por Eli Halfoun
É impossível deixar de reconhecer que no mínimo, as novelas da Globo são muito caprichadas visualmente. É um capricho que custa muito caro, mas é um investimento de retorno garantido em dobro ou mais. As novelas faturam milhões e não só com os anúncios veiculados nos intervalos, mas também com a inserção de merchandising de diversos produtos. Agora a Globo acaba de fechar, através da novela “Viver a Vida", acordo de merchandising com a prefeitura de Lisboa que pagará muito caro para incentivar o turismo na capital portuguesa. Para isso a novela gravará cenas com os personagens Bruno (Thiago Lacerda) e Felipe (Rodrigo Hilbert) que, como fotógrafos, irão a Lisboa acompanhar um evento de moda. Parece que assim ganha todo mundo: o turismo português, o autor que escreverá cenas especiais, os atores transformados em garotos-propaganda e, é claro, a Globo que não brinca em serviço.
Jornalismo, mídia social, TV, atualidades, opinião, humor, variedades, publicidade, fotografia, cultura e memórias da imprensa. ANO XVII. E, desde junho de 2009, um espaço coletivo para opiniões diversas e expansão on line do livro "Aconteceu na Manchete, as histórias que ninguém contou", com casos e fotos dos bastidores das redações. Opiniões veiculadas e assinadas são de responsabilidade dos seus autores. Este blog não veicula material jornalístico gerado por inteligência artificial.
quinta-feira, 18 de março de 2010
Vale a pena repetir: o povo unido jamais será vencido
por Eli Halfoun
A população se uniu e foi para a rua gritar e tentar impedir que um “anão” qualquer meta a mão no nosso dinheiro de royalties do petróleo, como já meteu em outras ocasiões (nunca esqueçam do escândalo do orçamento). A demonstração de força e união do carioca (mais de 150 mil unidos contra a injustiça) é também uma boa amostra de que a população pode mobilizar-se não só quando tentam roubar o estado, mas também quando o estado não dá para a população tudo o que ela tem direito como, por exemplo, hospitais funcionando adequadamente, escolas com aulas, segurança garantida e muitas coisas das quais na maioria das vezes só ouvimos promessas. Ainda não há nenhuma garantia de que a questão dos royalties será resolvida como deve ser, ou seja, sem que se enfie a mão grande em um direito adquirido. Mudar as regras no meio do jogo também é uma forma de roubar. Isso o Rio e os cariocas não podem permitir não só contra o estado, mas contra eles próprio que muitas vezes são vítimas do Estado – e não falo especificamente do atual governo, que até tem tentado agir direitinho, mas de todos os que já passaram por aqui e não deixaram nenhuma saudade
A população se uniu e foi para a rua gritar e tentar impedir que um “anão” qualquer meta a mão no nosso dinheiro de royalties do petróleo, como já meteu em outras ocasiões (nunca esqueçam do escândalo do orçamento). A demonstração de força e união do carioca (mais de 150 mil unidos contra a injustiça) é também uma boa amostra de que a população pode mobilizar-se não só quando tentam roubar o estado, mas também quando o estado não dá para a população tudo o que ela tem direito como, por exemplo, hospitais funcionando adequadamente, escolas com aulas, segurança garantida e muitas coisas das quais na maioria das vezes só ouvimos promessas. Ainda não há nenhuma garantia de que a questão dos royalties será resolvida como deve ser, ou seja, sem que se enfie a mão grande em um direito adquirido. Mudar as regras no meio do jogo também é uma forma de roubar. Isso o Rio e os cariocas não podem permitir não só contra o estado, mas contra eles próprio que muitas vezes são vítimas do Estado – e não falo especificamente do atual governo, que até tem tentado agir direitinho, mas de todos os que já passaram por aqui e não deixaram nenhuma saudade
Para o eleitor do Rio anotar: a turma que não está nem aí pro royalty...
por Gonça
José Serra só se pronunciou timidamente agora, ao ver a manifestação na rua; Marina Silva ficou muda; Heloisa Helena idem; Ciro Gomes, não sei o que ele pensa da roubada dos royalties do Rio; Dilma e Lula, temos que aguardar se o homem veta a emenda-besteirol do Ibsen; Aécio Neves, que tanto diz que adora o Rio, não deu um pio; Fernando Henrique Cardoso nasceu no Rio mas está quieto; Garotinho é de Campos, mas parece que nem é com ele; Cesar Maia por onde anda?; Rodrigo Maia nem à votação da emenda compareceu. Carioca, anote esses nomes, todos serão candidados, alguns vão pedir seu voto. Bom deixar um lembrete junto ao título de eleitor.
José Serra só se pronunciou timidamente agora, ao ver a manifestação na rua; Marina Silva ficou muda; Heloisa Helena idem; Ciro Gomes, não sei o que ele pensa da roubada dos royalties do Rio; Dilma e Lula, temos que aguardar se o homem veta a emenda-besteirol do Ibsen; Aécio Neves, que tanto diz que adora o Rio, não deu um pio; Fernando Henrique Cardoso nasceu no Rio mas está quieto; Garotinho é de Campos, mas parece que nem é com ele; Cesar Maia por onde anda?; Rodrigo Maia nem à votação da emenda compareceu. Carioca, anote esses nomes, todos serão candidados, alguns vão pedir seu voto. Bom deixar um lembrete junto ao título de eleitor.
quarta-feira, 17 de março de 2010
Show de abertura da Copa...
...terá Shrkira, Black Eyed Peas, Alicia Keys e outros nomes. Será transmitido ao vivo e o valor arrecadado será destinado a campanha da Fifa em apoio a comunidades carentes africanas. Dia 10 de junho.
Essa é boa...
Deu no sitr do Globo: o "enterro" de Ibsen Pinheiro e da lambança que o tal deputado fez no Congresso.
Na manifestação contra a emenda que afana os royalties do Rio...
Ana Botafogo, Carla Camuratti, Roberto Dinamite, Carlinhos de Jesus... gente boa enfim nas ruas contra a mão leve nos royalties. Dá-lhe, Rio!!! (Fotos de Cleomir Tavares/Divulgação)
Batendo cabeça em chocolate...
por Gonça
A Associação Brasileira de Supermercados (Abras) indica a previsão de vendas dos supermercados brasileiros para a Páscoa, a segunda melhor data do setor, depois do Natal: um crescimento de 8,8% em relação ao movimento do ano passado.
Os tetos das lojas já estão decorados com uma camada baixa de milhares de ovos de chocolate quase batendo na cabeça do freguês.
Quem tem razão o Bruno Mazzeo, o criador do bom programa "Cilada", que escreveu no seu twitter outro dia sobre a chegada da Páscoa: "Sou só eu ou alguém mais tem claustrofobia quando entra em um supermercado"?
A Associação Brasileira de Supermercados (Abras) indica a previsão de vendas dos supermercados brasileiros para a Páscoa, a segunda melhor data do setor, depois do Natal: um crescimento de 8,8% em relação ao movimento do ano passado.
Os tetos das lojas já estão decorados com uma camada baixa de milhares de ovos de chocolate quase batendo na cabeça do freguês.
Quem tem razão o Bruno Mazzeo, o criador do bom programa "Cilada", que escreveu no seu twitter outro dia sobre a chegada da Páscoa: "Sou só eu ou alguém mais tem claustrofobia quando entra em um supermercado"?
Filha de maestro esquenta a noite em Copa
por Eli Halfoun
Embora nem sempre seja assim, diz o velho ditado que “quem sai aos seus não degenera”. Com Mary Olivetti é mais ou menos assim. Só que em vez de seguir os passos do pai, o excelente maestro Lincoln Olivetti, ela preferiu o caminho da música eletrônica e mostra sua habilidade como DJ na festa Três Chic Nuit quer acontece amanhã, quinta-feira, dia 18, no Bar do Copa (Av. Atlântica 1702). O ingresso custa R$ 50. Mais informações pelo telefone 2545-8790.
Embora nem sempre seja assim, diz o velho ditado que “quem sai aos seus não degenera”. Com Mary Olivetti é mais ou menos assim. Só que em vez de seguir os passos do pai, o excelente maestro Lincoln Olivetti, ela preferiu o caminho da música eletrônica e mostra sua habilidade como DJ na festa Três Chic Nuit quer acontece amanhã, quinta-feira, dia 18, no Bar do Copa (Av. Atlântica 1702). O ingresso custa R$ 50. Mais informações pelo telefone 2545-8790.
Andar a pé é mais barato. Até no mar da Galiléia
por Eli Halfoun
Com críticas (como as que têm recebido por conta de sua recente visita a Israel), elogios ou piadas o presidente Lula é uma presença constante na internet. Agora mesmo, por exemplo, circula essa historia: Lula resolveu passear no mar da Galiléia e perguntou ao barqueiro preço do passeio. O barqueiro respondeu que custava 80 dólares. Lula ficou indignado: “O que é isso? Que absurdo. Foi aqui que Jesus andou sobre as águas? Também por esse preço”.
Com críticas (como as que têm recebido por conta de sua recente visita a Israel), elogios ou piadas o presidente Lula é uma presença constante na internet. Agora mesmo, por exemplo, circula essa historia: Lula resolveu passear no mar da Galiléia e perguntou ao barqueiro preço do passeio. O barqueiro respondeu que custava 80 dólares. Lula ficou indignado: “O que é isso? Que absurdo. Foi aqui que Jesus andou sobre as águas? Também por esse preço”.
Se é assim...
Como diz o DJ Marlboro hoje, na coluna Gente Boa, do Globo, se querem levar os royalties do petróleo da Bacia de Campos (RJ), o Rio quer royalties do que os outros estados produzem. E, aqui, mando a listinha: vinhedos gaúchos, soja espalhada por vários estados, cana de açucar, todo o acarajé comercializado na Bahia, madeira da Amazônia, toda a carne exportada, royalty de jogador de futebol vendido para o exterior, royalty da renda da Claudia Leitte (que fatura na Bahia mas nasceu em São Gonçalo). Tem muito mais. Tudo é recurso natural. É ou não é?
Royalty do Ibsen
Vá à manifestação hoje contra a emenda que rouba recursos do Rio. E aproveite para reivindicar sua parte na aposentadoria do Ibsen e de tudo o que ele acumulou como político sustentado por nós. Isso sim é um royalty justo. Hoje, às 16h, na Candelária.
terça-feira, 16 de março de 2010
O vídeo ("Parto") que comemora os 100 anos do Corinthians
No ano em que o Corinthians completa seu centenário, a Netshoes presta homenagem aos torcedores do Timão. A loja de e-commerce de artigos esportivos criou um filme que expressa perfeitamente a grande paixão da fiel torcida por seu time do coração. Na sala de parto, enquanto o pai assiste ao nascimento de seu filho, dá um jeito de escapar rapidamente até o notebook mais próximo e consegue encomendar pela internet, o uniforme, que será o primeiro dos muitos que serão usados por seu herdeiro. O filme foi criado pela WF Propaganda, dos sócios Piero Motta e Fabio Rosinholi, com consultoria criativa do premiado publicitário Jader Rosseto.
(Fonte: RBB Comunicação)
Quer dar uma espiada no vídeo do Corinthians? Clique AQUI
(Fonte: RBB Comunicação)
Quer dar uma espiada no vídeo do Corinthians? Clique AQUI
Tem alguma coisa no ar além dos aviões (como dizia o Barão de Itararé)
por Eli Halfoun
Mesmo sabendo que dependem fundamentalmente do dinheiro pago pelas passagens para manter seus aviões no ar, as empresas aéreas sempre fizeram dos passageiros o que bem entenderam, ou seja, tratando-o sem o menor e o mínimo respeito. Como todo consumidor merece e tem direito. Até quando os aviões despencam do ar matando centenas de pessoas as empresas não perdem a arrogância e continuam (mal) tratando os passageiros da pior forma possível, empurrando-os de um lado para o outro, negando informações e submetendo-os a um cruel tempo de espera nos aeroportos que assim também enchem mais seus cofres vendendo (será que existem um acordo entre aeroportos e empresas?) cafezinhos, geralmente intragáveis, e outros produtos que de certa forma só servem para encher o tempo quando o saco está quase explodindo. Enfim a Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) baixou normas determinando novas regras que supostamente farão com que o passageiro seja atendido com pelo menos mais atenção. Não se pode garantir (ainda mais em um país que não costuma dar a menor bola para leis) que as normas serão cumpridas, mas já e alguma coisa. Que espera-se não se transforme, como sempre, em coisa nenhuma.
Mesmo sabendo que dependem fundamentalmente do dinheiro pago pelas passagens para manter seus aviões no ar, as empresas aéreas sempre fizeram dos passageiros o que bem entenderam, ou seja, tratando-o sem o menor e o mínimo respeito. Como todo consumidor merece e tem direito. Até quando os aviões despencam do ar matando centenas de pessoas as empresas não perdem a arrogância e continuam (mal) tratando os passageiros da pior forma possível, empurrando-os de um lado para o outro, negando informações e submetendo-os a um cruel tempo de espera nos aeroportos que assim também enchem mais seus cofres vendendo (será que existem um acordo entre aeroportos e empresas?) cafezinhos, geralmente intragáveis, e outros produtos que de certa forma só servem para encher o tempo quando o saco está quase explodindo. Enfim a Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) baixou normas determinando novas regras que supostamente farão com que o passageiro seja atendido com pelo menos mais atenção. Não se pode garantir (ainda mais em um país que não costuma dar a menor bola para leis) que as normas serão cumpridas, mas já e alguma coisa. Que espera-se não se transforme, como sempre, em coisa nenhuma.
Vamos ligar para o "bom" velhinho?
Por Jussara Razzé
O Jornal Extra estampou em manchete de primeira página o telefone de contato do deputado. Sabemos que ele, como todos os outros parlamentares, tem um número absurdo de assistentes para atender o telefone. No mínimo (alguma coisa na Câmara é mínima?) a gente dá trabalho para esses funcionários DAS 20000000000000 fazerem jus a parte do salário.
Amanhã, na Candelária, às 16h, passeata de protesto em direção à Candelária. Vamos lá?
O Jornal Extra estampou em manchete de primeira página o telefone de contato do deputado. Sabemos que ele, como todos os outros parlamentares, tem um número absurdo de assistentes para atender o telefone. No mínimo (alguma coisa na Câmara é mínima?) a gente dá trabalho para esses funcionários DAS 20000000000000 fazerem jus a parte do salário.
Amanhã, na Candelária, às 16h, passeata de protesto em direção à Candelária. Vamos lá?
Ibsen partiu para o deboche...
por Gonça
O deputado, com perdão da palavra, Ibsen Pinheiro, com perdão da palavra, do PMDB, com perdão da palavra, do Rio Grande do Sul, agora debocha e faz piada de um assunto sério. Diz ele que não existe "estado produtor de petróleo", no máximo "estado com vista para o mar". E alega que o Rio não tem que ser compensado já que não sofre prejuízos com a extração de petróleo. O deputado, que foi cassado por envolvimento no escândalo dos "anões do Orçamento", está convidado com a sua ascendência e descendência para tomar banho no fundão da Baía da Guanabara e provar um pouco do gosto de óleo derramado. Se o deputado souber ler, basta ir às coleções de jornais na Câmara (tem isso lá?) e contar, se souber contar, o número de acidentes ecológicos que o estado já sofreu.
O deputado, com perdão da palavra, Ibsen Pinheiro, com perdão da palavra, do PMDB, com perdão da palavra, do Rio Grande do Sul, agora debocha e faz piada de um assunto sério. Diz ele que não existe "estado produtor de petróleo", no máximo "estado com vista para o mar". E alega que o Rio não tem que ser compensado já que não sofre prejuízos com a extração de petróleo. O deputado, que foi cassado por envolvimento no escândalo dos "anões do Orçamento", está convidado com a sua ascendência e descendência para tomar banho no fundão da Baía da Guanabara e provar um pouco do gosto de óleo derramado. Se o deputado souber ler, basta ir às coleções de jornais na Câmara (tem isso lá?) e contar, se souber contar, o número de acidentes ecológicos que o estado já sofreu.
Paparazzi em prontidão: Britney Spears vem aí
por Eli Halfoun
As atrizes brasileiras que estão sempre nas fotos, mas fingem fugir dos paparazzi, ficarão fora de foco por alguns dias: o gente boa Joaquim Ferreira dos Santos confirma em sua coluna no Globo que Britney Spears está chegando por aí. Como a cantora e atriz adora um escândalozinho e uma foto supostamente proibida, será o alvo das lentes dos nossos paparazzi e das línguas dos atentos fiscais da vida alheia. Ela vem participar do seriado ”Rio”, do diretor Scott Steinford que marcou as filmagens para maio. É a segunda vez que Britney vem ao Brasil: a primeira foi no Rock in Rio 3 (2001) quando encenou a micagem de apresentar-se com playback. Dessa vez Britney promete que não cantará de jeito nenhum. Felizmente. (Foto/Reprodução Maxim/Alemanha)
Não chamem o Ibsen Pinheiro de...
por Gonça
Anão do Orçamento... isso é ofender o povo verticalmente prejudicado (Memória: Ibsen foi cassado nos anos 90 por envolvimento no escândalo que apurou a cobrança de propinas para aprovação de emendas e desvio de recursos do orçamento). Como um zumbi, voltou...
Anão do Orçamento... isso é ofender o povo verticalmente prejudicado (Memória: Ibsen foi cassado nos anos 90 por envolvimento no escândalo que apurou a cobrança de propinas para aprovação de emendas e desvio de recursos do orçamento). Como um zumbi, voltou...
Amanhã é dia gritar mais alto pelos nossos royalties
por Eli Halfoun
Parece que o deputado IP (me recuso a escrever seu nome) conseguiu o que mais queria com essa absurda emenda do petróleo que tenta meter a mão nos royalties a que o Rio de Janeiro tem direito. O deputado ganhou um espaço (pelo menos na mídia carioca) que jamais conseguiria pagar com ou sem royalties. Não ficará assim, não: o Rio está gritando alto e gritará mais alto ainda amanhã (dia 17, quarta-feira) no protesto convocado para a Cinelândia que mais uma vez será palco do povo. Quem está arregimentando a população, incluindo os famosos, é o AfroReggae que têm confirmadas, entre outras, as participações de Luciano Huck (que é paulista, mas mora no Rio) Lulu Santos, Maria Gadu, Vanessa da Mata e Lenine. Vamos todos para lá. Além de ser bom para os pulmões, gritar é uma forma de pedir justiça.
Parece que o deputado IP (me recuso a escrever seu nome) conseguiu o que mais queria com essa absurda emenda do petróleo que tenta meter a mão nos royalties a que o Rio de Janeiro tem direito. O deputado ganhou um espaço (pelo menos na mídia carioca) que jamais conseguiria pagar com ou sem royalties. Não ficará assim, não: o Rio está gritando alto e gritará mais alto ainda amanhã (dia 17, quarta-feira) no protesto convocado para a Cinelândia que mais uma vez será palco do povo. Quem está arregimentando a população, incluindo os famosos, é o AfroReggae que têm confirmadas, entre outras, as participações de Luciano Huck (que é paulista, mas mora no Rio) Lulu Santos, Maria Gadu, Vanessa da Mata e Lenine. Vamos todos para lá. Além de ser bom para os pulmões, gritar é uma forma de pedir justiça.
Vem aí o bubbly, o twitter de voz
por JJcomunic
O aparato de mídia social avança. A próxima atração é o bubbly, tecnologia desenvolvida para celulares ou netbooks. Uma espécie twitter em versão de áudio.O seu primeiro recurso foi o Bubble Talk, serviço de mensagens de voz que, em vez de mandar SMS, envia mensagens de áudio. Qualquer pessoa pode se habilitar a contatar outros usuários desde que cadastre um código. O envio de mensagens é gratuito; mas para receber tem que pagar. O serviço, que está em testes em alguns países, já desperta o interesse de redes de rádio que pretendem usar bubbly para divulgar notícias.
O aparato de mídia social avança. A próxima atração é o bubbly, tecnologia desenvolvida para celulares ou netbooks. Uma espécie twitter em versão de áudio.O seu primeiro recurso foi o Bubble Talk, serviço de mensagens de voz que, em vez de mandar SMS, envia mensagens de áudio. Qualquer pessoa pode se habilitar a contatar outros usuários desde que cadastre um código. O envio de mensagens é gratuito; mas para receber tem que pagar. O serviço, que está em testes em alguns países, já desperta o interesse de redes de rádio que pretendem usar bubbly para divulgar notícias.
Bola e fuzil: nada a ver
por Gonça
É, no mínimo, esquisito esse relacionamento de jogadores famosos com bandidos no momento em que a cidade e os moradores honestos dos morros apostam, pela primeira vez, em uma perspectiva de mudança. A droga vai continuar sendo vendida nas esquinas? Sim, aqui como em qualquer mercado do mundo - como nos Estados Unidos, disparados os maiores consumidores de todos os tipos de entorpecentes apesar da poderosa máquina de repressão. Mas o que a política de unidades de pacificação pode reduzir é o domínio territorial dos grupos armados que mandam e matam em áreas onde o estado não entra.
Pois é isso: no instante em que se trava essa luta apoiada pela maioria dos residentes nas comunidades, jogadores famosos passam a fazer divulgação do crime organizado. Ou não é RP sair no jornal em doce relação com os chefões do tráfico e considerar isso a coisa mais normal do mundo? Pior são as análises que se seguem: um diretor de clube diz que isso é normal, outro fala que cervejinha não tempo problema, um empresário do funk argumenta que essa é a tradição do morro (receber convidados famosos com escolta armada...). Tradição do morro, cara-pálida? Não generalize, nem todos os moradores de favelas são marginais, ao contrário, a maioria é vítima da dominação desses grupos armados. Mas que é estranho, é. Essas visitas parecem programadas e têm cara de campanha de relações-públicas para "melhorar a imagem" do tráfico nas suas respectivas áreas. Se os envolvidos são inocentes úteis, não importa: o efeito RP é o mesmo. Diria que essa fatos de hoje serão motivo de perguntas de jornalistas internacionais, amanhã, quando a Seleção chegar à Àfrica do Sul, se esse pessoal for convocado. Sei não, vão achar estranho... Ou relacionar esses episódios com o futebol italiano que já teve dirigentes e jogadores banidos por se relacionarem com capo dei capi mafioso. E, já reparou?, há várias comunidades pacificadas no Rio mas os tais jogadores só têm "amigos" e visitam aquelas ainda dominadas pelas quadrilhas...
É, no mínimo, esquisito esse relacionamento de jogadores famosos com bandidos no momento em que a cidade e os moradores honestos dos morros apostam, pela primeira vez, em uma perspectiva de mudança. A droga vai continuar sendo vendida nas esquinas? Sim, aqui como em qualquer mercado do mundo - como nos Estados Unidos, disparados os maiores consumidores de todos os tipos de entorpecentes apesar da poderosa máquina de repressão. Mas o que a política de unidades de pacificação pode reduzir é o domínio territorial dos grupos armados que mandam e matam em áreas onde o estado não entra.
Pois é isso: no instante em que se trava essa luta apoiada pela maioria dos residentes nas comunidades, jogadores famosos passam a fazer divulgação do crime organizado. Ou não é RP sair no jornal em doce relação com os chefões do tráfico e considerar isso a coisa mais normal do mundo? Pior são as análises que se seguem: um diretor de clube diz que isso é normal, outro fala que cervejinha não tempo problema, um empresário do funk argumenta que essa é a tradição do morro (receber convidados famosos com escolta armada...). Tradição do morro, cara-pálida? Não generalize, nem todos os moradores de favelas são marginais, ao contrário, a maioria é vítima da dominação desses grupos armados. Mas que é estranho, é. Essas visitas parecem programadas e têm cara de campanha de relações-públicas para "melhorar a imagem" do tráfico nas suas respectivas áreas. Se os envolvidos são inocentes úteis, não importa: o efeito RP é o mesmo. Diria que essa fatos de hoje serão motivo de perguntas de jornalistas internacionais, amanhã, quando a Seleção chegar à Àfrica do Sul, se esse pessoal for convocado. Sei não, vão achar estranho... Ou relacionar esses episódios com o futebol italiano que já teve dirigentes e jogadores banidos por se relacionarem com capo dei capi mafioso. E, já reparou?, há várias comunidades pacificadas no Rio mas os tais jogadores só têm "amigos" e visitam aquelas ainda dominadas pelas quadrilhas...
segunda-feira, 15 de março de 2010
Serviço: fique de olho, já tem dia marcado para você se vacinar contra a gripe
por Eli Halfoun
Começa no próximo dia 23 uma nova e necessária corrida aos postos de saúde para a vacinação contra a gripe (influenza H1N1), Mas não adianta sair atropelando os horários. Tem um calendário que, ao que tudo indica, funcionará direitinho com a promessa de não faltar vacina. Veja aqui quando você deve procurar um posto de vacinação: de 22 de março a 2 de abril serão vacinadas as gestantes, crianças de seis meses e menores de 2 anos, além da população com doenças crônicas: cardíaca, respiratória, hepática, renal, sanguínea, imunodepressão e grande obesidade; dos dias 4 a 23 de abril a vacinação é para a população saudável de 20 a 29 anos; de 24 de abril a 7 de maio é a vez dos idosos com 60 ou mais anos e de 10 a 21 de maio a vacinação encerra os trabalhos atendendo a população saudável de 30 a 39 anos.
Futebol e política: tristes semelhanças
por Eli Halfoun
Além da roubalheira dentro e fora de campo (cada seu campo de jogo, é claro), futebol e política tem outras semelhanças. Quem procurar direitinho acha e o técnico Joel Santana enumerou essas durante participação em recente mesa redonda esportiva:
1) “Eleição e jogo de futebol só são decididos na hora”;
2) Futebol é igual a política: bonito por fora e feio por dentro;
3)” O talento e a garra do novo decidem uma partida e uma eleição, mas quando o jogo é difícil, o técnico se sente mais seguro com o jogador mais experiente”. Joel é um brincalhão e anda contando por aí que quando viu Sergio Cabral no YouTube falando inglês, “pensei que fosse eu, só que de porre”.
Tá com prisão de ventre? Embarque em um cruzeiro...
por Gonça
Pelo que leio no jornal semana sim, semana sim, um adicional para a turma al mare nesses navios cruzeiros que assolam o Brasil é o intestino solto. Solto apenas, não. Liberado geral à base de terríveis surtos de diarréia. O cartunista Jaguar embarcou em um desses cruzeiros e disse que se sentiu em Bangu 1. Melhor atualizar a comparação: tá mais para estação de tratamento flutuante. Mas é o tal negócio, vai quem quer, né?
Pelo que leio no jornal semana sim, semana sim, um adicional para a turma al mare nesses navios cruzeiros que assolam o Brasil é o intestino solto. Solto apenas, não. Liberado geral à base de terríveis surtos de diarréia. O cartunista Jaguar embarcou em um desses cruzeiros e disse que se sentiu em Bangu 1. Melhor atualizar a comparação: tá mais para estação de tratamento flutuante. Mas é o tal negócio, vai quem quer, né?
Na política um apoio difícil de conseguir
por Eli Halfoun
Como em política está mesmo valendo tudo, o ex-prefeito César Maia não quer entrar novamente no jogo do voto para perder (perdeu quando apoiou Solange Amaral) e anda em busca de apoios fortes. Depois de ter passado um tempão menosprezando a popularidade do presidente Lula, Cesar Maia acabou rendendo-se a uma inegável evidência e admite que Lula conquistou no Rio a sua melhor avaliação nos, digamos, quesitos ótimo e bom com cerca de 75 % de admiradores confessos. Assim César Maia passou a reconhecer que Lula é mesmo um forte cabo eleitoral e pretende correr também atrás desse apoio, mas analistas políticos acham que dificilmente o ex-prefeito conseguirá alguma coisa com Lula. Nem ao menos uma foto tipo aquelas “papagaio de pirata”.
Como em política está mesmo valendo tudo, o ex-prefeito César Maia não quer entrar novamente no jogo do voto para perder (perdeu quando apoiou Solange Amaral) e anda em busca de apoios fortes. Depois de ter passado um tempão menosprezando a popularidade do presidente Lula, Cesar Maia acabou rendendo-se a uma inegável evidência e admite que Lula conquistou no Rio a sua melhor avaliação nos, digamos, quesitos ótimo e bom com cerca de 75 % de admiradores confessos. Assim César Maia passou a reconhecer que Lula é mesmo um forte cabo eleitoral e pretende correr também atrás desse apoio, mas analistas políticos acham que dificilmente o ex-prefeito conseguirá alguma coisa com Lula. Nem ao menos uma foto tipo aquelas “papagaio de pirata”.
Internet “navega” para o Prêmio Nobel da Paz
por Eli Halfoun
A internet, que é hoje, sem dúvida, nossa mais freqüente companhia (passamos mais tempo ao lado dela do que da namorada, da esposa, da amante e até dos amigos), cansou de ficar só no papo e resolveu “navegar” mais longe disputando a possibilidade de ganhar o Prêmio Nobel da Paz esse ano. A internet é um dos 237 candidatos (o maior número de concorrentes da história) que ambiciona o prêmio que vale uma simbólica quantia de dez milhões de coroas suecas, ou seja, US$ 1,4 milhões. Se ganhar a própria internet será a ferramenta mais rápida e poderosa para divulgar a vitória e transmitir a entrega do prêmio marcada para o dia 16 de dezembro em Oslo. É verdade que a internet aproxima pessoas, promove encontros e até tenta estabelecer a paz, mas não é mentira que através da internet é possível promover uma guerra mundial. Pelo menos de palavras e ofensas.
A internet, que é hoje, sem dúvida, nossa mais freqüente companhia (passamos mais tempo ao lado dela do que da namorada, da esposa, da amante e até dos amigos), cansou de ficar só no papo e resolveu “navegar” mais longe disputando a possibilidade de ganhar o Prêmio Nobel da Paz esse ano. A internet é um dos 237 candidatos (o maior número de concorrentes da história) que ambiciona o prêmio que vale uma simbólica quantia de dez milhões de coroas suecas, ou seja, US$ 1,4 milhões. Se ganhar a própria internet será a ferramenta mais rápida e poderosa para divulgar a vitória e transmitir a entrega do prêmio marcada para o dia 16 de dezembro em Oslo. É verdade que a internet aproxima pessoas, promove encontros e até tenta estabelecer a paz, mas não é mentira que através da internet é possível promover uma guerra mundial. Pelo menos de palavras e ofensas.
Bomba atômica inspirou (pelo menos) uma bela criação: o biquíni
por Eli Halfoun
O mínimo que se pode dizer ao avistar na praia uma linda mulher vestida (vestida?) e um minúsculo biquíni é que ela uma verdadeira bomba atômica de prazer. Não há nenhum exagero na comparação: o biquíni (que durante muito tempo aqui também foi escrito com K - bikini) é mesmo uma consequência da bomba atômica lançada em 1945. Nos seus 65 anos de existência, o bikini ganhou vários formatos e tamanhos, assim como as bombas. A primeira aparição pública do bikini com a stripper francesa Micheline Bernardi no Cassino de Paris na noite do dia 26 de julho de 1946. O estilista francês Louis Réard inspirou-se em um episódio histórico para criar a peça feminina que hoje é capaz de caber até em uma caixinha de fósforos. O nome Bikini é o mesmo de um atol (pequena ilha muito rasa) localizado na Oceania e escolhido pelos Estados Unidos para seus primeiros testes nucleares. Foi no atol Bikini que os EUA lançaram a bomba atômica. O atol foi dividido em dois, inspirando o estilista francês a batizar sua nova e mínima criação que até então era chamada de “le minimum” e em seguida de bikini por causa da minúscula dimensão do atol de mesmo nome. Considerado na época um traje muito ousado o bikini foi recusado pelas modelos profissionais que não ousavam desfilar com eles. Hoje quanto menor melhor para quem usa e principalmente para quem o vê escondendo o mínimo de verdadeiras bombas atômicas femininas. (Foto:Reprodução/Novo Mundo)
O mínimo que se pode dizer ao avistar na praia uma linda mulher vestida (vestida?) e um minúsculo biquíni é que ela uma verdadeira bomba atômica de prazer. Não há nenhum exagero na comparação: o biquíni (que durante muito tempo aqui também foi escrito com K - bikini) é mesmo uma consequência da bomba atômica lançada em 1945. Nos seus 65 anos de existência, o bikini ganhou vários formatos e tamanhos, assim como as bombas. A primeira aparição pública do bikini com a stripper francesa Micheline Bernardi no Cassino de Paris na noite do dia 26 de julho de 1946. O estilista francês Louis Réard inspirou-se em um episódio histórico para criar a peça feminina que hoje é capaz de caber até em uma caixinha de fósforos. O nome Bikini é o mesmo de um atol (pequena ilha muito rasa) localizado na Oceania e escolhido pelos Estados Unidos para seus primeiros testes nucleares. Foi no atol Bikini que os EUA lançaram a bomba atômica. O atol foi dividido em dois, inspirando o estilista francês a batizar sua nova e mínima criação que até então era chamada de “le minimum” e em seguida de bikini por causa da minúscula dimensão do atol de mesmo nome. Considerado na época um traje muito ousado o bikini foi recusado pelas modelos profissionais que não ousavam desfilar com eles. Hoje quanto menor melhor para quem usa e principalmente para quem o vê escondendo o mínimo de verdadeiras bombas atômicas femininas. (Foto:Reprodução/Novo Mundo)
domingo, 14 de março de 2010
É o preço a pagar...
por Gonça
Dá-lhe Light privatizada, sem investimento e sempre priorizando transferências de lucro: o resultado, nada surpreendente, são os apagões. Vote melhor Brasil, dê um ponta-pé nessa patota do neo-liberalismo, desconfie da privatização a qualquer preço para beneficiar a turma que só quer lucrar com o serviço público. O Brasil já viu essa história, já privatizou serviços púiblico nos anos 50/60 e teve que retomá-lo ou o país parava. Nenhuma dúvida de que vai acontecer de novo: empresário não investe em infraestrutura, isso é coisa que consome muitos recursos e é de retorno demorado, nem aqui nem em qualquer lugar do mundo.
Em tempo, a foto é do jogo Botafogo X Olaria interrompido por falta de luz, coisa normal no Rio, hoje, com chuva ou sem chuva. Curiosamente, a mesma mídia que duvidou que o apagão "estatal" do ano passado fosse provocado por raios, agora acredita que a chuva é a ´causa do apagão "privado". Não esqueça, político corrupto e empresário idem fazem uma dobradinha poderosa e devastadora para o país. De novo, vale lembrar, vote bem.
Dá-lhe Light privatizada, sem investimento e sempre priorizando transferências de lucro: o resultado, nada surpreendente, são os apagões. Vote melhor Brasil, dê um ponta-pé nessa patota do neo-liberalismo, desconfie da privatização a qualquer preço para beneficiar a turma que só quer lucrar com o serviço público. O Brasil já viu essa história, já privatizou serviços púiblico nos anos 50/60 e teve que retomá-lo ou o país parava. Nenhuma dúvida de que vai acontecer de novo: empresário não investe em infraestrutura, isso é coisa que consome muitos recursos e é de retorno demorado, nem aqui nem em qualquer lugar do mundo.
Em tempo, a foto é do jogo Botafogo X Olaria interrompido por falta de luz, coisa normal no Rio, hoje, com chuva ou sem chuva. Curiosamente, a mesma mídia que duvidou que o apagão "estatal" do ano passado fosse provocado por raios, agora acredita que a chuva é a ´causa do apagão "privado". Não esqueça, político corrupto e empresário idem fazem uma dobradinha poderosa e devastadora para o país. De novo, vale lembrar, vote bem.
Querem plantar mais um hotel na Floresta Amazônica
por Eli Halfoun
A Floresta Amazônica pode ganhar seu segundo hotel de luxo (seis estrelas) dentro de um ou dois anos. A idéia é de um grupo de empresários paraenses que já mantém contatos com a EBEX de Eike Batista para consolidar uma forte parceria financeira. O empresário incluído recentemente pela revista Forbes do mundo está entusiasmado com a idéia e pensa inclusive em trazer parte da tecnologia dos Estados Unidos. Tudo bem desde que não se construa por aqui uma Disneylândia tupiniquim. Por enquanto apenas um hotel - o Ariaú- está plantado na Floresta Amazônica. O segundo será bem-vindo, mas o terceiro, o quarto, o quinto e por aí vai podem transformar a Floresta Amazônica em mais uma infernal selva de pedra. Portanto, todo cuidado é pouco. A natureza agradece.
A Floresta Amazônica pode ganhar seu segundo hotel de luxo (seis estrelas) dentro de um ou dois anos. A idéia é de um grupo de empresários paraenses que já mantém contatos com a EBEX de Eike Batista para consolidar uma forte parceria financeira. O empresário incluído recentemente pela revista Forbes do mundo está entusiasmado com a idéia e pensa inclusive em trazer parte da tecnologia dos Estados Unidos. Tudo bem desde que não se construa por aqui uma Disneylândia tupiniquim. Por enquanto apenas um hotel - o Ariaú- está plantado na Floresta Amazônica. O segundo será bem-vindo, mas o terceiro, o quarto, o quinto e por aí vai podem transformar a Floresta Amazônica em mais uma infernal selva de pedra. Portanto, todo cuidado é pouco. A natureza agradece.
Juízes podem errar à vontade: Fifa não quer saber de chip na bola
por Eli Halfoun
Só uma seleção leva o título e poucas chegam ao campeonato propriamente dito, mas isso não impede que cerca de 900 partidas sejam realizadas no mundo para as Eliminatórias da Copa. Esse é um dos motivos alegados pela Fifa para não adotar o chip nas bolas de futebol. Até parece que a Fifa é pobrezinha: o outro motivo (ou será desculpa) é o custo elevado. Joseph Blatter, o presidente da Fifa, está convencido de que esse sistema de regra não poderia ser implantado no mundo todo porque estabeleceria regras praticamente diferentes para algumas partidas que “nem são transmitidas peja televisão". A implantação do chip na bola seria um auxílio para a arbitragem e poderia sem dúvida evitar muitos erros grosseiros do “senhor apitador”. A Fifa não pretende mudar as regras porque “as aplicações dessas tecnologias sairiam caras e não seriam possíveis em um nível global e todas as partidas precisam ter as mesmas regras”. O futebol não quer saber de avanços tecnológicos e, portanto, os juízes poderão continuar errando à vontade. Mesmo quando erram de propósito.
Só uma seleção leva o título e poucas chegam ao campeonato propriamente dito, mas isso não impede que cerca de 900 partidas sejam realizadas no mundo para as Eliminatórias da Copa. Esse é um dos motivos alegados pela Fifa para não adotar o chip nas bolas de futebol. Até parece que a Fifa é pobrezinha: o outro motivo (ou será desculpa) é o custo elevado. Joseph Blatter, o presidente da Fifa, está convencido de que esse sistema de regra não poderia ser implantado no mundo todo porque estabeleceria regras praticamente diferentes para algumas partidas que “nem são transmitidas peja televisão". A implantação do chip na bola seria um auxílio para a arbitragem e poderia sem dúvida evitar muitos erros grosseiros do “senhor apitador”. A Fifa não pretende mudar as regras porque “as aplicações dessas tecnologias sairiam caras e não seriam possíveis em um nível global e todas as partidas precisam ter as mesmas regras”. O futebol não quer saber de avanços tecnológicos e, portanto, os juízes poderão continuar errando à vontade. Mesmo quando erram de propósito.
Memória do desastre
por Gonça
Na primeira eleição direta após a ditadura, o Brasil apostou claramente no desastre. Grupos econômicos e políticos, os poderosos de sempre, logo escolheram seu candidato, caindo no conto do "Caçador de Marajás". Com o forte apoio de toda da mídia comercial (incluindo a estratégica divulgação de que o oponente, se vencedor, confiscaria a poupança popular), Collor subiu a rampa, de um lado, e o país começou a descer a ladeira, de outro.
Dia desses, durante uma conversa sobre política, perguntei, de brincadeira, quem alí tinha votado no Collor. Ninguém, foi a conclusão. Obviamente existiram aos milhões mas é difícil, até hoje, achar um eleitor do Collor. Assim como comentaristas de economia, de política e editorialistas que o apoiaram com entusiasmo. É da natureza, diz-se. Quando a maré virou na onda do impeachment, ficou difícil saber quem, afinal, botou o homem no Planalto.
Para encontrar os defensores do Plano Collor, só pesquisando na Biblioteca Nacional, que guarda, por lei, os periódicos. Só os periódicos, a lei não prevê banco de imagem na BN. O que a TV veiculou na época, fica guardado nos arquivos privados de cada emissora sem possibilidade de acesso público.
Lula, que se candidatava à Presidência da República pela primeira vez e, na época, sem as alianças conservadoras que o levariam, depois, ao poder, era o adversário a ser batido a qualquer preço. E a mídia propagou a imagem de um Collor "muderno', cuidadoso com as finanças públicas, contra as mordomias, antenado, um atleta que difundia mensagens em camisetas e mostrava, em campanha, o punho cerrado, e atendeu em peso ao chamado do candidato: "Não me deixem só".
No começo do Plano Collor, a inflação se reduziu já que foi retirado dinheiro de circulação. Foi o suspiro antes da asfixia. Em seguida, o país entrou na maior recessão da sua história, com altos picos de desemprego provocado por uma queda de quase 30% na produção. De quebra, o PIB foi lipoaspirado em cerca de 20 bilhões de dólares. E a inflação, que teria sido abatida uma bala de prata, voltou saltitante e vigorosa.
Para não esquecer: o Plano Collor foi desenvolvido e implantado por Antônio Kandir, Zélia Cardoso de Mello, Ibrahim Eris, Venilton Tadini, Luís Otávio da Motta Veiga, Eduardo Teixeira e João Maia. E, ao longo do governo Collor, foram ministros (olha a listinha de presença em ordem alfabética. Obrigado, Google) Adib Jatene, Affonso Camargo Neto, Agenor Francisco Homem de Carvalho, Alceni Guerra, Antônio Cabrera Mano Filho, Antônio Rogério Magri, Carlos Chiarelli, Carlos Tinoco Ribeiro Gomes, Célio Borja, Celso Lafer, Edson Machado de Sousa, Eduardo de Freitas Teixeira, Eraldo Tinoco Melo, Flávio Miragaia Perri, Francisco Rezek, Hélio Jaguaribe, Ipojuca Pontes, Jamil Haddad, Jarbas Passarinho, João Eduardo Cerdeira de Santana, João Mellão Neto, Joaquim Roriz, Jorge Bornhausen, José Bernardo Cabral, José Goldemberg, José Lutzenberger, Lázaro Ferreira Barboza, Marcílio Marques Moreira, Marcos Antônio de Salvo Coimbra, Mário César Flores, Ozires Silva, Paulo Roberto Haddad, Sérgio Paulo Rouanet, Sócrates da Costa Monteiro e Zélia Cardoso de Mello.
Em vídeo, abaixo, uma novela da vida irreal, a escolher...
Para ver Zélia anunciando o Plano Collor, há 20 anos, em rede nacional, clique AQUI
Para ver a posse de Collor, clique AQUI
Para ver Collor em 1997 em famosa entrevista (a destacar a calma impressionante e o profissionalismo da repórter Sonia Bridi), clique AQUI
Na primeira eleição direta após a ditadura, o Brasil apostou claramente no desastre. Grupos econômicos e políticos, os poderosos de sempre, logo escolheram seu candidato, caindo no conto do "Caçador de Marajás". Com o forte apoio de toda da mídia comercial (incluindo a estratégica divulgação de que o oponente, se vencedor, confiscaria a poupança popular), Collor subiu a rampa, de um lado, e o país começou a descer a ladeira, de outro.
Dia desses, durante uma conversa sobre política, perguntei, de brincadeira, quem alí tinha votado no Collor. Ninguém, foi a conclusão. Obviamente existiram aos milhões mas é difícil, até hoje, achar um eleitor do Collor. Assim como comentaristas de economia, de política e editorialistas que o apoiaram com entusiasmo. É da natureza, diz-se. Quando a maré virou na onda do impeachment, ficou difícil saber quem, afinal, botou o homem no Planalto.
Para encontrar os defensores do Plano Collor, só pesquisando na Biblioteca Nacional, que guarda, por lei, os periódicos. Só os periódicos, a lei não prevê banco de imagem na BN. O que a TV veiculou na época, fica guardado nos arquivos privados de cada emissora sem possibilidade de acesso público.
Lula, que se candidatava à Presidência da República pela primeira vez e, na época, sem as alianças conservadoras que o levariam, depois, ao poder, era o adversário a ser batido a qualquer preço. E a mídia propagou a imagem de um Collor "muderno', cuidadoso com as finanças públicas, contra as mordomias, antenado, um atleta que difundia mensagens em camisetas e mostrava, em campanha, o punho cerrado, e atendeu em peso ao chamado do candidato: "Não me deixem só".
No começo do Plano Collor, a inflação se reduziu já que foi retirado dinheiro de circulação. Foi o suspiro antes da asfixia. Em seguida, o país entrou na maior recessão da sua história, com altos picos de desemprego provocado por uma queda de quase 30% na produção. De quebra, o PIB foi lipoaspirado em cerca de 20 bilhões de dólares. E a inflação, que teria sido abatida uma bala de prata, voltou saltitante e vigorosa.
Para não esquecer: o Plano Collor foi desenvolvido e implantado por Antônio Kandir, Zélia Cardoso de Mello, Ibrahim Eris, Venilton Tadini, Luís Otávio da Motta Veiga, Eduardo Teixeira e João Maia. E, ao longo do governo Collor, foram ministros (olha a listinha de presença em ordem alfabética. Obrigado, Google) Adib Jatene, Affonso Camargo Neto, Agenor Francisco Homem de Carvalho, Alceni Guerra, Antônio Cabrera Mano Filho, Antônio Rogério Magri, Carlos Chiarelli, Carlos Tinoco Ribeiro Gomes, Célio Borja, Celso Lafer, Edson Machado de Sousa, Eduardo de Freitas Teixeira, Eraldo Tinoco Melo, Flávio Miragaia Perri, Francisco Rezek, Hélio Jaguaribe, Ipojuca Pontes, Jamil Haddad, Jarbas Passarinho, João Eduardo Cerdeira de Santana, João Mellão Neto, Joaquim Roriz, Jorge Bornhausen, José Bernardo Cabral, José Goldemberg, José Lutzenberger, Lázaro Ferreira Barboza, Marcílio Marques Moreira, Marcos Antônio de Salvo Coimbra, Mário César Flores, Ozires Silva, Paulo Roberto Haddad, Sérgio Paulo Rouanet, Sócrates da Costa Monteiro e Zélia Cardoso de Mello.
Em vídeo, abaixo, uma novela da vida irreal, a escolher...
Para ver Zélia anunciando o Plano Collor, há 20 anos, em rede nacional, clique AQUI
Para ver a posse de Collor, clique AQUI
Para ver Collor em 1997 em famosa entrevista (a destacar a calma impressionante e o profissionalismo da repórter Sonia Bridi), clique AQUI
E Zélia ainda diz que o povo não entendeu o Plano Collor...
...entendeu, entendeu, dona Zélia, olha a kgda histórica rendendo até hoje. (Foto:Reprodução do Globo de hoje)
sábado, 13 de março de 2010
ESPECIAL - Há 25 anos: Revista Fatos, um cometa jornalístico
Na Fatos Nº1, há 25 anos, reportagem sobre o escudo espacial americano que, com o fim da Guerra Fria, nunca saiu do papel.
Em 1985, matéria na Fatos N°1 sobre as primeiras ameaças, em larga escala, do crime organizado.
Esta é capa do número 70, a última edição da revista.
Na Fatos Nº1, Adolpho Bloch recebe Tancredo Neves na Casa da Mancnete, em Brasília. Foi uma das últimas fotos de Tancredo antes de se agravar a doença que o levaria à morte.
A instalação da Nova República, que não se revelou tão nova assim.
Em 1985, matéria na Fatos N°1 sobre as primeiras ameaças, em larga escala, do crime organizado.
Esta é capa do número 70, a última edição da revista.
Na Fatos Nº1, Adolpho Bloch recebe Tancredo Neves na Casa da Mancnete, em Brasília. Foi uma das últimas fotos de Tancredo antes de se agravar a doença que o levaria à morte.
A instalação da Nova República, que não se revelou tão nova assim.
O Brasil esperava a posse de Tancredo e levou Sarney na Presidência. A Fatos Nº1, com a capa da posse, chegou às bancas no dia 17 de março de 1985.
por José Esmeraldo Gonçalves
Em fins de 1984, estávamos eu, Cony e o Barros (o diretor de arte João Américo Barros) conversando na redação. Comentávamos a precariedade de produção e edição da Fatos&Fotos e não víamos perspectivas para tirar a revista do atoleiro em que se encontrava. Entre uma e outra opinião divergente pelo menos em uma coisa estávamos afinados: não tínhamos mais saco para continuar fazendo a F&F tal como se encontrava. A direção da empresa parecia tão embevecida pela TV Manchete que nem cobrava do Cony e da equipe um desempenho melhor. Daquela conversa surgiu a idéia de se fazer um projeto de uma nova revista. Mudar era melhor do que ficar parado, inerte. O Cony se encarregaria de levar a idéia ao Adolpho Bloch. Na época, Tancredo Neves vencera no colégio eleitoral e virara presidente. Chegaria ao poder com uma penca de concessões aos militares, mas era, apesar da eleição indireta, o primeiro presidente civil. Era dezembro de 1984 e Tancredo tomaria posse em 15 de março de 1985. Adolpho cedeu ao argumento do Cony de que seria a hora própria para se fazer uma revista de informação, mais moderna, no gênero, por exemplo, da italiana Panorama. A ditadura chegava ao fim e com a posse do Tancredo – de quem o Cony era amigo e conselheiro - abria-se o espaço para a Bloch ter uma revista de análise e informação. (...) Fizemos um projeto, a idéia foi evoluindo. Adolpho se entusiasmou e mandou tocar a tarefa. Barros fez uma “boneca” que depois se transformou em uma peça publicitária a ser levada às agências. A receptividade foi boa. Começamos a montar a redação e marcamos a data para o lançamento em bancas: 17 de março, com a cobertura da posse de Tancredo Neves. O time foi formado. Cony como diretor, eu como editor-executivo, Barros diretor de arte, Marcos Santarrita editor internacional, Sergio Ryff da nacional, Daisy Prétola chefe de reportagem, Lenira Alcure editora de cultura e comportamento, repórteres como Maria Alice Mariano, Luis Carlos Sarmento, Marcelo França, Rosângela Vianna e Gabriel Nogueira; fotógrafos como Gervásio Baptista, Sergio Zalis, Henrique Viard e Sergio de Souza e por aí vai. A revista durou 1 ano e 4 meses. Teve bons momentos, mas faltou-lhe fôlego e resistência. Um bom time de colunistas – os jornalistas José Augusto Ribeiro, Tão Gomes Pinto, Artur da Távola, Gilberto Dimenstein, Antonio Carlos Miguel, Alfredo Grieco, Arnaldo Niskier, Zevi Ghivelder, Murilo Melo Filho, Maria Helena Dutra, Sandro Moreira e Alberto Tammer, o médico Jayme Landmann, o humorista Cláudio Paiva, entre outros -, garantia à revista uma diversidade de opiniões que arejava o “pensamento único” mais comum a boa parte da imprensa naqueles tempos. (...) Tancredo empossado e subindo a rampa seria a capa da edição de estréia. Estava tudo pronto. Um longo ensaio sobre a vida e trajetória do político mineiro, as circunstâncias da eleição, o ministério, uma análise do futuro governo a partir do jeito de agir e das características do novo presidente. Para fechar a edição só faltava o factual. Ou seja, a posse propriamente dita. Era o que pretendíamos escrever, mas não o que o destino rabiscava. O Cony entra na sala, me chama e ao Barros e diz, de cara: “Vamos ter que mudar a revista. Tancredo não toma posse”. Bem-informado – a notícia, gravíssima, ainda não vazara na imprensa --, Cony nos deixou atordoados. Ele não tinha dúvidas, estava seguro do que dizia. E os fatos confirmaram o “furo” do Cony. Nos dias seguintes, abriu-se a trágica seqüência que levaria à morte de Tancredo Neves. Na capa da Fatos Nº. 1, José de Ribamar Sarney anunciava o começo da sua era.
Cony escreve
Em 23 de abril de 2005, Cony publicou na Folha de São Paulo a crônica abaixo, sob o título "Tancredo" (texto em destaque):
“Os 20 anos da morte de Tancredo Neves reabriram os acontecimentos que impediram sua posse na Presidência da República. Sempre que acontecem casos de grande dramaticidade, surgem teorias conspiratórias. Na Itália, um jornal chegou a denunciar "la Mafia bianca", a máfia dos aventais brancos. Acompanhei os lances de sua eleição. No dia 12 de março, Mauro Salles telefonou-me avisando que ele queria jantar no dia seguinte com alguns amigos jornalistas, para ser exato, apenas quatro. Eu não poderia ir, porque estava preparando o primeiro número da revista "Fatos", cuja capa seria o novo presidente do Brasil. No dia 13, pela manhã, o jantar foi desmarcado. Com minha equipe deslocada em Brasília, fiquei no Rio para ultimar a edição. No dia 14, depois do almoço, recebi um telefonema de Brasília, de pessoa ligadíssima a Tancredo. Ela me avisou que Tancredo não iria tomar posse por estar doente. Pediu-me discrição. Como tinha de decidir sobre o editorial da revista, chamei o editor-chefe, José Esmeraldo Gonçalves, que hoje dirige uma revista do grupo Abril, e o diretor de arte, José Américo Barros, que atualmente faz free-lance para diversas publicações. Discretamente, começamos a buscar uma alternativa para a revista. Longe dos acontecimentos, mas informado pela pessoa próxima de Tancredo, iniciei um texto sobre a crise que logo iria estourar. Impossível prever a bagunça que se instalaria no Hospital de Base, mas, naquele primeiro momento, não podia desculpar o erro de Tancredo, que, apesar de se saber doente e dos avisos da única pessoa que sabia da verdade, recusava-se à operação, que era urgente, mas não houvera erro por parte dele. Sua preocupação não era mais ser presidente, mas garantir a tranqüilidade da sucessão. Temia que não dessem posse a Sarney. Na confusão que se seguiria, a redemocratização podia melar. Entre a vida e a missão, optou pelo sacrifício pessoal. Imolação que até hoje não foi compreendida." (por Carlos Heitor Cony para a Folha de São Paulo)
“Os 20 anos da morte de Tancredo Neves reabriram os acontecimentos que impediram sua posse na Presidência da República. Sempre que acontecem casos de grande dramaticidade, surgem teorias conspiratórias. Na Itália, um jornal chegou a denunciar "la Mafia bianca", a máfia dos aventais brancos. Acompanhei os lances de sua eleição. No dia 12 de março, Mauro Salles telefonou-me avisando que ele queria jantar no dia seguinte com alguns amigos jornalistas, para ser exato, apenas quatro. Eu não poderia ir, porque estava preparando o primeiro número da revista "Fatos", cuja capa seria o novo presidente do Brasil. No dia 13, pela manhã, o jantar foi desmarcado. Com minha equipe deslocada em Brasília, fiquei no Rio para ultimar a edição. No dia 14, depois do almoço, recebi um telefonema de Brasília, de pessoa ligadíssima a Tancredo. Ela me avisou que Tancredo não iria tomar posse por estar doente. Pediu-me discrição. Como tinha de decidir sobre o editorial da revista, chamei o editor-chefe, José Esmeraldo Gonçalves, que hoje dirige uma revista do grupo Abril, e o diretor de arte, José Américo Barros, que atualmente faz free-lance para diversas publicações. Discretamente, começamos a buscar uma alternativa para a revista. Longe dos acontecimentos, mas informado pela pessoa próxima de Tancredo, iniciei um texto sobre a crise que logo iria estourar. Impossível prever a bagunça que se instalaria no Hospital de Base, mas, naquele primeiro momento, não podia desculpar o erro de Tancredo, que, apesar de se saber doente e dos avisos da única pessoa que sabia da verdade, recusava-se à operação, que era urgente, mas não houvera erro por parte dele. Sua preocupação não era mais ser presidente, mas garantir a tranqüilidade da sucessão. Temia que não dessem posse a Sarney. Na confusão que se seguiria, a redemocratização podia melar. Entre a vida e a missão, optou pelo sacrifício pessoal. Imolação que até hoje não foi compreendida." (por Carlos Heitor Cony para a Folha de São Paulo)
Fatos Nº 1
E foi-se a Fatos para as bancas com Sarney na Capa. A foto mostrava um Sarney que eu diria ainda perplexo. Dois passos atrás, como uma sombra, o general Leônidas Pires Gonçalves. A chamada de capa: Sarney na presidência: o primeiro teste da Nova República. No canto direito, uma "janela": Tancredo passa mal durante a missa, horas antes da posse. Para os militares, estava claro que melhor um Sarney na mão do que um Tancredo confabulando à mineira. Na página 7 a revista publicava uma charge do Cláudio Paiva. No desenho, um general medalhado, de quepe alto como um típico ditador sul-americano deixava cair o peso da mão sobre o ombro de um médico e “falava”: “É grave, doutor?” A interrogação estava ali como adereço. A frase mais parecia um apelo: “Diz que é grave doutor”. No mais, além da cobertura da posse e da análise de um ministério que tinha muitos dos “mesmos” dos anos de chumbo - Marco Maciel, Golbery do Couto e Silva, Olavo Setúbal, Roberto Gusmão, Antonio Carlos Magalhães -, a edição trazia uma curiosidade: na página 20, um anúncio do Governo de Minas, que já estava impresso e não foi possível mudar saudava a posse de Tancredo. A mensagem, assinada pelo então governador Hélio Garcia, ressaltava que “o povo mineiro renova sua total confiança em que a posse do eminente estadista Dr. Tancredo de Almeida Neves na Presidência da República dá início a um novo tempo” (...) “Reconciliada e restaurada em sua crença, a Nação assume a Nova República e a entrega, confiantemente, ao comando lúcido e sereno do eminente Presidente Tancredo Neves”.
Como estava escrito que Tancredo não assumiria a presidência, estava escrito que a Fatos não emplacaria nas bancas. Menos de um ano e meio depois, fechamos a edição número 70 e selamos as portas da redação no 8º andar do Russel. O sonho já havia acabado e fomos cuidar da vida. A última edição tinha apenas três páginas de anúncios, já não estávamos dispostos a resistir às pressões internas, políticas e pessoais – o que fizemos desde o número zero – e jogamos a toalha. Não sem antes mandar um recado. Na capa, em fundo preto, colocamos o ministro Dílson Funaro que, coincidentemente, tal como a Fatos, também estava pedindo penico. Para nós, a capa era o que menos importava. A palavrinha que queríamos deixar gravada estava lá, em vermelho, grifada, no alto da página, logo abaixo do logotipo da revista: Sabotagem! Referia-se ao momento econômico do país e, de quebra, lavava modestamente nossa alma. De certo, muitos colegas que por oportunismo tinham aderido à “campanha” interna promovida por certos diretores captaram a mensagem. Fechada a revista, fomos “comemorar” no bar do Novo Mundo. Página virada, muita frustração e uma derrota no fígado.
Transcrito do livro do livro Aconteceu na Manchete – as histórias que ninguém contou (Editora Desiderata)
Assinar:
Postagens (Atom)