sexta-feira, 11 de outubro de 2024

A Guerra Fria, quem diria, deixou saudades. A bomba nuclear agora está nas mãos de líderes porras-loucas

Este é o relógio simbólico do fim do mundo. Imagem reproduzida
do Bulletin of the Atomic Scientists
 

por José Esmeraldo Gonçalves

Desde que Estados Unidos e União Soviética desenvolveram e multiplicaram seus arsenais nucleares o mundo passou a viver dias de suspense. A crise dos mísseis instalados em Cuba foi um momento tenso; a guerra no Vietnã, outro. Em várias ocasiões, os ponteiros do relógio do fim do mundo, que classifica os risco de uma guerra nuclear, chegaram perto do apocalipse. Esforços diplomáticos, comunicação através dos telefones vermelhos instalados na Casa Branca e no Kremlin, além, é claro, do medo da mútua retaliação inevitável foram capazes de conter os "falcões" de ambos os lados. 

"Falcões", como se sabe, são conselheiros "porras-loucas" que querem sempre botar pra quebrar. 

O clássico de Stanley  Kubrick, "Dr. Strangelove or: How I Learned to Stop Worrying and Love the Bomb" ("Dr. Fantástico", no Brasil) satirizou em 1964  a paranóia da guerra nuclear.  No filme, um general americano enlouquece, burla os protocolos de segurança e despacha um bombardeiro com a missão de destruir a URSS. Os líderes dos dois países se unem na tentativa de fazer voltar o avião, mas é  tarde. 

Quando a Guerra Fria acabou, o relógio chegou a marcar confortáveis 17 minutos para o Juízo Final. O alívio durou pouco e de lá pra cá o poder nuclear de certa forma se banalizou e o ponteiro avançou. No momento, Estados Unidos, Rússia, China, França, Reino Unido, Paquistão, Índia, Israel e Coréia do Norte têm o poder de deflagrar  o que pode ser a última guerra no planeta. Suspeita-se que a Bielorússia disponha de ogivas cedidas pela Rússia e, agora, o Irã pode ter entrado no terrível clube. Cientistas desconfiam que abalos sísmicos no deserto da antiga Pérsia teriam características semelhantes a um teste de bomba nuclear. Por enquanto, sem confirmação. 

Desde o ano passado, os "relojoeiros" do comitê científico nuclear fixaram o ponteiro em 90 segundos fatais para a meia-noite. As guerras na Ucrânia, na Palestina, no Líbano, na Síria, as ações militares dos  dos houtis e a série de testes na Coreia no Norte ainda não mexeram com o ponteiro em 2024,  o que certamente acontecerá caso se confirme a suposta explosão iraniana. 

Aí complica. Um eventual confronto direto entre o Irã e Israel tem o poder de colocar na mesa de extrema direita de Benjamim Netanyahu e sob as túnicas imprevisíveis dos aiatolás um componente que não pesava na Guerra Fria: a religião. Um dado que tira de qualquer embate um mínimo de recionalidade. 

A Guerra Fria escapou dessa soma de fanatismo com sadismo. Só por isso, antes de disparar os mísseis,  sempre uma voz de "calma aí" ouvida no Kremlin ou na Casa Branca conseguiu evitar o pior. 

Nas atuais circunstâncias, esqueçam: no núcleo duro dos poderes citados - Netanyahu e Khamenei, sem esquecer um Kim Jong-un correndo por fora, um Putin e, a partir de janeiro, um Trump ou ou uma Kamala - não há turma do deixa disso. 

Em caso de guerra nuclear não vai ter para onde correr, mas se você quiser acompanhar o relógio simbólico acesse o Bulletin of the Atomic Scientists no link https://thebulletin.org/ , que agora também marca ameaças como as mudanças climáticas e os efeitos danosos de tecnologias disruptivas. 

Boa sorte para todos.  

terça-feira, 8 de outubro de 2024

Ao recorrer à Justiça e mandar a 777 para escanteio, o presidente Pedrinho salvou o Vasco de uma furada provocada pela possível falência da 777


A 777 Partner, que controlava a SAF do Vasco, está à beira da falência, segundo jornal norueguês citado no Globo de hoje. O desastre da 777, tão exaltada por jornalistas brasileiros que se dizem especialistas em mercado esportivo, só não é um problemão maior para o Vasco porque o atual presidente, o ex-jogador Pedrinho, recorreu à justiça a tempo de afastar a empresa estadunidense do comando do futebol vascaíno. Analistas exageradamente empolgados com a SAF criticaram a inicitiva de Pedrinho que se revelou oportuna. Sediada em Miami, a 777, proprietária de outros clubes na Inglaterra e na Bélgica, está envolvida em irregularidades financeiras. Um dos tais analistas do mercado da bola avaliou que ao juducializar a questão o Vasgo traria "insegurança" para investidores estrangeiros supostamente interessados em adquirir SAFs brasileirias. Como diria o folclórico Mário Viana, errrrou, errrou!  

domingo, 6 de outubro de 2024

Liberdade de imprensa está em jogo na disputa eleitoral para a Prefeitura de Curitiba

O Portal dos Jornalistas denuncia a censura a reportagens do Jornal Plural. A Justiça do Paraná determinou a retirada de matérias do Plural que informavam sobre coação a funcionários da Prefeitura de Curitiba "que receberam ordens de adquirir ingressos para um jantar do PSD". A censura através de liminar foi dada a pedido da coligação de Eduardo Pimentel, vice-prefeito e candidato à prefeitura de Curitiba pelo PSD. Segundo o juiz Marcelo Mazzali, os posts faziam “propaganda negativa” e poderiam criar “estados mentais artificias” contra o vice-prefeito. O jornal Plural declarou que vai recorrer da decisão e o caso deve ser julgado pela Justiça Eleitoral. "Entidades defensoras da liberdade de imprensa repudiaram a decisão judicial. Em nota conjunta, a Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), o Sindicato dos Jornalistas do Paraná (Sindijor) e o Sindicato dos Jornalistas do Norte do Paraná (Sindijor Norte) pediram para que a decisão “seja revista à luz do interesse público, uma vez que a liberdade de imprensa se trata de um importante pilar das sociedades democráticas. Sem acesso a informações produzidas com ética e responsabilidade de forma livre, resta prejudicada a capacidade das eleitoras e eleitores conseguirem formular senso crítico e opinião sobre os postulantes a cargos políticos”, relata o Portal dos Jornalistas.

sábado, 5 de outubro de 2024

Cid Moreira (*). Paz e harmonia na última morada

 

Imagem reproduzida da Revista Contigo!



Foto Tabach
por José Esmeraldo Gonçalves
 

(matéria publicada na Revista Contigo! em 2015)

A nova casa de Cid Moreira é um estado de espírito. Aos 87 anos, 70 de carreira e 14 de casamento com a jornalista Fátima Sampaio, o apresentador encontra na Serra Fluminense o ambiente perfeito para seu momento atual: viver em paz e levar a Bíblia ao maior número de pessoas.

 A iluminação à base de spots, refletores e rebatedores se destaca na sala principal da nova casa de Cid Moreira e de Fátima Sampaio, 51. Mas são precisamente detalhes como esses que traduzem a linha e a essência dos ambientes. Parecem estar ali para dizer que a casa tem dono, alma e nada de impessoal. E não por acaso. Decidido a montar o refúgio perfeito, o próprio casal cuidou da decoração. “Eu só dei alguns palpites”, corrige Cid. “Fátima é a autora de 95% de tudo o que está aqui. E não terminou. A cada dia, aparece uma coisa nova, uma planta diferente no jardim. Ela se distrai aí, bolou tudo”, brinca. A jornalista, que se divide entre a logística da casa e administração da carreira e da agenda de compromissos do apresentador, concorda, mas explica que tentou imprimir em cada canto o jeito e o gosto do marido. “Pensei nesses spots como uma referência carinhosa à trajetória dele, tão brilhante. Ao mesmo tempo, podem ser usados em gravações de vídeos para a Internet, quando ele quiser. O uso de muito vidro, principalmente na parte que dá para o lago, foi decidido também depois de um comentário dele sobre a beleza da natureza na serra. Segundo ele, ‘é um quadro vivo’, diz Fátima. De fato, a partir da sala principal, da mesa onde o casal faz as refeições e até da cozinha, a vista é panorâmica. Cid pontua: “Foi o William Bonner quem me indicou esse local, sabia? É muito tranquilo”. Mesmo conhecendo as preferências do marido – além da convivência, ela é autora da biografia do apresentador, “Boa Noite”, lançada em 2010, Fátima buscou a opinião dele sobre muitos aspectos da decoração.“A gente discutiu junto o que fazer. O piso, as imitações de madeira, o balcão da cozinha. Aproveitamos as viagens e reunimos móveis e objetos de várias regiões do Brasil. É muito legal ele confiar no meu gosto. A gente brinca de casinha enquanto Deus quiser, não é?”, diz ela, que equipou a casa com sistema de captação de água da chuva e instalará, ainda no próximo verão, quando poderá definir a posição dos painéis, um projeto de energia solar. “Temos uma horta, pegamos rúcula, couve e alface no quintal”, lembra-se de acrescentar. Um ambiente assim justifica um comentário do Cid, que admite ser difícil deixar, quando precisa, a rotina da casa. “Fátima é um presente que Deus me deu, a minha parceira que me completou. E, hoje, o que quero é só isso, viver em paz, fazer meu trabalho”. Fátima, que o acompanha em todas a viagens e tenta dosá-las para que ele não se afaste muito da tranquilidade da serra, confirma: “A gente está sempre juntinho. Às vezes, ele está trabalhando no estúdio e eu estou lendo na sala, aí ele aparece, quer saber se está tudo bem, traz um café. Gosto muito dele. Tudo passa tão depressa, a diferença de idade, ninguém sabe o prazo de validade de cada um aqui. Acho que por causa da diferença de idade, a sensação é de aproveitar todo o tempo para amar, deixar as bobagens de lado. Essa é uma sensação bem real pra mim”.

O casal se conheceu em 2000, durante um torneio de tênis que ela cobria, como jornalista, em Fortaleza. “E estamos juntos há 14 anos. Rápido, não e? O que aproximou a gente? Foi a simplicidade, apesar de ser muito conhecido, Cid é muito simples, não tem frescura. Temos a profissão em comum, Ele é um craque, eu sou uma operária comparada com ele, tive uma vida muito mais simples, trabalhei em lugares mais simples, sou básica, não tenho genialidade. E tenho admiração por ele e pelo o trabalho dele, que é muito bonito”, diz Fátima, que define o marido como um romântico à moda antiga. “Ele gosta de surpreender. Às vezes, em viagens, convida ‘vamos lá pra piscina, a gente coloca umas velas, toma um vinho. Ele tem muita disposição”, ri. Desde que deixou o Jornal Nacional, em 1996, e passou a fazer participações semanais no Fantástico (atualmente, de contrato renovado até  2017, ele vai à Globo quando é convocado para alguma tarefa especial), Cid Moreira se dedica intensamente à gravação de textos bíblicos. Nesse período, lançou Cds e Dvds e cumpriu a tarefa quase monumental de gravar toda a Bíblia, do Gênesis ao Apocalipse, em uma produção que ultrapassou a simples leitura e incorporou personagens, dramaturgia e efeitos especiais. Para ele, a atividade espiritual ultrapassou a tarefa funcional. Não é apenas mais um trabalho. É profissão de fé. O apresentador não se considera ligado a igrejas específicas ou denominações religiosas, mas tem a divulgação e popularização da Bíblia como uma missão. “É um compromisso entre mim e Deus. Ele e eu. A cada dia me envolvo mais, leio diariamente, viajo, faço palestras, participo de eventos. Recentemente, subi em um trio elétrico em Salvador e falei para mais de 40 mil pessoas”, diz ele, que está com vários projetos em andamento. Um deles, gravar os chamados livros apócrifos católicos (Tobias, Judite, I Macabeus, II Macabeus, Baruque, Sabedoria e Eclesiástico). Outro, o desenvolvimento de um site onde os internautas poderão receber mensagens personalizadas com o timbre da voz do “boa noite” mais famosos da história da televisão. Um caixinha semelhante às de música, na qual se pode ouvir Cid ler um salmo, é um dos trabalhos que ele faz, atualmente, no computador e no estúdio que montou na nova casa. Uma nova fase, tão intensa quanto as outras, em uma carreira de 70 anos, desde o primeiro emprego, em 1947, como locutor da Rádio Difusora de Taubaté, onde nasceu. De lá para cá, passou por todas as mídias, da mais analógica à mais digital. Rádio, cinema (como narrador de cinejornais, com o  famoso Canal 100), narração de comerciais, dublagens, a estréia como locutor de noticiários no Jornal de Vanguarda, na TV Rio, em 1963, até chegar à Globo e, em 1969 à bancada do Jornal Nacional, onde permaneceu até 1996, quando passou a narrar reportagens especiais do Fantástico. Há poucas semanas, Cid, em plena era multimídia, foi a voz do Natalis, um megaespectáculo de água e luz que conta o nascimento de Jesus, como parte da programação do Natal de Gramado, na serra gaúcha.

Quando não está viajando, Cid acorda cedo e, logo depois de um café da manhã à base de frutas, dirige-se à miniacademia instalada ao lado da piscina. Faz pilates, caminha na esteira ergométrica e, às vezes, joga tênis. O hábito, de longos anos, explica a energia que tem de reserva para atender aos compromissos em todo o Brasil. Confessa que já foi mais “fanático" nos treinos, hoje pega mais leve, depois de um problema no ilíaco. “Eu exagerava na velocidade da esteira”, admite. Na miniacademia, destaca-se, ao fundo, um cartaz com a palavra “relax”, um sutil recado, apesar de calma e tranquilidade fazerem parte do seu temperamento. Uma característica que o leva a atender os fãs, durante as viagens, com a maior paciência. E olha que, no caso do Cid Moreira, não basta apenas a foto selfie. Querem áudio. É de lei pedirem ao homem do ‘boa noite” que grave recados nas secretárias eletrônicas dos celulares.

(*) - O apresentador Cid Moreira morreu na manhã de quinta-feira (3/10/2024) aos 97 anos, no Hospital Santa Teresa, em Petrópolis, na região serrana do Rio de Janeiro. O ex e histórico âncora do Jornal Nacional sofreu falência múltipla de órgãos após quadro de pneumonia.

Cid Moreira (1927-2024) - O dia em que o diretor do Jornal Nacional nos expulsou do estúdio da Globo

 por José Esmeraldo Gonçalves

Nos anos 1970, a Fatos & Fotos nos escalou para uma matéria sobre os bastidores do Jornal Nacional então apresentado por Cid Moreira e Sérgio Chapelin. Eu e Gi Pinheiro cumprimos a missão, mas aconteceu um incidente que conto a seguir. Esse texto foi publicado no Panis e também no livro "Aconteceu na Manchete as histórias que ninguém contou".   

Em entrevista a Amaury Jr., Cid Moreira revelou que até hoje tem pesadelos com falhas técnicas do Jornal Nacional.


Pois a Fatos & Fotos foi responsável por uma dessas falhas.

Nos distantes anos 70, uma dupla da revista foi ao estúdio do JN na sede da TV Globo, no Jardim Botânico, para fazer uma matéria com Cid e Sérgio Chapelin.

A entrevista já havia sido feita, mas o editor queria fotos dos dois apresentadores na bancada. Uma das fotos, em ângulo lateral, deveria mostrar ambos de corpo inteiro: uma brincadeira para desmentir que Cid e Chapelin apresentavam o JN de bermudas. Naquele noite, pelo menos, usavam paletó, gravata e jeans.

Os tempos eram outros, o prestígio da Bloch pesava e fotógrafo e repórter foram admitidos no estúdio poucos antes do JN entrar no ar. Hoje tal concessão é inimaginável.

Uns dois minutos antes, o diretor pede silêncio absoluto e ainda alerta pelo sistema de som que as fotos só poderão ser feitas nos intervalos. Óbvio, o som do disparador e do motor da câmera vazariam na transmissão ao vivo.

Infelizmente, a audição do fotógrafo - um grande e querido fotógrafo, por sinal - que se posicionou no lado oposto ao do repórter, não captou o aviso. Não deu outra. Logo no primeiro bloco, ele acionou a câmera. O clique e o zummmmm do motor, com um agudo no final, foram ouvidos no estúdio e, claro, em rede nacional. Mais de uma vez.

Não havia muito a fazer, não dava para interromper. Olhares furiosos miraram a dupla da Manchete.

No primeiro intervalo, a bronca do diretor explodiu no sistema de som e fotógrafo e repórter foram não muito gentilmente convidados a se retirarem do recinto.

Deve ter sido o pesadelo, ao vivo, do âncora Cid Moreira.


segunda-feira, 30 de setembro de 2024

Na capa do Clarín: Milei ri da pobreza

 


Na capa da Istoé: o Brasil "lava" mais branco

 

A máquina de lavar dinheiro no Brasil e giganye. É o que mostra a edição da Istoé. Na capa, a revista dá alguns exemplos. O mais atual é o mecanismo dos influencers no caso dos sites de apostas e jogos on line. Mas há outras engrenagens: certas ongs, o braço financeiro dos garimpos, o sacolão sem fundo de igrejas já flagradas em "livramento" financeiro que clareou dinheiro sujo, empresas de fachada etc  

Na capa da Carta Capital: Doctor Evil


 

domingo, 29 de setembro de 2024

Quando Beirute era o sanduíche da minha juventude... • Por Roberto Muggiati

 * Armênia, Guernica, Auschwitz, Hiroxima, Ruanda – a geografia é manchada de sangue pela insensatez da guerra. Na minha memória afetiva, nas deambulações juvenis pela noite curitibana – em pés-sujos como o Triângulo e o Buraco do Tatu e confeitarias como a Cometa, a Guairacá e a Iguaçu – Beirute era o nome do delicioso sanduíche feito com pão sírio, queijo muçarela, zatar, rosbife, tomate e alface. Seu concorrente era o Bauru, até aqui ileso, apesar de rondado pelos incêndios florestais que vêm assolando as terras paulistas...

*Segundo o portal g1, um incêndio florestal foi registrado na noite de domingo,  8 de setembro de 2024, na Reserva Bela Nações, em Bauru (SP). De acordo com a Defesa Civil, o início do fogo foi por volta das 19h30 na área de preservação próxima ao bairro Núcleo Habitacional Presidente Geisel e até as 23h as chamas já haviam sido controladas. Ainda não foi possível calcular a área incendiada e a Defesa Civil acredita que o incêndio tenha sido criminoso.

quinta-feira, 26 de setembro de 2024

Neymar é o "D. Sebastião" da CBF e de Dorival Júnior.

por Niko Bolontrin

D. Sebastião, rei de Portugal, morreu em 1578 na Batalha de Alcácer Kirb, no Marrocos. Morreu para os ingratos, porque seus seguidores acreditavam que o soberano estava apenas desaparecido. Um dia, sonhavam, uma névoa o traria de volta ao trono. Daí a lenda do sebastianismo. 

Pois a CBF também se apega a um tipo de sebastianismo. A seleção brasileira está caindo pelas tabelas das Eliminatórias da Copa de 2026, mas os cartolas e o técnico Dorival Júnior botam fé mesmo é em Neymar, atualmente desaparecido. 

O jogador do Al-Hilal, há cerca de um ano afastado dos campos após cirurgia no joelho,  não tem sequer data para voltar a jogar futebol. Realista, o treinador Jorge Jesus preferiu nem inscrever o brasileiro no campeonato da Arábia Saudita. Tem dito a quem pergunta que só em janeiro Neymar será "avaliado". Até lá Jesus vai cuidar da vida. 

Neymar é o "D. Sebastião da CBF" e do treinador da seleção. Antes, a CBF se apegou a Carlo Ancelotti como o seu salvador que um dia iria recuperar a nossa seleção perdida. Ancelotti, que não é bobo, não deu bola para a suposta proposta e seguiu feliz na máquina de jogar futebol que é o Real Madrid.

Resta esperar Neymar, que não foi capaz de salvar a seleção brasileira em três Copas do Mundo mas, como deliram a CBF e Dorival, ainda vai sair da névoa, classificar o Brasil e brilhar na Copa dos Estados Unidos-México-Canadá.

Dizem que a conta de ligações telefônicas internacionais da CBF está na casa dos milhares de reais e subindo, de tanto que ligam para Neymar para saber como está o joelho. Segundo O Globo, os cartolas estão frustrados e com a decisão de Jorge Jesus de deixar Neymar pra lá e só voltar a se preocupar com o jogador em janeiro de 2025. Os sebastianistas CBF e Dorival esperavam contar com o jogador nos jogos das Eliminatórias em novembro. Estão na pior se essa é a única carta na manga para sair do sufoco.    

Em um ano, mais jornalistas foram mortos em Gaza do que em 21 anos de guerra no Vietnã. Dias tristes para a mídia, dias terríveis para a democracia

 

Reprodução de peça institucional publicada no Washington Post 

Boletim médico: STF nega transfusão ao Estado Laico. O paciente agoniza

 

Um tribunal medieval em sessão. Gravura inglesa de autor desconhecido

por José Esmeraldo Gonçalves

A Constituição Federal do Brasil em seu Artigo 5° expressa: 

 "Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade" (...)

Ontem, o STF decidiu que "Testemunhas de Jeová" podem se recusar a receber transfusão de sangue em procedimentos médicos.

O que os ministro fizeram foi jogar para o alto o inviolabilidade do direito à vida garantido pela Constituição. 

A religião dos Testemunhas de Jeová não permite aos seus seguidores o recebimento de transfusão de sangue de terceiros.

Há exemplos fatais entre praticantes dessa denominação religiosa. Um dos mais dramáticos ocorreu em 1993 no Hospital São Vicente, no litoral paulista. Uma menina de 13 anos morreu sem que os pais autorizassem uma transfusão de sangue. A jovem sofria de anemia falciforme e, apesar das explicações e tentativas de convencimento por parte do médicos, negou-se a possibilidade de salvar a própria filha. Casos com o esse eram encaminhados à justiça. Agora, com o aval do STF, as mortes decorrentes de uma desautorização de transfusão estão acima da lei.

O STF viajou no tempo rumo à era medieval.

Provavelmente, essa decisão terá impacto em outras situações. Se um paciente pode recusar uma transfusão de sangue e, com isso isso, aceitar o risco de morrer, um doente em estado doloroso ou terminal que concientemente prefira a morte deveria ter o mesmo direito das Testemunhas de Jeová. Alguns países aprovam, por exemplo, a eutanásia como recurso para aliviar o sofrimento de pacientes incuráveis. A diferença é que a eutanásia é realizada por pedido oficial da pessoa doente e em condições determinadas pela legislação. 

No Brasil, a eutanásia é proibida mas, simbolicamentre, o Supremo, ontem, optou por uma "eutanásia" jurídica que levou para o Além mais um pedaço do Estado Laico esquartejado nos últimos anos pelo lobby religoso.

quarta-feira, 25 de setembro de 2024

Povão torra dinheiro nas apostas on line e depois baba com mansões e jatinhos de influenciadores e empresários que faturam com a jogatina





Da Folha de SP

Comentário do blog - O jogo da hipocrisia. O Brasil não tem cassinos. A proibição foi fruto de uma campanha de travesseiro de uma carola conhecida como dona Santinha. A figura era casada com Eurico Gaspar Dutra, então presidente da República, No escurinho do Palácio do Catete, ela convenceu o marido de que cassinos eram uma desgraça para as famílias e, além disso, não havia nada mais libidinoso do que o ambiente em torno das roletas. O jogo foi proibido em abril de 1946. O lobby religioso ainda impede a legalização dos cassinos no Brasil. Burrice. O luxo dos cassinos costuma selecionar a frequência, pobres e remediados não entram, e renderiam uma grana em impostos e empregos. 

Jogatina brasileira na mídia internacional - Reprodução The Gardian

Setenta anos depois o Brasil continua sem ter cassinos, mas é um campeão da jogatina mundial. Pior, da jogatina que poupa os ricos. Estes vão jogar nos cassinos do Uruguai, nas mesas de poker ou embarcam em cruzeiros onde o jogo é livre.  Celebridades influenciadoras faturam milhões mandando o povão jogar nos sites de apostas. A Folha de São Paulo, segundo dados do Banco Central, informa hoje que zémanés de todas as classes sociais torraram mais de 20 bilhões de reais em sites de apostas. Isso em apenas um mês. E mais: beneficiários do Bolsa Família gastam 3 bilhões de reais em bets a cada 30 dias. Grande parte desse dinheiro é devidamente lavado pelo crime organizado. As autoridades brasileiras apertam o cerco em operações policiais contra as movimentações ilegais. Ao povão, resta contemplar mansões, jatinhos e carrões adquiridos com a grana suada dos seus salários ou dos benefícios sociais. O escândalo brasileiro virou notícia internacional. The Guardian, hoje, tem matéria sobre o assunto, com direito a foto do cantor Gustavo Lima, investigado por ligações com empresários controladores de bets e que teve a prisão decretada por uma juíza mas logo foi liberado por um desembargador. Essas investigações punirão os envolvidos? Façam suas apostas. 

quarta-feira, 18 de setembro de 2024

Mídia - Debates eleitorais devem ter bancada de checagem imediata para expôr fake news de candidatos. Ou fazem isso ou se transformam em plataformas de manipulação dos fatos

A intervenção quase imediata de apresentadores ou mediadores no debate Kamala-Trump, na ABC, para identificar e desmentir fake news é o tipo de procedimento que a mídia brasileira deveria adotar como padrão para todos os debates. Se os veículos não fazem isso se tornam instrumentos deplorável de divulgação de "fatos falsos", como aliás acontece nos debates de todas as redes de TV e canais digitais. É  trabalhoso montar uma bancada de apuração imediata mas não é impossível. A ABC expôs as mentiras de Trump. Ele se revoltou e no dia seguinte na FOX NEWS, sua emissora de cabresto e bolso, ameaçou pedir cassação da licença da ABC por flagrar sua manipulação de fatos. O jornalismo da ABC cumpriu seu papel e evitou que Trump enganasse impunemente milhões de eleitores. Aqui, muitos candidatos mentem na cara de pau e depois vão pro barzinho  comemorar com as equipes de marketing suas "performances" nos debates. E essa não é uma fake news.

terça-feira, 17 de setembro de 2024

Vem aí o "brasileirão" da NFL?

 por Niko Bolontrin

A NFL, liga do football estadunidense, está de olho no mercado brasileiro. Recentemente um dos jogos do campeonato deles foi realizado em São Paulo, no estádio do Corinthians;. O publico esteve longe de lotar as arquibancas e a audiência na TV foi pífia. Os gringos reclamaram do gramado, o que valeu pelo troco: na Copa América 2024, a do soccer, como eles denominam o futebol, foi realizada em estádios de dimensões reduzidas, o que prejudicou o aspecto técnico da competição. 

Voltando ao football dos gringos, a ofensiva para atrair torcedores e praticantes brasileiros é intensa e envolve investimemtos. Há pouco dias, o caderno esportivo do Globo deu destaque a um jogo qualquer da NFL. 

Os adeptos mais otimistas sonham com um futuro "brasileirão" da modalidade importada. 

O ideal, dizem, era que cada estado um dia montassem um time. Por exemplo, o Carcará's Piauí, Eagles do Maranhão, Recife's Sharks, Ceará's Pistols,  Minas Bandits, Camboriú's Ultra Rights, São Paulo's Criminals, por aí. Já imaginarm um super bowl brasileiro entre o Fire in the Pantanal contra o Stray Bullet from Rio? 

segunda-feira, 16 de setembro de 2024

No ringue da TV Cultura, "debate" entre Datena e Marçal acaba em cadeirada. No próximo encontro candidatos serão acomodados em almofadas

Centenas de memes pipocaram nas redes sociais. Uma acima,
umas reprodução de um das gozações.


A onda de atentados eleitorais contra lideres ou candidatos da extrema direita são, é claro, condenáveis, mas ainda bem que até aqui têm mostrado uma certa falta de habilidade dos supostos atacantes. No primeiro atentado contra Donald Trump o atirador foi morto e o magnata felizmente foi atingido apenas por estilhaços na orelha. Não perdeu a vida e deve ter ganhado votos. A segunda tentativa foi ainda mais improvisada: o suposto atacante usava um arma de choque elétrico. Foi detido. A polícia não revelou a motivação. Em outro caso, o garoto que mirou em Trump com um fuzil de guerra, coisa fácil de adquirir nos Estados Unidos, foi morto e levou para o túmulo a sua motivação não esclarecida até hoje. No novo "quase" atentado contra Trump agora em um campo de golfe na Flórida o suposto atacante foi preso. Deverá ser mais fácil identificar seus motivos. Já há evidências colhidas em redes sociais de que ele seria um militante a favor da causa das Ucrânia. O sujeito teria se envolvida em tentativa de recurtamento de mercenários afegãos para lutar contra os russos. Provavelmente, esse aí temia mudança da política estadonidense em relação ao apoio incondicional à Ucrâina a partir de uma eventual vitória de Trump. 

No Brasil, tivemos o famoso e tosco ataque a Bolsonaro em Juiz de Fora que impulsionou de vez o rumo à vitória do então candidato de extrema direita brasileira. 

Na mais recente campanha para governador de São Paulo, o também candidato da exttrema direita, Tarcísio de Freitas visitava a favela de Paraisópolis quando ocorreu um tiroteio entre policiais e supostos atacantes. Um suspeito morreu. Inicialmente, Freitas classificou o fato como atentado. Posteriormente afirmou que teria sido intimidação do crime organizado. Essa motivação também não foi comprovada. Restou a fatura política a favor - intencional ou não - na boca da urna do candidato afinal vitorioso. 

A atual corrida eleitoral para a prefeitura de São Paulo também acaba de gerar um fato capaz de produzir dividendos eleitorais para um candidato da extrema direita. Durante debate televisionado (TV Cultura), o apresentador José Luiz Datena, que também postula o cargo  de prefeito, agrediu a cadeirada Paulo Marçal, um influencer e coach que costuma promover agitação e agressões verbais durante debates. Dizem os opositores que Datena teria caído em uma provocação - foi chamado de "Jack", gíria que presos usam para apelidar estupradores - entre as inúmeras que Marçal já fez aos demais candidatos. Gerar uma reação com potencial eleitorial que o colocasse como vítima teria sido o objetivo do agressivo candidato da extrema direita. Marçal logo produziu imagens na maca e no leito do hospital imeadiatamente postadas nas redes sociais e viralizadas na internet. Se houve ganho eleitoral para Marçal, as pesquisas dirão nos próximos dias. E que ninguém se surpreenda se Datena colher votos. Se Jânio tinha vassoura como símbolo, o apresentador pode adotar a cadeira como logotipo da sua intenção de botar ordem na bagunça da cidade. 

       

sexta-feira, 13 de setembro de 2024

Fake news analógica abre novo mercado de trabalho - Candidatos contratam força-tarefa para espalhar mentiras em aglomerações populares. Em Pernambuco tem vaga para claque de subcelebridade. Irmãs de Deolane Bezerra são suspeitas de montar grupo de apoiadores remunerados em portas de presídios

Imagem reproduzida do Globo

Comentário deste blog - A extrema direita brasileira precisa de um psiquiatra. Talvez não apenas um, mas uma junta dos melhores de Viena. A torrente de asneiras e fake news que os candidatos ligados ao bolsonarismo lançam no horário eletoral e nas redes sociais é astronômica. Agora, no Rio, o fascismo inventou o corpo a corpo da mentira. Funciona assim: políticos contratam indivíduos que se infiltram em aglomerações populares, tipo pontos de ônibus, uma fila qualquer, desde que seja extensa, lanchonetes lotadas na hora do almoço, trens, metrô etc. São uma espécie de entregadores de fake news. Eles puxam papo sobre política e despejam versões falsas com o objetivo de atingir opositores. Isso já costuma acontecer em igrejas e nas redes sociais, mas a novidade revelada pelo Globo é que a pessoa que parece autêntica, como se fosse um eleitor indginado, é contratada, recebe um jabaculê para disseminar os mentiras. a favor do contratante. 


Imagem reproduzida do Metropóles

Curiosamente, essa fórmula, a de falsos apoiadores, foi usada em um caso badalado atualmente no noticiário policial. A justiça pernambucana revelou que familiares de Deolane Bezerra, suspeita de lavagem de dinheiro e outros crimes ligados a sites de apostas, contrataram uma claque para aplaudir    a subcelebridade durante a movimentação em frente a delegacias e presídios. Segundo a denúncia, a "solidariedade" valia 300 reais. Caso o desemprego diminua em Pernambuco quando apurado o mês de setembro de 2024, já se sabe: foi a criação de vagas impulsionada pela família da Deolane.           

quinta-feira, 12 de setembro de 2024

Biden viajou na maionese e posou com boné de Trump. A gafe ganhou espaço na mídia e prejudicou a repercussão da vitória de Kamala em debate que deixou Trump tonto


por Flávio Sépia 

A democrata Kamala Harris deu um mata-leão em um aparvalhado Donald Trump durante o debate presidencial. A repercussão na mídia espelhou a superioridade de Kamala. Os democratas comemoraram. 

Tudo perfeito se não fosse o descompasso de Joe Biden. No dia seguinte, ele visitou um quartel de bombeiros e um trumpista se aproveitou do chip desgastado do presidente e lhe entregou um boné da campanha de Trump. Biden provavelmente sem ter ideia do que do o boné representava posou para fotos com o dito cujo. Trump adorou. As redes sociais se dividiram entre críticas a Biden, dos apoiadores de Kamala  evidentemente, e gozações dos republicanos. Se o partido Democrata não quiser levar outra rasteira dessas terá que monitorar Biden. O homem é um perigo.

A Casa Branca teve que agir rápido e costurou às pressas uma versão que não se sustenta em pé. Alegou que Biden estava "defendendo o bipartidarismo". Então, tá 



segunda-feira, 9 de setembro de 2024

O Globo de hoje publica matéria sobre o primeiro voo de asa delta realizado no Rio de Janeiro. Foi há 50 anos. A propósito da data, reveja post do Panis sobre um outro e improvável voador: Doval, o craque que brilhou no Flamengo. Em 1975, ele tentou aprender a voar...

 

Rio, 1975. Doval tenta decolar em asa delta.. Em matéria na...

...Fatos & Fotos, eu e o fotógrafo Hugo de Góes registramos o treino do gringo do Flamengo. 

por José Esmeraldo Gonçalves 

Em julho de 1974, há 45 anos, o francês Stephan Segonzac decolou da Pedra Bonita para o primeiro voo de asa delta no Brasil. Dias depois, assombrou a cidade ao pular do Corcovado e pousar no Jockey Club.

No ano seguinte o carioca Luís Cláudio já fazia os primeiros voos e se tornava instrutor para dezenas de interessados no novo esporte.

Na época, o atacante Doval era ídolo no Flamengo e o argentino mais carioca que os hermanos já mandaram para o Rio. Fora do campo, ele praticava surfe, fazia aulas de pilotagem no autódromo e treinava tiro no stand do clube. Não demorou a se interessar pelas asas que via aterrissar na Praia do Pepino.

Em agosto de 1975, a Fatos & Fotos me mandou cobrir as primeiras aulas do gringo com o instrutor pioneiro, o Luís Cláudio. As lições iniciais aconteciam em Jacarepaguá, aproveitando o declive de um pequeno morro. Doval logo provou que era muito melhor em fazer a bola voar do que ele mesmo sair do chão.

Depois de algumas tentativas, o instrutor assinalou a dedicação do aluno, mas não deixou de ironizar: "Ele já conseguiu passar quase três minutos sem encostar o pé no chão".

Doval foi três vezes campeão carioca, duas pelo Flamengo e uma pelo Fluminense. Morreu em 1991, aos 47 anos, vítima de infarto. Três dias antes, ele viu o Fla jogar pela última vez, em Buenos Aires, contra o Estudiantes de La Plata pela Supercopa Libertadores. O rubro-negro perdeu (2X0). Ele chegou a visitar a delegação do Flamengo no hotel que hospedava os brasileiros.

Trump sugere que em caso de derrota eleitoral terá sido vítima de fraude. O candidato já condenado pela justiça não apresenta provas da acusação. Com isso, sinaliza que não aceitará a eventual vitória de Kamala Harris

 


Matéria do Washington Post, hoje, destaca manobra eleitoral de Donald Trump: antecipar suspeita sobre o resultado da votação estadunidenses, mas apenas no caso de perder. Se ganhar, "jura" botar na cadeia oponentes que tenham tentado impedir sua vitória. A estratégia do magnata indica que ele não aceitará o resuiltado da eleição em caso de vitória da democrata Kamala Harris annuciada 
Trump já fez essa acusação antes mas nunca apresentou  apresentou provas ou evidências de fraude eleitoral.