuca: É campeã!


A festa da torcida nas arquibancadas da praça da Apoteose

Deu Unidos da Tijuca. Olha só o placar final

Os números da vitória. Este ano eram cinco enredos falando do Nordeste. Dois focalizaram a Bahia, um foi ao Maranhão e outros dois cantaram o Nordeste profundo, aquele do sertão, do cangaço, da arte popular, do baião. O Salgueiro veio de "Cordel Branco e Encarnado". Foi a grande vice-campeã. Mas coube à Unidos da Tijuca levar emoção e beleza à passarela no voo da asa branca. O carnavalesco Paulo Barros, que já foi acusado de fazer um carnaval Disneyworld, por levar super heróis para o Sambódromo, mergulhou na alma brasileira. O enredo "O Dia em que Toda a Realeza Desembarcou na Avenida para Coroar o Rei Luiz do Sertão" levantou as arquibancadas. Vitória merecidíssima. Se o carnaval do Nordeste, com exceção do frevo pernambucano que segue firme e forte, se rendeu ao axé e até e ao Michel Teló, o Rio canta e celebra o baião. Pode deixar.

Comissão de frente da Unidos da Tijuca: nota 10

Unidos da Tijuca cor de barro: artesanato ganha vida na passarela do samba

Aqui ninguém rasga notas de jurados: o jornal Globo fica com o estandarte da melhor cobertura do Carnaval carioca








por José Esmeraldo Gonçalves
Não é novidade. No ano passado, neste mesmo espaço, citei a edição de Carnaval do Globo como a melhor na passarela da mídia. Disparada. À impressionante agilidade dos cadernos que vão para as bancas na segunda e na terça, soma-se este, de quarta-feira de Cinzas, no qual, sem prejuízo da velocidade, o equlíbrio entre informação, análise e fotos é um ponto forte. Basta dar uma olhada no expediente e verificar a equipe que trabalhou no carnaval para entender que as páginas não são obra do acaso. A ala de fotógrafos, editores e repórteres é experiente, é do ramo. Cesar Tartaglia, Aydano André Motta,  Antonio Werneck, Carter Anderson, Vera Araújo, Claudio Nogueira, Jorge Antonio Barros, Mauro Ventura, Cláudia Amorim, os fotógrafos Gabriel de Paiva, Ana Branco, Marcelo Theobald, Custódio Coimbra, Guilherme Pinto, Marcelo Carnaval, Simone Marinho, Ivo Gonzalez, entre outros, mandaram bem. Em um tempo em que o marketing parece pautar muitas coberturas (vi jornais que publicaram apenas ou preferencialmente os blocos cariocas patrocinados por uma cervejaria), o Globo não tirou o foco da atração principal, o fator que leva milhares de cariocas e turistas à Marquês de Sapucaí: as escolas de samba. Que, a propósito, chegaram antes dos marqueteiros e promoters. A Portela nasceu em 1923 e passou na avenida este ano comemorando seus 89 aninhos; a Mangueira é de 1928; a Unidos da Tijuca, com o retrofit da modernidade de Paulo Barros, é de 1931; mesmo a Beija-Flor, saudada como novidade nos anos 70, quando ganhou o título pela primeira vez, é de 1948. Respeito, portanto, elas têm estrada. O que não impede de incorporar à cobertura, sem que uma coisa exclua a outra, as celebridades e até as sub-celebridades sanzonais que transitam na Sapucaí. Já fazem parte do espetáculo. E estão lá devidamente registradas com ou sem camisetas promocionais, em um "cercadinho vip", à parte, na coluna Gente Boa, de Joaquim Ferreira dos Santos, que se transfere durante do Carnaval do Segundo Cadermo para o bloco das edições especiais. Por falar em bloco, o carnaval de rua mereceu três páginas na edição desta quarta e muitas outras mais nos cadernos anteriores do Globo. São o novo fenômeno do carnaval carioca. Blocos como 2,3 milhões de foliões, como o recordista mundial Cordão da Bola Preta, sem os tais abadás baianos de privatização das ruas, (e que assim permaneçam), ou ou mais de cem mil do Simpatia em cada um dos seus dois desfiles; irreverência e animação para todos os gostos no Carmelitas, Boitatá, Empolga às Nove, Banda de Ipanema, Imprensa Que Eu Gamo, Monobloco e centenas de outros. Quer mais? É incalculável a multidão levada às ruas atrás de marchinhas e sambas. Em uma semana e meia, por baixo, somando-se os números divulgados de cada bloco, o total ultrapassaria os dez milhões de foliões. Há alguns anos dizia-se que o Rio tinha um carnaval de platéia, para se assistir, restrito ao Sambódromo. Embora isso não fosse totalmente verdadeiro, a maioria do blocos que aí estão resistia e nunca deixou de sair, o fato é que não davam esse ibope todo (o que aliás, muita gente, especialmente os "locais", preferia). Dizem que as redes sociais e os aparelhos celulares são responsáveis pela bombada. Pode ser. Fica fácil marcar encontro, saber "qual é a boa", sair de um bairro e ir para outro encontrar amigos etc. Mas acho que um dos fatores principais é uma palavrinha antiga: a paquera. A praça General Osório, por exemplo, virou point da azaração com bateria ou sem bateria mas com duas alegorias que a garotada não dispensava: vodca e energético, os "musos" deste Carnaval. O outro fator, pode crer, é o metrô. Moro perto de uma estação e andei de metrô, sei do que estou falando. E você viu mais gente fantasiada nas ruas? Eu também. E arrisco um palpite. Quem conhece o subúrbio do Rio, sabe que brincar o carnaval fantasiado - e não falo apenas dos bate-bola - é tradição que se manteve em vários bairros enquanto praticamente desaparecia da Zona Sul, com exceção de blocos como o Boitatá. Pois este ano, os fantasiados - no embalo dos milhares de jovens dos bairros mais distantes que o metrô trazia para as praças e praias da ZS - voltaram com força plena e coloriram ainda mais as ruas da cidade. Melhor para o carnaval.

Esta impressionante foto de Jorge William publicada na primeira página do Globo de segunda-feira (reprodução) traduz o carnaval deste ano no Rio: o bloco Simpatia na pista livre, multidão sem abadá, e praia. Um perfeito domingo carioca.
    

O "cinema" de Paulo Barros, Unidos da Tijuca

Unidos da Tijuca homenageia Gonzagão

Cangaceiros

Dominando

Padim Ciço no samba

Balanço

Realidade aumentada

Luz e cor

O balé

segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

Um prêmio é pouco. Todas as escolas são campeãs

por Eli Halfoun
Depois de ter passado 20 anos cobrindo o desfile das escolas de samba como repórter ou editor confesso que hoje prefiro acompanhar o maravilhoso espetáculo pela televisão, ainda mais agora que a tecnologia os nos oferece imagens quase cinematográficas. É verdade que não me surpreendo tanto assim com o que a escolas apresentam porque sei que o luxo e a criatividade estarão presentes e em todas as escolas no imenso e popular palco do Sambódromo. O que ainda me surpreende é saber que “meia dúzia” de jurados, que evidentemente podem cometer injustiças, apontará uma campeã, ou seja, julgará um intenso trabalho realizado durante o ano inteiro.
A competição é importante e incentivadora também nesse tipo de campeonato do samba, mas será que é justa com as escolas? Para mim, depois de tantos anos de experiência, não importa muito que escola será declarada vencedora ou campeã: na minha visão todas são vencedoras e campeãs. Por isso mesmo acredito que o mais justo seria premiar todas, se bem que de certa forma isso já acontece no aplauso e entusiasmo do público. É injusto decretar que uma escola foi mais perfeita do que a outra nesse ou naquele quesito. No bolo final todas desfilam perfeitas e merecem ter seus trabalhos reconhecidos e premiados, até porque um acidente de percurso (são muitos os que acontecem na chamada hora H). Não se pode deixar jogado no asfalto, como se lixo fosse, um trabalho entusiasmado, às vezes heróico, perfeccionista, mas sempre perfeito realizado durante os trezentos e sessenta e cinco dias do ano. Sei que o julgamento de “meia dúzia” de jurados bem intencionados jamais deixará de ser parte integrante do espetáculo, mas sei também que qualquer que seja o resultado todas as escolas são e serão campeãs e exemplares. O título de campeã concedido para uma única escola é apenas uma maneira de premiar todas. De declarar que todas são e sempre serão vencedoras. (Eli Halfoun)

E as divas do Carnaval da Manchete? Quem não lembra...

O blog Trash 80's relembra as divas das capas das edições da Manchete de Carnaval. Clique AQUI

Capa do Carnaval de 1985. Luiza Brunet, no centro da foto. Bela como sempre, ele brilhou ontem, 27 anos depois, no desfile da Imperatriz no Sambódromo carioca.

Deu no Globo. Pesquisa do Data Rio: cariocas têm saudade das edições de Carnaval da revista Manchete


Capa da última Manchete Carnaval (2008)

Aconteceu, virou marca de um tempo. Está na coluna de Ancelmo Gois no Globo de hoje. Pesquisa mostra que cariocas têm saudade de alguns desfiles marcantes
e incluem entre as boas recordações as famosas e ágeis edições de Carnaval da revista Manchete.

por Gonça
O impacto daquelas edições que se transformaram em tradição e esgotavam rapidamente nas bancas era tão forte que o título resistiu e sobreviveu, por uns tempos, até mesmo à falência da Bloch, em 2000. Como conta o livro "Aconteceu na Manchete, as histórias que ninguém contou" (Desiderata), os próprios funcionários conseguiram da Massa Falida permissão para usar o título e conseguiram botar nas bancas, com muito esforço, edições especiais da Manchete. Em 2001 e 2002 mantiveram a tradição. Entre os responsáveis pela edição e cobertura, Roberto Barreira, José Rodolpho Câmara, Lincoln Martins. Jussara Razzé, José Carlos Jesus, J.A Barros, Wilson Pastor, Enilson Costa, Alberto Carvalho, David Júnior, Regina d'Almeida, Ana Gaio, Eliane Peixoto, Maria Alice Mariano, Alex Ferro, Fábio Abrunhosa, Orestes Locatel e Marcelo Horn. Em 2003, pela primeira vez em 50 anos (Manchete foi fundada em abril de 1952 e seu primeiro carnaval foi o de 1953), os leitores não encontraram na banca a sua tradicional edição de Carnaval. De 2004 até 2008, Manchete de Carnaval foi lançada por Marcos Dvoskin, que havia adquirido o título, em leilão. Essas últimas edições foram feitas também por uma equipe oriunda da revista, com muitos dos profissionais citados acima, sob a direção de Lincoln Martins. Sobre isso, Jussara Razzé escreveu em um dos capítulos do livro "Aconteceu na Manchete": "Nos últimos quatro anos, botamos o bloco da Manchete na avenida, tal como nos velhos tempos. Uma das compensações pelo árduo trabalho é descobrir que a revista permanece na memória afetiva de muita gente. E não são poucos os que nos cumprimentam e incentivam. E a edição especial é a primeira a chegar às bancas, sempre na Quarta-Feira de Cinzas. Um vez por ano, Manchete volta a brilhar, como uma alegoria do passado, em um campo onde já foi imbatível, sob o ritmo e as luzes do Sambódromo carioca".
Jussara antecipava, assim, a "memória afetiva" que a pesquisa do Data Rio agora enfatiza. De resto, não custa lembrar que o nome deste blog, como conta o ex-diretor da Manchete, Roberto Muggiati, em texto aí ao lado na barra direita desta página, é uma referência ao sanduíche de pão com ovo servido precisamente nos acelerados fechamentos daquelas quase épicas edições de Carnaval. 

Jennifer Lopez no camarote da Brahma

Pula, pula

Roda, roda

Gira, gira

Velha guarda

Aquarela

Samba em quadrinhos

A ginga é clássica

Mestre-sala e porta-bandeira da Renascer. Belo espetáculo e quesito que deveria ser mais valorizado.

domingo, 19 de fevereiro de 2012

Olha o retorno...

Novo Sambódromo, nova acústica e desafio para os responsáveis pelo som.

Os Carnavais de Tarlis Batista, segundo Carlos Heitor Cony

Cony, que editou cobertura de carnavais na Manchete e na Fatos & Fotos, escreve hoje na Folha de São Paulo sobre o repórter Tarlis Batista. Uma viagem nostálgica a tempos idos.
Leia o texto do Cony transcrito da Folha de São Paulo:
Os carnavais do Tarlis

Garantem que todos temos um Carnaval dentro de si. Por motivos que não vêm ao caso, sou uma exceção: não tenho nenhum Carnaval encravado na alma ou no corpo, sequer na caverna escabrosa da memória.
Mas todo santo Carnaval lembro -me do Tarlis, um colega de trabalho durante anos, do qual sinto falta sempre que há uma Copa do Mundo, um desastre coletivo, um crime sensacional, uma visita importante e, naturalmente, um Carnaval.
Repórter de texto regular, mas de fome exacerbada, era um faz-tudo em qualquer Redação ou tarefa investigativa. Conseguiu entrar no apartamento de Frank Sinatra, namorou Bo Derek, foi cicerone de Roman Polanski e até Rachel Welch quis levá-lo para si, tamanha foi a paixão que despertou na atriz.
Nos Carnavais, vivia a sua "finest hour". Arranjava centenas de crachás especiais, aliás, especialíssimos. Tinha direito a tudo, podia frequentar as entranhas das escolas de samba, os labirintos dos camarotes mais incrementados, andava pela pista com liberdade total, nada lhe era proibido. Impressionante o número e a qualidade das suas credenciais. Com elas, podia entrar no Salão Oval da Casa Branca, nos aposentos particulares do papa, nos porões do Pentágono.
Só não podia entrar na sala da edição que eu ocupava, nos muitos anos em que fiz o fechamento de uma das revistas do Grupo Bloch.
Sabia tudo sobre os desfiles, mas não era confiável. Tinha sempre alguém para promover e outro para pichar. Mantinha-o à distância, mas precisava dele.
Morreu ainda jovem, coisa de cinco ou seis anos atrás. Tenho absoluta certeza que um de seus crachás, pendurado sempre no pescoço, dava-lhe direito a entrar fulminantemente no reino dos céus. Deve estar se fartando com as 11 mil virgens.

sábado, 18 de fevereiro de 2012

João X Tom, o grande duelo. De Roberto Muggiati para o Estadão

por Roberto Muggiati
Naquela noite, olhando as montanhas de Montreux, era quase possível ver o Corcovado. O ano começou com uma nostalgia incontrolável de bossa nova. Isso praticamente me obriga a lembrar um episódio- chave do qual fui testemunha privilegiada: a Noite Brasileira do Festival de Jazz de Montreux de 1985, que entrou para a história como uma das mais brilhantes e conturbadas.O evento juntava –na verdade,opunha– João Gilberto e Tom Jobim, o yin e o yang da bossa nova. João, 54 anos, sozinho, com banquinho e violão. Tom, 58 anos, com a Banda Nova, incluindo quatro Jobins (Tom, Paulo, Elizabeth e Ana Lontra), dois Caymmis (Danilo e Simone), dois Morelenbaums (JacquesePaula), mais Maúcha Adnet(vocais), Tião Neto (baixo) e Paulo Braga (bateria). Eu cobria o festival para a revista Manchete e não resisti a chamar a banda de “nepotista”. O Maestro não achou nenhuma graça: caí em desgraça e levei algum tempo para reconquistar suas boas graças.
O encontro daquela quinta-feira, 18 de julho, logo se desenhou como um grande choque de egos. João tinha tudo a seu favor. Estava em Montreux desde o dia anterior e teve todo o tempo do fazer a passagem de som, segundo um jornal local,assessorado por dois “personals” – advogado e terapeuta,uma psiquiatra portuguesa que era também sua namorada. Embora o ritual do sound check fosse vedado à imprensa,fiquei sabendo de tudo através de Patrick Ciocca, um jovem suíço da produção que tinha morado em Niterói. Patrick ficou impressionado com o perfeccionismo do cantor. As exigências de João nada tinham de charme ou frescura, eram de uma precisão de relojoeiro suíço. Ele testou 12 microfones até escolher um modelo que cortava a interferência dos refletores no sistema de som. Foi o único artista a conseguir esse milagre em Montreux, que tinha o palco montado mais para shows de jazz e rock do que para uma apresentação intimista de bossa nova. Para dar uma ideia de quem estava no elenco de 1985, vão aí alguns nomes: Miles Davis, Modern Jazz Quartet, Astor Piazzola, Shorty Rogers & His Giants, o saxofonista Johnny Griffin, Paolo Conte, a Vienna Jazz Orchestra e Stevie Ray Vaughan.
Leia o texto comppleto no blog Conteúdo Livre. Clique AQUI

Sambódromo, sábado de carnaval, pouco depois de meio-dia. Pronto não tá. Vai estourar o tempo?

Ainda há muito trabalho a ser feito

O bloco dos operários vai ter que correr...

O

Passarela do samba vista da nova arquibancada

Cada vez aumenta mais...

A RedeTV, da qual ex-funcionários da Rede Manchete cobram dívidas assumidas quando da compra das concessões que pertenciam à TV de Adolpho Bloch, teve o seu passivo bombado ainda mais com a saída do elenco e equipe técnica do Pânico.Enquanto a Band afirma em comunicado que passará a exibir o humorístico, a turma do Pânico diz que tem R$5 milhões a receber da RedeTV.
Leia Mais no site F-5, do grupo Folha de São Paulo. Clique AQUI

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

Juristas?

debarros
Um grupo de juristas, que pretensamente se supõe dar apoio jurídico ao Senado, teve a ideia de criar uma compensação para aqueles condenados pela Justiça. Eles seriam beneficiados com uma redução de até 1/6 (um sexto) de suas penas sempre que fossem vítimas de excessos ou abusos por parte de algum órgão da mídia. Ou os juízes poderão abrandar as penas sempre que os réus venham a “sofrer violação dos direitos do nome e da imagem pelo abuso degradante dos meios de comunicação social”. Mais uma vez, a mídia é culpabilizada ou procuram culpabilizá-la por desvio de honestidade ou crimes do homem na sociedade em que vive. Não é na mídia que vamos encontrar erros de comportamento e conduta social. O que podemos dizer quando um júri popular condena um assassino que matou, covardemente, sua amante com dois tiros nas costas a 15 anos de cadeia e por 10 anos seguidos a Justiça o mantém livre como um passarinho, com nova namorada passeando e jantando em restaurantes famosos da cidade? Ou que um júri popular condene a 98 anos um rapaz que aprisiona e mata depois de dias sua jovem ex-namorada também covardemente? Qual a diferença do crime se os dois foram cometidos covardemente contra pessoas inocentes e indefesas? Por que um teve a pena abrandada e outro a pena acumulada? O dois crimes foram em sua essência bárbaros e cruéis. Esses dois crimes tiveram total cobertura jornalística 24 horas todos os dias com reportagens, fotos e comentários de colunistas e por isso teriam suas penas abrandadas de 1 sexto (1/6)? O que se passa na cabeça desses juristas encastelados no Senado para, de uma hora para outra, criarem ideias de “jerico” ? Sim, por ser tão estapafúrdia essa ideia, só podemos chamá-la de “jerico”. Esses juristas são regiamente pagos pelo povo brasileiro para terem essas ideias. Foi a mídia que criou essas mordomias?

A ONG do Galvão Bueno descola mais de 2 milhões da viúva federal...

Pode to be? Não entendeu? Leia na Folha de São Paulo. Clique AQUI

Nesse carnaval é hora de rasgar as máscaras

por Eli Halfoun
A aprovação da lei da Ficha Limpa é mais um bom motivo para se fazer um carnaval democraticamente alegre. É também uma clara demonstração de que enfim a voz do povo está sendo ouvida no país: fomos nós, o povo, que criamos através de milhares de assinatura, essa lei que agora precisa sair do papel e ser realmente cumprida como manda o figurino. Se assim for, a próxima eleição (prefeitos e vereadores) pode começar a barrar muita gente e a mudar a cara política do país. Carnaval é tempo de usar máscaras, mas com a lei da Ficha Limpa não serão poucos os candidatos que deixarão a máscara cair. Em pleno carnaval estamos fazendo um sensacional baile que começará a acabar com a corrupção. Acabar não acaba, mas a lei da Ficha Limpa é um grande começo. Vamos ficar atentos e cobrar que pelo menos essa lei seja cumprida.  O povo mostrou e precisa continuar mostrando que tem força para ser ouvido, mesmo por aqueles que insistem em se fazer de surdos.   (Eli Halfoun)