terça-feira, 6 de outubro de 2020

Cinememória - Fato ou fake - A cena que levantou dúvidas. Rolou ou não rolou?


O que é lenda, o que é fato? Os dois conceitos se misturam em uma cena de sexo do filme "Inverno de Sangue em Veneza" ("Dont't Look Now"), de 1973. Mutos espectadores saíam das salas de cinema com a impressão de que tinham acabado de ver sexo real, tal a intensidade da atuação de Donald Sutherland e Julie Christie. Os atores desmentiram essa versão em dezenas de entrevistas. Mas ele admitiu inicialmente que algo houve. A cena polêmica, gravada em um hotel de Veneza, foi dirigida por Nicolas Roeg. A filmagem deveria durar menos de 10 minutos. Durou meia hora. A cena, no filme, leva pouco mais de quatro minutos. No início, com Sutherland e Christie nus na cama, Roeg não parava de dar instruções. Praticamente coreografava todos os movimentos. No quarto, apenas o câmera, o diretor e o casal. Em certo momento, Julie Christie desandou a rir das ordens de Roeg, que levavam a um verdadeiro contorcionismo sexual. O ator também caiu na gargalhada. O clima se descontraiu, o diretor parou de falar e o embate se tornou espontâneo. Diga-se que Donald Sutherland e Christie eram amigos, costumavam virar a noite nos bares de Nova York nos loucos anos 1970. A lenda do sexo real não nasceu por acaso: em uma entrevista após a estréia do filme, o diretor insinuou que a transa rolou e que ele e o câmera acabaram o trabalho, dispensaram o tradicional "corta'" e deixaram os dois na cama. Depois, Roeg alegou que apenas "promovia" o filme. Sutherland assustou-se com a repercussão de um entrevista sua a um tabloide e passou a negar o fato.

VEJA A CENA POLÊMICA, AQUI

domingo, 4 de outubro de 2020

A reportagem que foi escrita e nunca publicada...

 


por José Esmeraldo Gonçalves

Não sei se os jornais ainda fazem textos prévio, biográficos, de personalidades de idade avançada ou eventualmente hospitalizadas. Quem inventou isso, quando o digital não existia, imaginou aliviar a correria de fechamentos caso uma celebridade deixasse esse mundo a uma hora ou menos do prazo final de gráfica. Hoje, em segundos, o Google dá a ficha de qualquer um, talvez nem seja mais necessário deixar um arquivo pronto e revisado para uma eventualidade dramática.   

Já passei por um sufoco desses. Trabalhava no Segundo Caderno do Globo, quando editado por Humberto Vasconcelos, edição da terça-feira já fechando, e a Rede Globo noticia no dia 17 de agosto de 1987, pouco depois de 20h30, a morte de Carlos Drummond de Andrade. Parte da redação já estava liberada. Em minutos, todos os repórteres restantes, incluindo reforço do pessoal do esporte, estavam colhendo depoimentos de amigos do grande poeta e vários intelectuais, por telefone, enquanto um redator acessava no sistema o tal funéreo salvador. Sim, O Globo já estava informatizado, ainda não com os práticos PCs, mas com um complicado mainframe que comandava centenas de terminais. Funéreo era o nome que a redação dava à bio que já estava feita e que foi jogada na página dupla diagramada às pressas. Deu tudo certo. O Globo registrou à altura a morte de Drummond. 



Hoje, ao ler na primeira página do Segundo Caderno um belo texto do antropólogo Hermano Vianna, irmão do cantor e compositor Herbert Vianna, me senti transportado da quarentena direto para o verão de 2001. Trabalhava na revista Caras, onde os verões eram, de resto, sempre tempos de páginas agitadas e festivas. No dia 4 de fevereiro de 2001, há quase 20 anos, tivemos que virar a chave: Herbert Vianna sofreu um acidente aéreo em Mangaratiba (RJ). O cantor estava acompanhado da mulher, Lucy, que não sobreviveu. Ele ficou gravemente ferido. A tragédia entristecia o Brasil e as primeiras notícias sobre o estado de Herbert Vianna eram inquietantes, enquanto milhares de fãs torciam pela sua recuperação. Havia esperança, mas não otimismo entre os que se aglomeravam em frente ao Copa D'Or, onde ele estava internado e acabaria passando quase dois meses de luta. 

A equipe da Caras, na sucursal do Rio, foi orientada a preparar um caderno especial sobre a vida e trajetória de Herbert Vianna. Boa parte daquela redação, a ala jovem, crescera ao som do Paralamas. Sei que o jornalista pode ser visto por muitos como "frio", tantas são as tragédias que passam pelo seu caminho, mas fui testemunha do respeito com que foi feito o caderno especial. 

Aquelas foram 32 páginas sofridas, escritas, editadas, diagramadas e, felizmente, nunca publicadas. 

Na imagem acima, reproduções desse caderno que ficou no passado e só agora vem a público.   

E Herbert Vianna seguiu em frente, como registra o Segundo Caderno.  


Bar Planalto: quando Dida subia a rampa...

 


por José Esmeraldo Gonçalves

A Folha publica, hoje, uma matéria com o alagoano Lauderney Perdigão, amigo de Dida, o meia que fez história e glória no Flamengo. Os dois chegaram a jogar juntos nos aspirantes do CSA. Dida veio para o Rio, Perdigão seguiu outro rumo na vida, como bancário e jornalista. De longe, via a carreira vitoriosa do amigo, de quem recebia revistas e recortes de jornais. Tornou-se pesquisador e reuniu um grande acervo de publicações, camisas e fotos de jogadores alagoanos, como Dida e Zagallo, além de registros de outros craques. 


Nilton Santos e Dida: do clássico do Maracanã para as páginas da Manchete Esportiva

Guardou, por exemplo, a camisa que Pelé usou na inauguração do estádio Rei Pelé, de Maceió. Desde 1993, o estádio abriga o Museu Edvaldo Alves de Santa Rosa, o Dida. Entre os itens preservados estão coleções de revistas, incluindo a Manchete Esportiva. 

Lá pelo final dos anos 1980, começo dos 90, o Bar Planalto, no Flamengo, era point etílico de alguns jornalistas e fotógrafos da Manchete depois dos fechamentos. "Vamos subir a rampa"? Era a pergunta que nem precisava de resposta. Tínhamos mesa praticamente cativa no Planalto, ao lado do calçadão, e até garçons preferenciais: o Mesquita e o Campista. 

Um dia, passa um cara parecido com o Dida. Era o Dida. Parou para conversar com os locais do bairro, na mesa vizinha. Depois disso, o vimos várias vezes. Na época, o ex-jogador trabalhava nas divisões de base do Flamengo, mas desde que pendurou as chuteiras levava vida discreta. Sumiu da mídia esportiva. Quando procurado para entrevistas alegava não ter o que dizer. Aparentemente, circulava pelo bairro sem chamar atenção, a não ser, talvez, dos torcedores mais velhos que ali reconheciam o grande ídolo do Fla, tricampeão carioca em 1955, segundo maior artilheiro da história do clube depois de Zico e campeão em mundo de 1958. Foi titular contra a Áustria e substituído por Vavá no decorrer da segunda partida da seleção, contra a Inglaterra. No terceiro jogo, com a URSS, Pelé entrou no time, Vavá permaneceu (fez dois gols) e Dida não teve mais chances). Alguns anos depois deixou o Flamengo, foi jogar na Portuguesa, em São Paulo, e encerrou a carreira em 1968, na Colômbia. Vejo no Google que morreu em 2002. 

No seu caminho, Dida passava por uma banca de jornal bem diante do Planalto. No bar lotado, poucos sabiam que algumas décadas antes aquele senhor estampava capas de revistas e primeiras páginas de jornais que contavam seus gols nos clássicos de domingo no velho Maracanã. 

A reportagem de Josué Freitas, da Folha. mostra que o craque do Flamengo pode até ter feito tudo para ser esquecido. Mas não conseguiu.  É nome e tema de Museu.     

sábado, 3 de outubro de 2020

Raoni para Prêmio Nobel da Paz

 Outro dia, a TV mostrou o Cacique Raoni lúcido, articuladíssimo, falando contra essa corja predadora que está usando o poder para degradar o meio ambiente. O Brasil está sob um regime miliciano que assalta as instituições democráticas e impõe seus interesses. Vivemos uma fase difícil da história do país, um caos construído a partir de um golpe que desestruturou a vida institucional da nação. 

Esta é a opinião do blog. 

A seguir, você lerá um texto da Fundação Darcy  Ribeiro. 

Circula na internet um movimento que indica o Cacique Raoni Metuktire, que dedicou sua vida à proteção da Amazônia e dos povos originários do Brasil, ao Prêmio Nobel da Paz. 

"Aos 90 anos, Raoni é um símbolo vivo da luta pela proteção da natureza, pelos direitos dos povos indígenas e pela paz e boa convivência entre todos os povos do mundo.

Desde os anos 80, Raoni leva a sua mensagem para lideranças do mundo todo a respeito da necessidade de proteger a floresta amazônica e suas populações nativas. O cacique é respeitado e aplaudido por sua bela trajetória de luta, liderança, dignidade e honestidade. Sempre construindo pontes de diálogo.

Em 9 de outubro, será anunciado o ganhador do Prêmio Nobel da Paz 2020 pelo comitê da Noruega. 

Portanto, reforçamos com este abaixo-assinado a legitimidade do Cacique Raoni Metuktire, como representante dos povos originários do Brasil, para ser o primeiro brasileiro a conquistar o Prêmio Nobel da Paz! 

Assine esta petição e compartilhe com seus amigos para apoiar a candidatura do Cacique Raoni ao Nobel da Paz 2020!" 

ASSINE AQUI

quarta-feira, 30 de setembro de 2020

Manchete, 1971: quando a fúria moralista não atacava biquínis


Foto de Claus Meyer 

Ainda sobre o episódio do Leblon (a garota de biquíni que foi atacada pela fúria moralista-bolsonarista, assunto em post d dia 27/9), veja essa foto publicada na Manchete em 1971. Apesar da ditadura militar, garotas de biquíni em conversíveis, no caso o buggy em moda então, não eram atacadas. E a foto foi feita em Búzios, para reportagem de Narceu de Almeida, com fotos de Claus Meyer. As meninas não levaram garrafadas nem foram atacadas por marmanjos enlouquecidos. 

terça-feira, 29 de setembro de 2020

A nova Revista da Rádio


Ô, ô, ô... Roda Viva é um terror...

 


A jornalista Vera Magalhães, que apresenta o Roda Viva, é muito criticada nas redes sociais pelo fundamentalismo direitista. Nessa semana, ela foi poupada, pelo menos do ponto de vista ideológico, para ser gozada pelo figurino conservador, algo típico de colégio interno dos anos 1940. O olhar atento da internet logo encontrou a referência que Vera Magalhães tirou do armário: a impagável Wandinha, do filme Família Addams, interpretada por Christina Ricci. Visual mais adequado ao Roda Morta, diria a Mortícia. 

segunda-feira, 28 de setembro de 2020

Viu isso? Como Trump pode ficar no cargo mesmo se perder

 



Artigo publicado no Washington Post e reproduzido pelo Estadão

O jornalismo que ouve "os dois lados" não é jornalismo quando os entrevistadores são cordatos e passivos

 A mídia conservadora brasileira participou ativamente do golpe que tirou Dilma Rousseff do cargo para o qual foi eleita. De resto, um comportamento padrão dos oligarcas, que historicamente atuaram em todos as conspirações contra governos democráticos. 

São vícios cuja cura parece difícil  

Agora mesmo - apesar de demonstrar em alguns pontos (excetuando a economia neoliberal) certo desacordo com o governo Bolsonaro - que não demonstra apreço pela democracia -, a grande mídia ainda se rende a um dogma que muitos jornais respeitados dos Estados Unidos e da Europa já relativizam com inteligência: o jornalismo que obriga ouvir passivamente os "dois lados".  

Há poucos dias, sabe-se lá porque, o Globo publicou um detestável artigo de Mike Pompeo, o ativista da ultra direita e secretário de Estado do governo Trump, que poderia ter sido editado por Carlos Bolsonaro, tal o radicalismo imperial, neofascista e fundamentalista cristão que o sujeito desenvolve no texto. Para explicitar a questão, aqui vai uma pergunta levada ao exagero: se atuasse na Alemanha dos anos 1930, a mídia brasileira cederia espaço para artigos de Hitler e Goebbels, dentro da prática de "ouvir os dois lados"? 

Registre-se que, quando convêm, a mídia conservadora "esquece" o seu próprio dogma de ouvir os dois lados. Muitos e vários políticos de oposição que o digam.

Não combina com o jornalismo autêntico e democrático prestigiar trogloditas, nazistas e fascistas, sem que sejam contestados. Um bom exemplo a CNN americana deu hoje. A âncora Poppy Harlow perdeu a paciência com as mentiras e tentativas de manipulação dos fatos pelo porta-voz da Casa Branca Brian Morgenstern. Durante uma entrevista a propósito da matéria do New York Times sobre os impostos não pagos de Donald Trump, Morgenstern começou a atacar sem provas os repórteres do NY Times e a acusá-los de estarem a serviço do Partido Democrata. "O New York Times relatou basicamente a mesma coisa há quatro anos, na véspera do debate”, mentiu o porta-voz. E Harlow cortou a entrevista para dizer que as novas reportagens do Times são "muito diferentes", trazem fatos desconhecidos até aqui. “Brian, por favor, faça aos nossos telespectadores o serviço de responder minhas perguntas sobre o homem a quem você serve. Eu faço as perguntas e estou feliz que você esteja aqui e vou continuar fazendo-as”, disse a jornalista. Quando Morgenstern insistiu em ofender os repórteres que levantaram o caso do drible nos impostos, Harlow reagiu: "Eu vou interromper você. Repórteres notáveis ​​do The New York Times analisaram 20 anos de documentos. Não é certo acusá-los, sem fatos, de estarem coordenados com o Partido Democrata. Por favor, pare de fazer isso ou esta entrevista terminará". 

Um âncora brasileiro fazendo isso? Vai ser difícil você testemunhar uma cena dessas. O normal aqui, sob o domínio da prática de "ouvir os dois lados",  é aceitar, passivamente as fake news da milícia do Planalto. As mentiras de Bolsonaro, do Guedes e dos demais ministros são recebidas como se fossem opinião. Quando promove sem contestar com fatos as conhecidas falácias sobre meio ambiente, desmatamento, fogo na mata, cristofobia, mamadeira de piroca, aborto, Covid, vacina, políticas sociais, distribuição de auxílio na pandemia, crescimento da economia, disseminação oficial de notícias falsas, produção de relatórios ilegais sobre pessoas etc, a mídia ajuda a impulsionar a máquina de fake news do governo. Bolsonaro replica essa estratégia de comunicação de Trump. A diferença é que lá parte da mídia não coloca em jogo sua credibilidade e contest as mentiras.   

O"jornalismo" que "ouve os dois lados" praticado aqui é jornalismo passivo. 

E essas duas últimas palavras não podem nunca andar juntas. 

Toda nudez será faturada: Gwyneth Paltrow tira a roupa para celebrar 48 anos... e para vender sua marca de creme para o corpo...

 


por Clara S. Britto

A atriz Gwyneth Paltrow comemorou 48 anos ontem. E, para marcar a data, postou no instagram a foto acima. Na mensagem, ela agradece os parabéns e aproveita para fazer um merchan do creme corporal que tem sua marca e, segundo ela, faz milagres com o corpo. A nudez das estrelas já custou muita grana à Playboy americana. Em 2011, Lindsey Lohan, por exemplo, posou por 1 milhão de dólares. A Era Playboy passou e hoje a nudez das atrizes geralmente sustenta o faturamento próprio nas redes sociais, ajudando a divulgar linhas de produtos, patrocinadores ete. Mudou a contabilidade, mas toda nudez continua faturada.

The New York Times revela os trambiques que Donald Trump dá na Receita Federal do Tio Sam...

Donald Trump é um magnata com características especiais. Começou sua fortuna não por mérito, como gosta de alardear. O "paipai" lhe deu 1 milhão de dólares para começar seus negócio. 

Trump já pediu falência quatro vezes. 

Vai ver que a explicação para isso está em matéria investigativa do New York Times, que apurou com fontes e documentos ligado ao fisco americano que o atual inquilino da Casa Branca não é chegado a pagar impostos. Pelo jeito, até Al Capone, que foi preso por sonegar impostos, estava mais em dia com o leão gringo do que Trump.

O norte-americano usaria um artifício comum a muitos empresários: descarregar prejuízos na contabilidade do grupo. O NY Times apurou que várias empresas de Trump dão monumentais prejús. 

É de se imaginar que ele botou na coluna de perdas o hotel que quis construir no Rio em parceria com um dos netos do ditador João Figueiredo, figura de lamentável lembrança do governo militar. O Trump Hotel, carioca gorou e virou até peça de investigação por pagamento de propina para obtenção de empréstimo no Banco de Brasília.

Especula-se que Trump põe na conta dos prejuízos até fortuna que gasta semanalmente para cuidar dos cabelos, pintar e disfarçar a carequice galopante. O consumo de botóx tabém seria expressivo. Na lista dos gastos uma caríssima sessão de fantasia sexual, mais precisamente uma noite de golden shower, que teria se realizado no Ritz, de Moscou, ao lado de garotas hidratadas. No ano passado ele pagou cerca de 700 dólares em impostos. Muito menos do que gastou com indenizações para encerrar processos com as várias mulheres que o acusaram de assédio sexual.

domingo, 27 de setembro de 2020

Biquini, barraco e briga no Leblon






O Leblon ganhou protagonismo nesses tempos de pandemia. Ignorando a Covid-19, a galera lota bares e praia, sem máscara, e ajuda a impulsionar o vírus no Rio de Janeiro. 
O Leblon vive seus dias de années folles à moda tupiniquim. 
Na última sexta-feira, uma bela jovem de biquíni incendiou calçadas. Outra dama leblonense se incomodou com a cena e atirou um objeto na gata que  tripulava um conversível. Daí, rolou um rápido conflito com toques de moralismo, intolerância e agressividade. 
Se biquíni provoca briga, o Rio não é mais o mesmo. 
As redes identificam como bolsonarista - por postar mensagens de apoio ao governo de ultra direita -, a mulher que jogou objetos na jovem. Ele ainda publicou um vídeo onde chama as meninas do conversível de "moças da vida". Ameaçada de processo pela vítima do objeto lançado, a bolsonarista apagou as acusações de suas redes sociais. 
O vídeo da cena leblonense bomba no You Tube e em veículos digitais. O verão que vem aí promete.

VEJA A CENA AQUI

sexta-feira, 25 de setembro de 2020

Miley Cyrus saúda o Brasil...

 


por Clara S. Britto

Não é novidade que o Brasil se tornou um pária mundial. Leva bordoada merecida na mídia internacional por destruir o meio ambiente, pelo aumento da miséria, pela desigualdade de renda, pelo negacionismo oficial e o desastre criminoso no combate à Covid, pelas pautas governamentais neofascistas, pela milicia digital comandada pelo governo, pela corrupção etc etc, a lista é grande. Em um item pelo menos o Brasil tem relevância: a adesão às mídias sociais. É um dos líderes do mundo em acessos à internet. Até a cantora Miley Cyrus comemora quando uma foto sua viraliza no Brasil. E que foto !

O novo "milagre" brasileiro...


No discurso mentiroso do elemento presidente para a ONU, foi alardeado que o Brasil produz alimentos para mais de 1 bilhão de pessoas. Esqueceu de dizer que 10 milhões de brasileiros passam fome. E que esse contingente de famintos aumentou em 3 milhões apenas nos três últimos ano. Os dados foram divulgados pelo IBGE uma semana antes do discurso-caô do Bozoroca.Na outra ponta, o total de pessoas com alimentação em quantidade suficiente e satisfatória no Brasil é o mais baixo dos últimos 15 anos. A informação e da BBC Brasil



Futebol - E a bola rola o vírus

 Alguns clubes brasileiros - com o Flamengo à frente amparado por Bolsonaro -, fizeram pressão para a volta do futebol e, agora, exigem a volta dos torcedores aos estádios. A Conmenbol foi na mesma linha irresponsável em relação à volta da Libertadores. Oresultado é que os jogadores estão se contaminando em série nos campos e ambientes do jogo, além de ameaçar suas famílias ao voltarem para casa. 

Uma simples comparação com a Europa mostra o tamanho do absurdo que é a volta do futebol nesse momento de pandemia ativa. 

Segundo a OMS em informação reproduzida pelo UOL - e para falar apenas nos principais centros do futebol mundial onde o jogo voltou ainda sem torcida -, Alemanha, Espanha, Itália, França e Inglaterra tiveram 1.218 mortos entre 7 e 14 de setembro. No mesmo período, o Brasil  atingiu o número de 5.397 novas mortes por coronavírus. Com um detalhe importante, os cinco países europeu somam 322 milhões de habitantes e o Brasil tem 212 milhões.

quarta-feira, 23 de setembro de 2020

Uma Carta Aberta que vem da França - "Juntos, vamos defender a liberdade". E o que você tem a ver com isso?

Os meios de comunicação da França divulgam hoje um importante manifesto em defesa da liberdade de expressão. Depois de identificar a mídia como alvo do terrorismo internacional e recordar o brutal atentado ao jornal satírico Charlie Hebdo, o documento se refere ao discurso de ódio e às ameaças de morte lançados nas redes sociais. "A liberdade de expressão está sob ataque. E desta vez com novas ideologias totalitárias, às vezes alegando ser inspiradas por textos religiosos", expressa. O manifesto, obviamente, focaliza a realidade atual na França, mas é possível encontrar no texto pontos de contato com o Brasil atual. Temos, infelizmente, uma das maiores taxas anuais de assassinatos de jornalistas, radialistas e blogueiros visados pelo que escreveram, falaram, filmaram, fotografaram e denunciaram. O Porta dos Fundos foi alvo de terroristas que lançaram uma bomba com potencial para matar na sede da produtora no Rio de Janeiro. "Você tem o direito de expressar suas opiniões e de criticar as dos outros, sejam elas políticas, filosóficas ou religiosas", diz o documento. Pois há no Congresso brasileiro um projeto apresentado por um desses fundamentalistas religiosos que pretende enquadrar como crime a blasfêmia e tudo que se assemelhar a esse ato que deve dizer respeito aos que professam religião, seita, congregação ou o que for e não à sociedade como um todo. Leia o manifesto da mídia francesa que é um alerta crucial ao mundo inteiro. São cerca de 100 jornais, rádios e canais de televisão franceses que pedem a defesa da liberdade de imprensa. 

"Nunca aconteceu em meios de comunicação, que muitas vezes defendem pontos de vista divergentes, dirigir-se em conjunto aos seus públicos e concidadãos, de um forma solene, através de um manifesto que não é uma forma usual de expressão da mídia. 

Se o fazemos, é porque nos pareceu crucial alertá-lo para um dos valores mais fundamentais da nossa democracia: a sua liberdade de expressão.

Hoje, em 2020, alguns de vocês estão ameaçados de morte nas redes sociais por terem suas próprias opiniões. A mídia é abertamente identificada como alvo por organizações terroristas internacionais. Os Estados pressionam os jornalistas franceses como“culpados” de terem publicado artigos críticos.

A violência das palavras gradualmente se transformou em violência física.

Nos últimos cinco anos, mulheres e homens em nosso país foram assassinados por fanáticos, por suas origens ou por suas opiniões. Jornalistas e cartunistas foram executados para parar de escrever e desenhar livremente.

“Ninguém se preocupe com as suas opiniões, mesmo as religiosas, desde que a sua manifestação não perturbe a ordem pública instituída pela lei”, proclama o artigo 10 da Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, de 1789, incorporados à nossa Constituição. Este artigo é imediatamente completado com o seguinte: “A livre comunicação de pensamentos e opiniões é um dos direitos humanos mais preciosos; qualquer cidadão pode assim falar, escrever, imprimir livremente, salvo para responder pelo abuso desta liberdade nos casos determinados pela lei". 

No entanto, é todo o edifício legal construído ao longo de mais de dois séculos para proteger sua liberdade de expressão que está sob ataque, como nunca antes em 75 anos. E desta vez com novas ideologias totalitárias, às vezes alegando ser inspiradas por textos religiosos.

Obviamente, esperamos que as autoridades públicas mobilizem os recursos policiais necessários para garantir a defesa dessas liberdades e condenem veementemente os Estados que violam os tratados que garantem seus direitos. Mas tememos que o medo legítimo da morte espalhe suas garras e sufoque inexoravelmente os últimos espíritos livres.

O que restará então do que sonharam os redatores da Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão de 1789? Essas liberdades são tão naturais para nós que às vezes esquecemos o privilégio e o conforto que elas proporcionam a cada um de nós. Eles são como o ar que respiramos e esse ar está se tornando escasso. Para sermos dignos de nossos ancestrais que os desenraizaram e o que eles nos transmitiram, devemos decidir não ceder a essas ideologias mortais.

As leis de nossa terra fornecem uma estrutura para cada um de vocês falar, escrever e desenhar como poucos lugares no mundo. Depende de você controlá-la. Sim, você tem o direito de expressar suas opiniões e de criticar as dos outros, sejam elas políticas, filosóficos ou religiosas, desde que dentro dos limites da lei. Recordemos aqui, em solidariedade com o Charlie Hebdo que pagou a sua liberdade com o sangue dos seus colaboradores, que na França não existe o crime de blasfêmia. Alguns de nós são crentes e podem, compreensivelmente, ficar chocados com a blasfêmia. No entanto, eles se associam totalmente à nossa abordagem. Porque ao defender a liberdade de blasfemar não é a blasfêmia que estamos defendendo, mas sim a liberdade.

Nós precisamos de você. Da sua mobilização. Da muralha de suas consciências. Os inimigos da liberdade precisam entender que todos juntos somos seus adversários firmes, independentemente de nossas diferenças de opinião ou crença. Cidadãos, eleitos locais, líderes políticos, jornalistas, ativistas de todos os partidos e todas as associações, mais do que nunca, neste tempo incerto, devemos unir forças para vencer o medo e fazer triunfar o nosso indestrutível amor pela liberdade."