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| Reprodução Folha de São Paulo |
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| Reprodução Folha de São Paulo |
por José Esmeraldo Gonçalves
Off, em jornalismo, é a prática de difusão de uma informação sem que o repórter identifique a fonte. Uma espécie de "por fora". O entrevistado revela qualquer coisa sob a condição de anonimato.
A fonte em off mais famosa e legítima do jornalismo foi certamente o "Deep Throat" do rumoroso Caso Watergate. Um funcionário do governo passava a Bob Woodward e Carl Bernstein informações cruciais que orientaram a apuração do escândalo e levaram os repórteres a mapear os personagens da invasão do escritório do Partido Democrata em Washington. A identidade do informante só foi revelada em 2005. A até então misteriosa fonte era o vice-diretor do FBI no começo dos anos 1970, Mark Felt, que contou a própria história em um artigo que escreveu para a Vanity Fair.
Para os jornalistas brasileiros Brasilia é a cidade que mais tem "deep throat" no mundo. Eles encontram um desses, como se fossem pokémons, em cada corredor do poder. A função off foi assim banalizada. "Fonte ligada ao PT", "uma alta autoridade do Judiciário", "fiz um bastidor na Câmara e constatei", "uma fonte da PF", "uma fonte do alto comando militar", "ouvi de um ministro do Supremo". Esse tipo de referência serve de muleta tanto para informações banais como para veicular "balões de ensaio" ("notícias" muitas vezes falsas que são lançadas para gerar repercussão ou "testar" reações a determinadas medidas ou supostos fatos) e lobbies. Tanto abuso compromete o uso da função off, que originalmente não deveria ter valor declaratório, por ser anônima, mas poderia ser útil, como no Watergate, para balizar investigação do fato e orientar a apuração do repórter.
Observe: colunistas e comentaristas de TV raramente conversam com pessoas que assumem CPFs, RGs e o que dizem. São todos anônimos, secretos ou "laranjas" de si mesmos. O anonimato como regra deixa de ser técnica de apuração e vira patologia
Luis Nassif, no link abaixo, comenta com propriedade a febre do off, um excesso que assola o jornalismo e compromete a credibilidade.
https://jornalggn.com.br/midia/a-praga-do-off-transformou-a-midia-em-um-celeiro-de-baloes-de-ensaio/
por Clara S. Britto
por Niko Bolontrin
A noite de gala da FIFA, que apontou os Melhores de 2022, mostrou o momento crítico do futebol brasileiro e da maioria dos brasileiros que jogam no exterior. Apenas Casemiro salvou a pátria ao integrar a seleção do ano. Richarlyson concorreu ao prêmio Puskás de gol mais bonito, mas perdeu para Mesmo Vini e Rodrygo, apesar da excelente fase no Real Madrid, foram ignorados. Antony também é uma boa exceção entre o exportados. Neymar há muito deixou a elite do futebol na fase do "regional" PSG, time que tem Mbappé e Messi, dois dos melhores do mundo, mas consegue a proeza de praticar futebol medíocre.
A festa da FIFA foi dominada pela Argentina, que emplacou o melhor treinador (Lionel Scaloni), o melhor goleiro (Emiliano Martinez ), o melhor jogador (Lionel Messi) e até a melhor torcida. Méritos da seleção campeã do mundo.
A propósito, a premiação se refere à performance dos escolhidos em todo o ano passado. O jornalismo esportivo brasileiro em geral exaltou a suposta qualidade da seleção brasileira esquecendo que bons jogadores precisam funcionar coletivamente e mostrar estratégia. Coisa que não aconteceu. Para muitos, a Copa já estava ganha. Tite era o máximo na face da terra. A Croácia, por exemplo, não concordou com o ufanismo dia coleguinhas.
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| Reprodução Twitter |
| Dirley Fernandes (1968-2023). Foto:Reprodução Twitter |
por José Esmeraldo Gonçalves
16 de fevereiro, Dia Nacional do Repórter. Mas, hoje, é o dia de um repórter especial: Dirley Fernandes, que nos deixou sem aviso prévio, aos 54 anos.
Com mais de 30 anos de profissão, Dirley passou por vários veículos, como é comum na nossa profissão. Trabalhou em O Dia, Extra, Jornal do Brasil, Jornal do Commércio, Revista História Viva, Seleções do Readers Digest e nas revistas Conhecer, Manchete e Caras. Foi editor em algumas dessas publicações.
Em cada uma experiência qualificou-se como um profissional de reconhecida competência.
Quando o jornalismo impresso tradicional entrou em crise, Dirley se reinventou - a palavra hoje gasta nem era tão usual - e se tornou produtor de conteúdo, editou livros, revistas corporativas, administrou sites, redes sociais de empresas e dirigiu um documentário - "Devotos da Cachaça" - como parte de um projeto voltado para o setor, que incluiu revistas, livros e palestras. Com o filme, ele mostrou a "profunda relação da cachaça com a alma brasileira, a bebida nacional na música, na literatura e nas artes plásticas". Falava com paixão sobre o assunto do qual era um expert. Com certeza, em contato com muitos produtores, contribuiu para a evolução e aprimoramento desse mercado.
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| 2020: Dirley, José Esmeraldo, Mauro Trindade, Jussara Razzé, Alex Ferro e David Junior: chope no Estação Largo do Machado para comemorar lançamento de uma revista. Foto de Gabriel Nascimento |
Na ocasião da foto, no Estação, comemorávamos o lançamento da edição Carnaval Total. A revista acabou se desdobrando em mais duas edições ao longo do ano. Uma sobre os comunicadores da Tupi e outra, um número especial de Natal e Ano Novo. Para essas edições extras, Roberto Muggiati, Tania Athayde e Daniele Maia se incorporaram à equipe. Foi um trabalho bem realizado, não sem dificuldades, mas com o mérito de nos reunir. Em 2021, o grupo se reencontrou para um chope no Baródromo, na Tijuca. Foi a última vez que eu e Jussara vimos o Dirley, que depois se transferiu para São Paulo, com a sua querida Anna.
No fim do ano passado nos falamos rapidamente por telefone. Ele estava animado com as perspectivas que São Paulo oferecia. Ontem, Tania Athayde nos deu a notícia. Dirley fora vítima de um acidente e estava hospitalizado em estado grave. Não havia esperanças e o triste desfecho se confirmou. Inacreditável. Tinha muito a viver. Ficamos com a tristeza e as lembranças do seu humor, inteligência, a facilidade de fazer amigos, o bom papo e deixamos aqui nosso abraço à família.
por Ed Sá
Os jornalistas baseados em Brasília, de tanto subir e descer rampas, são contaminados pelos jargões do poder. Muitos repetiram à exaustão a expressão popularizada por Bolsonaro: "quatro linhas da Constituição". Meio que referendavam os argumentos do anormal.
Na época da Lava Jato, coleguinhas que seguiam o trêfego Moro como se fosse o Antônio Conselheiro reencarnado adotaram a expressão "no âmbito".
Tudo era no "âmbito". "No âmbito do processo", "no âmbito da operação", "no âmbito da decisão". Quando foram abertas as mensagens da Vaza Jato vimos o quanto era sujo o "âmbito" juridicamente corrompido daquela força-tarefa.
Agora, seguindo o jargão dos corredores e salões federais, jornalistas baianizam a pronúncia de siglas. O Conselho Monetário Nacional (CVM) virou CêMêNê. Este teria o DeNêA da Faria Limer paulistana adotado por bancadas financeirias.
Provavelmente, a onda vai se estender para outras editorias. CBF pode ser CêBêFê. CPF passará a CêPêFê. Segundo o baião ABC do Sertão na voz de Luiz Gonzaga, o S é "si" no alfabeto baiano. STF poderá passar a ser SiTêFê e INSS vira INêSiSi. IR será IRê. CLT igual a Cêlêtê. A lista é grande: CêNêPêQuê, BêRêTê, GêNê (Globo News), GêNêTê (GNT), CêNêNê (CNN). IML é IMêLê. O JN, de Jornal Nacional, é JiNê.
Veja e ouça o ABC do Sertão
Por que o Flamengo trocou o sábio e vitorioso Dorival Jr por um luso obtuso que não sabe escalar o time e não vai aprender nunca?
Vamos torcer pelo Al Ahly para que a disputa do 3º lugar dê Fla x Real Madrid...