quinta-feira, 16 de fevereiro de 2023

Mídia: o bunda lelê das siglas

por Ed Sá 

Os jornalistas baseados em Brasília, de tanto subir e descer rampas, são contaminados pelos jargões do poder. Muitos repetiram à exaustão a expressão popularizada por Bolsonaro: "quatro linhas da Constituição". Meio que referendavam os argumentos do anormal. 

Na época da Lava Jato, coleguinhas que seguiam o trêfego Moro como se fosse o Antônio Conselheiro reencarnado adotaram a expressão "no âmbito".  

Tudo era no "âmbito". "No âmbito do processo", "no âmbito da operação", "no âmbito da decisão". Quando foram abertas as mensagens da Vaza Jato vimos o quanto era sujo o "âmbito" juridicamente corrompido daquela força-tarefa. 

Agora, seguindo o jargão dos corredores e salões federais, jornalistas baianizam a pronúncia de siglas. O Conselho Monetário Nacional (CVM) virou CêMêNê. Este teria o DeNêA da Faria Limer paulistana adotado por bancadas financeirias. 

Provavelmente, a onda vai se estender para outras editorias. CBF pode ser CêBêFê. CPF passará a CêPêFê. Segundo o baião ABC do Sertão na voz  de Luiz Gonzaga, o S é "si" no alfabeto baiano. STF poderá passar a ser SiTêFê e INSS vira INêSiSi. IR será IRê. CLT igual a Cêlêtê. A lista é grande: CêNêPêQuê, BêRêTê, GêNê (Globo News), GêNêTê (GNT), CêNêNê (CNN). IML é IMêLê. O JN, de Jornal Nacional, é JiNê.


Veja e ouça o ABC do Sertão 

https://youtu.be/6CSTAaVREtg

Um comentário:

Isabela disse...

Grande baião!!!!