segunda-feira, 12 de setembro de 2022

Mídia - Marcos Uchôa diz que saiu da Globo porque não queria fazer "jornalismo de calçada"

Reprodução Folha de São Paulo 

A vida dos antigos correspondentes internacionais era mais fácil. Na era pré-internet, os tempos de propagação das informações eram bem mais lentos. Os jornalistas liam os jornais impressos do dia enquanto tomavam café da manhã. Para muitos, boa parte do trabalho do dia surgia assim entre entre croissants e ovos mexidos. Mas isso quando a idade tecnológica era jurássica. Na Manchete, Justino Martins chegou a criar um falso correspondente  - o Jean-Paul Lagarride - que assinava matérias "chupadas" dos jornais europeus e norte-americanos. O Lagarride era, aliás, mais ativo do que muitas sucursais de veículos brasileiros no exterior. 

A internet virou esse jogo confortável. Com um clique, um leitor brasileiro tem acesso ao New York Times, ao Guardian, ao Le Monde e, se quiser, até à "Tribuna do Butão". Antes mesmo do correspondente tomar seu café da manhã um brasileiro de Quixadá, no Ceará, terá acesso às notícias do dia em Londres, Paris, Roma. Se quiser manter o emprego, o coleguinha da sucursal deverá gastar sola do sapato e correr atrás de matérias originais e exclusivas. 

Mas ainda há quem tenha a tarefa facilitada. O jornalista Marcos Uchôa revelou à Folha de São Paulo, ontem, o motivo pelo qual devolveu o crachá e saiu da Globo.  Uchôa negava- se a fazer o que chama de "jornalismo de calçada". A modalidade consiste em ter um correspondente em Londres, por exemplo, que vai para a calçada em frente e narra como se in loco estivesse o acontecimento do dia em Pequim, Cabul ou Moscou.  O de Nova York vai na esquina e fala com desenvoltura de um fato em Varsóvia como se fosse um residente da capital polonesa. A Ucrânia está em guerra e não consegue exportar grãos? Fácil, o correspondente vai para um pier qualquer, mar ao fundo, e desanda a falar sobre embarques de milho e soja afinal liberados pelos russos. 

O "jornalismo de calçada" nada mais é do que navegar em sites, pesquisar matérias de agências e sair para um "externa" a alguns metros da sucursal. Um "correspondente de calçada" pode ser tão onipresente que no mesmo jornal fala na "calçada de Berlim", sobre a crise do gás, e, pouco depois, direto do "meio fio de  Taiwan", pode noticiar uma manobra militar da marinha chinesa.   

sábado, 10 de setembro de 2022

Ciro Gomes , o náufrago

 


Extrema-direita em campanha: os marqueteiros do sangue

 





As ameaças dos palanques de Bolsonaro ecoam nas ruas. A linguagem agressiva e antidemocrática adotada pelos extremistas da direita tem o poder de engatilhar pistolas e afiar facas. A impunidade faz o resto do serviço sujo e ajuda a multiplicar agressões. A mídia internacional registra os incidentes e aponta a violências eleitoral que surpreende o Brasil. A atual campanha eleitoral já resultou em dois assassinatos de petistas por parte de apoiadores de Bolsonaro. Ontem, em São Paulo, Boulos foi ameaçado por um bolsonarista armado. Em São Gonçalo (RJ) um bolsonarista provocador tumultou um ato com a presença de Lula e do candidato a governador do PSB Marcelo Freixo. O homem foi contido pela segurança do evento político.   

Na Carta Capital: a cena do crime e a impunidade anunciada

 


sexta-feira, 9 de setembro de 2022

FRASE DO SEXO SABÁTICO


“Enquanto eu tiver língua e dedo, mulher nenhuma me mete medo.”

Vinícius de Moraes (com rima), evocado por Ruth de Aquino a propósito do autobiográfico “imbrochável” presidenciável.

Xô, inominável!



Como pode?

 

Reprodução Twitter 

"Que rei sou eu?"

Foto Yui Mook, Pool
via Reuters

Charles III acaba de fazer seu discurso de apresentaçãoDisse que Elizabeth II sempre será sua inspiração. Depois de tantos anos no banco de reserva da monarquia, Charles chega ao trono com a experiência assimilada do seu papel, mas i povo espera que ele imprima sua marca no trono. Mas que marca? Charles III também deu a entender que Camila, agora rainha consorte,  não será decorativo na monarquia.

O livro que quebra os sigilos do clã Bolsonaro

 

É tanta coisa que a jornalista Juliana Dal Piva levou três anos para investigar "O Negócio do Jair". O livro quebra sigilos escabrosos e revela antigas histórias dos anos 1990. São denúncias sustentadas em testemunhos, transcrição de gravações e autos judiciais. Taí, é um livro ideal para você levar para a sua seção eleitoral enquanto espera a hora de votar. 


Mídia em "luto" íntimo e pessoal pela morte de Beth II

 




Em certas coberturas, alguns jornalistas não resistem a virar personagens do fato que narram. Um caso clássico da tevê ocorreu na trtansmissão ao vivo da chegada do homem à Lua. Hilton Gomes, da TV Globo, apresentava o evento. À medida em que descrevia a histórica cena se emocionava com as próprias palavras. Tanto que ao encerrar a transmissão, ele e Murilo Ney, que também participava da cobertura, se parabenizaram no ar. "Parabéns, Hilton, parabéns, Murilo", concederam um ao outro quase em lágrimas. Nunca ficou clara a função deles na NASA ao levar Neil Armstrong à Lua, mas se tornou evidente que os dois se consideravam participantes da epopeia. 

Hoje, na Globo News, algo parecido aconteceu com a repórter Cecília Malan. Ela viveu seus minutos de súdita britânica ao aparecer vestida de preto para demonstrar seu luto pela morte da Rainha Elizabeth. Que, ao lado dos Windsor, a repórter receba os pêsames da audiência da Globo News.        

Elizabeth e Charles: cenas dos tristes trópicos


1968: Elizabeth e Costa e Silva 

Na Embaixada Britânica, a rainha foi acossada pela sociedade carioca em noite de muvuca.
Fotos Manchete

O reinado de Elizabeth II correspondeu, no Brasil, aos mandatos de 20 presidentes e ditadores. Juscelino Kubitschek a convidou para a inauguração de Brasília. A rainha não se animou. Perdeu a chance de prestigiar um dos raros governos democráticos no Brasil. 

Em 1968 arrumou as malas e fez sua única visita à Brasil. Foi a Recife, Salvador, São Paulo Brasília e Rio de Janeiro. Em cada uma dessas capitais viu-se obrigada a confraternizar com o pior do Brasil de então: os delinquentes da ditadura. Foi em outubro de 1968, dois meses antes do AI-5. Duas fotos são emblemáticas do tour real: uma pose ao lado do general Arthur da Costa e Silva (o que levou a mídia a títulos do tipo 'a rainha na corte do seu Arthur) e a imagem da sociedade carioca batendo cabeças coloniais no grande salão da Embaixada Britânica. Elizabeth refugiada em um canto - como se temesse um ataque dos zulus - e o society deslumbrado acotovelando-se como possível, pescoços contra nucas, pelves encoxadas em nádegas, uma típica viagem em uma trem lotado da Supervia. Em poucos dias, além do Arthur, Elizabeth apertou mãos sujas de governadores e empresários que, soube-se anos depois, se juntavam para montar centros de torturas em seus redutos. Não é uma página recomendável da sua longa biografia. 

A rainha Pinah em um gringo sambista. 

O então príncipe Charles, agora rei Charles III, deu mais sorte. Veio ao Brasil quatro vezes. A primeira em 1978, quando a abertura estava no horizonte político. Não precisou se encontrar com o general Geisel, que estava na Alemanda, mas conheceu alguns dos sabugos do regime. Pelo menos, tentou dançar samba com a bela rainha Pinah, da Beija Flor, o momento mais nobre da visita. 
Elizabeth se redimiu dos efeitos Costa e Silva ao receber Lula em Londres. A rainha teve vários encontros com o brasileiro. Em um deles, colocou Lula ao seu lado, à frente de Obama. Naquele instante, "princesa, não", o nível de Lula foi rainha.     

quinta-feira, 8 de setembro de 2022

The Economist: "Il capo de cacca" na capa

 



Bolsonaro está na capa da revista The Economist dessa semana, que o define como "o homem que quer ser Trump" e acrescenta que o lambe-botas prepara sua "grande mentira" ao estilo deplorável do ex-presidente americano. A abertura da matéria da revista dá o tom da ameaça que ronda a democracia no Brasil.

"Joe Biden estava falando sobre os Estados Unidos quando alertou, em 1º de setembro, que “a democracia não pode sobreviver quando um lado acredita que há apenas dois resultados em uma eleição: ou vencem ou foram enganados”. 

Ele poderia muito bem estar falando sobre o Brasil.

No próximo mês, seu presidente, Jair Bolsonaro, enfrenta uma eleição que todas as pesquisas dizem que  ele provavelmente perderá. Ele diz que aceitará o resultado se for “limpo e transparente”, o que será. O sistema de votação eletrônica do Brasil é bem administrado e difícil de adulterar. Mas aqui está o problema: Bolsonaro continua dizendo que as pesquisas estão erradas e que ele está a caminho de vencer. Ele continua insinuando, também, que a eleição pode de alguma forma ser manipulada contra ele. Ele não oferece nenhuma evidência confiável, mas muitos de seus apoiadores acreditam nele. Ele parece estar lançando as bases retóricas para denunciar a fraude eleitoral e negar o veredicto dos eleitores. Os brasileiros temem que ele possa incitar uma insurreição."

Mídia - Jornal francês desvenda os porões educacionais das escolas militarizadas brasileiras e o método educacional da ultra direita


A mídia brasileira repercute hoje a comemoração do 7 de Setembro ao estilo 171 de Bolsonaro. A maioria explora o lado folclórico e marginal do elemento. "Imbrochável", "mulheres princesas" etc. Tem sido assim ao longo do governo do presidente da ultra direita. Os absurdos e a retórica tosca ganham mais espaço do que a construção subterrânea de instituições e métodos de inspiração fascista. Como um programa educacional que mais parece comandado pelo "talibã" religioso bolsonarista infiltrado no governo de ultra direita. "Ultra direita"? As oligarquias da mídia conservadora também não colam o rótulo de ultra direita em Bolsonaro, ao contrario dos principais jornais internacionais, talvez por se identificarem com muitas das posições do caudilho da Barra da Tijuca. Aliás, em algumas matérias traduzidas de informes de agências ou de jornais esrtrangeiros é possível observar que onde lá  fora escrevem ultra droite, far-right ou radical right aqui sai, no méximo, apenas direita e até centro-direita. Um assunto que a mídia não aborda com profundidade é, por exemplo, o dos colégios públicos militarizados. Ainda bem que veículos independentes do exterior costumam investigar esses assuntos. Desde a relação do regime com o incentivo ao crime quando bloqueia a fiscalização do narcogarimpo da Amazônia, do contrabando de madeira, das queimadas ao derrame de pistolas e fuzis sem controle, veículos do exterior demonstram maior interesse em investigar os porões não visitados pela mídia local. O jornal francês L'Humanité publicou recentemente uma alentada reportagem sobre a apropriação des escolas por organizações militares. 

Veja alguns trechos da matéria. 

 "Aproveitado para fortalecer o peso do exército na sociedade brasileira, o presidente de extrema-direita Jair Bolsonaro promove o modelo de escolas militares civis desde o berçário. No final do seu mandato, 500.000 menores deveram estar alojados nestas estruturas. Poucas semanas antes da eleição presidencial de 2 de outubro, professores e pais denunciam a disciplina dos alunos e uma séria ameaça à democracia "(...)

"Em um vídeo transmitido por um adolescente à TV Globo, um policial militar entra em uma sala e ameaça abertamente os estudantes que protestam: "Vocês estão presos, vocês têm o direito de ficar calados. Tudo o que você diz agora pode ser usado contra você no tribunal! Você tem o direito de chamar seu pai e sua mãe. A partir de agora, o silêncio é uma ordem! " (...)

"A escola em questão segue um modelo cívico-militar desde 2019 que permite que os policiais imponham a disciplina. Em tese, estes últimos não deveriam interferir no trabalho pedagógico, mas pouco a pouco invadem o campo educacional." (...)

"Em novembro de 2021, alunos da mesma escola estavam organizando uma exposição para o Dia da Consciência Negra. Seu trabalho, enfeitado com desenhos, evocava a violência policial contra jovens afro-brasileiros. Uma atividade que o diretor disciplinar da escola tinha muito pouco gosto, tanto que exigiu a retirada da exposição. Afirmando que a Constituição garante a pluralidade de ideias nas escolas, professores e os alunos se recusaram a cancelas a exposição." (...)

"As escolas militares civis, cujo modelo é promovido pelo presidente de extrema-direita Jair Bolsonaro, não se reportam diretamente ao Ministério da Defesa, mas foi criada uma subsecretaria específica dentro do Ministério da Educação gerenciada por um militar responsável por fortalecer o movimento iniciado por alguns estados e municípios graças ao apoio financeiro da Defesa." (...)

"O objetivo do governo tornado público em 2019 é a criação de 54 dessas estgruturas em cada unidades federativa. Um programa ambicioso que, em última análise, visava acomodar 500.000 alunos. Um ano depois, sob a liderança da Secretaria-Geral da Presidência da República, foram criadas 203 escolas em 23 dos 27 estados. Os complexos escolares são construídos principalmente em regiões pobres."(...)

"A disciplina militar é ensinada, a partir do acolhimento na creche, conforme circular do Ministério da Educação. É um projeto de “criminalização da infância popular”, resume o sociólogo Miguel Arroyo. É a mesma lógica que levou, no início do século XX, à militarização da Força Pública (o embrião da atual polícia militar) devido à preocupação da burguesia paulista diante das revoltas operárias." (...)


"Braços ao longo do corpo!" O dia para os alunos do centro de Ceilândia começa com um curso de disciplina militar". (...)


"Esse modelo educacional responde finalmente à militarização da administração e do governo. Desde que o ex-capitão chegou ao poder, já são mais de 6.000 militares em altos cargos em ministérios, órgãos federais e empresas públicas. (..)

LEIA A MATÉRIA COMPLETA AQUI

quarta-feira, 7 de setembro de 2022

O lixo que Bolsonaro deixa

 

Reprodução Twitter

A FRASE DO 7 DE SETEMBRO

 

“Do ‘Eu tenho aquilo roxo’ ao ‘imbrochável’: 31 anos de #fake news.”


(BARÃO DE ITARARÉ, retorcendo-se indignado no túmulo.)

terça-feira, 6 de setembro de 2022

Fotomemória: a Escadaria do Convento antes de ser do Salerón

 

A Escadaria do Convento, em 1958. Foto de Gil Pinheiro/Manchete.


Hoje, o local chama-se Escadaria Salerón e se transformou em atração turística.
Foto de Tania Rego/Agência Brasil 

Gil Pìnheiro, fotógrafo da Manchete, fez a foto do alto dessa página em 1958. Na época, o local era conhecida como Escadaria do Convento de Santa Teresa, construído em 1750. Assim como a expansão no bairro tem a ver com a instalação do convento, a escadaria foi construída para acesso à congregação e às missas abertas à população. Com o tempo, transformou-se na Rua Manoel.  Alguns sites atribuem ao artista plástico Jorge Salerón a construção da escadaria. Errado. Salerón fez um trabalho admirável de restauração dos degraus, que decorou com azulejos pintados. O local virou atração turística e ganhou um novo nome: Escadaria Salerón.   

sábado, 3 de setembro de 2022

Muggi das crises gourmet: Omelete de alcaparras • Por Roberto Muggiati

 


É fatal parecer faminto, as pessoas sentem vontade de lhe dar um pontapé. ”

GEORGE ORWELL

Na pior em Paris e Londres” (1933)




O apelido, é óbvio, ganhei do Alberto de Carvalho. Sua fabulosa máquina de inventar codinomes seguia critérios rigorosos: o apelido precisava ter um gancho na atualidade e caber como uma luva no recipiente. Mogi das Cruzes estava em evidência na época não lembro por que, e eu, como editor da revista Manchete, vivia assolado por todo tipo de crises. Passemos à receita:

Já ouviram falar de alguém que tenha feito uma omelete de alcaparras? “A fome é a mãe da invenção, ” reescrevo a frase de Platão.

Fiz recentemente uma meia-sola bucal que me custou os olhos da cara. O problema é que afiei os dentes para comer, mas fiquei sem comida para morder.

A situação lembra o conto de O. Henry, aquela troca de presentes de Natal dos pombinhos: a mulher corta as belas melenas e as vende para comprar uma corrente de ouro para o relógio de bolso do marido. Ele penhora o relógio para comprar uma luxuosa escova para os cabelos da amada.

Faltando ainda uma semana para o pagamento da aposentadoria a geladeira já está quase vazia. Encontrei ainda dois ovos, na medida para uma omelete pequena – mas do que? Restava um pote de alcaparras encostado, porque o peixe anda muito caro. Peguei uma dúzia de bagas, poupando a sobra para necessidades futuras. Aumentei o volume dos ovos batidos acrescentando um pouco de leite engrossado com maisena. Fiz a omelete na manteiga, ficou uma beleza. Nem precisei salgar, as alcaparras marinadas deram conta do recado. Achei ainda um restinho de cebolinha do cheiro-verde, piquei e salpiquei sobre a omelete.

Só o nome do recheio já me dava água na boca: al-ca-pa-rra, uma das centenas de palavras que herdamos dos quase oito séculos (711-1492) de ocupação árabe da Península Ibérica (Al-Andalus). Alcaparra nas outras línguas não leva o artigo al, confiram: câpre (francês), capperi (italiano), caper (inglês), Kaper (alemão), kappertje (holandês), kapari (turco), kapris (finlandês), kapribogyó (húngaro), keppā (japonês) – e vamos parando por aqui.

Ah, sim, ia esquecendo: o ingrediente principal que torna o prato apetitoso é a fome. Sim, devo admitir que nos últimos finais de mês tenho me juntado às hostes dos 33 milhões sem ação (sem ração, logo sem nação) que passam fome neste país. Como se trata, por enquanto, de uma condição provisória, eu até a glamurizo rotulando-me como um nouveau famélique, um upgrade (na verdade downgrade) do nouveau pauvre do século passado (Frantz Fanon, o autor de Les Damnés de la Terre/Os condenados da terra, teria adorado o conceito.) Mesmo de barriga vazia, nunca perdemos o humor...
  

O poderoso chefão está em cartaz em uma mídia perto de você

 


Lançado no Brasil em março de 1991, O Poderoso Chefão III tem no roteiro elementos presentes no atual momento político brasileiro, 31 anos depois. 

A capa da IstoÉ dessa semana apresenta duas chamadas: o título principal questiona o ódio de Bolsonaro às mulheres, a mais recente demonstração foi a agressão verbal à jornalista Vera Magalhães; a chamada menor, no alto da capa, trata do escândalo que envolve a família do presidente e os  107 imóveis do clã, muitos, quase a maioria, comprados em dinheiro vivo, não se sabe se entregue ao vendedor em sacos, caixas de papelão ou malas. 

Pois em O Poderoso Chefão Michael Corleone (Al Pacino) demostra ódio à mulher Kay Adams (Diane Keaton), que mantém em forçada submissão e a quem agride; Corleone 'mexe' com um império de imóveis ao fazer um acordo com o Vaticano, dono de enorme patrimônio de casas, palácios e terras, para criar a empresa Immobilaire dirigida pelo clã familiar mafioso. 

Francis Ford Coppola, diretor da trilogia dos Corleone, já pode cobrar pelo plágio. O Poderoso Chefão IV está em cartaz no Brasil em uma mídia impressa ou digital perto de você.

sexta-feira, 2 de setembro de 2022

Mídia - "Tentar atirar", "tentativa de magnicídio", "aponta a arma"... Jornais evitam a expressão "tentar matar" e não chamam de terrorista o acusado do atentado contra Cristina Kirchner

 

A Folha é criticada nas redes sociais por minimizar em título na edição de 2-9-2022 o atentado e tentativa de homicídio contra Christina Kirchner. A arma do terrorista ficou a centímetros do rosto da vice-presidente, mas a Folha preferiu um "tentar atirar" em vez de "tentar matar". A pistola estava carregada com cinco balas. E o terrorista apertou o gatilho duas vezes. A arma falhou, a intenção, não.

O Globo usa a palavra atentado

O Estadão optou pelo "aponta a arma", mas usou o termo "atentado', no subtítulo. 

Clarín, que se opõe a Cristina, escolheu chamar de "atentado" 

La Nacion foi de "intenção de magnicídio'.



A polícia argentina investiga as ligações do brasileiro Fernando Andrés Sabag Montiel, que tentou assassinar a vice-presidente da Argentina Cristina Kirchner, com grupos neonazistas. Algumas dessas relações ele exibe no corpo. Há tatuagens so "Sol Negro", alegoria nazista que também enfeita membros do Batalhão Azov, da Ucrânia, e é adotada por grupos neonazistas da América do Sul. Há informações de que ele tem a tatuagem de uma suástica, mas os investigadores não confirmam ainda essa informação. Por postagens nas redes socias, o terrorista, no mínimo, se identifica com a ultra direita. 

ATUALIZAÇÃO em 3-9-2022: Nos títulos de hoje, Globo e Folha chamam o atentado de "ataque". Estadão dá destaque à palavra atentado. A palavra terrorismo ainda não foi usada.

WORLD PRESS INSTITUTE • Bolsas de estudos para jornalistas nos Estados Unidos

A turma 2022 de jornalistas bolsistas do World Press Institute.
Progama abriu inscrições para 2023. 

O World Press Institute (WPI) oferece bolsas de estudos nos Estados Unidos no período de março a maio de 2023 para jornalistas iniciantes ou já no meio da carreira com pelo menos cinco anos de experiência profissional. O programa está aberto a jornalistas de jornais, revistas de texto, agências noticiosas, rádio, televisão e organizações jornalísticas online. Os candidatos devem estar disponíveis para viajar durante nove semanas a partir de março de 2023 e ser fluentes em inglês falado e escrito.

O grupo consistirá de dez bolsistas do mundo inteiro. O programa de bolsas oferecerá imersão nas práticas de governo, política, negócios, mídia, ética jornalística e cultura dos Estados Unidos através de um rigoroso cronograma de estudos, viagens e entrevistas.

O programa terá sua base em Minneapolis-Saint Paul, Minnesota, com viagens a Nova York, Chicago, San Francisco, Washington, D.C., e outras cidades importantes.

A bolsa cobre as despesas de viagem, acomodação e alimentação diária.

As inscrições se encerram no sábado, 1º de outubro de 2022. O nome dos bolsistas selecionados será anunciado em dezembro de 2022.




Visite este link do World Press Institute na internet para detalhes sobre como se inscrever:

https://worldpressinstitute.org/how-to-apply/