terça-feira, 9 de junho de 2020

Filmes para você entender como o fascismo chega de mansinho...

Alguns articulistas conservadores se pegam ao preciosismo ideológico e se recusam a admitir a trajetória fascista que embala o governo Bolsonaro.
Como identifica Umberto Eco, todos os sinais estão postos na mesa. Só não vê quem não quer.Tal qual o mundo, o fascismo mudou. Claro que não estamos nos anos 1920 e 1930 do século passado. O fascismo do século 21 tem face retrofitada, veste uma saia moderna, usa um terno Armani, exibe alguns diplomas de Harvard, usa um botóx, desfila com uma lingerie última moda, mas não esconde seus princípios: deus, pátria, família, fundamentalismo religioso, "meritocracia", racismo, intolerância, culto às armas, formação de milícias.  Não há nada mais fascista do que o "deus mercado", muito propagado pela mídia oligárquica, o supremo cânone que rege hoje a exacerbação das injustiças e desigualdades. Em muitos pontos, o fascismo atende pelo apelido de neoliberalismo. São primos.
O site Huffpost Brasil dá uma ótima dica hoje ao apontar alguns filmes para ajudar o Brasil Pandeiro a entender o fascismo. Entre as indicações, Roma, Cidade Aberta; O Conformista;  O Jardim dos Finzi-Contini; Amarcord; 1900, e outros. O cinema pode ajudar a desvendar a realidade à sua volta.

segunda-feira, 8 de junho de 2020

sexta-feira, 5 de junho de 2020

Cinememória - "Indians!" : a la Jack Nicholson, uma receita para a quarentena...


Pesquisas apontam que aumentou o consumo de bebidas em casa durante a quarentena. Em parte, o fechamento de bares e restaurantes incentivou o reforço das adegas e prateleiras caseiras. Em parte, a ansiedade e o tédio ajudaram a encher os copos.
O fato é que tem muita gente se sentindo como o advogado George Hanson, o personagem de Jack Nicholson que se incorpora à dupla Billy e Wyatt, vividos por Dennis Hooper e Peter Fonda. Ele é o bebum do grupo. Sempre que virava um shot falava "indians" entredentes enquanto o álcool queimava na garganta. Foneticamente correto, ele pronuncia "injuns".
O que se diz é que a famosa fala foi um "caco" do ator. Nessa cena, ele dedica "a primeira do dia", uma farta dose do uísque Jim Bean, ao "velho D.H. Lawrence".
O escritor defendia que os Estados Unidos deviam se reconectar à identidade perdida,  à cultura indígena, à terra e seus espíritos, como o continente aborígene que foi um dia.
Tudo a ver com a busca dos cavaleiros das Harley Davidson que zoaram no filme Easy Rider.
Então é isso: "indians!" para todos nós em interminável quarentena. (José Esmeraldo Gonçalves)

VEJA A CENA DE JACK NICHOLSON AQUI

É mentira!


Desocupada, Regina Duarte dispara posts nas redes sociais. A bozoroca está dando trabalho ao Instagram. O aplicativo tem apontado as fake news que a figura espalha. Em abril foi exposta por divulgar informação falsa sobre a cloroquina. Ontem foi denunciada e recebeu um aviso público sobre mais uma informação mentirosa, dessa vez sobre a Gripe Espanhola. Ela inventou que as
as epidemias seguem um padrão de aparecer de 100 em 100 anos. Birutice.

quinta-feira, 4 de junho de 2020

Para a New York, os velhos nunca foram tão poderosos e, agora, tão vulneráveis

New York

Boston Herald: tempos de máscaras


Na capa do Boston Herald a face dupla do momento nos Estados Unidos. A máscara é o adereço que une os protestos contra o racismo, deflagrados pelo brutal assassinato de George Floyd, 
e a luta contra a mortal Covid-19.  

Já desidratou um inimigo hoje?

O vocabulário político sempre em renovação.

Embora ainda seja usada, a expressão fritado (para rotular ministros que caminham sobre a prancha em direção à demissão geralmente humilhante) ganha agora um up grade na palavra desidratado. Exemplo: Moro foi fritado até ser despachado do Ministério da Justiça. Mas isso não bastou a Bolsonaro. O ativo gabinete do ódio do Planalto, temendo a candidatura do juiz da Lava Jato à presidência em 2022, trabalha agora para desidratar a imagem de Moro e murchar suas pretensões presidenciais.

Fenômeno novo na área política é a incorporação do jargão das redes sociais, onde as disputas políticas e ideológicas correm soltas impulsionadas pelas militâncias digitais. 

O verbo cancelar agora refere-se a prática de romper com alguém por motivo forte.  Celebridades, políticos ou autoridades que publicam posts racistas, por exemplo, são cancelados em massa no twitter, facebook ou instagram. Cancelamento vai além do famoso block, que é apenas deixar de seguir alguém. Cancelar equivale a desprezar, ignorar.

Trabalho não falta para dicionaristas e caçadores de neologismos. 

terça-feira, 2 de junho de 2020

Voar depois da quarentena: como embarcar no modo Covid Airlines de viajar

O seu check in jamais será como antes. É o que conta a mídia dos países que já estão saindo das fases mais críticas da pandemia. A maioria das regras aguarda definição das associações do setor, mas já se sabe que no pós-quarentena o novo normal implicará em muitas mudanças. Se o 11 de Setembro alterou para sempre os procedimentos de segurança em aeroportos, a Covid-19 vai praticamente implodir o protocolo atual de embarque e comportamento durante os voos.

Distanciamento social, higienização dos passageiros, checagem de temperatura corporal, limpeza completa da cabine, das bagagens e uso obrigatório de máscaras, assentos bloquedos, túnel de desinfecção e luvas estarão entre as medidas. Prepare-se para multiplicar por dois ou três o tempo de permanência no salão de embarque só para cumprir o novo ritual. É possível que as companhias passem a exigir do passageiro um passaporte de imunidade, algo que comprove que fez testes negativos recentíssimos ou até feitos no local e, futuramente, espera-se, a garantia de que foi vacinado. Estuda-se reservar corredores e salas de espera para cidadãos de países que ofereçam menor risco. Nesse ponto, o Brasil pode se tornar um pária. O tamanho do desastre que Bolsonaro patrocina, além de provocar mortes, causadas pela seu comportamento criminoso e irresponsável frente à pandemia, poderá marcar os passageiros tupiniquins como "suspeitos" em relação ao coronavírus.


De qualquer forma, há muito voar já não significava regalias, com exceção da primeira classe, claro. Os dias de conforto aéreo foram deixados no século passado e agravados pela crise de grandes companhias e pela chegada das empresas franciscanas de baixo custo. Quando não havia a barra de cereal, as grandes empresas serviam refeições em nível cinco estrelas. Em tempos imemoriais a antiga Varig se destacava nesse item. Oferecia de frango à Kiev, a lagosta a Therrmidor, steak Diana e estrogonofe. A empresa chegou a ganhar a láurea de melhor serviço de bordo do mundo e usava isso como marketing em campanhas publicitárias. Agora, entre as medidas pós-pandemia, algumas companhias pretendem abolir o serviço de bordo ou, nos voos de muito longa distância, fornecer sanduíches no pacote.


Fotojornalismo - Black Lives: as imagens importam..

Foto de Jerry Holt/Star Tribune/Vox (link abaixo)

Foto de Mark Vancleave/Star Tribune/Vox (link abaixo)

Foto de Keren Youcel/AFP/Vox (link abaixo)

Foto de John Michilio/AP/Vox (link abaixo)

O site Vox publicou uma galeria de fotos marcantes dos protestos contra o assassinato do negro George Floyd por um policial branco nos Estados Unidos. As imagens mostram a revolta em Minneapolis, onde ocorreu o crime e começaram os protestos que se espalharam pelo país.

VOCÊ PODE VER MAIS FOTOS NO VOX, AQUI 

segunda-feira, 1 de junho de 2020

Em São Paulo: Bolsonaristas escalam o terror e assumem bandeira neonazista

No centro da foto, a bandeira dos neonazistas ucranianos importada por manifestantes da ultra direita, em São Paulo, ontem.

Reprodução Twitter/Kai

sexta-feira, 29 de maio de 2020

Na capa da Time: a pandemia que marca uma geração


Dimenstein, um exemplo...


VEJA O VÍDEO AQUI

O fascismo está na moda e quer dar uma gravata na democracia

A história mostra que o fascismo gosta de adereços e acessórios.

Desde a primeira metade do século passado os adeptos da ideologia são trendsetters: desenham camisas, gravatas e até cuecas para difundir suas ideias.

Bolsonaro apareceu no "curral", que mais parece cloaca, do Alvorada usando uma gravata estampada por fuzis. Certamente quis dar um recado claro ao STF no momento em que o clã está acossado por investigações. Símbolo é tudo para a seita.

Chamou atenção, mas não é novidade. No Brasil há lojas virtuais que vendem gravatas de inspiração fascista ainda mais evidente. Custam pouco mais de 100 reais. Durante a campanha do sociopata, armas estampavam milhares de camisetas que abasteceram os apoiadores.
É curioso. Dá a impressão que bem antes de planejar movimentos e manifestações os fascistas vão para a prancheta e para as máquinas de costura criar modelitos.

Na Alemanha, na Itália e no Brasil eles desfilavam orgulhosos da moda que criavam. Eram os camisas negras de Mussolini, em tom funéreo do fascismo que exalta a morte. Os ingleses adotaram o mesmo modelo com alterações: corte de cintura fina combinando com calças que deixavam os glúteos fascistas arrebitados. Nos Estados Unidos, foi adotada a camisa prateada e calças de veludo. No Brasil, a Ação Integralista Brasileira adotou a camisa verde, gravata preta e calça branca. Assim engomados desfilavam pela Rio Branco como se fossem arianos marronzinhos. O slogan dos fascistas dos anos 1930 - "Deus, Pátria, Família"- não por acaso ressurgiu no material de campanha do eleito em 2018. A moda fascista também está nas ruas e nos palácios.

La Gioconda americana...

Reprodução/O Globo
A foto de Donald Trump publicada no Globo, hoje, tem uma curiosa semelhança com a estética da famosa pintura de Leonardo Da Vinci. A posição das mãos é praticamente a mesma.

O fotógrafo Jonathan Ernst, da Reuters, assina a imagem.

La Gioconda mostra um olhar convidativo. Trump, a arrogância usual. O sorriso da Mona Lisa é tido como enigmático; o de Trump, semi-aberto, não se sabe o que é, mas boa coisa não parece ser. Da Vinci, o mestre das proporções, certamente identificaria no magnata americano uma desproporção entre o tamanho da boca presidencial e o rosto. Trump é visivelmente dotado de uma boquita de señorita mexicana.

Há centenas de teorias sobre a Gioconda. Uma delas, que seria um auto-retrato de Da Vinci em momento transformista, com pose e vestes de mulher. Nunca saberemos se era nisso que Trump pensava ao descansar as mãos no colo como uma madonna florentina.

quinta-feira, 28 de maio de 2020

Brasil e Estados Unidos: enfim aliados. Na tragédia e no genocídio




A capa do New York Times, publicada no último domingo, repercutiu enormemente nos Estados Unidos e no mundo. Lista mil nomes de mortos pela Covid-19, 1% das 100 mil vítimas fatais que as estatísticas consolidariam três dias depois. Abaixo do título que lamenta a perda incalculável, um subtítulo registra que não são apenas simples nomes em uma lista, "eles são nós".

Dias antes do New York Times, O Globo publicou uma capa gráfica igualmente impactante, com os nomes e histórias de 10 mil brasileiros que se foram. Somos nós, também,

Jornais europeus, como Le Monde e Liberation comentaram a capa no NY Times e relacionaram a tragédia americana com a do Brasil. Ambas são imensas e alcançam a liderança mundial nos trágicos números. A do Brasil ainda em dramática aceleração.

A triste liderança Estados Unidos-Brasil remete a dois líderes irresponsáveis: Donald Trump e Jair Bolsonaro. Os dois desprezam a pandemia, fazem piadas e campanha contra o isolamento recomendado pelo cientistas. Ambos assumiram o papel de cientistas loucos, disseminaram fake news e recomendaram remédio que não cura, pode matar, a tal Cloroquina. Trump ultrapassou o colega brasileiro e "receitou" doses orais de detergente como preventivo da Covid-19. No dia em que foi publicada essa capa do NY Times, o presidente americano passou a fazer uma inexplicável campanha contra o uso de máscaras, segundo a CNN. O brasileiro já citou o isolamento como "babaquice" e, na mesma frase, ironizou sobre o uso de máscaras.

Tio Trump e o seu sobrinho tropical estão irmanados na prática genocida.

Do Jornalistas & Cia: imprensa na mira das milícias do ódio


quarta-feira, 27 de maio de 2020

Fotomemória da redação: Murilo Melo Filho (1928-2020), registros do acadêmico enquanto repórter

1966: Gervásio Baptista e Murilo Melo Filho, da Manchete, e Isaac Piltcher, do Globo, embarcam para o Vietnã. 

Em Saigon, a dupla da Manchete posa ao lado de um oficial do então Vietnã do Sul. 

1963: Murilo acompanhou a comitiva de João Goulart em viagem aos Estados Unidos.
Em Washignton, o jornalista cumprimenta John Kennedy. Fotos: Reproduções Manchete
Murilo Melo Filho. Foto ABL
O jornalista e escritor Murilo Melo Filho morreu hoje, no Rio de Janeiro, ao 91 anos, vítima de falência múltipla dos órgãos. Com uma longa trajetória em vários veículos - Diário de Natal, Jornal do Commércio, Tribuna da Imprensa, Estadão e Manchete - Murilo cobriu a política brasileira ao longo das crises dos anos 1950, passando pela epopeia da construção e inauguração de Brasília, o golpe de 1964, a ditadura, a abertura, a eleição e morte de Tancredo Neves, a Constituinte de 1988, os governos Collor, Itamar e FHC. Com o fim da Manchete, em 2000, encerrou sua carreira jornalística e passou a se dedicar com intensidade à vida literária, como membro da Academia Brasileira de Letras, para a qual foi eleito em 1999. Escreveu dezenas de obras, como Cinco dias de junho, Reportagens que abalaram o Brasil, O desafio brasileiro, Memória viva, Crônica política do Rio de Janeiro, Testemunho político, e O Brasileiro Ruy Barbosa.

Após a falência da Manchete, Murilo Melo Filho participou das iniciativas
da Comissão dos Ex-Empregados da Bloch Editores na luta pelo direitos trabalhistas junto à Massa Falida da empresa. Na foto, ao lado de José Carlos de Jesus e colegas, ele faz parte da delegação que foi recebida pela Juíza Maria da Penha Nobre Mauro, da 5ª Vara Empresarial, responsável pelos processos de indenizações. 

No DCM - neoliberais comemoram: ôba, bye. bye velhinhos

Leia no DCM

Repórter do G1 vive momentos de terror