por Ed Sá
Os jornalistas baseados em Brasília, de tanto subir e descer rampas, são contaminados pelos jargões do poder. Muitos repetiram à exaustão a expressão popularizada por Bolsonaro: "quatro linhas da Constituição". Meio que referendavam os argumentos do anormal.
Na época da Lava Jato, coleguinhas que seguiam o trêfego Moro como se fosse o Antônio Conselheiro reencarnado adotaram a expressão "no âmbito".
Tudo era no "âmbito". "No âmbito do processo", "no âmbito da operação", "no âmbito da decisão". Quando foram abertas as mensagens da Vaza Jato vimos o quanto era sujo o "âmbito" juridicamente corrompido daquela força-tarefa.
Agora, seguindo o jargão dos corredores e salões federais, jornalistas baianizam a pronúncia de siglas. O Conselho Monetário Nacional (CVM) virou CêMêNê. Este teria o DeNêA da Faria Limer paulistana adotado por bancadas financeirias.
Provavelmente, a onda vai se estender para outras editorias. CBF pode ser CêBêFê. CPF passará a CêPêFê. Segundo o baião ABC do Sertão na voz de Luiz Gonzaga, o S é "si" no alfabeto baiano. STF poderá passar a ser SiTêFê e INSS vira INêSiSi. IR será IRê. CLT igual a Cêlêtê. A lista é grande: CêNêPêQuê, BêRêTê, GêNê (Globo News), GêNêTê (GNT), CêNêNê (CNN). IML é IMêLê. O JN, de Jornal Nacional, é JiNê.
Veja e ouça o ABC do Sertão
Um comentário:
Grande baião!!!!
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